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História Sonho ruim . . . pesadelo bom. - Atitude desconhecida


Escrita por: Amaya-

Capítulo 4 - Atitude desconhecida


Pois é.. hoje o Lee vai vim aqui assistir o filme comigo! Essa parte é muito legal! Meu pai já começou a preparar as gostosuras e eu ajudo ele um pouco.. mas ele quase não precisa de ajuda.. é muito rápido para acompanhá-lo.. mesmo assim, faço questão.

...


A manhã demorou muito para passar..

Quando acordei.. fiz tudo o que uma pessoa faz quando acorda.. se olha no espelho, vê o tamanho do cabelo.. lava o rosto, troca de roupa de ficar em casa, toma café da manhã e espera vim alguma coisa para fazer. Pois é.. foi isso que fiz. Tomei café da manhã, e fui ver televisão. Meu pai ás vezes me chamava para lhe ajudar, e eu não me importava. Até a hora do almoço ele já tinha feito tudo. Na noite anterior, o Lee deixou os filmes comigo.. deve estar se perguntando se fiquei pensando no nosso olhar.. pois sim, pensei. Foi estranho, ele é meu melhor amigo e não dá para pensar nada além disso.. ah sei lá! Mesmo assim, dei um jeito de esquecer isso. Ele viria aqui e ocorreria tudo bem. Quando fui almoçar, meu pai estava servindo á mesa, e eu ajudei ele á pegar os pratos e talheres. Quando nos sentamos para devorar a comida deliciosa do meu pai, ele começou a conversar umas coisas comigo sem sentido:

- Está feliz que seu amigo vai vim aqui. E a Maria Clara? - nossa, me senti até constrangida nessa parte, tinha me esquecido dela.. que amiga eu sou.

- Ela foi para a casa da avó dela por causa de seu aniversário e não pode faltar de jeito algum. Mais tarde vou ver se ligo para a avó dela e dou os parabéns. - respondi eu, começando a meter colheradas na boca.

- Vocês irão ficar sozinhos? - ié! Lembrei que meu pai iria sair naquela tarde para um compromisso, e ficaríamos mesmo sozinhos. De repente me descobri completamente nervosa.

- P-Pai! Somos apenas amigos! Ele é de confiança.. e.. além do mais.. - não tinha as palavras certas.. - além do mais.. vamos ver muitos filmes legais.

Continuei a comer, sem olhar nos olhos do meu pai, ele perceberia o meu nervosismo e iria desconfiar de alguma coisa. Preferi não arriscar nada.

- Mesmo assim ficarão seguros? - ele me perguntou.

- C-Claro! Não se preocupe! - eu disse gaguejando.

...


Meu pai estava saindo ás 15:00h, o Lee chegaria ás 15:30h, e eu não tinha a menor dúvida de que com certeza absoluta, ele chegaria em ponto. Era muito pontual. Enquanto meu pai saía, ele dizia:

- Se cuida.. e juízo vocês dois. - havia um certo ar de desconfiança na voz do meu pai, e eu tinha certeza que se ele não confiasse no Lee, não teria deixado nós dois sozinhos.

- Pai.. - disse eu repreendendo ele. - Já disse para não se preocupar.

Ele me olhou e me beijou na testa.

- To indo. Tchau filha.

- Tchau pai.

Enquanto ele se afastava, percebi a confiança dele em mim.. mesmo assim, não entendia o porque de estar tão nervosa. Chegava a me tremer toda. Naquele tempo de pensamentos, percebi que os minutos se passavam e já eram 15:10h. Saí em disparada para o banheiro á fim de tomar um bom banho e de repente até relaxar um pouco o corpo do nervosismo. A água estava refrescante, e pensei em como poderia falar com ele naquele estado. Lavei a minha cabeça, me arrumei.. botei uma calça legging cor preta, com uma blusa longa de meia manga, a blusa era coberta de quadradinhos coloridos, afim de ficar bem discreta. Saí do banheiro e fui arrumar a mesinha que ficava no meio do sofá e da estante da televisão. Tinha tantas coisas boas na mesinha, que dava vontade de atacar tudo que estava ali. Mas um docinho não matava né?! Peguei unzinho e percebi que dava para ver que faltava um no lugar, botei de volta e continuei sentada no sofá, fitando os doces e á espera do Lee. Já eram 15:25h, eu estava tremendo demais! Nunca me senti assim.. estava muito nervosa! Ele era meu amigo! Como poderia me sentir assim, perto dele. E se ele não chegasse? E se ele não gostasse dos docinhos? E se tivesse marcado com outra pessoa para ver filme?... até que a campainha tocou. Levei um susto e fui cambaleando até o portão da casa. Quando abri a porta e me deparei com ele no portão.. ele estava com uma bermuda preta, blusa da mesma cor e um tênis branco com listras pretas.. quase desmaiei quando o vi, não reconheci essa minha atitude, e fui abrir o portão, á fim que ele entrasse.

