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História Soukoku AU: Bittersweet - Capítulo XV


Escrita por: DoubIeBlack e Biagawa

Notas do Autor


Hey, detetives e mafiosos.

Novo capítulo de Bittersweet recém saído do forninho das Fanfics! Hoje conheceremos o lado ciumento do nosso Dazai e... é, ele definitivamente não sabe lidar com isso.

Também teremos uma pequena surpresa mais para o final do capítulo. Esperamos que gostem. ❤️

Boa leitura.

Capítulo 15 - Capítulo XV


Fanfic / Fanfiction Soukoku AU: Bittersweet - Capítulo XV

Dazai então balançou a cabeça de um lado para o outro, forçando-se a despertar daquele transe. Chuuya estava mais lindo do que de costume, mas precisava se manter focado. 

- Quer dar uma volta? - Sugeria com um enorme sorriso. - Podemos conhecer a pousada melhor. Ouvi dizer que eles têm um ótimo restaurante também.

- Certo. - Chuuya concordava ao desviar os olhos, também saindo de seu transe interno que consistia em admirar o corpo do mais novo naquele quimono. Dazai sabia como ficar encantador também.

O moreno então se aproximou. Quis olhá-lo um pouco mais de perto, sem fazer muita questão de ser discreto. Finalmente, a porta do quarto era aberta por Osamu, esperando que Chuuya saísse antes dele. - Baixinhos primeiro.

- Quer morrer, desgraçado?! - Os olhos azuis se prontificaram a olhar para o outro de um jeito assassino, como sempre fazia ao receber aquele apelido.

- Hihi. - Mas Dazai ria de leve, saindo com Chuuya um pouco antes de trancar novamente o quarto. Seguiam por um corredor externo e arborizado da pousada, até chegarem ao restaurante que Dazai havia comentado anteriormente.

Era uma grande estrutura, também construída em madeira, com uma decoração rústica e tradicional, apesar dos vários toques de luxo. A comida ali era visivelmente bem variada, e também haviam várias mesas das quais poderiam escolher. Ainda que não estivesse cheio, alguns clientes se destacavam aqui e ali, todos visivelmente da alta sociedade.

- Podemos comer qualquer coisa? - Chuuya perguntou, admirado pela quantidade e variedade de comida ali. Mesmo que tivesse nascido em uma família com um alto poder aquisitivo, Chuuya mal conseguia se lembrar qual havia sido a última vez em que estivera em um lugar tão farto.

O ruivo agora parecia uma criança em um parque de diversões, sem saber em qual brinquedo ir primeiro. O cheiro da comida era maravilhoso, e ele queria comer de tudo um pouco.

- Já está incluso no que eu paguei, então... pode comer o que quiser. - Dazai dizia com um sorriso, seguindo Chuuya para dentro do restaurante. Ali, havia um grande buffet à disposição, na qual Dazai pegava um mochi para experimentar.

Já o ruivo não se demorou a pegar um prato para se servir, começando a escolher uma boa quantidade de comida. Pegou um pouco de yakisoba, gyoza, alguns sushis e onigiris que ali haviam. Por um momento, se afastou alguns metros de Dazai.

Minutos depois, enquanto estava concentrado em se servir, Chuuya não notou a aproximação de um homem bastante alto, cabelos loiros, e olhos azuis, com um estranho sorriso sedutor nos lábios.

- Aqui, deixe-me ajudar. - Falou o homem ao notar que Chuuya tentava se esticar para pegar um mochi do outro lado da mesa sem sucesso. O sujeito o ajudava, colocando o mochi gentilmente no prato de Chuuya.

- Ah, valeu. - Respondeu o ruivo naturalmente, ainda que estivesse emburrado por não conseguir alcançar a comida. Não gostou de receber ajuda, não precisava dela, mas não quis ser rude com o primeiro desconhecido durante sua viagem com Dazai.

- É um belo quimono. - Elogiou o loiro, que desceu os olhos para o corpo do ruivo, notando seu peito levemente exposto.

Enquanto isso, Dazai pegava uma porção de udon para si mesmo, a alguns metros dali. Mas quando se virou, franziu a testa no mesmo instante ao ver aquele estrangeiro engomadinho com os olhos cobiçadores sobre o seu Chuuya.

