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História Sonho ruim . . . pesadelo bom. - Cartas para o travesseiro


Escrita por: Amaya-

Capítulo 2 - Cartas para o travesseiro


- Pai! Já disse para eu sempre arrumar a minha cama.. deixa! - meu pai estava de pé na cama tentando arrumar ela mas eu o evitava para isso. Ele não conseguia entender que eu é que trocava a roupa de cama da MINHA cama. E olha que já falei tantas vezes isso para ele.

- Ainda não entendo o porquê de você querer sempre arrumar a sua cama. Minha filha, você já está atrasada para o colégio e devia estar se arrumando agora. Deixa que arrumo a cama para você e troco a roupa.

Eu sinceramente, não sabia o que fazer, não tinha motivos! Ele desconfiaria e iria fuxicar depois que eu saísse e ele estava certo.. eu estava super atrasada. Droga..

- É.. é.. bem.. - ele estava olhando para mim com ar de desconfiado e esperando por uma resposta, enquanto eu não sabia o que falar. - Bom pai.. - surgiu uma idéia idiota, pensei se meu pai iria cair naquela, mas iria arriscar. - ..o senhor sabe que eu gosto de..de que o senhor escolha as minhas roupas de cama.. hehe - dei um sorrisinho tosco e ele sorriu.

- Está bem.. - sorte que o o armário das roupas de cama ficava do quarto do meu pai, e ele sabia de todos os meus gostos. - Vou lá buscar..

Enquanto ele ia para o quarto pegar as roupas, peguei o meu celular e disquei o número do telefone de casa. Sempre fui uma especialista em mudar os números que as pessoas conhecem para um número anônimo, sem nem imaginar quem estivesse do outro lado da linha. Ouvi um toque vindo da sala, e logo soube que era o telefone de casa, ouvi os passos do meu pai indo para a sala e tentando reconhecer o número pelo identificador de chamadas. Eu tinha várias gravações de vozes desconhecidas e com assuntos ilários, selecionei um em que tinha uma conversa super longa sobre jogo de futebol e outras coisas.. enquanto meu pai atendia eu corria para o quarto dele para pegar as roupas de cama. Enquanto passava pelo corredor olhei para o relógio.. eram 12:00h em ponto, eu acordei super tarde e pegava no colégio ás 13:00h, fiz uma expressão de tensão e fui em caminho ao meu rumo. Peguei as roupas de cama e cheguei a ouvir o meu pai falando ao telefone, não entendi se ele estava brigando ou conversando, mas também.. nem me interessava saber, só queria que ele ficasse o suficiente no telefone enquanto eu arrumasse a cama. Rapidamente, entrei no meu quarto e arrumei a cama o mais rápido possível.. vi o meu celular em cima da escrivaninha e percebi que ele ainda falava com o meu pai.. me tranquilizei um pouco e continuei a arrumar. Ouvi o 'click' do telefone da sala.. meu celular murmurou com uma voz de mulher:

" Chamada encerrada "

Ouvi os passos do meu pai se aproximando.. me desesperei.. sai do meu quarto o mais depressa possível, tranquei com a única chave no mundo inteiro do quarto. Quando vire-me, vi meu pai parado na minha frente com uma expressão um tanto aturdida. Abaixei a minha cabeça e esperei pela bronca.. nada.. o único som do meu pai que ouvi foi um riso engraçado.

- Sempre soube que tinha uma filha muito esperta.. - ele falava rindo e acariciava a minha cabeça , provavelmente rindo dele mesmo.. o plano era idiota e foi planejado desastradamente, mas.. acabou funcionando, e só foi descoberto quando estava quase acabado. - Você me pegou de surpresa minha filha. Pois é, mas um dia descubro o que tem de tão misterioso que você não deixa eu arrumar a sua cama. - ele fez uma cara de suspense e isso me assustou, ele viu a minha expressão e riu mais uma vez.. - Não se preocupe, se você guarda tão bem.. cuide bem para que ninguém descubra ou veja.. pois pertence a você. - ele olhou para mim com uma expressão séria, e percebi que agora receberia a bronca. - Agora vai tomar banho que já são 12:10.

- Ah é pai.. pois é e.. - levei um susto e saí em disparada para o banheiro falando correndo para o meu pai. - Pai! Vai preparando o meu almoço! - E entrei no banheiro fechando a porta rapidamente.

...


- Que sol forte! - dizia Maria Clara, era uma garota que andava comigo para cima e para baixo, a minha amiga do coração.. ela tem cabelos pretos e cacheados, olhos da mesma cor dos cabelos, a cor da pele é morena e ela é super legal, sincera e muito inteligente. Ela estuda na mesma sala que eu.