- Donzelas bonitas desse jeito não deveriam estar descalças por aí, nesses chãos de rua. - o elogio tomou conta de mim, e me senti nas nuvens.. não reconhecia mesmo essa minha atitude! Olhei para os meus pés e percebi mesmo que estava descalça. Voltei o meu olhar para ele enquanto entrávamos pela porta.

- Nossa! Nem percebi que estava descalça. Me desculpe por.. te receber assim. - eu disse com um tanto de constrangimento.

- Que nada! Aliás.. - ele pegou no meu cabelo molhado e cheirou. - Amoras? Nossa! Você acabou de tomar banho e.. está descalça. - e caiu no riso.

- Ah pára com isso! - empurrei ele, e ele caiu no sofá.. me puxou junto como fez outro dia no colégio, cai em cima dele. E novamente, nossos olhos se encontraram, deixei o meu constrangimento para trás e me entreguei áquele olhar de olhos azuis claros brilhantes e maravilhosos. Ele me fitava com um olhar.. que eu não podia reconhecer. Percebi que seus lábios rosados e finos se aproximavam da minha boca, mas antes que se tornasse um beijo.. eu me toquei e me levantei de cima dele, ficando sentada no sofá num nervosismo que transparecia.. minhas mãos tremiam e eu me perguntava:

"Mas que sensação esquisita! Por que estou agindo dessa forma?"

Senti que ele se levantava lentamente, agindo da mesma forma, mas não dava para perceber tanto assim, ficamos sentados pensando no próximo movimento que iriamos fazer. Mas cada vez, que eu me movia.. sentia-me tensa e muito nervosa. O silêncio foi prolongado. Até que o Lee o rompeu:

- Nossa! Que maravilhas de doces e comidas deliciosas! - ele estava fazendo isso, para distrair um pouco aquela tensão que percorria a sala. Me senti aliviada por um momento e me juntei áquela distração.

- E-Eu ajudei o meu pai á fazer. Parece mesmo gostosos. - disse, disfarçando o pouco o nervosismo que me restava.

- Aliás, falando nisso, cadê ele? - disse ele com uma certa confusão na voz. Eu realmente, não esperava essa pergunta.

- Hã.. e-ele.. está.. foi.. - estava gaguejando, por mais que eu queria as palavras não saiam. Forcei bem, mas estava bem difícil. Até que por uma droga de esforço, minha voz saiu como um sussurro. - Ele.. saiu para um compromisso.

Ouve um curto silêncio, e esperei alguma fala do Lee, até que ele disse:

- Então! O que estamos esperando? Vamos ver os filmes! Qual vamos ver agora? - ele olhou para mim.

- Hum.. pode ser.. "A órfã"? Vamos deixar o "Jogos mortais 6" por último, por ser completamente assustador. - fiz uma cara de assassina e caímos no riso, percebi que meu constrangimento já se fora.

...


Os filmes foram completamente shows, eu e o Lee tínhamos muito bom gosto para filmes. Quando aparecia partes de suspense, eu pegava na mão dele e o apertava num abraço. Ele me acolhia com o maior carinho. Quando me dava conta do que estava fazendo, me desvencilhava, e ficava totalmente constrangida. Víamos o filme atacando as comidas que estavam espalhadas pela mesa, mas não tirávamos os olhos da tela á nossa frente. Assistimos á um filme que falava da amizade de um menino e uma menina que se transformava em um grande amor, e no final.. se tornaram namorados carinhosos, teve uma parte do filme em que ele se declarava para ela, e ela fazia o mesmo.. os lábios foram se aproximando e se alcançaram num lindo beijo romântico. Nessa parte eu recuei para a cozinha á fim de buscar um copo de água..

...


Como poderiam fazer um filme daqueles? Isso era impossível de acontecer! Eu pensava assim, porque não gostaria que aquilo me acontecesse.. na parte do beijo a primeira coisa que me veio a cabeça foi o Lee, mas por quê? Na cozinha, estava completamente nervosa, enquanto estava bebendo água pensava nas coisas que eu sentia, não estava reconhecendo essa minha atitude, me apoiei na pia. Minhas mãos estavam trêmulas. Ouvi o DVD parando e uma voz soando atrás de mim:

- Algum problema Ale? Vai acabar perdendo o resto do filme se ficar aí. - levei um susto tão grande que deixei o copo escorregar da minha mão e espatifar num barulho perturbador dentro da pia.

- Droga! - murmurei.

- Eu ajudo. Parece nervosa. - novamente me assustei com o comentário, e ao estar com o pano onde os cacos estavam, deixei cair de novo na pia se espatifando em pedacinhos de cacos.

- Assim você vai acabar virando os cacos em pó. - disse ele em um ar de zombaria. - Você está bem?

- S-Sim, é que.. como podem fazer um filme assim? - resmunguei eu, completamente indignada.

- Por quê? O filme é bonito.. algo contra? - a expressão dele era séria. Ele parou por um momento perto da lixeira me fitando, enquanto eu recolhia os cacos de dentro da pia.

