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História Sou Alaska - Eleanor Rigby.


Escrita por: ppacespearb

Notas do Autor


LEIAM AS NOTAS FINAIS

(fiquei com dó, por isso tô postando já.)

Capítulo 9 - Eleanor Rigby.


Ele arregaçou as mangas da jaqueta jeans e foi em direção ao vulto. Criando explosões para chegar mais rápido. Imediatamente atacou, sem nem sequer preocupar-se em saber quem era e porque estava ali. Apenas precisava ir até o Deku.

– SEU FILHO DA PUTA. QUEM É VOCÊ E O QUE VOCÊ FEZ COM O DEKU? –  Conseguiu olhar de relance para o corpo imobilizado do esverdeado no chão, ele estava completamente petrificado, como uma estátua. –  QUE PORRA É ESSA? – O vilão se desviava com certa dificuldade das explosões de Katsuki. Devido a maneira impensada que atacava, era mais fácil para o homem de preto prever os movimentos do loiro, mesmo com dificuldade.

Bakugou você precisa se acalmar. Você precisa se acalmar. Está tudo bem com ele. Ele está bem. Então por que ele parece estar morto?

– NÃO VAI ME RESPONDER SEU DESGRAÇADO? – Katsuki conseguiu atingir o homem com o joelho, mas ao desviar das mãos pálidas do mesmo, levou um chute no maxilar, cambaleando ao lado. Sentiu sangue escorrer pelo queixo.

– Vocês pirralhos lutam bem. – O homem gargalhou, notavelmente se divertido. – Se quer salvar seu namoradinho… Vai ter que me matar.

– QUE PORRA VOCÊ TÁ FALANDO SEU DESGRAÇADO DE MERDA? – Bakugou se afastou, zonzo, tentando se recuperar do chute que levara. Nem conseguiu assimilar o que ele quis dizer com “namoradinho”.

– O efeito da minha individualidade, só passa se eu estiver morto. Se não me matar. Seu namorado vai ficar daquele jeito pra sempre. – As risadas eram altas, o vilão quase perdia o ar. – Mas, heróis não matam, né? Então minha escolha é matar você, assim você não fica tão triste. Aceite esse ato de caridade. – Ele partiu para cima de Bakugou novamente, que desviou com maestria.

A mente de Katsuki estava em branco. Como se não fosse capaz de raciocinar mais. Ele não tinha escolha. Não havia outra escolha. Não podia tentar chamar reforços. Não existia alternativa.

 

Foda-se. Que se foda com isso de herói.

 

Se precisava matá-lo, então faria isso com um único golpe.

 

Guiou uma explosão para o chão, sendo impulsionado para o ar, criando uma cortina de fumaça. Surpreendendo o homem, que parecia mais lento, e dificultando a visão do mesmo. Bakugou jogou as pernas sobre os ombros do vilão, imobilizando-o, agarrou a cabeça do mesmo com ambas mãos, juntando o máximo de suor que seu corpo era permitido de produzir. E com isso:

– STUN GRANADE. – Provocou duas explosões gigantescas contra o rosto do vilão de preto. Katsuki foi arremessado para longe por conta disso, e algumas leves queimaduras permearam seus braços.

Esperou a fumaça dissipar, e viu que o vilão estava estirado no chão. Muito possivelmente morto. Mas, não se deu ao trabalho de ir até ele, correndo imediatamente até o corpo de Izuku, que continuava completamente estático.

– Deku. Deku?! – Jogou-se de joelhos ao lado do corpo, deitou a cabeça sobre o peito do mesmo, tentando ouvir batimentos cardíacos. Estavam fracos, mas existiam. – MERDA. – Agora aproximou-se do rosto, para verificar se respirava, assim como os batimentos, era uma inspiração quase imperceptível.

Midoriya tinha as orbes redondas arregaladas, e os lábios pressionados. Mas, Katsuki percebeu a expressão dura se suavizar. O corpo parecia estar reagindo, voltando a ser maleável. Bakugou imediatamente passou os braços ao redor dos ombros do esverdeado, apoiando a cabeça do mesmo contra o seu peito. Segurou as bochechas, com a mão livre, apertando-as.

