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História Soukoku AU: Pacific Wind - Capítulo I


Escrita por: DoubIeBlack e Biagawa

Notas do Autor


Aos detetives, mafiosos, e marujos...
Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo I


Fanfic / Fanfiction Soukoku AU: Pacific Wind - Capítulo I

14 de novembro de 1677

Chuuya Nakahara - 22 anos

Osamu Dazai - 22 anos

 

O mar estava calmo, com as ondas batendo suavemente contra o casco do navio, enquanto o vento soprava as velas negras e as gaivotas soavam acima deles.

A bandeira hasteada tinha um símbolo temido por muitos: era uma caveira, indicando que aquela se tratava de uma embarcação pirata.

Mas enquanto quem visse aquele navio no horizonte pudesse achar que aqueles piratas estavam em busca de tesouros ou de cidades costeiras fáceis para uma emboscada, na verdade, eles buscavam outra coisa. Mais precisamente, uma pessoa.

Seu capitão era um jovem de 22 anos de idade. Ruivo, pele alva, olhos azuis e baixa estatura, o que poderia fazer muitos duvidarem de sua condição como capitão. Contudo, essa dúvida logo se acabaria assim que vissem aquele homem lutar.

Era ágil e preciso em todos os seus movimentos, além de muito sagaz quando o assunto era um combate.

Seu nome, Chuuya Nakahara.

Contudo, por mais que tenha tido uma fama tão invejável no passado, agora, muitos duvidavam das grandes capacidades de Chuuya. Isso porque, há dois anos, ele havia sofrido uma grande traição.

Osamu Dazai, o pirata com que havia dividido boa parte de sua vida e aceitado seu pedido de casamento, havia roubado boa parte do tesouro que tinham acumulado juntos e partiu sem dizer uma única palavra, deixando Chuuya para trás como se ele nunca tivesse sido nada.

Dazai nunca mais tinha sido visto depois que fora embora, e mesmo que ele tenha sido a única pessoa que Chuuya havia amado, após dois longos anos, o capitão sentia todo esse amor se converter em ódio.

Ódio por Dazai ter ido embora sem dizer uma única palavra.

Ódio por Dazai ter levado seu tesouro.

Ódio por Dazai nunca ter respondido que o amava também.

O maldito Osamu tinha levado o coração de Chuuya consigo, assim que colocou os pés para fora daquele navio.

Chuuya amou Dazai, mas ele nunca o tinha amado de volta. Aquela era a única certeza que tinha na vida.

Mas é claro que o Capitão Nakahara jurou vingança. Daquele dia em diante, prometeu caçar Dazai pelos mares, pegar seu tesouro de volta, e tirar a limpo o verdadeiro motivo por ele ter partido.

Precisava de respostas, e nem que fosse a última coisa que fizesse de sua vida, Chuuya realizaria isso. Mas nenhuma obsessão vem sem cobrar o seu preço. Após dois anos em uma busca incansável por Dazai, a sua tripulação acabou diminuindo.

Os piratas não mais acreditavam que Chuuya era um bom capitão. Com o passar do tempo, a tripulação de quarenta piratas tinha se tornado apenas dez. Restavam ali apenas os que ainda seguiam Chuuya e se importavam com o bem estar do capitão.

— Me perdoe a intromissão, Chuuya-kun. — Quem falava era Ryurou Hirotsu, o leal navegador. Por mais que já fosse um senhor de idade, Hirotsu não deixava a desejar quando o assunto era traçar bons cursos de navegação e estratégias de confrontos.

Assim que Chuuya ergueu os olhos para o mais velho, Hirotsu prosseguiu com um tom de voz calmo.

— Ainda não temos nenhuma pista do paradeiro do Dazai-kun. Talvez seja melhor...