- COF COF. - Sem se demorar, Dazai se colocou ao lado do ruivo, propositalmente fazendo bastante barulho para chamar a atenção. Encarou ao loiro por um momento, ainda que logo virasse com o rosto com uma expressão de desdém. - Vamos Chuuchuu. Achei um lugar perfeito para NÓS.

- Hã? Ah, tá bem. - O menor respondeu, alheio ao olhar de cobiça daquele outro homem, ou ao incômodo do moreno. Dava de ombros, seguindo então ao lado de Dazai para uma mesa vazia que ele havia escolhido.

No entanto, mais uma vez, não notou mais um olhar que aquele homem lhe lançou assim que Chuuya se virava de costas para se afastar. Dessa vez, o estrangeiro sorriu amplamente, admirando em silêncio a bunda do ruivo.

Mas é claro que o olhar daquele homem não passou despercebido por Dazai, que por um instante, ficou em profunda indignação com toda aquela audácia. Seguiu para a mesa com Chuuya, sentando-se ali com os olhos faiscantes.

O loiro por sua vez se sentava a poucas mesas de distância. Aparentemente, estava acompanhado por executivos japoneses, acompanhado também por uma pequena mulher de óculos, que não parava de grudar no braço do homem e chama-lo de “Francis-san”.

Ainda assim, o sujeito irritante não parava de olhar para Nakahara, sendo recebido pelo olhar fumegante de Dazai, chegando a mostrar os dentes para ele como um gato raivoso. Encarava-o tão fixamente que sequer havia tocado em seu próprio udon ainda.

Em pouco minutos, aquilo logo veio a incomodar Chuuya também.

- Ei, o que tanto olha pra aquela mesa? - Perguntou enquanto comia um gyoza, olhando para Dazai com a testa levemente franzida. - Gostou de alguma vadia dali?

- Hm? - Dazai dizia meio sem prestar a atenção em Chuuya, ainda encarando ao loiro, que por sua vez fazia questão de encará-lo de volta. Era como se o gringo desafiasse Dazai, para ver quem ficaria com Chuuya no final da noite. 

- Perguntei se gostou de alguma vadia daquela mesa! - O ruivo elevou um pouco o tom de voz, se aproximando de Dazai com a testa ainda mais franzida e com uma expressão irritada.

Ao ouvir aquilo, Osamu finalmente virava com o rosto para o outro, arqueando uma das sobrancelhas para ele. - Está com ciúmes, Chuu?

- Ciúmes?! De você? - O ruivo arregalou os olhos, como se Dazai tivesse dito algo impossível de se acontecer, até que veio por rir em deboche. - Bateu a cabeça em algum lugar para pensar em um absurdo desses?

Dazai fez um bico ao ouvir aquilo, afinal, era ele próprio quem estava se mordendo de ciúmes naquele momento. Foi quando viu o loiro se levantar, dando as costas para Dazai para ir em direção ao banheiro masculino.

- Já volto. - Osamu se levantava apressadamente, deixando Chuuya sozinho por um momento, sem maiores explicações. Era possível para o ruivo ver o estrangeiro de antes entrar no banheiro, assim como Dazai.

Ali, o loiro tranquilamente ia para uma das cabines. Havia visto um ruivo delicioso demais e precisava se aliviar ainda que a visão da bunda dele estava fresca em sua mente. Mas antes mesmo que pudesse adentrar à cabine, sentia algo agarrá-lo por trás, empurrando-o com força contra a parede.

- A--! - Antes que pudesse gritar, tinha a boca calada pela mão do moreno, que agora o agarrava com força.

Era Dazai, agora com um sorriso perverso entre os lábios e um olhar vidrado.

- Ia fazer alguma coisa pensando no meu Chuu, é? Oh... Sei de algo que vai te desanimar rapidinho. - Foi quando o homem pôde sentir o cano gelado de uma arma contra as suas partes íntimas, fazendo-o arregalar os olhos enquanto estremecia pressionado entre a parede e Dazai.

- Te dou 5 minutos para pegar os seus convidados e sumir desse lugar, ou eu vou meter tanta bala nesse seu corpo, que as águas termais vão ficar vermelhas. - Pressionava a arma ainda contra o pênis do outro. - E se isso não for o suficiente, também vou atrás da sua esposa. Aliás, ela sabe que você está aqui? Engraçado, dá para ver a marca da sua aliança. Tirou por quê? Sua amante não aprova?

O homem gritava contra a mão de Dazai.

