História Somos só amigos? (imagine Bakugou e leitora-sn) - Estágio

A manhã estava fria como a maioria dos dias, mas o sol forte que estava nascendo indicava o calor que viria mais tarde, já que estamos na troca de estações. Eu gosto do verão quente, o calor me lembra a diversão, praia e soverte, me lembra a excitação que eu estava sentindo exatamente agora, esperando na frente do Genius Office, agência do famoso herói Best Jeanist, um enorme prédio branco perolado, com grandes janelas de vidro verdes escuras. 

Olho repetidamente as horas no meu relógio do celular, o visor ainda indicava 6:56, acho que eu cheguei bem mais cedo do que o necessário... Não tive culpa, essa ansiedade toda estava me matando. Em toda a minha vida, nunca imaginei estagiar com um dos melhores heróis do país! Obviamente eu quase nem dormi essa noite, mas isso não significa que eu esteja cansada agora, muito pelo contrário, eu sigo ansiosa e não vejo a hora da agência abrir. 

Me sento na calçada e coloco os fones de ouvido ao som de Rare Americans. Apesar de já ser quase 7h00, a cidade ainda não estava tão movimentada, o trânsito aumenta as 8h00 então, eu estar sentada na sarjeta não é tão perigoso assim. A parte boa de eu chegar bem cedo é que eu não pude correr nenhum risco de me atrasar e passar vergonha no meu primeiro dia. 

Após uns 10 minutos sentada no chão e escutando música para tentar me distrair, sinto alguém empurrando minhas costas e levo um susto, mas logo que identifico a pessoa, dou um sorriso de orelha a orelha 

— Bom dia!! – digo animadamente e bato a mão no chão indicando para ele sentar-se ao meu lado 

— Chegou cedo, hein? – ele obedece e senta ao meu lado – cheguei faz um tempo e vi você aí, aproveitei e peguei isso na loja de conveniência ali do lado – ele diz me entregando um típico copo de café – o seu é cappuccino, você tem cara de que gosta dessas coisas  

— Acertou! Prefiro do que café – eu digo tomando um gole – obrigada! Ta de bom humor hoje, é?

— Não, você tá me devendo 50 pratas – ele de um gole no seu 

— 50 pratas num cappuccino? – eu falo devolvendo o copo – pode ficar então, nunca vi um desse tão caro 

— Eu contei o frete e o preço da boa vontade – ele respondeu e eu ri – na verdade acho que vou cobrar 80 pratas por te arranjar estágio também 

— Esqueceu que você quebrou meu pé e minha costela? Sem contar as outras vezes que você já me fez cuspir sangue e desmaiar – eu arqueei as sobrancelhas em forma de deboche – você tá me devendo muito mais que um cappuccino e um estágio, deveria pagar meu convênio médico  

— Cala a boca – ele riu. Ele riu com algo que eu disse 

Por incrível que pareça, me senti orgulhosa por ser capaz de fazê-lo soltar uma pequena risada. 

— Tá escutando o que? – ele perguntou se referindo aos meus fones e, sem me perguntar, pegou um dos lados e colocou em seu ouvido  

— É Rare Americans – eu aumentei o volume  

— Quem diria que você tem bom gosto – ele disse dando um gole em seu café 

— Você conhece?! – me surpreendo – sempre que eu falo deles para alguém, ninguém conhece 

— Mas deveriam conhecer, eles são foda – ele concorda comigo  

Bakugou está uma pessoa diferente hoje. Será que também está animado com o estágio? Ou será que hoje ele levantou e decidiu ser uma pessoa legal? De qualquer maneira, eu gosto disso. Gosto de ter uma conversa normal sem que ele me mande morrer. 

— Tá aqui desde que horas? – ele me pergunta arqueando as sobrancelhas  

— Acho que desde às 6h30 – digo olhando a hora de novo – já faz quase 1h 

— Chegou tão cedo por quê?  

— Cara, eu quase nem dormi! – eu o chacoalhei e ele virou-se com cara de irritado para mim e eu rapidamente desencostei dele – 6h30 ainda foi tarde demais! Se eu pudesse, estaria aqui na frente desde a hora em que você me ofereceu essa vaga! – eu não pude deixar de conter toda minha animação e emoção – mas então, o que você espera desse estágio? – falo dando um gole na bebida 

— Não sei – ele dá de ombros – não sei se é possível eu ficar melhor do que já sou, sendo sincero, eu já sei fazer tudo – ele deu um sorriso convencido e eu revirei os olhos – e você? 

