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História Sorte No Azar - Hospital


Escrita por: Princesa_Fefeh

Notas do Autor


Olha quem voltou??? Alguém acordado(a)?
Segue o capítulo.
😉❤

Capítulo 11 - Hospital


— Não, não sou da família, mas é como se...

Eu não podia completar aquela frase. Mas se fosse o único modo de entrar, será que valeria a mentira? Sempre quando fico tensa, vacilo no idioma, então, precisava respirar, e ver se ainda me fazia entender verbalmente no país.

Logo que entreguei meu celular a Josy para que ela mesma visse o conteúdo padrão de todas as mensagens, voei para o quarto, saindo de lá em instantes. Minha amiga insistiu que eu me acalmasse e que também iria junto, mas eu sabia que naquele momento quanto menos gente no hospital, melhor. Eu conhecia a Marta.

E, então, depois de prometer notícias e que não cometeria nenhuma loucura no trânsito, pois se eu morresse, ela me mataria. (Acredite, apesar da falta de lógica, os olhos de Josy davam medo.), eu saio de casa. Bárbara tinha sido encontrada nas três últimas horas numa estrada afastada do centro, mas eu sabia muito bem a sua parada antes do acidente.

— Por favor, senhorita, eu preciso subir e ver a Bárbara...

— Lara?

Desvio o olhar da recepcionista para a mulher de traços cansados e que estava contente em vê-la. Seus olhos, embora que mínimos, não escondiam a tonalidade vermelha. Seguro a bolsa sobre os ombros e dou um sorriso educado para quem me atendia antes de me afastar do balcão.

— Eu vim assim que soube. Como a Bárbara está?

Diante dela, tentei aparentar a melhor postura possível. A situação pedia cuidado. Mas então percebo que a seriedade da mulher não era só de preocupação pela filha. Os mesmos olhos inchados, refletiam o descontentamento em me ver ali.

Ela sabia.

Com um gesto silencioso, pede para que eu a siga.

— O Leo me contou tudo.- diz após alguns passos .— E eu só não o expulsei, porque a minha filha gosta do sujeito e ele querendo ou não, é da família. Mas já você... Não acha que é muita ousadia está aqui?

— Por favor, Marta. Ela chegou a acordar?

— Acordou, sim. Mas minha filha poderia estar morta, Larissa! Que ideia foi essa em permitir que a Bárbara pegasse o volante no estado abalado que ela se encontrava? Francamente, Lara...

— Você não está sendo justa. Eu não queria que a Bárbara tivesse descoberto tudo daquele jeito, mas... Aconteceu. Eu entendo seu lado, Marta, mas eu também estou preocupada.

— Preocupada? Ou culpada?

— O quê?- profiro quase inaudível.

— Eu não sabia dos problemas da minha Babi, mas pelo que fui informada, você foi o apoio dela nesses dias. Você sabia muito bem da sua fragilidade, da situação difícil... Ela confiou na antiga amiga, Lara. Tinha que ficar justo com o Leonardo? Eu esperava mais da menina que vi crescer! Eu juro por Deus que se a Bárbara não tivesse resistido... Lara, vai embora.

— Marta...

— Você está surda? Vai embora! - Ela chamava atenção de muitas pessoas agora.

— O que está havendo aqui? Lara.

O ruivo não podia ter chegado em melhor hora. Sinto o ar ficar muito menos rarefeito. Inspiro e expiro, aliviada. Mas seu rosto refletia confusão. Lógico. O inglês não estava sendo falado.

— A Lara já sabe onde é a saída principal, né, querida? A presença dela é o que a minha filha menos precisa no momento.

— Eu acho que sim. Eu só... queria saber notícias da Bárbara.

— A Babi está te chamando agora, Marta. Vai e deixa que eu explico tudo para Lara.

Ela segue contrariada e Leo me guia pela mão para um corredor mais calmo.

— O que ela falou é verdade? O quadro da Bárbara é muito grave?

— Não, a Marta só está descarregando em cima de você, já que soube da verdade. O quadro da Babi não é grave, mas é delicado.

— Como assim? – o olho, confusa. — Por favor, faz sentido.