— Quieto, Hirotsu-san. — Falou o ruivo de forma fria e seca enquanto se mantinha na beira da proa de seu navio. Aquele era o lugar que mais costumava ficar, afinal, de lá tinha uma boa visão de todo o mar. Queria ser o primeiro a avistar o navio de Dazai. — Não importa o que diga, eu não vou desistir. Já sei que o desgraçado está no mar e com uma nova tripulação de merda, então nós vamos achá-lo.

Durante aqueles dois anos, Chuuya havia emagrecido consideravelmente, além de ter adquirido um vício maior pelo álcool. Estar embriagado era a única forma de não se entregar a maldita tristeza, que o acometia sempre que se lembrava de Dazai. Além disso, os episódios em que perdia a consciência se tornaram mais recorrentes também.

— Claro. Me perdoe a intromissão. — Falou o navegador, curvando-se em sinal de respeito ao seu capitão antes de se afastar, deixando-o sozinho com sua garrafa de vinho nas mãos.

Algum tempo se passou, e todos pareciam respeitar a solidão de Chuuya. Ficou na proa até o pôr do sol, que fez com que o ruivo xingasse tudo a sua volta. Odiava quando a noite chegava, pois a escuridão tornava sua busca praticamente impossível.

Vencido, o capitão finalmente se dirigiu até os seus próprios aposentos. Já estava tão bêbado que precisou se apoiar nas paredes para não cair, orientando-se por elas para chegar em seu quarto.

Deitou-se na cama, com o corpo voltado para baixo. Sentia um vazio enorme no peito, como uma ferida aberta que não cicatrizava não importa o que tentasse fazer.

Tudo ali lembrava Dazai, e Chuuya podia jurar que ainda sentia o perfume dele, impregnado naquela cama. A cama onde tinham tido tantas noites de paixão. Aliás, tinham perdido a virgindade juntos, naquela mesma cama.

E foi entre lágrimas que Chuuya adormecia, vencido pela bebida e assombrado pelas memórias de um passado que não voltaria mais.

As lembranças eram seu único refúgio agora...

 

17 de maio de 1674

Chuuya Nakahara - 19 anos

Osamu Dazai - 18 anos

 

Naquele ano, definitivamente se aventurar ao mar não era uma tarefa fácil.

Além da pouca tecnologia da época, fatores climáticos e a baixa infraestrutura dos navios, uma embarcação despreparada poderia ser uma fácil vítima em alto mar.

Mas para alguém que escolhesse uma vida de aventuras e crimes como a pirataria, a maior conquista da vida não era ter múltiplas mulheres, ouro, ou um barco grande. Para um pirata, o que verdadeiramente contava era a sua reputação.

E Ougai Mori, naquela época, era um dos piratas mais temidos dos sete mares. Seu navio negro era o protagonista de muitas histórias de ataques a cidades costeiras. Diziam que, caso seu navio atracasse no porto de uma cidade ou vilarejo, aquilo era sinônimo de morte.

As histórias contavam ainda que Mori não era o único que deveria ser temido. Aliás, ele era apenas a mente por trás de tudo. Sua tripulação era igualmente mortal, em particular, dois jovens adolescentes que Mori havia criado desde a primeira infância. Seus nomes eram: Chuuya Nakahara e Osamu Dazai.

O primeiro era um menino ruivo de baixa estatura. Mas o que ele tinha de pequeno, também tinha de forte e ágil. As lendas diziam que Chuuya era capaz de arrasar com um exército inteiro apenas fazendo uso de uma faca afiada.

Já o outro, apenas alguns meses mais novo e com volumosos cabelos castanhos, era conhecido pelo seu sadismo e a ausência de medo. Era como se o garoto não apenas não temesse a própria morte, como também parecia deseja-la. Diziam que era comum vê-lo dançar no meio de um tiroteio, ou correr para dentro de explosões. Mas além dessa estranha obsessão pela morte, Dazai era conhecido por elaborar planos e armadilhas complexas para capturar seus inimigos.