– Deku? – Deu alguns leves tapinhas na face do menino.

O coração de Katsuki parecia que iria arrebentar a caixa toráxica. O desespero tomava conta de cada átomo do seu corpo. E ficou ainda maior quando as pálpebras do desfalecido se fecharam.

– Izuku? IZUKU? NÃO BRINCA ASSIM COMIGO. ACORDA. ABRE ESSA PORRA DESSE OLHO. VOCÊ NÃO SE ATREVA A FAZER ISSO COMIGO. – O loiro já não tinha mais controle de suas emoções. Lágrimas começaram a banhar toda a extensão do seu rosto, sem que ele ao menos percebesse. – Você não vai morrer. Você não pode morrer. – Seu cérebro já não funcionava mais. Não podia levá-lo ao hospital, não podia pedir ajuda. Do contrário tudo iria por água abaixo. Eles seriam punidos, ou até mesmo expulsos da Academia. Ainda mais ele, que não tinha provisória. Isso se Midoriya permanecesse vivo. Não podia arriscar. Eram apenas variáveis negativas. – Acorda seu desgraçado! – Implorou em um sussurro, sem condições das cordas vocais. Chacoalhou o corpo amolecido, pousou mais uma vez a cabeça sobre o peito de Izuku para conferir os batimentos, assim como o pulso também. Pareciam estar voltando ao normal. – Você não pode me deixar, caralho. Izuku, por favor. Acorda, por favor. – Só se fazia rogar para que despertasse. Abraçando o corpo do baixinho contra o seu.

– Ka-ka...Kacchan? – A voz era um sussurro, quase inaudível, mesmo assim fez Bakugou se  sobressaltar.

O loiro se afastou de imediato, mas ainda segurando o menor contra o seu peito, encarou-o. Midoriya abria vagarosamente os olhos, e tentava se movimentar. Sentindo uma dor enorme nas juntas de todos os membros. Que merda tinha acontecido? E porque Kacchan estava ali? Ainda por cima aos prantos?

– Izuku?! Deku?! Seu idiota. SEU IDIOTA. Como você se atreve a fazer isso comigo? Se você quase morrer assim de novo, eu mato você. Eu juro que eu mesmo mato você. Caralho. CARALHO. – Ele ainda apertava o corpo do esverdeado contra o seu, em um desalento absoluto, ignorava as lágrimas que ainda jorravam insistentes. – Você consegue se levantar? Tá sentindo alguma dor?

Um sorriso fraco brotou nos lábio de Midoriya, inevitavelmente soltou um riso frouxo. Seu corpo parecia completamente sem energia, todos os músculos doíam. Apesar de não ter nenhum ferimento grave aparente.

– Tá rindo do que, nerd? – Bakugou passou a se acalmar, soltando um pouco o aperto, mas ainda segurando o menino junto de si.

– Acho que você vai conseguir passar no teste da provisória. – Falou simplista. Midoriya tentou se mexer, testando primeiramente os braços e dedos, movendo-os com dificuldade. Ele estava completamente absorto pelo aroma de Katsuki, tão junto dele, era um misto de glicerina e frutas cítricas. – Só precisa ficar menos desesperado. – Completou, em uma provocativa, tentando fazer Katsuki voltar ao comportamento normal que não fosse aquele de garoto assustado que Izuku nunca havia visto. – O que aconteceu? De onde você veio, Kacchan? Um vilão que nunca vi apareceu aqui. Disse que estava vigiando nossas casas. – Começou a murmurar e reparou o queixo do loiro sangrando. – KA-KACCHAN! Você está sangrando!

Bakugou começou a voltar a sua normal consciência, percebendo toda a merda que tinha acontecido. Foi soltando Izuku aos poucos, verificando clinicamente se ele tinha condições de se manter sentado.

– Você consegue se levantar? Precisamos sair daqui, rápido. Antes que a polícia chegue. Não dá tempo de conversar agora. – Várias sentenças sem palavrões, Izuku mal conseguia reconhecê-lo. Katsuki levantou-se. Batendo as mãos nos joelhos. Estendendo a mão para Midoriya. – Só não faço ideia pra onde vamos.

