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História Sonho ruim . . . pesadelo bom. - Surpresas e decepções


Escrita por: Amaya-

Capítulo 13 - Surpresas e decepções


- Nossa! Vocês estão lindas! Tenho que admitir.. – falou o Lee, assim que passamos pelo portão e alcançamos os dois.

Olhei para a Mar e vi que a atenção dela estava em outra pessoa. Sandro. O Lee viu para quem ela estava olhando e se adiantou:

- Ah! É.. Sandro essa é Maria Clara e Alessandra. Alessandra e Maria Clara esse é Sandro um amigo meu.

- Prazer em conhecer as duas.. – disse ele, com os olhos fixados em mim. Não entendi o porquê. Mas ignorei.

Era um garoto do tamanho do Lee. Pele morena, cabelos castanhos escuros, curtos e lisos. Seus olhos tinham uma cor verde claro e seu rosto mostrava feições bonitas e curvadas. Queixo firme e fixo. Seus olhos não se desviavam de mim. E isso me deixava constrangida. Ele vestia calça social e uma blusa de meia manga branca. O Lee também vestia calça social, só que uma blusa também de meia manga e de uma cor verde musgo. Bem bonitos os dois. Eu só não reconhecia o pano das blusas, mas também.. nem precisava. Tanto é que eles estavam lindos e isso que importava. Sandro era completamente lindo, só que pertencia à Mar e não à mim. Não negarei que sua beleza e sorriso maravilhoso alcançaram à do Lee.

- Então, você é a minha pretendente? Uma garota bonita e simples. – ele estava falando comigo. Ou era impressão minha? Não, não era. Pois ele estava olhando para mim e o Lee e a Mar olhavam para mim incrédulos. Eu não tinha culpa!

- Hã.. não, não.. é ela aqui. Pode chamar ela de Mar.. é uma garota maravilhosa. Você não vai se arrepender. – disse eu, puxando a Mar para perto de mim e a mostrando à ele.

Sua cara não mostrou tanta surpresa quando olhou para mim, mas ele não deixou demonstrar. Mesmo eu tendo percebido isso.

- Prazer.. Mar.. – disse ele tentando deixar a voz a mais suave possível e não indignada.

Ela sorriu:

- O prazer é meu..

Então, a festa seria ali mesmo. Parecia até conversa de velhos de tanto “prazer” e “prazer”. Francamente..

Estávamos parados, uns olhando para os outros. Até que o Lee se adiantou:

- Então? É para hoje ou para nunca que vamos à festa?

Nós três nos entreolhamos e rimos:

- Vamos então.. – disse o Sandro.

Fomos andando. Eu só não imaginava aonde era o salão de festas e nem se era salão na verdade. O Lee tinha falado com o meu pai, mas eu nem prestei atenção quando eles conversaram sobre a rua.

Aquela conversa tosca e constrangedora de nós quatro me deixou desanimada. Na frente foi andando eu e o Lee e atrás a Mar e o Sandro conversando sobre suas semelhanças e diferenças. Eu não deveria mais.. eu bem que queria estar no lugar dela. Achei ele um garoto maravilhoso. Mas, não queria magoar a Mar e nem roubar seu pretendente mesmo se ela não gostasse dele. Para tentar mudar o destino de meus pensamentos puxei conversa com o Lee:

- Onde é essa festa?

- Não muito longe daqui. É na rua do Salvador. Onde fica um grande salão de festas. - comentou ele sem olhar para mim.

- Ah! Então é mesmo em um salão.

Ele riu e desviou seus olhos claros para os meus escuros:

- É.. sim.. mas.. não perguntou para o seu pai? Eu expliquei tudo à ele e.. - ele não completou e começou a rir.

- Para de rir de mim! Não tenho culpa de ter esquecido! - disse eu, empurrando ele para o lado. O que não adiantou muito. Ele em vez de me empurrar de volta me pegou no colo.

- Me solta Lee!! - gritei me debatendo em seu colo.

Ele era forte e me aguentava para valer. Também eu era bem levinha.

- Pede desculpas! - falou ele. Eu me debati mais ainda no colo dele e morrendo de vergonha. Poxa, quando eu conheço alguém novo, o Lee me faz passar um constrangimento desses.

- Nunca! - berrei negando.

Ouvi risos vindo de trás de nós e cochichos.

- Então vai chegar na festa assim! - disse Lee, zombeteiro.

- Ah! Lee!! Não faz isso! Eu estou bem arrumada! - implorei.

- Então pede desculpas por me empurrar.

- Já disse! Nunca! - consegui me soltar de seu colo e saí correndo não ligando para onde ia e nem que roupa eu vestia para a corrida.

- Volta aqui sua louca! - ouvi ele gritando de longe e correndo atrás de mim.