Os dois garotos fizeram suas reputações e conforme os anos se passam, a lista de feitos apenas aumentava. Naquela época em especial, em maio de 1674, Chuuya havia recém feito seus 19 anos, enquanto Dazai ainda tinha 18. Mas o garoto ruivo sequer tinha chances de usufruir de sua “superioridade” por ser mais velho, já que Dazai não perdia uma única oportunidade de lembra-lo do quanto ele era pequeno.

Chuuya parecia ter terminado de crescer desde os 15 anos, enquanto o maldito Dazai não parava de ficar mais alto, já com quase 1,74 m, enquanto Chuuya ainda tinha seu humilde 1,60.

— E então, Chuu. Com o que pretende gastar a sua parte? — Dazai perguntava enquanto se colocava ao lado do menor. Ele se referia a parcela de ouro que Chuuya havia ganho do último saque que tinham feito. Naquele momento, ambos estavam agora sentados em uma das escadas do navio.

Na noite anterior, a tripulação de Mori havia arrasado com um vilarejo. Uma parcela do tesouro recolhido tinha sido dividida entre os tripulantes (conforme mandava o código pirata), e agora eles podiam gastar com o que quisessem.

Para dois adolescentes, aquilo era tentador, e Dazai já estava pronto para curtir a noite no maior centro pirata daquela região. Iriam para Yokohama, uma cidade costeira cheia de atrativos para quem vivia uma vida de aventuras. Bebidas, mulheres e tudo mais o que pudesse imaginar.

Exibido como era, naquele momento Dazai usava uma camisa branca meio aberta, com um colete preto por cima dela. Usava uma calça preta, tendo a espada presa a sua cintura. Pelo seu corpo, era possível ver algumas ataduras, enroladas em seus braços, bem como em seu pescoço e na parte exposta de seu peito.

Ao invés de um comum tapa-olho pirata, o jovem de 18 anos tinha o olho direito coberto por ataduras também, que davam a volta em sua cabeça por baixo dos volumosos cabelos castanhos.

— Ei, estou falando com você. — Cutucava ao ruivo para chamar a sua atenção.

— Não sei, quem sabe eu pague alguém pra acabar com a sua vida. — Respondeu o Nakahara sem dar muita atenção ao mais novo enquanto afiava sua espada calmamente, sentado na escada do navio.

O garoto mais velho usava uma camisa igualmente branca, com as mangas longas que cobriam seus braços e um colete marrom por cima. Usava também seu costumeiro chapéu escuro, o qual havia ganho de Mori logo que foi trazido para a tripulação. Desde então, quase nunca o tirava da cabeça, que cobriam os longos cabelos ruivos normalmente presos por um rabo de cavalo.

— E você, idiota? Vai gastar tudo em bebidas de novo?

— Nãããooo! — Dazai dizia com sua costumeira animação de adolescente, sorrindo mais do que nunca para Chuuya. — Hoje quero investir em uma dama.

Já havia alguns meses que o moreno vinha com essa conversa. Assim como Chuuya, Dazai também era virgem, mas o moreno parecia bem ansioso para deixar de ser. Estava com os hormônios a flor da pele, e tinha posto na própria cabeça que não chegaria aos 19 sem transar.

Sendo seu aniversário em junho, o tempo estava se esgotando.

— Vai ficar aqui no navio sem fazer nada?

Chuuya suspirou enquanto revirava os olhos, deixando a espada de lado para se encostar no navio.

A verdade era que desde de quando foram resgatados, o ruivo vinha negando para si mesmo seus reais sentimentos para com Dazai, e sempre xingava a si mesmo por aquilo.

Osamu era um idiota com I maiúsculo, irresponsável, irritante e insuportável. Chuuya sabia que era burrice se apaionoxar por alguém como ele.

No entanto, também não podia negar que sempre sentia um certo incômodo sempre que Dazai tocava no assunto sobre perder sua virgindade com uma mulher. Mesmo que soubesse que Dazai nunca o olharia com outros olhos, e que ele era o único ali a não se interessar por mulheres, ainda assim, sentia ciúmes.

