1. Spirit Fanfics >
  2. Sonhadora Irremediável >
  3. 27. Uma luz no meio do caos

História Sonhadora Irremediável - 27. Uma luz no meio do caos


Escrita por: jana_pvieira

Notas do Autor


Ai gente, esses capítulos estão dificeis de escrever, são muito tristes

https://www.youtube.com/watch?v=e1C9kpMV2e8

Capítulo 27 - 27. Uma luz no meio do caos


               Quando Anne acordou, ela estava na enfermaria da Universidade, acompanhada por Rebecca e seus tios. Ela havia desmaiado enquanto Rebecca fora buscar ajuda e somente acordara naquele momento.

               - Sra. Blythe, a senhora está bem agora, mas sinto lhe informar que perdeu seu bebê. Sinto muito de verdade. Vou deixa-la com a família agora e recomendo que fique aqui em observação por mais um dia. Sei que recebeu más notícias demais e por isso queremos acompanhá-la                   Anne, abraçada por Rebecca chorou sentida e silenciosamente por alguns minutos. Ela que sempre tirara o melhor de cada situação, naquele momento não encontrara algo de bom para dizer ou sentir. Ela desejava apenas o abraço de Gilbert, mas tudo isso fora culpa da escolha dele – pensava ela – maldita escolha daquele dia.                                         

               - Podem ficar tranquilos, eu ficarei bem aqui. Estou bem acompanhada pelos médicos. Podem ir descansar – ela disse para Rebecca e os Davies.

               Na porta da enfermaria havia uma bonita placa de madeira, escrita a passagem de Salmos 40:1 – “Esperei com paciência pela ajuda de Deus, o Senhor. Ele me escutou e ouviu o meu pedido de socorro” e Anne olhou para ela desejando ser ouvida. Ela queria Gilbert e sua vida normal de volta. Era só o que ela gostaria de pedir naquele momento.

               Durante a madrugada, a porta da enfermaria abriu num solavanco e achou estar tendo uma alucinação devido aos remédios, pois era Gilbert quem estava na porta da enfermaria.

               - Anne, Anne! Eu retornei hoje e não encontrei em casa. Achei apenas uma carta na porta, dizendo que eu havia morrido. Foi um terrível engano, não sei quem fez isso. Quando fui atrás de você, fiquei sabendo sobre o que aconteceu. Me perdoe Anne, por favor – disse ele em prantos –por favor me perdoe.

               Anne, estava com o coração acelerado por vê-lo, mas não conseguia expressar alegria ao vê-lo ou dizer palavra alguma.

               Ele a abraçou chorando e querendo saber como ela estava. Mas ela parecia estar em estado de choque pela série de coisas que ocorreram. Quando o médico entrou, assustou-se com Gilbert na sala, que explicou o que havia acontecido a ele e quis saber como Anne estava.

               - Sr. Blythe, ela está bem, mas passou por maus bocados nesses dias. Ela vai precisar de todo cuidado e amor para sair da apatia. Mas a saúde dela está bem. Vocês ainda poderão ter filhos no futuro.

               Gilbert, arrependido de não ter ouvido Anne, se retirou para fora da enfermaria e chorou amargamente. Ele deveria ter ouvido ela e tudo teria sido tão diferente. Agora ele precisaria fazer sua esposa renascer novamente e tirá-la do casulo nesse momento era o que ele teria de mais importante a fazer.              

               Ela pôde sair para casa e ela fora em todo o caminho silenciosa. Anne não sabia o que estava acontecendo com ela, ela estava imensamente feliz por ter Gilbert de volta, mas a mágoa ainda batia mais forte e rapidamente que amor naquele momento de dor.

               Gilbert pegou Anne no colo e a tirou da carruagem, a conduzindo para o Refúgio do Pôr do Sol. Ele a colocou sentada na cama e se ajoelhou em frente a ela.

               - Minha Anne, meu coração está despedaçado. Mas imagino que o seu esteja ainda mais, pois passou por tudo isso sozinha. Não peço que me perdoe agora, mas eu estou aqui com você, estamos passando por isso juntos agora. Você continua sendo meu sol Anne, minha cor e minha alegria. E farei de tudo para que as coisas voltem ao normal. Eu a amo com minha vida Anne, mas não estive aqui quando você mais precisou e nunca vou me perdoar por isso. Espero que possa minhas atitudes possam provar o quanto você é a pessoa mais importante da minha vida.

               Tê-lo ali era consolador, apenas a presença dele ao lado dela, já acalentava. Ela nunca imaginou passar por isso com ele. Ou sentir o sentimento que nesse momento a afastava dele.               

               Enquanto os dias se passavam, Gilbert cuidara da casa, do trabalho e trazia para Anne as tarefas da escola para que ela não se atrasasse no ano letivo. Ele se desdobrara para que ela pudesse aos poucos voltar ao seu normal e isso não seria fácil para nenhum dos dois.

               Um mês havia se passado desde o retorno de Gilbert, e Anne, embora bem de saúde, não sentia vontade de sair da casa ou de fazer algo diferente disso. No sábado pela manhã ela recebeu uma carta de Rachel Lynde. Ela nunca havia escrito nada para Anne, então Anne, assustada abriu a carta rapidamente.

               “Querida Anne, sinto sua falta menina. Nunca achei que diria isso, mas Avonlea não é a mesma sem você.

               Enquanto pensava nisso, me lembrei que Gilbert não tem os pais e que Marilla e Matthew te ensinaram tudo que podem, mas não poderiam te ajudar com assuntos de casamento se é que me entende. Sei que você é inteligente e deve saber de tudo, e talvez já esteja acertando mais do que eu. Mas quando pensei em falar com você, uma palavra me veio à mente: Perdão.

               Anne, você tem um coração imenso e maravilhoso. Mas no relacionamento a dois, vocês vão precisar se perdoar algumas vezes. Mostre isso para Gilbert, pois ele também precisará fazer o mesmo algumas vezes.

               Tenho muito carinho por você menina e espero que tudo esteja bem.”

               Quando Anne terminou a carta, ela já sabia que o tinha perdoado. Desde que o viu naquela sala da enfermaria. Ela o amava apaixonadamente. Mas seu senso de justiça dizia que ele precisava pagar. Mas pagar pelo quê? Os dois haviam perdido, ambos estavam vivendo vidas tristes e sem sentido. Isso já não era dor suficiente?          

               Gilbert chegara do trabalho mais cedo e trouxera belas flores e pães numa cesta.

               - Anne, você me acompanharia para um tempo juntos hoje?                                                       

               Ela acenou que sim, e ambos caminharam para a clareira em meio ao bosque no fundo da casa. Rumo ao caminho do perdão mútuo e do amor sincero que os conduzira até aquele ponto da vida.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...