— Bom, espero aprender a usar minha individualidade sem nenhuma falha e também queria ser capaz de me teleportar para lugares que eu não enxergo também, odeio essa limitação... – digo suspirando – também queria poder usá-la com mais frequência e rapidez, normalmente eu a uso umas 20 vezes seguidas e ela começa a perder velocidade, isso me deixa vulnerável... Bom, tem muita coisa que eu quero aperfeiçoar e eu espero que eu consiga nesse estágio! 

Continuamos conversando até dar o horário da agência abrir e uma mulher nos convidar para entrar.  

O Genius Office é muito sofisticado e espaçoso. Os móveis são coloridos e modernos, seguindo uma abordagem modernista, com duas longas mesas equipadas com diversos computadores em cada uma, além de troféus e enfeites que adornam as estantes nas paredes. O interior da agência era lindo, eu admirava todos os lados, com os olhos brilhando. Eu estava muito encantada de estar ali naquele lugar, não pude evitar de ficar boquiaberta com todo aquele glamour. 

— Fecha a boca se não quiser comer mosca – Bakugou empurrou meu queixo de volta para o lugar, fechando minha boca 

— Desculpa – eu ri sem graça – ainda não estou acreditando que estou aqui – sussurrei 

— Vocês são os dois alunos que o senhor Best Jeanist vai agenciar, certo? – a moça da recepção nos perguntou e nós afirmamos balançando a cabeça positivamente – podem subir até o último andar, ele estará os esperando – ela sorriu gentilmente e nos levou até o elevador 

— Que incrível! – eu sussurrei para Bakugou enquanto subíamos os andares – essa agência é tão grande que tem até elevador! 25 andares apenas numa agência! – não consegui conter minha emoção  

Quando atingimos o andar indicado, o herói n°3 já estava nos esperando em frente a porta do elevador 

— Sejam bem vindos – ele disse de um jeito calmo – me sigam, quero saber tudo sobre vocês – ele deu de costas e nós fomos atrás  

Meu coração batia cada vez mais forte e minha ansiedade quase não me deixava respirar.  

Caminhamos até uma sala que parecia ser seu escritório pessoal. Ele sentou-se atrás de uma mesa e nós dois sentamos nas cadeiras na frente. 

— Katsuki Bakugou – ele olhou para o loiro ao meu lado – individualidade: o seu suor de nitroglicerina é capaz de causar grandes explosões. Você é habilidoso, mas tem um temperamento um tanto quanto... Agressivo. Eu odeio esse tipo de gente – ficamos surpresos com sua resposta. Logo então, ele desviou o olhar para mim – Emma Tanaka, individualidade: teletransporte. É uma individualidade perigosa se souber usar corretamente. Você é habilidosa também, mas tem muita coisa que precisa aprender. Quero que vocês dois aprendam aqui o que os falta para serem bons heróis, começando por: corte de cabelo. 

Hã?  

Corte de cabelo? - eu fiquei confusa e encarei Bakugou com as sobrancelhas arqueadas 

— Teleporty, você não precisa passar por isso, você é elegante e gentil. Desta vez, te deixo nas mãos dos meus sidekicks, eles te ajudarão no que você precisa – a porta se abriu e um homem com cabelo escuro lambido e calça jeans, que aparentava ter no máximo uns 20 anos, entrou na sala me chamando para o acompanhar.

Eu fui levada para uma sala que aparentava ser de treinamento físico.