Eu nem ligava para onde estava correndo. Só me toquei quando parei em frente à um salão de festas grande que parecia um castelo, no alto estava escrito:

Prince's festas

Na porta estava um homem bem arrumado com convites na mão e de dentro se via uma luz verde fraca e bonita. Desconfiei que aquela poderia ser o salão de festas. Ouvi passos rápidos parando logo em seguida atrás de mim e olhando para o mesmo lugar que eu.

- Chegamos? - me virei ficando de frente para o Lee. Eu e ele ainda estávamos tentando recuperar o fôlego.

- Sim. - ele me olhou e sorriu. Mexeu no bolso e pegou quatro envelopes pequenos e roxos muito bem enfeitados e bonitos.

De longe, deu para ver que a Mar e o Sandro vinham calmamente. Esperamos eles nos alcançar e entramos:

- Nossa! Que lugar lindo! - comentou a Mar enquanto o Lee entregava os convites ao porteiro e entrávamos.

Por dentro, era a coisa mais linda e maravilhosa! Super fofo e completamente bem escolhido pela aniversariante. Era grande e arrumado. Cada canto era um lado do salão. Tinha a pista de dança, o banquete de doces e para o outro lado do salão se encontrava milhares de mesas enfeitadas e arrumadas. A porta pela qual entramos era de vidro e ficava um pouco, mas não tão perto da mesa do bolo. A qual estava cheia de docinhos e no meio se encontrava um bolo de três camadas com uma bonequinha feita de biscuit. Perto da porta tinha um quadro com a foto da prima do Lee: Joana. Ela era linda. Na foto mostrava o rosto dela com um lindo sorriso ocupando os seus lábios. As bochechas mostravam covinhas e seus olhos cinzas mostravam felicidade. Assim que entramos avistamos ela de longe conversando com algumas pessoas e espalhados pela festa se encontravam muito fotógrafos e filmadoras. Joana estava vestida com um vestido longo e roxo. Percebi ao olhar em volta que o tema era roxo e verde. Uma combinação estranha, mas gosto não se discute. Ela avistou o primo e veio em nossa direção:

- Oi Leonardo! - falou ela alegre o abraçando assim que o alcançou. Ele retribuiu o abraço e apresentou os seus amigos:

- Jô esses são Alessandra, Maria Clara e Sandro. Bom o Sandro e a Alessandra você conhece, menos a Maria Clara. Uma ótima menina! - falou ele gentilmente.

- Ah! Prazer em conhecer você. Oi Alessandra, oi Sandro. - disse ela vindo abraçar nós dois.

- Oi.. Parabéns Joana! - dissemos juntos. O que nos deixou constrangidos diante.

- Ah, obrigada! - e logo assim abraçou a Maria Clara. A qual também a desejou os parabéns.

- É.. Jô.. eu os trouxe porque.. meus pais não podiam vir e então, se eu viesse sozinho iria ser meio chato. Espero que não se importe. Eles te desejaram felicidades e se desculparam por não poderem vir.

- Ah! Tudo bem.. claro que não me importo de vocês virem. - ela abriu um sorriso sincero. - Aliás, eu adoro conhecer pessoas novas! Espero que se acomodem muito bem aqui e se sintam à vontade. Dê-me licença um minutinho..

E se afastou da gente:

- Poxa, nem pudemos dar a lembrancinha dela. - comentei estendendo o pequeno presente em minha mão que eu tinha comprado logo cedo.

- É só botar naquela caixa ali de presente ó. - o Lee apontou para a caixa e eu botei o presente ali.

Ele, a Mar e o Sandro também botaram os seus e fomos procurar uma mesa para nos acomodar. Tinha mesa de quatro a seis lugares. Sentamos em uma de quatro e claro que a Mar e o Sandro sentaram um do lado do outro, fazendo com que eu ficasse de frente para ele. Eu tentava ao máximo desviar os meus olhos do dele para não corar. Mas me sentia uma pimenta só de perceber o quanto ele me olhava enquanto a Mar conversava com ele. Em volta se encontrava risadas e conversas alegres. Eu sentia que o pressentimento de antes se tornava cada vez mais forte e cada vez mais perto. Forcei os meus olhos e botei a mão no meu peito, sentindo uma pontada aguda. O Lee percebeu e perguntou preocupado:

- Você está bem?

Abri os meus olhos e dei de cara com os seus olhos azuis:

- Sim.. estou.. bem.. - murmurei desviando meus olhos dos dele.

Isso não adiantou e ele se levantou me puxando junto:

- Vamos dançar? - perguntou ele animado e tentando me reanimar.

Eu hesitei um pouco e tentei negar:

- Hã.. não.. ach.. - tarde demais. Eu já estava na pista de dança nos braços do Lee.

Até que de uma música rápida e divertida, se passou para uma música lenta e calma.

- Ninguém merece.. - murmurei baixo. Mas alto suficiente para o Lee escutar.