— A Bárbara quando acordou, acordou agitada e não deixava de perguntar se o seu bebê estava bem.

— Bebê? Então, a Bárbara perdeu a memória?

— Sim. Mas como eu te disse, é um pouco mais delicado que isso. A Bárbara recebeu a notícia da perda...Ela simplesmente não aceitou, Larita. O que ela tem por todos os sintomas, é uma gravidez psicológica.

— Nossa, Leo. Eu... Eu não sei nem o que dizer. Coitada da Bárbara. É um quadro bem delicado mesmo. Mas ela está bem? Que dizer, fisicamente. Alguma sequela?

— Não, tirando o corte na testa e alguns arranhões, ela se encontrava aparentemente estável. Monitorada mais pelo procedimento de praxe. No fim, o que ela fez e conseguiu foi nos dar um grande susto.

— Eu estava preocupada. Eu estava com a Josy, não vi suas ligações...A Marta me olhou com tanto desprezo...

— Ei, ninguém tem culpa de nada.- Ele deposita um beijo na minha testa e eu me deixo aconchegar no seu abraço.— A Marta só está nervosa. E agindo como mãe.

— Eu queria a minha mãe. Você está aqui faz tempo, né? – afasto para o encarar, mudando o foco da conversa. — Deve estar com fome. Eu vou buscar alguma coisa para você na lanchonete.

— Larita, na verdade, é melhor você ir para casa. A Bárbara ainda vai ficar sendo observada, não se tem muita coisa para fazer por aqui.

— Mas você vai ficar? – Antes de obter a resposta, uma dúvida invade meus pensamentos, mas logo parece se esclarecer. — Espera... A Bárbara não se lembra do término de vocês também?

— Até o momento... Não. Varia muito de caso para caso, mas ela teve o acidente hoje. Com certeza é somente questão de tempo.

— E até lá vai namorar a Bárbara? É isso que estou entendendo, Leo?

— Não, claro que não, Lara. Minha história com a Babi teve ponto final e sabe disso. Mas a Marta realmente me perguntou se eu podia...

— E você pelo visto concordou. Com licença.

— Larita, espera. Não faz assim. – Ele bloqueia a passagem, me puxando para perto com o braço. — Você pode tentar entender? Por favor. Não, eu não concordei com nada, antes de conversar com você. Mas...

— Mas o quê? Existia uma possibilidade na sua melhor versão de eu falar “ Okay “ e ainda te incentivar? Isso não tem lógica. Nenhuma. A volta do namoro não vai fazer a Bárbara recuperar a memória mais rápido.

— O quadro é complicado, Lara. É que você ainda não viu a Babi. Ela está confusa, está frágil...

— E você se sente responsável. – Leo me olha pronto para negar o fato. — Está sim. É por isso que está fazendo tudo isso sem nem hesitar. Eu confesso que também me senti meio mal quando soube da batida com o carro. Os horários batem e sabemos disso. A única diferença é que no meu caso não tem sentimentos a mais envolvidos.

— O que está querendo insinuar? Lara, eu não gosto da Bárbara. Quer dizer, eu tenho um carinho enorme sim, mas de amigo.

— Você tem certeza? Leo, você quase foi pai duas vezes. Tiveram uma história. E agora que ela está num estado abalado, tudo isso... Tudo isso mexeu com você. Eu não queria está vendo isso, mas é a verdade. Só de ponderar a ideia de namorar a sua ex é prova disso.

— Eu não vou namorar a Bárbara, Larissa! É fingimento. É tão difícil entender essa parte? – A irritação se exalta.

— Com a Bárbara desmemoriada, Leonardo? – retruco no mesmo tom usado. — Como pretende essa proeza?

Os nossos gritos estavam atraindo olhares. Respiro fundo a fim de encerrar aquela conversa, esvaecida.

— Lara...

— Quando você estiver mais certo do que sente, sabe onde me procurar. Me sentir em segundo plano, não.

Viro, por fim, para a saída. Eu precisava ficar sozinha.

E definitivamente queria estar errada.


Notas Finais


😘😘👸


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