 

***

 

Nas mesas do restaurante, Chuuya estava bastante inquieto e desconfiado. Para si, havia parecido que o moreno foi até lá para seguir aquele homem. Mas por quê?

Intrigado, o ruivo então se levantou da mesa, seguindo para o mesmo local que os dois haviam entrado. Pelo lado de fora, conseguiu ouvir a voz de Dazai sussurrando algumas ameaças. Era um tom de voz baixo, mas ao mesmo tempo sério o bastante para arrepiar até mesmo a Chuuya. Nunca o tinha ouvido falar daquele jeito antes, com ninguém.

- E-ei... - Chuuya finalmente tomou a atitude de abrir a porta do banheiro, interrompendo aquele momento ao adentrar o local. Viu Dazai pressionando aquele estrangeiro contra a parede, apontando uma arma para o meio das pernas do loiro, e notou como este suava frio, temendo por sua vida. 

- Dazai?

- Hoy, Chuuya-kun! - Dazai dizia agora com a maior naturalidade do mundo e um lindo sorriso ao se virar para o seu ruivo, escondendo a arma em suas costas ao soltar o loiro.

Uma vez liberto, o homem saia correndo em direção à saída do banheiro, chegando a esbarrar em Chuuya tamanho era a sua pressa. Ele corria, deixando os dois sozinhos ali.

- Eu falei que já voltava. Sentiu saudades?

Chuuya ainda mantinha uma expressão confusa enquanto olhava para Dazai, vendo como ele parecia mudar de comportamento em questão de segundos, e claramente estava tentando esconder alguma coisa.

- Você tava... ameaçando aquele cara?

- Ameaçando? Não. - Balançava a mão ainda livre. - Só estávamos tendo uma conversa entre adultos.

O ruivo se aproximou de Dazai, o encarando por longos segundos como se tentasse decifra-lo. - Então não vai me dizer por que apontou uma arma pro pau dele?

- Não foi assim... EXATAMENTE para o pau dele. - Deu um riso forçado, mantendo a arma escondida atrás das costas. - Que tal voltarmos para lá? Meu udon já deve estar frio.

Chuuya ainda encarou Osamu por alguns segundos, olho no olho. Odiava a sensação de ter Dazai tentando enganá-lo, tentando lhe fazer de idiota e ainda desconversar sobre algo que Chuuya claramente havia visto. - Que seja, mas é melhor guardar isso ou vão te expulsar daqui. - Deu as costas para ele, vindo por sair do banheiro para voltar ao restaurante.

Assim que retornaram, os dois terminaram suas comidas.

Notar que tanto o homem loiro quanto as outras pessoas daquela mesa haviam ido embora dali, deixou Dazai feliz por ter conseguido o que queria, contudo, nada vinha sem seu preço. Chuuya agora mal conversava com ele, e se mantinha distante.

- É, vou voltar para o quarto. - Falou Chuuya de forma um tanto quanto fria enquanto se levantou da mesa, dando as costas para Dazai sem dizer mais uma palavra sequer, enquanto caminhava calmamente de volta para o quarto em que estavam hospedados.

Chuuya costumava ser grosso, raivoso, e rabugento, mas nunca era frio. Dazai sabia o motivo por ele estar assim, e reconhecia toda a sua culpa no caso. Sendo assim, o moreno logo se levantou também para ir atrás dele, ainda que apenas o seguisse até o quarto como uma sombra.

Quando chegou no quarto, notou que o ruivo havia deixado a porta entreaberta, como se soubesse que estava sendo seguido por Dazai. Mas assim que notou aquela presença alheia dentro do quarto, Chuuya parou de andar, ficando no meio do cômodo de costas para a porta, ainda em silêncio. Sem dizer nada ou sequer olhar para Dazai, começava a se despir até ficar completamente nu. Em seguida, foi até o onsen do quarto, adentrando a termas quentes para relaxar.

Ao fazê-lo, se encostava com as costas em uma das beiradas, fechando os olhos por um momento. Vários minutos se passaram. 

Quando seus olhos azuis tornaram a se abrir, viu o Osamu sentado ao lado do onsen, olhando para Chuuya como uma criança que sabia que havia feito coisa errada, mesmo não querendo admitir. O mais velho suspirou.

- Por que ameaçou aquele cara, Dazai? - A voz foi-se ouvida finalmente, tornando a franzir a testa. Dazai balançou os ombros um pouco, fazendo beicinho.

- Ainda está pensando nisso? 

