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História Soukoku AU: Bittersweet - Capítulo XIII


Escrita por: DoubIeBlack e Biagawa

Notas do Autor


Hey, detetives e mafiosos!

Novo capítulo de Bittersweet recém saído do forninho das Fanfics. Estivemos arrumando o nosso roteiro e agora é oficial: Bittersweet terá 20 capítulos ao todo.

Como sempre, muito obrigado por acompanharem essa história. Espero que gostem desse capítulo também.
Boa leitura. ❤️

Capítulo 13 - Capítulo XIII


Fanfic / Fanfiction Soukoku AU: Bittersweet - Capítulo XIII

- Chuuuya-kun! - Na manhã seguinte, o ruivo sentia alguém apertar a sua bochecha, enquanto ele dormia. Um sono tranquilo, interrompido pela voz estralante do maldito enfaixado. - Chuu-Chuu-Chuu! - Os beliscões continuavam, com a voz de Dazai disposto a irritá-lo soando contra os seus ouvidos.

Mas devido ao intenso cansaço, Chuuya demorou longos segundos para começar a despertar diante aquelas provocações, e, quando o fez, era impossível não se demonstrar aborrecido ao ser acordado daquela maneira. - Vai se foder! Porra, qual é o seu problema em me ver dormindo? Me deixa descansar, desgraçado!

- Ah... - Dazai dava um pequeno riso, cutucando-o agora nas costelas. - Desse jeito vai perder a sua entrevista de emprego.

Chuuya franziu a testa, ainda sonolento e com os olhos fechados. - Pirou de vez é? Não tenho nenhuma entrevista. - Falou se virando para o outro lado, abraçando o travesseiro e cobrindo seu rosto com a coberta.

- Oh, é que eu marquei uma para você. - Falava o moreno com um tom natural. Parou de cutucar o menor, mas estava com o corpo inclinado na direção dele. - É daqui a meia hora, na verdade.

O ruivo demorou longos segundos para ter alguma atitude. Contudo, quando se tocou da situação, se levantou rapidamente no colchão colocado no chão por eles na noite anterior. Tinha uma expressão carrancuda e os cabelos bem bagunçados.

Voltou os olhos para Dazai, ainda com a testa franzida.

- Tá tirando com minha cara, né?

- Não. - Osamu dava um sorriso debochado. - Tudo o que eu digo é que paga muito bem. Eu poderia ter te avisado antes... mas achei que seria mais emocionante assim.

Chuuya encarou Dazai por mais alguns segundos, como se esperasse que ele dissesse que era apenas uma brincadeira sem graça. No entanto, suas palavras não vieram, e ele continuava com aquele sorriso besta nos lábios, como se esperasse alguma atitude do ruivo. Foi então que Chuuya deu um pulo do colchão ao perceber que a múmia estava realmente falando sério.

- CARALHO, DAZAI. POR QUE FEZ ISSO? Por que não me acordou antes se conseguiu essa merda de entrevista?

Dazai ria quase que maldosamente. - Já disse que assim é mais emocionante. - Eles dava de ombros. - Agora vá tomar um banho. Não vai ser nada bom chegar na entrevista com cheiro de sexo da noite anterior.

- Desgraçado, eu te odeio! - Chuuya resmungou, vindo por colocar uma bermuda apressadamente, antes de sair do quarto e correr para o banheiro da casa de Akutagawa. Precisava tomar um banho rápido. 

Ao novamente se despir e pular para baixo do chuveiro, o ruivo tratou de esfregar o seu corpo com o sabonete o mais depressa que conseguia.

Dazai em um lapso de bom senso separava as roupas para Chuuya, que se tratavam de suas roupas do encontro que tiveram tido no restaurante, já que era um visual bastante formal e bonita. Colocava as roupas sobre o colchão, para que Chuuya pudesse se vestir rapidamente.

- Onde é essa entrevista? - Chuuya questionou ao adentrar de volta ao quarto, com o corpo ainda um pouco molhado e a toalha enrolada na cintura.

- É um bar. - O mais novo respondia. - Mas não é qualquer um. É o bar do Kunikida-kun!

- Ah tá, e quem é esse tal de Kunikida? - Perguntou desconfiado, fechando a porta do quarto para começar a se secar melhor, retirando a toalha da cintura e passa-la pelo próprio corpo e cabelos úmidos pelo banho.

