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História Sonho ruim . . . pesadelo bom. - Pedido de desculpas


Escrita por: Amaya-

Capítulo 10 - Pedido de desculpas


Eu não sabia o que fazer, sua mão suave e quente tocava o meu braço sem força. Mas ele bloqueava a única saída que eu tinha de sair daquela carteira. E sem pensar, empurrei-o para o lado e saí sem olhar para trás. Mas sabia que ele não tinha caído, só foi empurrado para o lado, por mim. Quando eu estava prestes a descer as escadas, vi a Mar encostada na parede na descida dela e me avistou, só que viu que eu estava sem o Lee. Provavelmente, já sabia que ele foi falar comigo e esperava que nos desculpássemos e ficássemos felizes da vida. Mas não era tão fácil assim.. não era fácil, desculpar um amigo ou se era mesmo amigo que te chamou de uma.. uma.. droga! Passei direto pela Mar e senti seus olhos de dó me percorrendo. Eu estava odiando que a minha amiga dava razão à ele. Que.. que.. chateação, tristeza, ódio! Não sei! Minha vontade é de gritar de tanta confusão e coisas acontecendo ao mesmo tempo!

- Ale, Ale! Espera! – ouvi a Mar dizer enquanto me seguia.

Não respondi, e continuei andando para a sala de Teatro. Mas ela não desistiu e continuou falando:

- Amiga! Conversa com ele! Façam as pazes.. poxa, vocês são tão amigos! – a voz dela parecia triste.

Eu me virei e ela parou diante de mim, olhando nos meus olhos confusa, pois ela percebeu que os meus estavam sem brilho e mostravam tristeza.

- Éramos.. – eu disse e continuei andando para a sala.

Eu nunca pensei que poderia dizer isso um dia, e não ouvi mais passos atrás de mim, só senti uma lágrima querendo cair de meus olhos, mas a sequei antes que aparecesse totalmente..

...


- Ale! Vem cá! – chamou a professora assim que me avistou entrando no auditório. Vi ela e fui onde se encontrava. Ela me apontou a filmadora e quis me explicar, mas eu supliquei que não precisava. Só precisava localizar onde ficava o quê e tudo feito. Mas para minha decepção.. nem tudo era tão feito assim, ela chamou o Lee também que entrou na sala e vi ele vindo onde estávamos.

- Lee, olha você vai ficar com a outra filmadora, tabóm? – disse ela, apontando para a outra câmera, não tão longe de mim. Isso era demais!

- Ok. – ele confirmou, sem mostrar alguma emoção no rosto ou na voz.

- Quer que eu te explique alguma coisa? – ela perguntou, carinhosa.

- Hã.. não, não.. eu sei mexer..

- Nossa! Por isso vocês dois são tão amigos assim. Tudo o que um sabe o outro sabe. Bom, vou orientar os outros alunos, se precisarem de alguma coisa.. é só me chamarem. Eu estou logo ali. Podem pegar o ângulo da filmadora e começar quando eu der o sinal, ok? – ela perguntou.

- Ok. – murmuramos juntos, mas sem nos fitarmos.

Ela se afastou e eu pretendi fingir que ele não estava ali. Ajeitei a filmadora, peguei os ângulos, e botei na posição certa. Procurei os números e fui ver a tomada para verificar se estava completamente direita e ajustada. O Lee fez o mesmo e teve uma hora em que eu fui andando para frente para alcançar a filmadora, só que tropecei no fio. Que desastrada! Mas quando caí no chão meio que.. enrolada no fio, não caí completamente, o Lee estava embaixo de mim. Ele tentou me segurar, mas acabou caindo junto! Me levantei rapidamente, mas sua mão me segurou e puxou-me junto à seu peito novamente. Nossos corpos ficaram colados um com o outro e os lábios à centímetros de distância. Seus olhos azuis claríssimos me fitavam e eu nunca conseguira resistir à eles. Queria me desvencilhar, mas a minha mente não queria. E ela acabou ganhando... Droga de fio!

- Me desculpa.. Ale.. – ele murmurou, com a voz triste e quase inaudível, mas eu escutei, para mim era como se ele estivesse gritado que fez eu corpo estremecer com suas palavras.

- ... – eu não tinha palavra alguma, nenhuma.

- Não vivo sem você. Hoje.. sem você falar comigo.. foi como uma eternidade para mim, e só em um dia.. foi um inferno em toda a minha vida. Me desculpa... eu lhe peço mil desculpas.. eu não queria.. não queria falar aquilo.. é que.. não te reconheci mesmo.. mas sabe a verdade..?

Eu não sabia, só me concentrava em seu pedido de desculpas e em suas palavras quase inaudíveis.

- Não sei.. – finalmente, consegui responder algo. – Se você gostasse de mim como uma amiga.. melhor amiga.. com toda a certeza não tinha falado aqu...