— Eu sou o Yuki Tokami – o homem finalmente disse algo – meu nome de herói é Transformer, posso transformar fibras de tecido em algo extremamente duro, por isso sou o braço direito do senhor Best Jeanist. Você pode me chamar apenas de Tokami aqui se quiser – ele sorriu gentilmente – me conte um pouco de você — ele pediu sentando-se no único banco que havia ali e eu fiz o mesmo 

— Eu sou Emma, meu nome de herói é Teleporty, e como o nome já diz, eu me teleporto – eu ri sem graça — espero aprender muito com você, senhor Tokami 

— Sabe por que o senhor Best Jeanist não te ofereceu uma oferta? — ele perguntou e eu o encarei curiosa – porque você não precisa de ajuda 

— Como assim? — eu ainda não tinha entendido  

— Você tem tudo que um herói precisa – ele sorriu — só falta aperfeiçoar, então você se daria bem em qualquer estágio... Mas o Bakugou insistiu muito para o senhor Best Jeanist te aceitar na agência também. De início, ele negou. Não há nada que ele possa te ensinar, mas o Bakugou não desistiu, muito ousado da parte dele ir contra a palavra do senhor Best Jeanist, mas no fim, ele aceitou – ele contou toda a verdade e eu fiquei boquiaberta 

— Ele... insistiu? - eu ainda estava processando as informações  

— Muito... - ele continuou – e por que você acha que o Bakugou foi escolhido de início? O garoto parece um delinquente! Como ele acha que vai ser o herói número 1 se ele assusta a todos em sua volta? - ele balançava a cabeça em negação - bom, chega de conversa fiada, vamos começar - ele disse se levantando do banco 

Ainda estava chocada com o que ele tinha me revelado, não conseguia acreditar que o Bakugou havia feito uma coisa dessas. E por qual motivo? Duvido que seja só porque ele quase me matou, ele não é o tipo de pessoa que se importa com isso.

Decidi deixar para pensar nisso depois e focar no meu treinamento. Contei todos os pontos fracos e fortes da minha individualidade para o senhor Tokami e ele propôs um treino que me ajudasse a me teletransportar para lugares que eu não enxergo, ou seja, estarei vendada enquanto ele me ataca e eu tento desviar com minha individualidade. Os primeiros ataques foram um desastre, eu não conseguia calcular o lugar exato do teleporte e não conseguia controlar o mesmo, isso quando eu não levava um soco no estômago por não conseguir saber onde ele está. 

— Você precisa sentir o local – ouvi a voz do senhor Tokami do lado direito da sala 

— Como assim sentir? - digo confusa 

— Seu primeiro passo é imaginar para onde quer ir, você decorou toda a área da sala, né? Agora só precisa se concentrar – eu pude ouvir sua voz mudando de lugar – me escuta, né? Tente vir para o meu lado, imagine e concentre-se 

Eu marquei na mente o lugar em que eu escutei sua voz, tentei calcular o quão longe estava e me concentrei para conseguir 

— Viu só? - ele disse tirando minha venda - você veio parar no lugar exato onde eu estava, basta se concentrar – ele colocou minha venda de novo – o próximo passo é sentir minha presença, usar seus outros sentidos para me localizar, se você conseguir isso, melhorará muito sua velocidade de reação nas batalhas, escute os sons dos meus passos, o meu cheiro e não se esqueça de sentir o local para ser capaz de se teleportar para qualquer canto em segurança 

Ele começou devagar para eu ser capaz de sentir sua presença, mas mesmo assim era muito difícil, eu só sabia a localização dele quando ele me encostava e eu usava minha individualidade para ir para longe, pelo menos eu já dominei o teleporte sem enxergar, não foi mais tão desastroso. Ficamos nesse treinamento a manhã inteira até que ele me liberou para o almoço. 

Desci até o segundo andar onde era o refeitório da agência, onde todos aqueles heróis e sidekicks famosos almoçavam juntos. Procurei o Bakugou por ali, mas não o encontrei, ele provavelmente estava treinando com o Best Jeanist ainda. Entrei na fila para pegar meu almoço e senti alguém me cutucar por trás. Quando me virei, dei de cara com um loiro de cabelo lambido e calças jeans 

— Bakugou? - eu não pude segurar a risada – o que aconteceu? - eu caí na gargalhada 

— CALA BOCA, IDIOTA! - ele gritou 

— Katuski, não grite – disse Best Jeanist que estava trás de Bakugou – e nem diga palavras de baixo calão 

— VAI PRO INFERNO, CALÇAS JEANS DO CARALHO! - ele respondeu para um dos maiores heróis do país e eu fiquei paralisada e abismada com o que eu acabei de ver 

— Ei, Bakugou... você não dev – fui interrompida por Best Jeanist 

— Está tudo bem, Emma, até o final dessa semana ele aprenderá a agir como um herói de verdade. Podem almoçar - ele virou-se e foi embora 