- Um conhecido meu. - Dazai estava em pé ao lado de Chuuya, olhando para ele. - E é melhor esconder bem essas marcas no seu pescoço, ou o Kunikida-kun pode achar que você faz outros tipos de serviço.

- Eu vou te matar, desgraçado! - Xingou mais uma vez, afinal, aquelas marcas tinham sido feitas por ele. Ao terminar de se secar, começava a colocar as roupas, mas sabia que teria que esconder os chupões em seu pescoço de alguma maneira.

Foi quando Dazai começou a fuçar do guarda-roupas de Chuuya, pegando dali um cachecol vermelho. Ao se aproximar do menor, ajudava-o a colocar o acessório em volta do pescoço, depois que ele já se encontrava vestido.

- Como estou? Nunca fui em uma entrevista de emprego. - O ruivo questionou com um pequeno bico nos lábios. De fato, estava um tanto inseguro com aquilo, afinal, seria sua primeira entrevista.

Mas Dazai deu mais um pequeno riso, terminando de arrumar o cachecol de Chuuya. - Está adorável. Vamos, eu te levo.

Ainda nervoso, Chuuya acabava aceitando a carona da Dazai, já que não tinha a menor noção de onde era o tal bar. Quando deixaram a casa de Akutagawa, foi para irem até o carro de Osamu, estacionado na frente da residência. Novamente, o mais velho assumia o volante, com Dazai assumindo o papel do GPS, indicando para Chuuya o caminho.

Logo foi percebido pelo ruivo que se tratava se um local bastante próximo da casa de Dazai, já que acabavam voltando para o bairro dele. Por fora, Chuuya pôde ver que era um lugar bastante chique e aparentemente ser bem frequentado, ainda que não estivesse aberto aquele horário.

Era um estabelecimento de esquina, com uma fachada verde escuro e vidros negros. Sobre a porta dupla de entrada havia um letreiro com as palavras “Doppo Poet Bar”.

Quando estacionaram, do outro lado da rua, Chuuya voltou com seus olhos azuis preocupados para o maior. - O que tenho que fazer numa entrevista de emprego? - Se demonstrava bastante hesitante em sair do veículo.

- Essa é realmente a sua primeira vez em uma entrevista? Bom, vão te perguntar um montão de coisas, e você tem que responder.

Chuuya respirou fundo com aquela resposta, percebendo que não tinha como Dazai o ajudar mais do que aquilo. Agora era com ele. - Me deseje sorte então. - Falou antes de finalmente criar a coragem o suficiente para sair do carro, fechando a porta.

Enfiou ambas as mãos ao interior dos bolsos da calça, seguindo lentamente em direção ao bar. Por não saber exatamente o que fazer, queria fazer uma entrada discreta, mas mal sabia ele que Dazai já tinha outros planos.

Do outro lado da rua, o moreno abaixava com o vidro, se debruçava na janela do carro enquanto ele acenava para o ruivo e gritava para todos daquele quarteirão ouvirem. - BOA SORTE, CHUUUYA-KUN!!

O ruivo deixou escapar algo similar com um rosnado, tratando de apressar os seus passos e fingir que não conhecia aquele louco gritando do carro. 

Assim que Chuuya adentrou finalmente no estabelecimento, se deparava com um bar noturno muito bem estruturado e visivelmente caro. O piso era de madeira, com luzes amarelas enfeitando o teto. Os bancos eram de um perfeito estofado preto, enquanto o bar ficava à esquerda e era bastante espaçoso, com várias e várias bebidas expostas. Tudo era perfeitamente planejado e limpo. 

- Você deve ser Chuuya Nakahara. - O ruivo então via um homem sair de trás do bar, enquanto secava um copo. Era um sujeito bem alto, de cabelos loiros. Ele usava um terno de cores opacas, além dos óculos de grau. Tinha um semblante sério e, para Chuuya, um tanto ameaçador. - Deu para ouvir pelos gritos daquele imbecil desperdício de bandagens.

- Ah, sim, sou eu...senhor. - O ruivo respondeu com certa formalidade, algo incomum para si. Não queria de forma alguma desperdiçar aquela oportunidade, afinal, precisava de dinheiro para não precisar mais depender unicamente do dinheiro de sua mãe, e poder contribuir mais com as despesas de Akutagawa. Sendo assim, tentaria parecer uma boa pessoa e com modos. - Imbecil desperdício de bandagens? Ah, foi mal por isso. Quero dizer, me desculpe senhor.