Chuuya suspirou mais uma vez, virando um pouco mais o rosto para encará-lo.

- Disse que eu era "seu" Chuuya?

- É força de expressão. - O moreno deu de ombros.

Naquele momento, Chuuya simplesmente desistiu. Não eram um casal, afinal, não é? Então por que deveria se importar? Por que intimamente desejava que Dazai admitisse que havia sentido ciúmes? Sem mais olhar para ele, o ruivo finalmente se virou para o lado, não mais olhando para o moreno.

- Hum... não vai me convidar para entrar no onsen? - Dazai perguntou com certa expectativa. 

Chuuya demorou alguns instantes para responder, mas respondia. - Faça o quiser, idiota.

Ao ouvir aquilo, Osamu começou a se despir, mesmo que Chuuya não o olhasse mais, para poder admirá-lo. Foi retirando o seu quimono e depois, todas as bandagens que envolviam o seu corpo. Totalmente exposto, o moreno finalmente adentrava ao onsen, ficando a alguns metros de distância do mais baixo.

Fizeram silêncio, já que o Nakahara visivelmente ainda estava aborrecido com o que havia acontecido. Não olhava para o outro homem, ficando praticamente de costas para ele enquanto tentava aproveitar daquelas termas.

Depois, começou a ouvir alguma movimentação nas águas. Discreta e contida, mas definitivamente era uma aproximação. O ruivo franziu a testa, até que sentiu algo envolver o seu corpo. Dazai o tinha abraçado por trás, encostando a testa sobre o ombro dele.

- Aquele cara... ficou olhando para a sua bunda. - Osamu confessava baixinho, falando aquilo com certo desgosto. - E estava indo para o banheiro para "bater uma", pensando em você...

Ao ouvir aquilo, Chuuya se surpreendeu um pouco, virando-se calmamente com o rosto para poder olhar para Dazai pelo canto do olho. - Então por que não me disse logo? Por que preferiu mentir pra mim?

- Não sei ao certo... - Dazai respondia hesitante. - Não quero que pense que eu sou ciumento.

- Mas você é. - E naquele momento, os lábios do ruivo finalmente moldaram um sorriso. - E exagerado. Se a administração da pousada te pegasse, poderíamos ser expulsos.

- É... 

Quando Chuuya se virou, ficando de frente para Osamu, erguia o rosto dele com as duas mãos, encarando-o por um momento. Percebia o quanto o moreno estava emburrado.

- Então, deixa eu ver se eu entendi. Não gosta de me imaginar com outros homens?

- ...Não.

- E de imaginar alguém pegando na minha bunda?

- ...Não.

- Quer que eu seja apenas seu?

- Quero.

Seus olhos se encontraram, e Chuuya não resistiu mais, selando os lábios do maior para finalmente encerrar aquela discussão. Não estava mais bravo, já que Dazai havia admitido o que Chuuya queria ouvir. 

O beijo acabou no selinho, e era vez de o ruivo envolver ao outro entre seus braços. Queria tocar novamente no assunto do namoro, mas hesitava parecer ansioso ou mesmo meloso demais. Ainda assim, sentiu que talvez devesse... mostrar um pouco de sua insegurança também.

- Ei, Dazai... - O chamou baixinho, vendo o castanho erguer novamente os olhos para ele, como se convidasse a continuar. Chuuya respirou fundo, desviando os olhos dele. - Quando deixar de ser meu agente da condicional, vai continuar do meu lado? 

Ao ouvir aquela pergunta, Dazai ficou um instante em silêncio enquanto levava uma das mãos até os cabelos do ruivo, passando a acariciá-lo de leve. - Se você não me odiar até lá...

Aquelas palavras surpreenderam a Chuuya, assim como o tom melancólico o qual elas tinham sido pronunciadas. - Se eu não te odiei até agora, isso não vai acontecer. - Disse de maneira decidida, tornando a olhar para ele. - E você? Quer mesmo ficar do lado de um criminoso?

Osamu riu de leve com aquilo, balançando levemente a cabeça enquanto ainda acariciava seus cabelos vermelhos. - Você não é um criminoso, Chuuya. Apenas fez escolhas erradas enquanto ainda era um adolescente expulso de casa por um pai homofóbico.

- Eu sou sim. - Quis insistir naquilo, agora se afastando um pouco de Dazai. - E eu te confesso que mesmo depois de ter saído da prisão, eu cogitei... sabe, pedir perdão e tentar voltar pra máfia. Pensei nisso mais de uma vez.