- S-Sim.. quer dizer n-não! É que.. - eu me virei por um momento largando o pano de cacos na pia, e ele estava exatamente na minha frente. Seus lábios muito próximos dos meus. Eu tentava recuar para trás, mas a pia era o limite. Nos fitávamos nos olhos, de olho em olho azul, cada vez baixando o tom, para claro e escuro. Eu tentava continuar a falar, mas estava absorvida em pensamentos com ele. Nossos lábios se aproximavam cada vez mais, eu me tremia.. senti ele envolver o seu braço pela minha cintura. Fechei os olhos , esperando pelo milagre. Até que, sem ao menos eu poder controlar, eu disse: - ..é impossível..

Eu disse isso sussurrando, mas ele ouviu. Abri os meus olhos e senti que ele tomou a frase como um choque. Começou a se afastar de mim, e por um momento me senti angustiada. Ele parecia atordoado.

- Quer dizer que acha.. que é.. – a palavra parecia ser difícil para sair de sua boca, ele falou com um tom rude. - ..impossível.. dois melhores amigos se apaixonarem..

Ele me fitava com uma expressão indignada. Eu continuava no mesmo lugar.. sem saber o que dizer, ou fazer. Estava sem coragem para olhar em seus olhos azuis claros faiscantes, por isso fitava o chão aturdida.

- Pode ser que você esteja certa.. - eu agora olhava para ele, e ele para mim. Ele sorriu. - se quiser acabar de ver o filme vem logo.

E foi á caminho da sala, me deixou ali.. sem ao menos me deixar uma explicação. Como ele mudou de assunto rápido..

...


- Até amanhã! - e foi andando sem olhar para trás.

Fiquei vendo ele ir embora. Me passei tão nervosa na frente dele. Passei por vários constrangimentos. Ele tinha me ajudado á arrumar tudo. Agora tinha que arranjar uma história para o meu pai sobre o copo.. quando pensei nisso, queria voltar ao dia de antes e tirar a história de ver filme na minha casa da cabeça, antes de falar qualquer coisa com o Lee. Me joguei no sofá e recordei das coisas que passamos naquele dia: quando empurrei ele no sofá e ficamos nos fitando, quando ele me prendeu na pia prestes a me beijar. Mas empurrei aqueles pensamentos para longe, á fim que nunca mais voltassem. Foi tudo só imprensão minha. Sem perceber, acabei dormindo no sofá.. com um sorriso no rosto..

...


- Filha.. filha.. acorda.. tá na hora da janta.. - abri os meus olhos e me deparei com o meu pai. Ele estava sentado no sofá, me sacudindo. Levantei, lentamente e o fitei.

- Oi pai. Que horas são hein? - perguntei grogue de sono.

- 21:02h, de tanto ver filme acabou caindo no sono. - ele disse suavemente e sorriu. - Quando cheguei você estava esparramada pelo sofá. Aprontei a janta e te acordei.

- Eu devo ter caído aqui umas.. seis e pouca. Acho que não durmo essa noite.

Eu e meu pai nos levantamos e fomos para a cozinha jantar. Enquanto estávamos jantando meu pai fez uma entrevista comigo de perguntas, quase todas.. foram respostas mentirosas.

- Parece que você gostou mesmo dos filmes minha filha. E vocês se comportaram bem? - perguntou ele.

- Sim - falei mais ou menos a verdade.

- Hum.. - e depois vieram mais e mais perguntas.

Quando me levantei da mesa, fui tomar um banho. Ao entrar no banheiro, me olhei no espelho. Meu cabelo estava solto e descabelado. Meu rosto inchado, e meus olhos azuis escuros brilhantes e fundos. Sorri para o meu reflexo. Prendi o meu cabelo e entrei no chuveiro, a água estava a mesma coisa: refrescante e gostosa. Dava para ficar ali para sempre. Quando saí, botei a minha camisola e fui para o meu quarto. Peguei um papel de carta e antes de começar a escrever.. pensei:

"As cartas são como um diário para mim, eu escrevo tudo o que sinto."

E comecei a escrever:

A amizade se transforma em amor?

É uma complicação! Tenho um melhor amigo.. mas acho impossível que nossa amizade seja alguma coisa além disso. Nunca pude imaginar. Mas.. não vou tocar nesse assunto nunca mais! É estranho.. se duas pessoas tinham que se apaixonar.. como elas podem se tornar amigas? E se no meio de uma declaração, uma das suas pessoas quebra a amizade de uma vez? Para se tornar amor ou nada mais? É complicado. Mas.. eu acho impossível.. não vejo lógica, mas talvez não precise de lógica, só.. amor..


E era verdade, nunca mais daria um passo para frente, para se desconfiar que o Lee iria se tornar algo a mais que um amigo. E nem tocar no assunto, ou dar qualquer pista para isso acontecer. Vejo ele apenas como um bom amigo, já me satisfaz muito. Não quero mais ficar nervosa na frente dele e nem trêmula. Com certeza com o tempo esqueceria aquilo, e tomara que ele também. Nem sei bem, se é bom pensar no assunto.. mas uma dúvida ainda me deixava encucada:

- Será possível?


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