Kunikida o olhava de cima abaixo, percebendo que o garoto estava se esforçando para causar uma boa impressão. Tratando-se de uma recomendação de Dazai, imaginava também que aquele garoto com certeza possuía um passado duvidoso.

- Sabe fazer drinks?

- Eu já fui em muitos bares e já bebi de tudo, então... sei replicar boa parte deles. - Chuuya respondeu de forma sincera, mantendo o olhar determinado para o loiro. Não havia feito muitos drinks em sua vida, no entanto, de fato havia bebido de tudo e tinha certa facilidade em aprender, então pensou que não seria tão difícil.

Kunikida dava um suspiro, terminando de secar todos os copos do bar.

- Acho que já é um começo.

- Ele vai se dar bem! - Era quando Chuuya sentia alguém tocar em seu ombro, enquanto esse alguém ria da maneira de sempre. Dazai havia acabado de invadir aquela entrevista de emprego. - Quer tal testá-lo? Ele pode fazer uma bebida para mim, já que estou sede, hihihi.

- E-ei!! Não pode entrar aqui. Essa é a MINHA entrevista de emprego. - Falou o ruivo ao se voltar para Dazai, com uma expressão bem brava. - E não vou fazer bebida nenhuma para você, maldito.

- Desgraçado, só quer beber de graça, não é? - Kunikida respondia raivoso e com vontade de esganar ao moreno. Contudo, acabou se voltando para o ruivo. - Enfim, o emprego é seu. Venha hoje mesmo, a partir das 22h.

- Mesmo?! - Chuuya parecia surpreso, afinal não havia respondido tantas perguntas o bastante para que fosse admitido. No entanto, estava realmente feliz por conseguir trabalhar com algo legal. - Muito obrigado, Kunikida-san! - Falou ele fazendo uma reverência e com um bonito sorriso no rosto.

Dazai por sua vez também sorria, genuinamente feliz por Chuuya ter conseguido aquele emprego. O moreno havia conhecido aquele bar por um acaso, alguns meses antes de conhecer Chuuya. Costumava ir ali para beber e provocar algumas garçonetes. Naquele momento, agradeceu aos céus pelo loiro não ter feito nenhuma menção a isso perto de Chuuya. Mas sendo como fosse, sabia que Kunikida era uma boa pessoa, e que Chuuya estaria em boas mãos ali.

***

O ruivo voltava para a casa de Akutagawa para dar a boa notícia e pegar algumas coisas para ir até a casa de Dazai, já que a residência do moreno era consideravelmente mais perto do bar. Estava realmente ansioso pelo seu primeiro dia de trabalho, e isso logo foi reconhecido por Akutagawa e Atsushi, que havia dormido na residência deles, naquela noite.

Às 21:30 daquele mesmo dia, Chuuya já havia tomado um banho e estava pronto para seu primeiro dia de trabalho. Vestia o uniforme dado por Kunikida, que se tratava de uma calça preta, uma camisa vermelha com uma gravata borboleta e um avental com o logo do bar.

- Nossa, até parece "gente grande". - Dizia Dazai através de um pequeno riso, ajeitando a gravata borboleta no pescoço de Chuuya.

- Não vou brigar pela piada implícita nessa frase com relação a minha altura. - Falou o menor olhando para Dazai com a testa levemente franzida. - Mas é, ahm... valeu por ter conseguido esse emprego pra mim. - Desviou levemente os olhos, enquanto fazia beicinho.

- Hihi. - O mais novo ria de leve, e em resposta às palavras dele, o moreno então levava uma das mãos até o queixo de Chuuya, puxando-o o suficiente para roubar seus lábios em um beijo lento.

O ruivo precisava ficar nas pontas dos pés para conseguir retribuir ao beijo, deixando que suas línguas se tocassem sutilmente, como se o agradecesse internamente por aquela oportunidade. Após alguns segundos, veio por se afastar, finalizando o contato antes de erguer os olhos para ele. - Então eu já vou. Ahm, a propósito, posso voltar aqui quando sair? - Perguntou com certo receio, afinal, não sabia se Dazai o queria por perto durante mais uma noite. - Sabe, sua casa é mais perto de lá.