Nós dois nos sentamos em uma das mesas do refeitório para almoçar. Bakugou não parava de bagunçar seu cabelo na intenção de fazê-lo voltar ao normal 

— O que foi tudo isso, hein? - digo enfiando um pedaço de carne na boca 

— NEM ME PERGUNTE! - sua raiva estava em nível mil – eu vou embora desse lugar! Encontrar uma nova agência! Esse velho idiota não quer me ensinar nada! Pensei que por ele ser o número 3, ele me ajudaria a chegar ao topo mais rápido, mas parece que esse povo daqui só sabe pentear o cabelo e usar roupa colada! 

— Olha – eu comecei a rir sem pensar – realmente você ficou ridículo com esse cabelinho e essa calça - continuei rindo até que fiquei séria - mas você precisa aprender coisas que não são explodir a cara dos seus adversários, as vezes o Best Jeanist só quer te ensinar disciplina e deixar sua aparência apresentável para o público - eu soltei uma gargalhada de novo 

— EU VOU TE MATAR! - ele disse subindo na mesa e quase agarrando meu pescoço, mas eu desviei - você não é ninguém para dizer o que eu preciso ou não para me tornar o melhor herói! - ele voltou a sentar na sua cadeira depois de ter atraído vários olhares assustados 

— Se acalma aí, estressadinho – brinquei e ele me encarou furioso – um dia você vai entender, confia no Best Jeanist 

— Beleza, e como calças jeans vão me ajudar? - ele perguntou 

— Sei lá, estilo? - eu ri e ele jogou uma de suas batatas fritas na minha cara – Qual foi?! - eu fiz o mesmo e aquilo quase virou uma guerra de comida, ou melhor, de batata frita 

— Senhorita Emma – escutei a voz do Tokami atrás de mim e automaticamente travei – isto não é nada sofisticado – ele se referia a bagunça com comida - aliás, vista isso depois do almoço, encontrei uma do seu tamanho – ele me entregou uma calça jeans que aparentava ser bem justa 

— Olha só - Bakugou caiu na gargalhada pela primeira vez – parece que você também precisa ser mais “estilosa” - ele fez aspas com as mãos enquanto não conseguia segurar o riso e eu ainda estava encarando aquela calça 

— Acha engraçado, né? - eu joguei a calça na sua cara o que o fez parar de rir na hora e voltar com seu semblante furioso 

— Passou dos limites, idiota... - ele jogou a calça de volta na minha cara e se levantou indo embora 

Ai ai... Esse garoto é tão estranho. E eu estranhamente gosto tanto disso... 

Continuei meu treinamento na parte da tarde, tive pequenas evoluções, mas nada foi o suficiente ainda. No final do dia voltei para casa. 

X 

Duas semanas se passaram e aqui estamos no penúltimo dia de estágio. No final, Bakugou não mudou de agência, a troca não era possível depois dele já ter se inscrito no estágio. 

Nessas duas semanas, senti que minhas habilidades melhoraram. Além do treinamento sem enxergar, eu também treinei a distância do teleporte e treinei habilidades físicas como ataque e defesa. Na última semana, treinei tudo isso junto até melhorar. 

Neste momento, estamos na primeira patrulha da nossa vida, junto do grande herói Best Jeanist. Ele chamava atenção em todo canto que passava, arrancava olhares e sorrisos de todas as pessoas a nossa volta. 

—  Sabem o motivo dessa patrulha? - ele nos perguntou 

—  Para se aparecer um vilão, estarmos prontos para quebrar a cara dele! - Bakugou disse dando um soco em sua palma da mão

—  Não - Best Jeanist respondeu – para nos mostrar 

Que?  

Ficamos parados encarando o herói na nossa frente. Minha expressão era de confusa, mas não surpresa, o Best Jeanist sempre dá dessas. Enquanto isso, Bakugou passava raiva com essa atitude, deve ter sido difícil aguentar respostas malucas por duas semanas. 

—  Precisamos nos mostrar para tranquilizar a população - ele continuou – precisamos dizer “está tudo bem, pois estamos aqui” 

Se bem que ele tem razão. 