— Então vai pagar pra perder a sua virgindade? — Chuuya finalmente respondia com certo desdém. — Bem, já era de se esperar. Nenhuma louca ficaria com você por livre e espontânea vontade.

O moreno, ainda sentado, agora encostava o queixo sobre ambas as mãos enquanto as apoiava nas próprias pernas.

— É, acho que não. — Era raro Dazai concordar com algo que o ruivo dizia, mas naquele momento não viu nenhum problema. — Mas e quanto a você? Nunca encontrou alguém que te interesse?

— Não tenho tempo pra isso. — Deu de ombros, tornando a pegar sua espada para afiar a mesma, ainda que ela já estivesse bastante afiada. Apenas não queria se dar conta da aproximação de Dazai. — Prefiro ficar aqui e me preparar pro próximo saque.

— Sua vida não é só essa merda, deveria se distrair. - Dazai dava de ombros, até que vinha por se levantar. — Bom, depois eu te conto como foi a minha primeira noite com uma mulher bonita.

E ele riu, deixando Chuuya para trás assim que o navio atracou no porto.

Logo, todos os outros piratas também começaram a deixar o navio, de modo que Chuuya acabasse ficando ali sozinho.

— Idiota. — Chuuya resmungou, deixando sua espada de lado para se encostar novamente na beira do barco.

O navio tinha sido ancorado no porto da cidade, de modo que dali Chuuya tivesse uma boa visão de toda Yokohama.

Estava bastante movimentada e barulhenta, e o ruivo podia ouvir os gritos de animação dos vários piratas que andavam por ali, que com toda a certeza já deviam se encontrar completamente bêbados de rum.

No entanto, ali no navio, tudo estava em um completo silêncio. Chuuya estava sozinho, na completa escuridão, imaginando que Dazai já devia estar procurando alguma mulher para perder sua tão preciosa virgindade.

— É mesmo um idiota…

***

Em Yokohama, Dazai adentrava ao bar que mais gostava com alguns piratas de sua própria tripulação. Se sentava no balcão, pedindo um copo de rum para começar sua noite.

Dava alguns flertes baratos na atendente, mas ela apenas o respondia com certo deboche:

— Você já tem 18 anos para estar aqui?

— Tenho sim! Logo farei 19, aliás.

Dazai riu e tentou insistir, mas depois de algum tempo percebeu que a sua noite não estava tão divertida como achou que seria. Os outros piratas pareciam bem entretidos, enquanto ele próprio logo ficou entediado.

O que havia de errado com ele? Por que não conseguia simplesmente se entregar as futilidades da vida, sendo que todos ao seu redor faziam aquilo? Incomodado, Osamu tratou então de olhar em volta em busca de Chuuya. Achou que poderia ver como ele estava se divertindo, mas curiosamente, não o encontrou.

Teria o ruivo realmente ficado no navio?

Dazai suspirou, e de repente, sentiu toda a sua vontade de estar ali ir embora.

— Por favor, poderia me dar uma garrafa de vinho? — Dazai pedia para a mesma atendente, mas dessa vez de maneira bem mais educada. Ela sorriu e assentiu, entregando ao garoto a garrafa de vinho que ele havia pedido.

Com a garrafa em mãos, Dazai saltou do banco do bar no qual estava sentado para deixar o estabelecimento, seguindo de volta rumo ao navio.

***

Chuuya ainda continuava sozinho, em meio a suspiros de uma desilusão amorosa.

Havia feito uma péssima escolha em ficar ali, já que sua mente não parava de pensar em coisas desnecessárias. Imaginava Dazai gastando todo o seu dinheiro em alguma mulher e se deitando com ela, tendo a noite mais divertida de sua vida.

Chuuya estava realmente triste.