Aquela informação fez o moreno franzir um pouco a testa, ficando um pouco mais sério. - Chuuya, não tem nada de bom lá. Você é muito melhor do que isso.

- É, eu sei... – Ele veio por suspirar, se afastando mais um pouco, virando com o rosto para o lado ao senti-lo ficar um tanto corado. - Mas isso foi antes. Eu não quero voltar pra lá agora que... que... 

- Que... O quê? - O outro perguntava com certa curiosidade.

- Que... - Chuuya pigarreou, dando algumas tossidas na intenção de abafar suas palavras. - ...que eu tenho vo----...cê...

Dazai perdia completamente a fala ao ouvir aquilo, e aquela era uma das primeiras vezes que não sabia o que dizer, e precisou de alguns instantes para processar aquela informação. 

Aos poucos, Chuuya o viu deixar transparecer uma certa tristeza através do olhar. Parecia algo tão denso, que os olhos castanhos de Dazai quase se tornaram negros. Em silêncio, o mais novo apenas tornou a se aproximar, encostando cuidadosamente a cabeça na do ruivo, tornando a envolvê-lo entre seus braços.

- Sabe, eu ainda... penso em me matar, Chuuya. - Confessava em um tom de voz mais baixo, quase como um sussurro. - Todos os dias, e o tempo todo. - Fazia uma breve pausa, enquanto se agarrava de leve ao outro. - Mas pelo menos hoje... pelo menos essa noite... eu quero pensar apenas em você, e em nós...

- Ei... - Chuuya segurava o rosto dele entre as duas mãos mais uma vez, para que ambos se olhassem nos olhos. - Eu não quero que pense nisso. Sei que não sou o suficiente para dar a você uma vontade de viver, mas não quero que pense que não merece estar vivo, Dazai. Você merece ser feliz e merece esquecer tudo o que aconteceu com você. Você não precisa continuar sofrendo pelo passado.

- Não é o passado que me assombra, e sim quem eu me tornei. - Dizia aquilo olhando nos olhos dele, mas antes que pudesse dizer mais qualquer coisa além daquilo, Dazai elevava uma das mãos até o rosto de Chuuya, tocando-o. - Mas não quero estragar a nossa lua de mel com esse assunto.

- Eu só... não quero te perder, Dazai. - A confissão do ruivo vinha através de uma expressão séria e com um pouco de tristeza, algo que Osamu notou em seu olhar. - Não quero ficar viúvo. - Fez um bico, virando com o rosto para o outro lado.

- Você seria um viúvinho lindo, sabia? - E finalmente, Osamu dizia em um tom de brincadeira, parecendo recuperar aos poucos o olhar de sempre.

- Vai se foder! Por que sempre faz piada com tudo? - O mais velho resmungou, dando uma cotovelada contra o estômago dele, o repreendendo por dizer aquilo. - Não vou ser a porra de um viúvo.

- Ah! - Dazai soltava um grito de dor, ainda que não deixasse de rir. - Bom, de preto você já se veste.

- Eu odeio você. - Chuuya disse emburrado, até que Dazai o soltasse. 

O moreno agora esboçava um sorriso, saindo do onsen sem nenhum aviso prévio, estendendo uma das mãos para ajudar Chuuya a fazer o mesmo. - Vem, quero te mostrar uma coisa.

- Lá vem. - Disse o ruivo, aceitando a ajuda para se levantar.

 

***

 

Estavam agora andando entre um pequeno jardim entre as montanhas, localizado dentro da pousada, para que os clientes pudessem caminhar e aproveitar da vista. Tudo ali era lindo, desde as flores, até a iluminação natural e a neblina proveniente do vapor das termas aquecidas.

Novamente usando os seus quimonos, Chuuya e Dazai andavam calmamente lado a lado, aproveitando tanto do local, quanto da companhia um do outro. Vez ou outra, suas mãos discretamente se tocavam, e seus dedos brincavam entre eles, em um toque afetuoso.

Andaram ali por cerca de meia hora, e Chuuya realmente estava impressionado. Aquela pousada tinha uma beleza natural que nunca se esqueceria, mas para ele, Dazai era quem deixava tudo mais belo. Era comum ambos se flagrarem olhando de um para o outro, desta vez sem nenhuma malicia. Estavam mesmo apaixonados, afinal.