- Vou estar te esperando. - Era a resposta de Dazai ao se inclinar novamente na direção de Chuuya, desta vez lhe dando um selinho. - Bom trabalho e vá com cuidado.

Aquilo arrancou um sorriso dos lábios do ruivo, que finalmente veio por sair de casa para ir trabalhar. O caminho a pé para o bar era realmente perto, e Chuuya chegou no local cerca de 10 minutos mais cedo, garantindo assim uma boa impressão de Kunikida.

Como o bar estava para abrir, havia uma certa movimentação do lado de fora de pessoas que aguardavam a abertura do mesmo. Receber tantos clientes era algo realmente surpreendente para Chuuya. Estava um pouco nervoso, mas sabia que daria conta daquilo. Daria o seu melhor.

- Os pedidos podem ser entregues pelos garçons ou por pessoas que pedirão diretamente a você. Quando atender algum cliente, sorria e seja simpático, não importa o modo como ele te trate. - Viu que o loiro escrevia algumas coisas em um caderno de capa verde que segurava, causando certa curiosidade no ruivo, ainda que nada dissesse. - Eu enviei o cardápio dos drinks no celular daquele imbecil. Você memorizou todos? - Ele finalmente ergueu os olhos para Chuuya, o encarando por trás dos óculos de grau.

- Sim, memorizei. - O ruivo respondeu prontamente, já que de fato não havia encontrado nenhuma dificuldade nos drinks.

- Ótimo. Estarei te observando durante a noite, então é bom fazer tudo certo. - Falou o chefe, antes de finalmente se afastar, deixando Chuuya sozinho no balcão.

A primeira noite de trabalho ocorria bem, e Chuuya atendia bem aos clientes, embora vez ou outra acabasse falando algum palavrão sem querer, recebendo alguns tossidos de reprovação de Kunikida. O loiro em si era um bom chefe, ainda que rígido, mas vivia dando conselhos a Chuuya, para que ele melhorasse no atendimento.

Depois do expediente, por volta das 3 da manhã, o ruivo voltava para a casa de Dazai.

Essa rotina se repetiu de novo e de novo, ao longo daquela semana. Chuuya ia para o trabalho, fazia seu serviço e voltava para a casa de Dazai. Na maioria das vezes, o ruivo sempre o encontrava acordado em alguma parte da casa, como se Dazai estivesse realmente esperando por ele. Aquilo trazia ao ruivo uma felicidade nunca antes vivenciada por ele. Era bom ter alguém para quem voltar.

E normalmente, todos esses reencontros terminavam em sexo.

Sem perceber, estariam eles já praticamente morando juntos?

Sendo como fosse, algo precisou acontecer para ofuscar essa felicidade.

Aproximadamente duas semanas depois, Chuuya começou a se sentir incomodado durante suas voltas para a casa de Dazai. Em plena madrugada, enquanto fazia o percurso do bar até a casa do moreno, ele podia sentir uma estranha sensação de estar sendo seguido, embora sempre que se virasse para trás, não via absolutamente nada, nem ninguém.

Desde a primeira vez que começou a se sentir seguido pelas ruas, Chuuya não ficou mais em paz. Era como se mesmo dentro do bar sentisse sempre que alguém o encarava a todo momento, e por mais que procurasse no meio dos clientes quem fazia aquilo, jamais teve uma resposta. Era como se a pessoa fosse discreta o bastante para se tornar invisível, o que deixava Chuuya com certo receio, todas as vezes que voltava para casa.

Mas resolveu não falar nada para Dazai, já que não tinha certeza do que estava acontecendo. Além disso, se contasse aquilo, talvez o policial quisesse passar a busca-lo no serviço, e isso era algo que Chuuya não queria. Afinal, Osamu já o tinha conseguido aquele emprego, e agora o ruivo dormia em sua casa todas as noites. Não queria atrapalhar ao moreno, nem se sentir independente demais dele.

A partir daquele dia, mesmo que Chuuya tentasse dizer para si mesmo que era apenas a sua imaginação lhe pregando peças, passou a viver com medo, algo bastante incomum para si. Sabia que devia ser alguém da máfia o seguindo, e era questão de tempo até fazerem alguma coisa consigo. Poderia ser morto a qualquer momento.