– Podemos ir pra minha casa. É mais perto. Minha mãe não tá lá. – Pronunciou percebendo a urgência do outro em sair dali. Pegou a mão do maior e ergueu-se com dificuldade. Conseguiria andar, mas com muito revés. – Ka-ka-kacchan?

Katsuki virou de costas para Deku, segurando as pernas dele e puxando-as ao redor da sua cintura, fazendo com que ele subisse, e agarrasse obrigatoriamente seus ombros.

– Você não parece que tá aguentando andar, porra. – Rosnou. E começou a correr em direção ao prédio de Izuku, com ele pendurado em suas costas.

Passando pela praça, Midoriya notou de relance um corpo sob a grama. Seus músculos tencionaram novamente.

– Ka-kacchan… Ele… Ele tá… morto?

– Já disse que não dá tempo de conversar agora, caralho.

 

----

 

– A caixa de primeiro socorros ainda fica no mesmo lugar? – Katsuki andava pela cozinha de Inko, enquanto Izuku encontrava-se sentado no sofá da sala do apartamento simples. O loiro olhou de soslaio para a figura miúda ali. “Está tão óbvio assim que gosto dele?” Lembrou-se da frase que ouviu as escondidas, em seguida recordou do corpo dele estirado no chão, quase sem vida, há minutos atrás. Mais uma vez faltou ar nos pulmões. E se tivesse sido um blefe? E se o vilão o manipulou para que ele fizesse aquilo, para que então, ele se tornasse parte daquela corja? E se não fosse um blefe? O que faria se Deku estivesse morto? Olhou mais uma vez a figura de cabelos verdes, que alongava as pernas. Chegou a conclusão que se Deku estivesse morto, ele preferiria morrer também.

– Em cima do armário do lado esquerdo do fogão, Kacchan. – Izuku respondeu, retirando Bakugou de seus devaneios, enquanto abaixava e levantava as pernas, procurando alguma contusão. Suas juntas ainda doíam, mas um tanto menos do que antes, as dores eram como se Midoriya houvesse pegado muito pesado em um treino. Começou a murmurar, tentando analisar que individualidade seria aquela. Foi interrompido com o baque da maleta de primeiro socorros na mesa que ficava na frente da sala.

– Você não perde essa mania, hein, nerd. – Bakugou bufou, abrindo o compartimento, procurando alguma pomada para as queimaduras do braço. Sua sorte era o início do inverno. Conseguiria escondê-las. Por mais superficiais que fossem, ainda eram visíveis.

– Kacchan… o que houve? Ele… ele está mesmo… morto?

Katsuki ainda sentia náuseas. Quando sua vida tinha virado de cabeça pra baixo daquele jeito? Todas aquelas coisas ditas pela mãe e agora ele tinha acabado de matar um cara.

Realmente, o universo não gostava mesmo dele.

– Muito provavelmente. Ou… você não estaria aqui. – Tentou parecer natural, mas aquilo o assustava. Era como uma âncora, puxando-o para o fundo, em uma escuridão infinita. Cerrou os olhos, respirando fundo. – Ele disse que se eu não o matasse, você nunca voltaria ao normal. Eu… Eu… Eu não tive escolha. Pelo menos… dessa vez… fui eu quem te salvei. – Murmurou por fim, passando uma pomada ao redor dos pulsos, e pela extensão dos braços.

Midoriya prendeu o oxigênio. Pesando aquela informação. Bakugou havia arriscado toda a sua carreira como herói para salvá-lo. Se descobrissem, o maior provavelmente seria expulso e levado para algum tipo de detenção juvenil. Nunca mais poderia agir como herói. E constatar isso, foi o mesmo que estar afogando em mar aberto.

– Você tá murmurando de novo, Deku. – Katsuki deu um leve tapa no ombro do esverdeado, chamando-lhe a atenção. – Não vamos pensar nisso agora. Por favor.