E em um acordo silencioso, quiseram comemorar aquele momento através de um beijo. Dazai se aproximou, pegando na mão de Chuuya ao se inclinar suavemente na direção dele, roubando seus lábios em um beijo lento. O ruivo retribuía, ainda que tivesse que ficar na ponta dos pés para conseguir alcançar o mais alto.

E foi quando que, em meio ao beijo, Chuuya pôde sentir algo sendo deslizado em seu dedo. Quando interromperam com o ósculo, o ruivo ergueu e olhou para a própria mão.

E foi então que viu uma joia em seu dedo anelar, que Dazai havia posto ali. Era um anel bem fino, de prata, mas diferente de qualquer outra aliança, essa era totalmente adornada com pedras negras e brilhantes. Era como se tivesse sido feita especialmente para Chuuya. 

- E-ei! Espera... o que é isso, Dazai? - Chuuya sentiu o rosto ficar completamente vermelho, e seu coração bateu forte como nunca antes em sua vida.

Era um anel, uma aliança de namoro, algo que jamais pensou que um dia alguém colocaria em seu dedo. Chuuya continuava sem palavras. Estava atônito, ainda que ao mesmo tempo encantado com a joia. 

- Isso... Dazai... você realmente tá... me pedindo em... - Não conseguia terminar a frase, tamanha era sua surpresa.

- Não estou pedindo. - Dazai dava um sorriso, enquanto pegava outra aliança de dentro de seu quimono roxo e colocava no próprio dedo. Sua aliança era exatamente igual a de Chuuya, apenas de diâmetro um pouco maior, devido a diferença de tamanho entre seus dedos. Ao colocá-la, o moreno a exibia para Chuuya. - Se eu pedisse, você poderia recusar, então achei melhor pular essa parte.

Chuuya agora ficava a admirar a própria aliança em seu dedo, ainda sem saber como reagir. Sendo como fosse, sentia uma felicidade genuína. Por mais que já tivesse desejado aquilo várias vezes, não esperava que Dazai algum dia fosse realmente querer namorar consigo. Ainda assim, seu coração continuava a bater forte.

- Idiota... eu não recusaria... - Fez um pequeno bico, ainda com o rosto vermelho.

Dazai ouviu aquilo com um grande sorriso, se inclinando novamente sobre Chuuya, dessa vez para lhe dar um selinho. - Diz isso agora que não tem mais opção.

- Não é isso. - Manteve o bico em seus lábios, erguendo os olhos lentamente na direção do mais alto. - Talvez eu já... quisesse isso antes... - Confessou com certa dificuldade, afinal por mais que estivesse claramente apaixonado por Dazai, seu orgulho ainda o impedia de confessar tais coisas. 

Mesmo assim aquilo foi o suficiente para arrancar um enorme sorriso nos lábios do mais novo, que acabou por puxar Chuuya entre seus braços, o apertando ali como um ursinho de pelúcia. 

- Pode confessar, Chuuya. Você me ama. - Falou com o sorriso nos lábios enquanto o menor se debatia de leve em meio ao abraço, como um cachorro estressado. 

- Não amo não! - Falou um pouco alto, ainda que seu rosto estivesse tão vermelho quanto seus cabelos. 

- Chuuya me ama~ - Falou o moreno em um tom melodioso, apertando ainda mais o mais velho entre seus braços, mesmo que ele se mostrasse ainda mais irritado com aquela provocação.

E, como já era de costume, Chuuya deixou vários palavrões escaparem enquanto tentava se soltar dos braços de Dazai, que apenas vinha por apertá-lo ainda mais enquanto o balançava de leve para os lados, apenas para irritá-lo mais.

Aquela era uma cena bastante comum e que acontecia desde a primeira vez que se viram. Mas agora, a diferença era que ambos de fato amavam um ao outro, e a cada xingamento proferido por Chuuya, era a forma que o baixinho raivoso havia encontrado de demonstrar seus verdadeiros sentimentos pelo mais alto, mas que ainda não era capaz de dizê-los de forma direta. 

Já Dazai, sorria com uma felicidade verdadeira. E mesmo sabendo que aquela felicidade provavelmente seria temporária, pelo menos naquela noite, não queria pensar em mais nada que não fosse em Chuuya e no amor que sentia por ele. Queria aproveitar cada instante daquela noite, mesmo ciente que era apenas uma questão de tempo até tudo ruir.


Notas Finais


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