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História Sophie - A Banheira


Escrita por: glissbenevetti

Notas do Autor


Oi, meus amores. Eu demorei um pouco, pois esse capítulo foi muito difícil de escrever. Além dele ser grande ele fala de assuntos um pouco difíceis.
ATENÇÃO! ATENÇÃO!
Esse capítulo pode conter gatilho de relacionamentos abusivos. Se isso não te faz bem, NÃO LEIA!
Espero que gostem! Boa leitura!
Obs.: Música do capítulo nas notas finais.

Capítulo 15 - A Banheira


Fanfic / Fanfiction Sophie - A Banheira

Ajudei Sophie a entrar no carro, depois sentei no banco do motorista. Enquanto dirigia até a casa dela, ela tirou o par de saltos dos pés e encostou a cabeça na janela. Uma música calma tocava no rádio, preferi não fazer mais perguntas para ela. Quando se sentisse confortável, dir-me-ia algo.

Não demoramos muito para chegar ao prédio dela. Estacionei e a ajudei a sair do carro e a andar até o apartamento. Eu quis carregá-la no colo, mas ela disse que não queria. Preferi não discutir.

Ela me deu a chave do apartamento, e eu abri a porta. Andei com ela até o quarto e a deixei sentada na cama. Fui até a cozinha peguei um copo d'água e dei a ela.

- Não quero. - Ela resiste coçando o olho. Eu me agacho e seguro a outra mão dela.

- Sophie - ela tira a mão do olho e me olha -, por favor… - Ela me encara e depois move os olhos para o copo na minha mão. Ela o pega levemente e bebe um pouco. Solto o ar que eu nem sabia que segurava. Sophie devolve o copo, e eu volto para a cozinha a fim de deixá-lo na pia.

Voltei ao quarto ponderando sobre algo que eu deveria fazer. Ela precisava disso ou ficaria muito pior no dia seguinte, ou até mesmo naquele momento. Quando voltei ao quarto, fui direto ao banheiro e vi uma banheira que não tinha reparado da última vez, pois estava tão nervoso que nem pensei em reparar em tudo que tinha no banheiro.

Agradeci aos céus por aquele objeto estar ali. Tudo estava mais fácil. Abri a torneira que julguei ser a de água quente e coloquei minha mão embaixo. Certifiquei que era a torneira da água quente e abri mais para aquilo encher mais rápido. Voltei ao quarto e ofereci minha mão para Sophie.

- O que está fazendo? - Ela pergunta confusa.

- Você precisa tomar banho. Não sei o quanto você bebeu, então, precisa tomar banho para que sua possível ressaca não seja muito pior. Ela me olhou ponderando o que eu tinha falado. - Não vou olhar nada. Você entra de roupa íntima e tira já dentro da banheira. - Estendi mais a mão para ela, que a pegou timidamente.

Acredite, Sophie, estou mais desconfortável que você.

Levei-a até o banheiro e a deixei sentada no vaso com a tampa abaixada. Olhei a banheira, e ela estava meio cheia. Não faltava muito.

- Vou me virar e você tira o vestido, pode fazer isso sozinha? - Ela assentiu, e eu me virei.

Alguns segundos depois, eu senti uma cutucada nas costas. Olhei para o lado e vi a mão de Sophie segurando o vestido que até momentos atrás estava em seu corpo. Peguei o vestido, dobrei e o deixei em cima da cadeira que tinha no quarto.

Voltei ao banheiro praticamente encarando o teto para não olhar para Sophie, a qual eu nem precisava olhar para saber que estava terrivelmente envergonhada. Olhei para uma prateleira e vi que tinha um pequeno frasco, que supus ser para fazer bolhas na banheira.

Por que não?

Peguei o frasco e despejei um pouco do conteúdo para fazer algumas bolhinhas.

Alguma coisa para animá-la.

Desliguei a torneira quando vi que a banheira já estava cheia. Andei até Sophie, olhando para o teto e a peguei no colo. Coloquei-a levemente dentro da banheira. Eu já ia sair do banheiro quando uma voz baixa murmura algo.

- Fica.

- O quê? - Perguntei finalmente podendo olhar para ela. O cabelo dela estava num coque desajeitado que ela deve ter feito enquanto eu deixava o vestido no quarto.

- Fica aqui, por favor.

Penso um pouco sobre isso, mas acabo cedendo. Sentei na parede paralela ao vaso e consegui ver a lateral da banheira. Sophie estava olhando fixamente para o teto.

- Às vezes, eu me sinto tão cansada, sabe? - Ela fala.

- Do quê?

- De tudo… - Ela suspirou. - Das pessoas fazerem o que bem entendem comigo, falarem o que bem entendem para mim, me abandonarem quando bem entendem… Isso cansa. - Ela fez uma pausa. - Eu sei que você quer saber o que aconteceu e prefiro contar agora que estou um pouco bêbada do que contar amanhã quando tudo pode me atingir de um jeito mais forte por causa da sobriedade… Bom, meu ex me desbloqueou hoje de novo.

- Perdão, você disse “de novo”?

- Sim…, ele já fez isso outras vezes. Hoje, não diferente das outras vezes, ele ficou me perturbando. Ele falou umas coisas… Eu fingi não ligar e sair por cima, mas aquilo mexeu comigo… - Ela virou o rosto em minha direção e olhou para mim. - Eu sou uma pessoa horrível? - As lágrimas começaram a se formar nos olhos dela. - Eu sou tão deplorável assim que ninguém gosta de mim? - Eu levantei, andei até a banheira, encostei-me de lado nela e olhei para Sophie.