Katsuki Bakugou havia arriscado tudo para lhe salvar. E agora Katsuki Bakugou lhe pedia por favor.

Quando foi que tudo ficou de pernas pro ar assim?

Izuku fitou o loiro ao seu lado, ele se sentou no sofá, ainda tinha o queixo coberto de sangue seco.

– Posso dar um jeito nisso? Melhor cuidar, antes que infeccione. – Midoriya corou completamente, e apontou para a mandíbula do rapaz. O maior apenas assentiu. Izuku pegou algodão e antisséptico na caixa. – Com licença, Kacchan… – Segurou o rosto do menino entre as mãos, a sensação de percorrer os dedos pela superfície macia da face de Bakugou lhe causou arrepios. Passou o algodão vagarosamente pelo machucado, recebendo uma careta em troca. – Dói? – Parou o ato.

– Claro que dói, né, nerd. – O tom que usava, apesar de tudo, era calmo. – Tsc. Só… acabe com isso logo.

Seus rostos estavam próximos, o hálito de cada um massageava a face do outro. As respirações estavam pesadas, no mesmo ritmo. Katsuki observava Izuku concentrar-se em fazer o curativo. O esverdeado ainda tinha as maçãs rubras, as sardas estendiam-se pelas bochechas salientes, e Bakugou chegou a conclusão de que aquela constelação de manchinhas claras eram a sua característica física favorita nele. Sentia vontade de contá-las passando o dedo sobre elas. É, eu perdi a cabeça. Tô completamente fodido. Não entendia absolutamente nada daquela sensação estranha que apalpava-lhe o peito. “Eu só quero que você encontre alguém que seja capaz de pegar os seus pedaços e colocá-los de volta no lugar. Que feche os machucados que eu tanto infeccionei.” A frase devastada de Mitsuki se tornava literal naquele momento. Fitar aqueles grandes olhos verdes faziam com que Katsuki visualizasse a si mesmo. Como solitário que era. E bem, Deku era quem estava ali, para todas as pessoas solitárias.

– Acho que acab…

Izuku pretendia retirar a mão do rosto de Katsuki, após pressionar um band-aid no corte. Mas, seus dedos foram capturados pelo os do mais alto quando teve a intenção de fazê-lo. Os olhos escarlates devoravam os esmeraldinos, enquanto entrelaçava os dígitos largos na mão repleta de cicatrizes de Midoriya, a outra mão livre do loiro pousou na proeminência da face gordinha do esverdeado, passando o polegar calejado pela região do toque.

– Ka-kacc… – O menor foi traído pelas próprias cordas vocais.

O hálito quente de Bakugou ricocheatava contra o rosto de Deku, a aproximação do loiro era lenta, como se o mesmo estivesse em uma guerra mental enquanto se movia. E realmente estava. Seus narizes já roçavam um no outro, Izuku mantinha os olhos arregalados, mas, sem forças para se afastar, passou a fitar os beiços róseos que alcançavam os seus. E em uma decisão nada racional, Katsuki definhou a distância entre os lábios. A maciez mútua das superfícies que se selavam era de uma conexão absurda. Bakugou soltou a mão de Midoriya, que pendeu, sem forças em sua coxa. Cerrou os olhos, percebendo que o esverdeado rendera-se, fazendo o mesmo. Puxou levemente o queixo de Izuku para baixo, passeando a língua quente na boca agora entreaberta. A outra mão invadiu as madeixas onduladas e macias que percorriam todo o couro cabeludo do baixinho. Inicialmente o ato foi desajeitado, mas logo as línguas se entenderam, tornando-se cúmplices ao explorarem o interior das bocas que se beijavam. Sons estalados percorriam o recinto, quando pouco se afastavam para recuperar o ar. Um beijo se estendeu em vários, como se quisessem tornar aquilo eterno. Izuku espalmou suas mãos, recuperando forças inexistentes para isso, no tronco de Bakugou, em um carinho tímido.

 

Foram interrompidos, saltando para longe um do outro, por um som estridente que vinha de um celular na mesinha do meio da sala de estar.