— Deve ter alguma porra de garrafa de vinho aqui. Não vou ser o único a ficar sóbrio essa noite. — Falou pronto para ir até os aposentos de Mori, afinal, sabia que ele tinha várias garrafas de vinho e rum guardadas ali, e como não queria se meter no meio daquele povo barulhento da cidade, preferiu resolver seu problema sem ter que sair do navio.

— Hum, serve essa aqui? — Foi quando ouviu a voz de Dazai lhe questionava, assim que ele aparecia atrás dele, trazendo a garrafa de vinho que havia comprado em uma das mãos, e duas taças vazias na outra.

Ouvir a voz de Dazai ali fez com que o ruivo se virasse rapidamente em sua direção, com os olhos arregalados, surpreso por vê-lo.

— Que merda tá fazendo aqui? Sabia que você era precoce, mas não imaginava que era tanto.

— Não seja burro. — Dazai fazia um bico com aquele comentário, se aproximando de Chuuya para entregar a garrafa de vinho para ele. — Não transei com ninguém.

Chuuya franziu a testa com aquela atitude, ainda que viesse por pegar a garrafa para si.

— Eu disse que nenhuma mulher iria ficar com você. — Falou em tom de deboche, mesmo que dentro de si, sentisse certo alívio estranho.

— É, acho que não. — O pirata moreno dizia enquanto se sentava na escada do navio, no mesmo lugar onde havia conversado com ruivo anteriormente. — Acho que devo começar a flertar com garotos.

Ouvir aquilo fez com que o Nakahara tornasse a arregalar os olhos, se surpreendendo com aquelas palavras. Chuuya engasgou de leve, desviando o olhar no mesmo instante.

— V-você?! Com garotos? Sempre achei que seus gostos eram outros. — Tentou disfarçar sua reação, ainda tossindo levemente enquanto demonstrou desinteresse.

— Ah, sei lá. — Dazai estendia os copos vazios na direção de Chuuya, como em um pedido para que o outro abrisse a garrafa de vinho e os servisse. — Eu só quero transar. Você não tem curiosidade?

Chuuya fez um pequeno bico com aquela pergunta, abrindo a garrafa para servir. Virava o líquido rubro em direção às taças, enchendo-as até a boca. — Claro que tenho. Mas não vou morrer se não enfiar meu pinto em alguém.

— Hum. — Dazai agora encarava Chuuya por um momento, como se o analisasse, até que tomava um gole de vinho. Contudo, quando o fez, acabou tossindo um pouco enquanto mostrava a língua. — Como pode gostar disso? Rum é muito melhor.

— Tsc. Você é mesmo um pirralho. Não sabe nem desfrutar de uma boa bebida. — Resmungou de volta ao mesmo tempo em que se sentava ao lado de Dazai, tomando um longo gole de sua taça até secá-la por completo. — Ahh... Delicioso. — Um enorme sorriso se formou em seus lábios enquanto se voltou para Dazai. - Sabe, até que você não é tão inútil. Esse vinho é mesmo bom.

Osamu tornou a mostrar a língua, tomando meio que forçadamente o vinho que ainda restava em seu próprio copo. Não gostava de vinho, mas então por que havia comprado uma garrafa?

A resposta era clara quando ele próprio se dava conta do quanto o ruivo sorria ao se deliciar com a sua bebida favorita.

— Ei, Chuuya.

— Hm? — Murmurou ao deixar a taça de lado para tomar um gole da própria garrafa, afinal sabia que Dazai não havia gostado da bebida a ponto de repetir a dose.

— Sabe, estamos sozinhos, somos adolescentes cheios de hormônios e queremos transar. — Por sua vez também deixava a taça vazia de lado, olhando para Chuuya pelo canto do olho. — Que tal tentarmos, eu e você?

Ouvir aquilo fez com que o mais velho cuspisse todo o vinho que havia posto em sua boca, vindo por tossir algumas vezes enquanto tentava processar o que tinha acabado de ouvir.

— Hã?! Ficou bêbado só com uma taça de vinho pra dizer essas merdas?