- Você é a pessoa mais maravilhosa que eu já conheci na minha vida. - Falei secando as lágrimas dela. - Nunca deixe ninguém, NINGUÉM te dizer o contrário. - Nesse momento, a porta do banheiro, que estava encostada, abriu e de lá apareceu uma pequena figurinha cor de mel curiosa. Rony andou até mim, e eu o segurei nas mãos. Ele ficou esticando a cabecinha cheirando a beirada da banheira olhando para Sophie. - Ele te ama muito. - Ela sorri, põe o dedo indicador esquerdo dela para fora da banheira e faz um leve carinho nele. - E eu também. - Ela levanta os olhos, que até então estavam no gato, para mim.

- Você me ama? - Ela sorri mais ainda, e eu sorrio de volta.

- Muito. Você já me ensinou tanto! Você já me mostrou tantos lados incríveis da vida. Antes de você eu só estava existindo, agora eu estou vivendo! Não consigo entender como uma pessoa tão incrível como você pode acreditar em falas tão estúpidas. - Sophie me encarava sorrindo e chorando ao mesmo tempo.

- Daniel, você é tudo! - Ela parou um momento, diminuiu o sorriso e voltou a olhar para o Rony em minhas mãos. - Eu menti.

- O quê?

- Eu menti para você aquele dia no parque. - Ela fechou os olhos e suspirou. - Meu último relacionamento não foi muito bom. - Ela abriu os olhos novamente.

- Como assim?

- Bem, no começo ele foi. No começo, foi como se eu estivesse em um conto de fadas. Só que não ficamos assim até o final. Quando estávamos há uns cinco ou seis meses juntos, ele começou a mudar. Ele era um amor quando estava na frente das pessoas, com a minha família e com meus amigos, mas, quando estávamos sozinhos, ele era uma pessoa totalmente diferente. Era muito grosso, arrogante, mentia para mim, porém mantinha tudo entre nós e fingia para os outros. Eu não fazia isso, eu mostrava estar chateada, mas todos achavam que era sem motivo, então, eu saia como a errada da história. - Meu coração havia parado no meio da fala dela. Um nó estava preso em minha garganta, e eu não sabia o que falar.

- Ele já… - Não consegui concluir a pergunta. Aquilo era cruel demais.

- Me bateu? - Eu concordei com a cabeça. - Não, ele não era tão covarde assim. E, se fosse, levaria um belo de um soco em troca. - Sorri levemente com a afirmação. - Bom, tudo isso continuou até que eu não abaixei a cabeça para ele e comecei a bater de frente quando estávamos juntos, mas aí vinha o ator ganhador do Oscar fazer drama e chorar, e eu saía como culpada de novo. Enfim, isso me desgastou muito. As pessoas sempre faziam ele de coitado e ficavam do lado dele. Eu era a vilã. - Ela parou um pouco. - A única vez que eu não fui a vilã foi quando ele me traiu. Daí, todos que ficavam do lado dele abriram os olhos para quem ele realmente era e ficaram do meu lado. - Ela virou o corpo de lado para facilitar o carinho no gato. - Você vai me abandonar, Daniel? - Segurei Rony apenas com a mão esquerda, levei a direita ao encontro da mão esquerda dela, segurei-a e olhei Sophie bem no fundo dos olhos.

- Eu jamais farei isso. - Ela sorriu de leve e começou a chorar copiosamente.

- Me desculpa. Me desculpa mesmo! Eu sei que você não faria isso, mas eu precisava ter certeza. Todos que eu já amei e me apeguei um dia me fizeram essa promessa… Nenhum deles cumpriu, exceto minha mãe. Mas os outros? Ninguém… Eu não aguento mais ser abandonada pelas pessoas. Eu não aguento mais ser traída pelas pessoas. Eu não aguento mais. - Segurei a mão dela mais forte. Eu precisava mostrar que estava ali por ela.

- Eu não vou embora. Não vou te abandonar. Nunca. - Ela sorriu verdadeiramente para mim.

- Obrigada, Daniel.

Eu, ela e Rony ficamos lá por mais alguns minutos. Até que eu deixei o gatinho no chão e fui ajudá-la a sair da banheira. Estendi a toalha na minha frente, ela se levantou, e eu a abracei com a toalha. Ela soltou uma leve risada com isso. Virei-me de costas para ela se secar e se enrolar na toalha. Dei a mão para ela sair da banheira e fui até o quarto pegar a camisa grande e o short dela. Saí do banheiro para ela se vestir e arrumei a cama dela. Ela saiu do banheiro com aquela camisa enorme que ia quase até os joelhos e andou em direção à cama.

- Não vou dormir com você hoje. Você precisa do seu momento de paz. - Agachei-me para pegar o animalzinho que zanzava entre as minhas pernas e o coloquei ao lado dela na cama. - Ele vai ser sua companhia essa noite, mas você sabe que qualquer coisa estou no quarto ao lado.

- Eu sei, obrigada de novo, Daniel. - Passei a mão no cabelo dela.

- Não precisa agradecer, Sophs. - Sorri e me virei para sair do quarto.

- Daniel – Sophie falou. Eu parei na porta e me virei para ela. - Eu também te amo. - Eu sorri e fui para o quarto ao lado dormir.


Notas Finais


Chorei com força escrevendo esse capítulo, sério. Não tenho palavras, então, é isso. Espero que tenham gostado! xoxo
Música do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=k4V3Mo61fJM
Obs.: Seria ótimo se vocês ouvissem a música, pois ela mostra como a história da Sophie atinge ela e o Daniel.


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