– Porra. – Uma exclamação de susto vinda de Bakugou.

Midoriya pegou o celular. Sentia-se febril, como se a qualquer momento fosse derreter. Seus lábios formigavam. Olhou a tela do objeto, era Inko, e percebeu que havia mais algumas vinte chamadas da mesma no aparelho. Merda.

– Alô? – Precisou pigarrear enquanto atendia, tentando se restabelecer. Seu cérebro trabalhava com milhões de estímulos nervosos, se sentia drogado. – Desculpe, mãe. Estava vendo um filme e acabei cochilando. – Inko, mesmo um doce como era, falou de forma dura com Izuku do outro lado da linha, demonstrando preocupação e dizendo que quase havia ligado para a U.A. – Não mãe, não precisa. Tá tudo bem, eu realmente só estava dormindo. – O esverdeado tentava não gaguejar. – Certo. Me desculpe. Também amo você. – Desligou antes que se entregasse.

– Você continua um péssimo mentiroso, Deku. – Bakugou continuava sentado no sofá, agora com as pernas cruzadas. Suas bochechas estavam levemente enrubescidas, e os lábios inchados denunciavam o ato recente. Coçou os fios loiros por de trás da nuca. – Você se importa se eu dormir aqui?

Izuku pensou ter sido atingido pela individualidade de paralisia novamente. Nenhuma parte do seu corpo era capaz de se movimentar, eram como se fitas isolantes preenchessem todo espaço do seu corpo. Lembre-se de respirar.

– Po-po...pode. Nã-ão. Me. Importo. – era como se Midoriya houvesse pulado várias fases do desenvolvimento humano. Falar, inspirar e expirar ao mesmo tempo era quase impossível. O misto de sensações eminentes por conta do beijo era quase palpável. – Eu. Vou. Ver. Se. Tem. Algo. Que. Você. Possa. Usar. Pra. Dormir. – Era como se ele fosse um robô. Falando tudo pausadamente, bufando a cada palavra solta, ainda estava de costas para Katsuki. Seguiu até o quarto, e Bakugou foi ao seu alcanço.

– Não precisa se preocupar com isso, eu posso dormir só de cue…

– NÃO. Não… não, não… Tá frio, você precisa de um moletom, você precisa dormir muito bem vestido. – Izuku falava e murmurava ao mesmo tempo, jogava roupas para o chão, vasculhando a cômoda de madeira no canto do quarto.

– Deku…

– AQUI. – O esverdeado segurava um moletom azul escuro, aparentemente velho e enorme. Tinha as siglas, já quase apagadas, A.M. em amarelo no meio. Foi até Katsuki que tinha os braços cruzados e a expressão confusa. – Esse aqui deve dar. – Entregou ao loiro e o segurou pelos ombros, virando-o de costas para si, o empurrando até o banheiro. – Fique a vontade! – Fechou a porta na cara do menino, encostou as costas na superfície de madeira, e começou fitar o teto, tentando recapitular o que tinha acontecido até então naquela noite.  

Ele quase havia sido morto.

Kacchan o salvou, arriscando tudo por conta disso.

Kacchan matou alguém por ele.

Kacchan foi a primeira pessoa a lhe beijar nos lábios.

Kacchan pediu para dormir em sua casa.

 

– Deku?! – Bakugou empurrou a porta com certa dificuldade, pois Midoriya continuava encostado nela. – Que porra tá acontecendo?

– Me-me… desculpe, Kacchan. – O mais baixo se desencostou, fitando o loiro de cima a baixo, sua boca fez um perfeito O. – S-s-uas c-cal-ças?!

O maior estava de boxers dessa vez, e o moletom ia até apenas um pouco mais para baixo da virilha, apenas tapando o sexo do rapaz, mas deixando toda a extensão de pernas grossas e muito definidas amostra. Sexy.

Era como se Izuku o devorasse com os olhos. Desde quando Katsuki era tão… gostoso? Sua análise pervertida foi interrompida com um estalo de dedos na sua frente.

– Tem uma baba escorrendo aqui. – O loiro pousou o dedo indicador no queixo de Izuku, e mais uma vez seus rostos estavam próximos demais.