Naquela noite em particular, Chuuya estava em mais um dia de trabalho, bastante distraído enquanto servia aos clientes. Eram por volta das duas da manhã, mas o bar ainda estava bastante movimentado, já que se tratava de uma sexta-feira. 

- Um copo de uísque, por favor. - Um pedido era dirigido a Chuuya, que rapidamente olhou para quem o tinha feito. Era Dazai, vestindo um terno de paletó vermelho, com finas listras brancas na vertical. Ele sorria para Chuuya da maneira de sempre.

Aquela era a primeira vez que Dazai aparecia no trabalho de Chuuya como um cliente. O ruivo então piscou os olhos algumas vezes para ele.

- O que faz aqui? - Perguntou ele com a testa franzida, ainda que a presença de Dazai ali o deixasse mais calmo. Na verdade, as únicas vezes que se sentia seguro, era quando estava em sua casa. Mas não pretendia dizer aquilo, é claro.

- Não é óbvio? Eu vim beber. - Dazai fazia um pequeno bico para Chuuya, enquanto se sentava em um dos bancos do bar, ficando bem de frente ao ruivo. - Um copo de uísque, Chuuchuu.

- Tsc. Você ainda está proibido de beber. Toma aqui um refrigerante. - Falou enquanto servia um copo com um refrigerante para Dazai. Ainda estava desconfiado das reais intenções do moreno, mas não podia se preocupar com aquilo naquele momento. Ainda estava trabalhando. - Não posso te dar muita atenção, tá muito cheio aqui. - Disse ao entregar seu copo. De perto, Dazai pôde ver profundas olheiras ao redor dos olhos do ruivo, além de uma certa preocupação em sua expressão.

- Tudo bem. - Dazai dava mais um sorriso natural vindo por tomar um longo gole do refrigerante. Mas assim que Chuuya se virou para atender outro cliente, Dazai franziu a testa, chegando a ficar um pouco mais sério.

Alheio a Dazai, Chuuya seguiu atendendo seus clientes, tentando se demonstrar o mais normal possível. No entanto, era possível notar como o ruivo olhava para todos os cantos do bar, como se procurasse algo ou alguém.

Foi então que, depois de um tempo seguindo seu trabalho, para a surpresa de Dazai e dos outros clientes, ouviu-se um copo caindo contra o chão, e o autor daquele ato era o próprio Chuuya ao se debruçar sobre o balcão e agarrar um de seus clientes que estava sentado bem em sua frente, vindo por agarra-lo pela gola de sua camisa e o puxando em sua direção em um tom de ameaça.

- É VOCÊ, DESGRAÇADO? VOCÊ QUE ANDA ME SEGUINDO? - O ruivo gritava para o rapaz e em seus olhos havia uma mistura de ódio e medo, enquanto ele encarava o garoto de cabelos avermelhados, um pouco mais escuros que os seus, que aparentava estar bastante assustado com aquilo.

- E-eu não sei do que você está falando. E-eu só estava bebendo, nunca segui você. - Falou o rapaz com as mãos para cima em sinal inocência, respondendo Chuuya rapidamente como se temesse sua reação.

- NÃO MINTA PRA MIM, MALDITO! VOCÊ VEM AQUI TODOS OS DIAS E SENTA NO MESMO LUGAR! VOCÊ TRABALHA PRA ELES, NÃO É?! DESEMBUCHA!

Foi quando Chuuya sentiu a mão de Dazai sobre seu ombro, apertando-o de leve. Sem que Chuuya se desse conta, o moreno pulou o balcão do bar para conseguir alcançá-lo. - Chuuya, solta ele.

- O que diabos está acontecendo aqui? - Kunikida aparecia, completamente aborrecido. Olhava de um para o outro, tentando entender aquela situação. Passou então a encarar Chuuya. - Suma da minha frente, antes que eu me arrependa de não te mandar pro olho da rua agora mesmo!

- Vem. - Em resposta, Dazai puxava o ruivo para que ele o seguisse para fora do restaurante. 

- Não! Esse desgraçado quer me matar! Ele tem me seguido todas as noites. Tenho certeza que é da máfia!! - O ruivo continuava a insistir naquilo, hesitando em ir com Dazai em um primeiro momento.