- Estudamos em uma região tropical Mar. - dizia Leonardo, era um menino que também andava comigo e com a Maria Clara, ele era do nosso tamanho.. só que um pouco mais alto, cabelos curtos e castanhos claros igual aos meus, olhos azuis e um garoto super inteligente e esperto, usa um óculos moderno de margens pretas sempre quando vai escrever, ver, ler ou digitar. Ele anda mais comigo do que com a Mar, pois ela mora do outro lado da cidade e quase não nos encontramos fora do colégio. É o meu melhor amigo.

Estávamos no recreio, no pátio.. enquanto eu e o Lee lanchávamos.. a Maria pegava um sol.. vê se pode..

- Assim você vai se queimar Mar.

- Não tem problema.. apesar que eu vou ficar com a marca das roupas na pele.. e o sol.. nem se fala nele.. é forte.. quer que eu o descreva? - ela virou-se para a gente, mas continuou na sua posição de pegar sol.

- NÃOO!! - disse nós dois juntos e os três riram. Mar quando descrevia alguma coisa era um discurso infinito.

Maria Clara tinha o apelido de Mar, por o nome ser longo demais para fazer apenas uma chamada e ela acha super legal, e o Leonardo, chamamos de Lee por ele não suportar o seu nome e adora o apelido de Lee, diz que parece ser o nome de um mestre. Ele é especialista em computador e celular e me ensina de tudo referidos a isso, adora coisas digitais.. mas mais que uma máquina fotográfica ele não entende mais do que eu.. a Mar é super ligada em viagens e celulares também, como se percebe-se bem.. somos especialistas em celular.

- Por que chegou tão atrasada no colégio Ale? - era assim que me chamavam, por parecer ser apelido de Alessandra.

Eu hesitei um pouco e respondi rindo:

- Tive um pequeno problema com meu pai sobre a minha cama. - eles sabiam das cartas, mas não pediam detalhes sobre o que eu escrevia, pois eu também não gostava de falar muito sobre o que escrevia e eles me compreendiam.. era como se as cartas fossem meu diário, onde eu me desabafava. E também eles não podiam questionar nada, a Mar tinha um diário onde escrevia tudo o que lhe acontecia, e o Lee.. bom até hoje.. não soubemos de nada..

- Cartas para o travesseiro outra vez? - me perguntou o Lee com um ar de zombaria.

Eu fiquei boquiaberta..

- Como..você..pode..nossa! Droga! - e empurrei ele para o chão verde de matinhos, o pátio do nosso colégio era coberto por um matinho verde onde cobria uma parte enorma dele. Estávamos sentados em cima de uma calçadinha e a Mar num muro perto. Quando empurrei ele para o verde ele me puxou junto e caí por cima dele.
- O pior de tudo é que não posso dizer nada que não sei de nenhum segredo seu.. droga..que...droga! - disse eu, enquanto a gente se levantava eu empurrei ele de novo. Ele caiu na gargalhada.

- Pára de rir! - comecei a fingir que brigava com ele, e ele fazia o mesmo. Riamos muito.. até que a sirene tocou e era a hora de voltar para a sala..

- TODO MUNDO PARA AS SUAS SALAS DE AULA!! ANDA..ANDA.. - falou a chata da inspetora que cuidava para que tudo ocorresse do mais perfeito possível durante a entrada, durante os intervalos, durante os recreios, durante a saída e durante mas não sei o quê.

Nos levantamos e saímos para nossa sala, a fim de aturar a aula inteira até a hora da saída..

...


Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto, meu pai não estava em casa àquela hora pois estava trabalhando. Ele trabalha como cozinheiro-chefe e é muito bom. Botei a minha mochila em um canto do quarto e sentei na minha cama. Não havia sequer qualquer som, em casa ou na rua. Fiquei no mesmo lugar por um momento prolongado e só se ouvia e sentia a minha respiração calma. Estava tão ativa que nem parecia que tinha tido aula.. era terça-feira e só tive aula de Português e Geografia. No dia seguinte seria Educação Física, aí sim chegaria exausta. Pensei e lembrei por um momento o Lee falando no recreio:

"Cartas para o travesseiro outra vez?"

E eu ri. Me levantei e fui para perto do travesseiro, levantei-o, botei a mão dentro da fronha dele e vi a quantidade de cartas que tinha escrito, daqui a pouco eu teria que encomendar um travesseiro gigante para caber todas as minhas cartas, não dava mais. Peguei todas e reli uma por uma.. como fazia todos os dias me inspirando, para um dia estar preparada para a pessoa que me entregar uma..

...


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