Midoriya deu dois passos para trás, quase tropeçando em si mesmo.

– Eu, e-eu-eu. Eu vou dormir no quarto da minha mãe e vo-v-o-você pode dormir aqui. – Tentou esquivar-se, sem sucesso, dedos já seguravam sua cintura. – Ka-Kacchan?

Bakugou puxou o corpo pequeno para perto, seu nariz descansou na curva do pescoço de Midoriya, inalando toda fragrância doce, uma adoração por aquele cheiro acabava de nascer, por mais que houvesse suor misturado. Depositou um beijo ali, que fez caminho até as maçãs do rosto do pequenino, parou, percebendo o corpo de Izuku estremecer.

– Por que não dorme aqui comigo? – Tinha o tom rouco, grudou sua testa na dele, sentindo a respiração do mesmo em descompasso, encarando as esferas esmeraldinas arregaladas. Nada mais fazia muito sentido para Bakugou agora, suas ações eram movidas por um magnetismo que ele era incapaz de compreender, como se cada mísera partícula do seu corpo precisasse da presença de Midoriya, ainda mais no estado de choque que se encontrava. – Nós realmente só vamos dormir. – Deu um ínfimo sorriso de canto, percebendo que Izuku parecia prestes a desmaiar.

– O...k. – Deku temia que se Bakugou o soltasse ele acabaria por desmoronar. As pernas estavam bambas, perdeu o controle de todos as partes do seu corpo. Precisava se recompor. Pigarreou: – Só vou trocar e pegar mais um cobertor então.

O esverdeado afastou-se, pegando seus pijamas, que tinham sido jogados no chão por ele mesmo enquanto procurava algo para Katsuki vestir, foi até o quarto de Inko atrás de outro cobertor. Sua mãe havia trocado sua cama, o que fazia a antiga de casal dela ter sido passada para o quarto de Izuku. Voltou ao quarto, já de pijamas e com o edredom debaixo do braço.

Bakugou já estava confortavelmente deitado virado para a parede, de costas para quem deitasse ao lado dele. Midoriya tentava regular os batimentos cardíacos, tudo parecia uma loucura infundada, chegou a cogitar estar sonhando diversas vezes, beliscando o próprio braço. Aconchegou-se no espaço vago, olhando para as costas vestidas pelo moletom azul que tinha emprestado para o loiro, estendeu o braço em intenção de afagar os fios rebeldes, mas hesitou. Retraiu os braços e encolheu todo o corpo, apertou os olhos quando sentiu Katsuki se movimentar.

Como se fosse possível, Izuku parecia ainda mais miúdo encolhido ao seu lado, cerrava toda a face em uma careta engraçada de quem estava tentando afastar algum pensamento errôneo. Estendeu os dígitos, acariciando a região das sardas, assistiu o verdinho suavizar a expressão.

Os esmeraldas encararam os rubis.

– Kacchan… como… como as coisas ficaram assim?

– Eu… não faço a porra da mínima ideia, Deku. – Recolheu a mão. – Eu só… não me sinto mais tão sozinho.


Notas Finais


música que dá título ao cap: https://www.youtube.com/watch?v=HuS5NuXRb5Y

tô perdoada pelo susto? espero estar.

algumas ressalvas sobre esse capítulo: ambos estão em choque.
pessoas em choque reagem de diversas maneiras, inclusive mudando o comportamento completamente e realizando ações que jamais fariam se estivessem com a consciência plena.

estamos chegando ao final da fic. e dessa vez é verdade que só vou atualizá-la mais pro final da semana, pois os próximos três ou quatro, e últimos, capítulos são apenas rascunhos. diferentes de todos esses que já estavam escritos e só precisavam de revisão. e eu tô com a fic do desafio do grupo BakuDeku Brasil pra terminar tb.

perdão pelos eventuais erros.

e... será que o homem de preto morreu mesmo? e o que vai acontecer com o Bakugou se a polícia descobrir? HEHEHEHEHE


ATÉ.
fui.
bezos.


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