- Se continuar com isso será demitido, Nakahara. - Kunikida falou firme mais uma vez. - Gosto de você e do seu trabalho, mas não posso permitir que tenha esse comportamento com um cliente.

Ainda que Chuuya hesitasse em deixar aquele rapaz sem tirar satisfações, acabou por ceder, sendo levado por Dazai para fora do bar em meio a olhares curiosos dos clientes.

Assim, o moreno o conduziu para fora, levando-o para a lateral do estabelecimento, onde havia um pequeno beco. Ali, eles poderiam conversar com privacidade, e agora finalmente sozinhos, Dazai dava um suspiro enquanto soltou Chuuya para colocar ambas as mãos no bolso. - Quer me contar alguma coisa?

O menor por sua vez também veio por suspirar, ainda que estivesse com a testa bastante franzida. Chutou uma pedra como se aquilo fosse amenizar toda sua raiva.

- Eu sinto alguém me seguindo todas as noites quando volto pra casa. Durante o meu trabalho também, sempre sinto que tem alguém me vigiando. - Confessou antes de se encostar em uma parede. - Aquele cara vem aqui todos os dias! Então eu pensei... que ele fosse da máfia.

Dazai por sua vez se encostava na parede oposta, vindo por cruzar os braços enquanto olhava para Chuuya. - Podia ter me contado. Eu já teria resolvido isso. 

- E teria resolvido como? Eles não têm medo da polícia, não tem nada que você poderia ter feito, droga! - Chuuya resmungou, ainda se mostrando preocupado com aquilo. - E isso é um problema meu. Não quero te envolver.

Dazai o ouvia, mas nada disse para contra argumentar. Apenas se aproximou lentamente de Chuuya, agora levando uma das mãos até o rosto dele. - De novo, fazendo pouco caso de mim.

Ao erguer seus olhos azuis para o maior, Dazai pôde ver o medo em seus olhos safiras, algo que nunca havia visto no ruivo. Era como se ele se sentisse encurralado, embora fosse orgulho demais para admitir. - Você não conhece eles. Não sabe do que são capazes.

Dazai continuava com os olhos fixos nos dele, e mesmo que não deixasse de sorrir, ver o medo no olhar de Chuuya, de alguma forma, mexia consigo. - Sei sim. Sei muito bem, Chuu. - Mas antes que pudesse dar qualquer outro detalhe sobre aquela afirmação, Dazai se inclinava mais na direção de Chuuya, roubando seus lábios em um beijo.

Aquele beijo surpreendeu o mais velho, já que ele pareceu vir em um momento totalmente inapropriado. Sendo assim, demorou alguns segundos para retribuir o mesmo, já que ainda estava preocupado demais com tudo aquilo. Era como se não se sentisse seguro em nenhum lugar.

No entanto, o calor e o cheiro de Dazai tinham o poder de acalma-lo, e aquele beijo apenas contribuía para isso. Aos poucos, era como se fosse esquecendo daquilo, para então conseguir se concentrar nele e em Dazai sozinhos naquele beco, se beijando de forma lenta.

Então, os dois passavam a aproveitar de cada instante daquele beijo, até que Dazai tivesse plena certeza de que Chuuya já estava mais calmo. Afastava-se então, tornando a abrir os olhos para fitá-lo. - Melhorou?

Nakahara então desviou o olhar, tendo um bico manhoso entre os lábios. - Talvez... eu precise de mais um desse pra ficar melhor.

E Osamu sorria ao ouvir aquilo, dessa vez envolvendo Chuuya entre seus braços ao mesmo tempo em que o pressionava contra a parede, roubando seus lábios em meio a um segundo beijo.

O menor acabou por se agarrar a barra da camisa de Dazai, o puxando para mais perto de si enquanto aprofundou o beijo. O calor do corpo do maior fazia com que ele se sentisse mais seguro e se viciasse naquela sensação, de modo que desejasse sentir mais e mais daquele contato.

Suas línguas se entrelaçaram ainda que em um ritmo lento, mas intenso o bastante para que o moreno desejasse por mais. Passou a pressionar o ruivo contra a parede, intensificando o beijo à medida que sua destra descia maliciosamente pelo corpo do menor, até alcançar com certa urgência o meio de suas pernas.