— Estou falando sério. — O moreno respondeu com um bico, ainda que logo desse de ombros com certo desdém. — Mas imaginei que não teria coragem. Também existe a possibilidade de ter uma noite maravilhosa comigo e se apaixonar.

— V-Vai sonhando! — Nakahara sentiu o rosto esquentar com aquelas palavras, de modo que viesse por gaguejar. — Nem se você fosse o último idiota do mundo eu me apaixonaria por você!

— Viu só? Sem perigo então, podemos transar. — Dazai disse com um riso, se voltando para Chuuya para agora tocar nos cabelos dele. Pegava uma madeixa vermelha, passando a brincar com ela entre seus dedos.

— E-E-Ei!! — O rosto do mais velho ficou tão vermelho quanto seus cabelos, e sentia seu coração acelerado a ponto de querer pular pra fora de sua boca. — Tá falando sério? — Perguntou agora se afastando um pouco, o suficiente para interromper aquele toque.

Dazai, aquele Dazai por quem havia se apaixonado estava sugerindo que fizessem sexo? Só podia ser uma brincadeira de mal gosto do destino, ou alguma provação divina.

— Estou sim, Chuu. — Dazai dizia agora um pouco mais sério. — O que me diz? Não tem curiosidade de me ver sem todas essas roupas?

Em resposta, os olhos azuis involuntariamente desceram pelo corpo de Dazai, e pôde ver seu peito exposto pela camisa aberta, ainda que envolto por faixas.

De fato já tinha desejado tocá-lo, e havia perdido a conta de quantos sonhos impróprios já tivera com o mais novo. Mesmo assim, sabia que seria um caminho sem volta, já que não conseguiria mais negar para si mesmo o que sentia por ele.

Pensou e pensou, mas sabia que só havia uma resposta.

Sendo assim, o ruivo pegou a garrafa de vinho e tomou um longo gole da bebida, para reunir coragem para o que faria a seguir.

— Que se foda. — Resmungou antes de agarrar a nuca de Dazai, puxando o rosto dele para perto e roubando seus lábios em um beijo.

Ter aquele beijo roubado surpreendeu o próprio Dazai, já que de certa forma não esperava que Chuuya concordasse com a sua ideia.

Mas assim que foi beijado, não demorou a retribuir, envolvendo o corpo do menor com seus braços. Assim que suas bocas se encaixaram, o moreno pedia passagem com a língua, para poder entrelaça-la à de Chuuya.

Um intenso arrepio percorreu todo o corpo do pirata ruivo, de modo que se agarrasse aos cabelos de Dazai enquanto deixou que suas línguas se tocassem de forma inicialmente lenta, mas que logo foi se aprofundando.

Por mais que nunca tivessem feito sexo com ninguém, ambos já tinham beijado algumas mulheres ao longo daquela adolescência, ainda que Chuuya nunca tivesse desejado nenhuma delas.

Mas com Dazai era diferente.

Não sentia apenas desejo pelo mais novo, como também nutria um intenso sentimento por ele, e que agora parecia apenas aumentar.

Já para Osamu, o beijo de Chuuya era capaz de hipnotizá-lo, fazendo com que o moreno aprofundasse o beijo aos poucos enquanto deslizava com as mãos pelo corpo de Chuuya, até repousá-las sobre sua cintura.

Mas os dois eram bem novos naquilo e não sabiam exatamente como prosseguir.

O beijo entre eles continuava incrivelmente prazeroso, de modo que suas bocas se desgrudassem apenas quando a falta de ar se fez presente.

Quando Dazai abriu os olhos para encarar Chuuya, deu um sorriso ao ver os lábios dele levemente vermelhos, devido ao beijo.

— Que tal o quarto do Mori-san? — Perguntava com um sorriso travesso.

— Ficou doido?! Ele manda a gente pra prancha se descobrir! — Chuuya respondeu preocupado, cobrindo os lábios avermelhados com as costas da mão, mesmo que seu rosto estivesse igualmente vermelho.