- Se você quiser, eu te conduzo nesse tipo de dança.. - disse ele encostando a sua boca perto de meu ouvido.

Eu estremeci com a proximidade e recuei alguns passos para trás, mas fui impedida por alguém me puxando para si e segurando a minha cintura.

- Não acho que seja uma bo..

- Shh.. shh.. - ele me calou encostando um dedo seu nos meus lábios. Apertou-me ainda mais contra o seu corpo e começou a balançar o seu corpo comigo lentamente de um lado para o outro, no ritmo da dança.

Entrelacei os meus braços em seu pescoço e ficamos nos fitando. Hipnotizados com a magia da música e com o calor de nossos olhos. Ele botou o seu rosto apoiado em meu ombro:

- Eu me arrependo muito de ter falado aquilo para você.. me desculpe mesmo.. - sussurrou ele em meu ouvido.

- Já está perdoado há muito tempo.. não se preocupe.. já passou.. - sussurrei de volta.

Ele ergueu o seu rosto fazendo com que este ficasse de frente para o meu e se aproximasse cada vez mais. Senti o meu coração se acelerar e eu queria aquilo. Eu percebi que o pressentimento era de uma coisa boa e não de uma ruim igual à que eu pensava. Eu já recuei tantas vezes, mas estava disposta à deixar isso acontecer. Ele não se adiantou. Parou sua boca bem perto de meus lábios e me fitou:

- Tenho que ir.. - ele murmurou em meio à música lenta e calma.

Eu não entendi e estreitei as sobrancelhas, confusa:

- Como?

Eu sabia que ele não iria embora. Mas, para onde ele estava querendo ir? Ele me soltou rapidamente sem me dar uma resposta e saiu me dando as costas sem uma explicação ou fala qualquer. Eu estava desconfiada daquilo. Saí da pista de dança, a qual ele me deixou sozinha, plantada. Vi que ele se afastava já longe entrando por uma porta de madeira. Não era a saída, nem de emergência e nem a entrada. Pensei em segui-lo, mas.. ele vivia em paz. Não tinha esse direito. Mas, mesmo pensando outra coisa, meu coração dizia para segui-lo. O fiz.

...


Não foi tão difícil passar pela porta, já que ela estava encostada. Passei por ela e dei de cara com o jardim de luzes amarelas presas ao chão, e dando ao lugar um ar tranquilo e sossegado. Dava para ver as estrelas ao céu aberto. Era um jardim grande e me perguntei o que o Lee faria ali. Assim que saí pela porta, virei à única curva do jardim confusa e procurando por ele. Pensei em todas as coisas e possibilidades de ele estar ali, mas nenhuma parecia certa. Penetrei ainda mais por aquele jardim bonito e verde. Tinha enfeites e parecia até um labirinto. Mas dava para ver a luz da saída por ele. Estava começando a ficar preocupada. Cada passo que eu dava, estremecia. De repente o Lee estava ali.. para.. para.. eu nem imaginava!

Consegui ouvir a sua voz assim que ia virar uma curva do jardim. Precipitei-me e recuei uns passos para trás para ouvir melhor o que ele falava. Escondi-me atrás de uma árvore baixa e de folhas grandes e ouvia muito bem cada palavra e sussurro dele e da voz desconhecida a qual ele conversava:

- Aqui não..

- Por quê? Ta com medo de algo? - sussurrava a voz desconhecida com um ar de maldade.

- Não é que.. é a festa da minha prima e..

- Não se preocupe Léo.. ninguém nos verá.. - Léo?

- Por favor, é melhor não.. - ele fingia implorar. Ou não.

- Se concentre só em mim.. ta bom?

E então tudo se calou. Percebi que a voz era de uma garota. Mas.. o quê? Que garota? Será que ela o matou por ele não fazer o que ela queria? Ou deu algum remédio para ele desmaiar? Apavorei-me com os meus pensamentos e me adiantei a olhar. Arrependi-me logo ao fazer isso. Lágrimas desesperadas escorriam de meus olhos azuis escuros e eu soluçava baixinho ao ver a cena horrível:

O Lee e a Tatiana estavam no maior amasso..

Na hora pensei que poderia ser só a minha imaginação inocente ou coisa parecida. Mas era verdade. Pois eu piscava e até me belisquei para ver se era um pesadelo. Mas não mudou nada, eu estava paralisada olhando aquela horrível cena que acelerou o meu coração e fez eu soluçar ainda mais. Poderia pensar que era um beijo roubado da Tatiana, mas.. ele agarrava ela ainda mais intensamente. Botei a mão em minha boca para eles não ouvirem os meus soluços. À toa. O Lee olhou e viu que era eu que estava escondida ali chorando entre soluços. Eu desviei o meu olhar dali e saí correndo para onde o destino me levasse..

Eu entendi tudo e o por que de meu pressentimento idiota..


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