Chuuya passou resmungar por entre o beijo, mas era rapidamente contido por Dazai, enquanto este o apalpava com cada vez mais vontade, até finalmente separar o beijo.

- S-seu merda, o que pensa que está fazendo? - Chuuya questionou, em choque, piscando os olhos algumas vezes para o outro.

- Só tentando te fazer relaxar. Então relaxe. - Ao dizer aquilo, Dazai se abaixava com o corpo, até se ajoelhar a frente de Chuuya. Lentamente, levou ambas as mãos contra a calça do menor, desabotoando-a.

- N-não vai fazer isso aqui, vai? - O ruivo falou com certa urgência. Já sabia quais eram as inteções do mais novo, só não queria acreditar ainda. - Desgraçado. Estamos do lado do meu emprego!

- Não ligo. - Dazai ria agora de maneira maldosa, deslizando com o zíper de Chuuya para conseguir abaixar o boxer do ruivo e colocar o seu membro para fora. Ainda não estava ereto, então Dazai logo tratava de dar uma lambida quente sobre sua glande.

- M-m-merda, Dazai...! - Gemeu o ruivo, ainda que em um tom mais baixo que de costume.

Suas mãos automaticamente foram até os cabelos castanhos do outro, se agarrando neles enquanto sua respiração se tornava oscilante. Não podia negar, era incrivelmente excitante fazer aquilo na rua, e o moreno ficava incrivelmente sexy ajoelhado na sua frente.

- Não faça barulho... ou alguém com certeza vai ouvir. - Osamu dizia com um sorriso.

Em resposta aquelas palavras Chuuya teve de cobrir os lábios com uma das mãos, abafando os gemidos que se seguiram ao receber mais uma generosa lambida sobre o membro. Foi fazendo aquilo de novo e novo, até passar a massagear o ruivo com a destra.

Felizmente, o menor não se demorou a ficar duro, e assim que se encontrou excitado o suficiente, Dazai pôde abocanhá-lo, passando a mover com a cabeça para frente e para trás.

Por aquele momento, Chuuya pôde se esquecer completamente do que havia acabado de acontecer no bar, e todo o medo que o afligia durante aqueles dias pareceu simplesmente ir embora. Apenas naquela hora, tudo o que queria pensar era na sensação da boca úmida de Dazai envolvendo seu pênis por completo, causando-lhe intensas ondas de prazer.

Dazai aumentava a velocidade com que o chupava, levando então uma das mãos até os testículos de Chuuya, onde passava a massageá-los. O som do vai e vem da boca dele começou a ecoar pelo beco. Ainda que fosse algo discreto, Chuuya podia ouvir perfeitamente.

- Hm..! Da...zai... ngh.. - Gemidos abafados eram ouvidos dos lábios do menor, que se agarrava com certa força com a destra nos cabelos de Dazai, enquanto mantinha a outra mão cobrindo a boca.

A sensação de prazer era incrível.

Involuntariamente, o ruivo agora movia com o quadril contra a boca de Dazai, fazendo com que seu pênis invadisse mais fundo a cavidade alheia. Enquanto isso, o moreno o chupava com gosto, esforçando-se para fazer Chuuya delirar de prazer naquele beco escuro, e se esquecer de qualquer situação que o tinha afligido durante todos aqueles dias.

Abria então os olhos castanhos, olhando para Chuuya ali de baixo.

E a visão de ter Dazai chupando seu membro daquela forma foi a gota d'água para que Chuuya se entregasse aquele prazer intenso, vindo por ejacular sem aviso dentro da boca do maior e um gemido acabasse por escapar de seus lábios. - Ahh..! - Sentiu espasmos percorrerem seu corpo, de modo que o ruivo movesse seu quadril mais algumas vezes para prolongar seu prazer.

Ao sentir o sêmen alheio, Dazai ia diminuindo a velocidade com que o chupava até soltá-lo, engolindo tudo prontamente. Finalizava com algumas últimas lambidas sobre a glande de Chuuya, e com aquela sensação de missão cumprida, Dazai devolvia o pênis do ruivo para dentro da calça, subindo com o seu zíper como se nada tivesse acontecido. Quando se colocou novamente de pé, passava com o polegar sobre os próprios lábios, limpando um resquício de saliva e sêmen que ali havia.

- Ainda estressado?