- Foi por impulso! – ele me interrompeu. A sua voz agora saía em um tom mais alto e mais tenso. – Eu.. falei aquilo por um impulso idiota! A verdade é que.. eu sempre te conheci e mesmo nesses estados você sempre será a minha melhor amiga! Sempre, sempre.. sempre..

- Eu não sei.. não tenho certeza.. você me deixou triste para valer.. para valer mesmo.. – disse eu, com a voz chateada e triste. Mas estava sendo teimosa, pois suas palavras eram completamente sinceras. E eu sabia quando era mentira.. e quando era sinceridade. Não tinha dúvidas.

- Me desculpe.. me desculpe.. eu lhe peço centenas, milhões.. infinitamente.. desculpas.. mas me perdoe.. eu nunca pretendi e não pretendo dizer aquilo.. por favor.. me desculpe..

Eu ainda estava em cima dele e nos fitávamos.. conectados um ao outro pelo olhar. E eu não precisava dizer nada. Só saí de cima dele e ele não me segurou, só se levantou também e logo assim nos jogamos em um abraço confortável e gostoso.. nos braços dele, eu me sentia feliz e com os olhos do brilho de sempre..

Nossa amizade nunca sumira.. nunca..

...


- As coisas não andaram bem entre vocês.. ultimamente, então, que bom que agora voltaram, mesmo sendo em só um dia.. até para mim foi uma eternidade.. – comentava a Mar, no recreio, enquanto o Lee ia comprar os lanches.

- Desculpe por ignorá-la.. eu pens..

- Não esquente.. ontem, dei uma bronca no Lee por ele ter te dito aquilo.. não dei razão nem à ele, e nem à você Ale.. – ela disse, olhando para mim com o seu sorriso maravilhoso de sempre.

- Obrigada Mar. – agradeci-a.

- Obrigada? Por que? – ela perguntou confusa.

- Por não e apoiar. – e a fitei, caímos na risada de tirar água dos olhos.

- Posso saber o motivo da risada? Ou eu é que sou? – perguntou o Lee, se aproximando de nós duas, com um monte de lanches ocupando as mãos.

- Eu pretendia fazer você implorar. Mas.. não vivo sem você também Lee. – disse eu, enquanto ele entregava os lanches a nós duas e endireitava o seu em uma das mãos.

- Eu não desistiria.. nunca.. – ele murmurou sério, se sentando do meu lado na calçadinha sem me fitar.

Ouve um breve silêncio:

- Então! A festa de quinze anos ainda rola?! – disse a Mar em um tom de voz alto, mudando o clima de silêncio que rondava entre a gente.

- Claro! Já arranjei o seu pretendente.. – disse o Lee, dando uma bela mordida do seu salgado e olhando para ela.

- Sandrinho? – perguntou ela ansiosa.

Ele acenou com a cabeça acompanhada de um sorriso e eu perguntei, desconfiada:

- Nossa! Você nem viu o menino ainda, e já até botou apelido.. uh! Que mundo é esse gente!

Eles riram e ela respondeu:

- Amiga.. a curiosidade leva ao conhecimento e à intimidade. – ela disse, sábia.

- Oooohhhh!! – murmuramos eu e o Lee surpresos com as suas palavras.

- Que.. sábia você está virando.. estou surpreso! – disse ele, zombando.

- Estou virando? – ela perguntou desafiadora.

- Olha eu to lanchando! – implorou o Lee, botando uma mão na frente como que recuando. – Deixa para me bater depois!

- Não vou te bater não Lee.. calminha aí! Falando em bater Ale.. você contou ao seu pai? – perguntou a Mar, mostrando pena na voz.

- Contar o quê? – fingi não saber.

- Sobre.. ontem.. – ela disse com muito esforço.

- Ah.. sim! Não.. mas minha avó eu acho que chegou a tocar no assunto. Ele nem veio falar comigo sobre isso.. eu.. conversei algumas coisas com ela.. e sabe.. coisa de neta e avó..

Todos ficaram em silêncio e o sinal do final do recreio tocou, e lá iria começar mais uma aula como todos os dias..

...


Cheguei em casa, feliz por voltar tudo como antes. Tinha a saído no último horário e já era quase noite. Fui para o meu quarto, botei a mochila encostada em um cantinho e peguei um papel enfeitado que eu tinha quando sempre ia escrever cartas..

De: Alessandra

Para:

Um “não vivo sem você” pode mudar tudo, para qualquer pessoa. Achando que só algumas palavras dita por qualquer um, faz efeito. Mas para mim, não são só palavras que funcionam. Eu reconheço quando alguém fala uma mentira, ou não diz a completa verdade. O meu amigo, o meu melhor amigo disse essa frase para mim. E eu não aceitei só porque ele disse isso da boca para fora. Ele disse isso do coração para fora. Eu sei quando ele mente e quando ele diz a verdade. Para mim.. não é normal.. é especial! Em apenas uma frase eu consigo ler o seu coração e a sua mente, o coração de um sincero amigo.. e a mente de um batalhador honesto. Porque do mesmo jeito que ele não iria desistir de mim.. eu não desistiria dele.. nunca..!


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