—  Olha! Eu já vi esse cara na tv! - escutei uma voz de criança nas nossas costas. O garoto estava com mais dois amigos e apontava o dedo para Bakugou 

—  Mais um que viu o festival de esportes? - o loiro se virou para as crianças 

—  Ele foi capturado por um vilão e parecia que ia chorar! - a criança continuou 

Ah não, criança... você devia ter calado a boca. 

—  O QUE VOCÊ DISSE?!!? - ele foi para cima das crianças e o garoto começou a chorar 

—  Katsuki, o que eu te disse sobre tratar as pessoas bem? - Best Jeanist o adverteu 

Eu não sabia onde enfiar a minha cara com toda essa situação. O Bakugou realmente não é nada civilizado. 

—  Porra... tá bom, vou falar com eles – Bakugou bufou – escuta aqui, a única coisa que vocês têm que saber é que eu não fui pego naquele dia, eu tava pensando num jeito para derrotá-lo, então eu não fui derrotado!! EU SOU O CARA QUE VAI SE TORNAR O NÚMERO UM, ENTÃO VOCÊS NÃO TÊM MOTIVO PARA SE PREOCUPAREM COMIGO, SEUS PIRRALHOS! 

Tenho certeza que isso só os assustou mais ainda. 

Bati na minha testa, suspirando. Ele só estraga mais ainda a situação. 

—  Crianças, ele só quis dizer que está aqui para proteger vocês! - eu empurrei Bakugou e tentei tranquiliza-las – mesmo que ele seja pego por vilões, ele vai vencer e proteger a todos, não se preocupem! Eu estou aqui também - eu sorri gentilmente e pude ver seus olhos parando de sair lágrimas, os três sorriram de novo 

—  Qual seu nome, tia? - um deles perguntou enquanto secava os olhos 

—  Eu sou a Teleporty! - me agachei para ficar na altura dele – contem comigo! 

Instantaneamente, os três garotos me abraçaram e eu pude sentir meu coração esquentar. 

—  Viu, Katsuki? - Best Jeanist se aproximou do loiro – isso é ser herói. Se você continuar assim, quem será o herói número 1 será a Emma – ele sorriu para mim e eu retribui ficando orgulhosa do meu feito, mas Bakugou parecia ainda mais furioso

Voltando a agência, o senhor Tokami disse que esse era meu último treinamento: Teletransportar para qualquer andar da agência, quanto mais longe, melhor. Estávamos no 10º décimo andar agora. 

— Eu e mais 2 sidekicks estaremos espelhados nos andares, um em cada um – ele me explicou – sua última tarefa é localizar todos no menor tempo e lutar com a gente – ele sorriu – boa sorte – deu de costas e foi se preparar 

O treinamento não demorou muito, depois desses dias, eu conseguia teleportar muito mais rápido do que antes, mais rápido até do que se eu tivesse bebido muito energético. Encontrei o primeiro no 5º andar, o venci em menos de 10 minutos, o segundo estava no 16º, a luta foi rápida também, e por último, encontrei o Tokami no 23º, a luta com ele foi mais difícil, ele é muito habilidoso, mas no fim, eu também consegui derrubá-lo (apesar de eu achar que ele deixou) 

— Parabéns, Emma – ele sorriu orgulhoso enquanto ainda estava deitado no chão - sempre confiei no seu potencial. Nunca pare de treinar, você irá muito longe!

— Obrigada, senhor Tokami – eu o abracei sem pensar, era tanta emoção que não pude me segurar 

— Não precisa me chamar de senhor – ele retribuiu o abraço - agora somos bons amigos, e, quem sabe no futuro, colegas de trabalho 

— Sim! - eu desfiz o abraço - mas ainda acho muito difícil lutar com essas calças jeans – eu reclamei e ele riu 

— Vamo embora, Emma – levei um susto com a voz vindo da porta da sala.  

Bakugou estava parado me esperando. Costumamos ir embora juntos porque moramos na mesma área, mas normalmente nós esperamos um ao outro na porta da agência, não sei o que o fez vir até aqui para "me buscar".

Arrumei todas as minhas coisas, troquei meu uniforme e tirei aquela calça ridícula. No caminho para o metrô resolvi perguntar o que estava preso há semanas na minha garganta 

— Sabe... por que não saímos hoje à noite? - perguntei tímida e ele me encarou confuso – eu queria te agradecer por me proporcionar esse estágio