Chuuya estava ofegante e sem forças, de modo que apoiasse o rosto sobre o peito de Dazai, depositando seu peso ali. Em uma situação normal, ele o xingaria de todos os nomes possíveis, no entanto, naquela hora, veio por surpreender Dazai com suas palavras.

- ......obrigado...

Ao ouvir aquilo, Osamu dava um pequeno sorriso, envolvendo-o entre seus braços, em um abraço carinhoso. - Vamos voltar para casa?

Chuuya assentiu com a cabeça, vindo por se afastar de Dazai o suficiente para o olhar. - Mas desse jeito vou acabar me mudando pra sua casa, droga. Faz mais de uma semana que... eu não volto pra minha.

- Não me importo. - O mais novo dizia, certificando-se que Chuuya tinha forças o suficiente para começarem a caminhada rumo à casa de Dazai. - Talvez seja bom para mim... Ter uma companhia.

- Oh, isso é um convite? - Perguntou o ruivo com um sutil sorriso nos lábios, e para a surpresa de Dazai, o menor tomou atitude em segurar em sua mão enquanto caminhavam. - Mas... não somos namorados.

Seus dedos se entrelaçavam.

Dazai caminhava ao lado dele, olhando para o céu por um momento. Estava estrelado, com a lua brilhando sobre eles. - Só farei o pedido quando eu tiver certeza que você aceitaria.

- ...eu nunca disse que recusaria. - Chuuya respondeu fazendo beicinho, agora evitando olhar para Dazai. Nunca havia imaginado que desejaria entrar em um relacionamento sério com alguém.

No entanto, depois de tudo que tinham passado, namorar com Dazai não parecia ser algo tão ruim assim. E ao ouvir aquilo, Osamu dava um grande sorriso, parando de andar naquele mesmo instante para se virar para Chuuya.

- E fugir comigo? Você fugiria? - Questionou ele de repente, olhando para o ruivo com um enorme sorriso. - Para um lugar tão escondido que nem mesmo a máfia poderia nos achar?

- F-fugir? - Chuuya se surpreendeu ao ouvir aquilo, se voltando para Dazai com os olhos arregalados. Não sabia exatamente o que responder. - Bem, não tenho nada que me prenda aqui, você sabe... mas e o meu emprego?

- Podemos fugir apenas por alguns dias. - Dazai sugeria calmamente. - Para o Kunikida, falamos que você ficou doente. Ele não te deixaria trabalhar de qualquer jeito, já que poderia contaminar os clientes.

- E se ele não acreditar? E se me despedir? Eu já fiz besteira hoje. - Falou agora em um tom entristecido, vindo por abaixar a cabeça. Não queria perder aquele emprego, afinal, havia gostado dele.

- Ei, ei. - O moreno levava uma das mãos até o rosto de Chuuya. - Apenas confie em mim.

Os olhos azuis se erguiam para Dazai. Chuuya o olhava um pouco mais sério agora.

- Não tá brincando, não é?

- Não brinco com essas coisas. - E apertou a bochecha dele de leve. - Nunca duvide da palavra de um suicida.

- Não fale essa merda. - O ruivo respondeu agora com uma expressão emburrada, ainda que voltasse a falar do outro assunto. - Então... aonde vamos?

- Que tal... em um clube de águas termais no meio das montanhas? - Sugeria Dazai ao bagunçar de leve os cabelos de Chuuya antes de voltar a entrelaçar seus dedos aos dele, e retomarem a caminhada. - Sempre achei que fosse um ótimo lugar para ter uma lua de mel com uma garota bonita.

- Não sou uma garota. - Chuuya resmungou, mas até que aquela proposta lhe pareceu interessante. Se manteve pensativo por um momento, ainda que franzisse a testa em seguida.

- Mas é bonito! - Dazai provocava, alcançando a quadra de sua casa. Ao chegarem na residência, o mais velho pegava as chaves do bolso, destrancando a porta da frente.

Ainda naquela noite os dois acabavam transando como quase todas as outras, mas para a surpresa de Chuuya, Dazai acabava sendo um pouco mais cuidadoso e romântico, como nunca havia sido antes. Era como se Osamu quisesse que ele se sentisse tranquilo e esquecesse todas as suas preocupações.

Aquele era o seu jeito de cuidar de Chuuya, afinal de contas.

 


Notas Finais


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