— Manda nada. Somos os melhores dessa tripulação. — O mais novo respondeu com um sorriso orgulhoso. — E ele tem uma cama grande. Não quero perder a minha virgindade em um canto qualquer.

— Mal tá parecendo um pirata desse jeito. — Resmungou enquanto desviou os olhos azuis, tentando não demonstrar o quanto estava nervoso com aquilo.

— Se é a nossa primeira vez, tem que ser bom. — Osamu respondeu decidido, desfazendo a maneira com que envolvia Chuuya para pegar na mão dele, puxando-o para que fossem até o quarto de Mori. Era necessário descer uma pequena escada para chegar aos aposentos do capitão, onde os jovens piratas adentraram sorrateiramente para poderem transar.

O quarto de Mori era espaçoso, bem como sua cama de casal estava perfeitamente arrumada.

— Ele realmente vai nos matar. — Falou Chuuya ainda receoso, tirando o chapéu para bagunçar os próprios cabelos de forma preocupada por estarem ali.

Era a primeira vez que entravam no quarto do capitão, e sabiam que as consequências seriam severas.

— E se ele voltar? Não quero que veja a minha bunda pelada em cima da cama dele.

— Ele não vai ver. — Assim que fechou a porta, Dazai sedutoramente se aproximava de Chuuya, dessa vez puxando o ruivo para colar seus corpos. — Vou estar por cima de você.

— Q-Quem disse que você vai ficar por cima?! — Mais uma vez o rosto do ruivo corou, ainda que permitisse aquela aproximação do mais novo. Odiava como o corpo dele, seu calor e seu cheiro, o dominavam tanto.

— Eu. — Dazai ria, e como se soubesse o impacto que seu corpo tinha sobre o outro, levava a mão livre contra o próprio colete, passando a desabotoá-lo sem tirar os olhos de Chuuya.

Chuuya engoliu em seco, agora sem tirar os olhos de Dazai enquanto ele começava a se despir a sua frente.

Mesmo não tendo nenhuma experiência naquilo, Chuuya já havia ouvido conversas dos outros tripulantes sobre sexo entre dois homens, e sabia que "quem ficava por baixo" normalmente sentia mais dor.

Dessa forma, seu nervosismo apenas se intensificou, mesmo que se esforçasse para não demonstrar. — N-não fique se achando, Dazai de merda. Não tem muita coisa pra mostrar aí.

— Como sabe se ainda não viu tão de perto? — Dazai agora usava as duas mãos para desabotoar o colete, retirando-o ao terminar. Em seguida, passou a desabotoar a camisa, fazendo-o de maneira mais lenta já que a cada botão aberto, uma parte nova de seu corpo era revelado para Chuuya, mesmo que ainda existissem algumas ataduras aqui e ali.

— Costumávamos tomar banho juntos quando éramos crianças, você se lembra? Mas eu garanto que cresci bastante, desde aquela época.

— Não acho que tenha crescido tanto assim. Dizem que quanto mais alto, menor o pau, não sabia? — O provocou com um sorriso, sem conseguir desviar os olhos do corpo dele. Ansiando ver cada vez mais, mesmo que ainda tentasse se manter inexpressivo.

— Bom, só tem um jeito de descobrir, né? — E Dazai terminava de retirar a camisa, deixando-a cair no chão enquanto tornava a se aproximar de Chuuya.

O moreno tinha um corpo bem definido por baixo da camisa, e suas ataduras ficavam bem rentes ao seu corpo, de modo que Chuuya ainda pudesse ver as curvas de seus músculos.

Quando estava perto o suficiente, roubava novamente os lábios do ruivo em um beijo, fazendo-o agora com mais desejo.

E Chuuya prontamente veio por retribuir o beijo, de modo que um gemido abafado escapasse por seus lábios enquanto apoiou as mãos sobre o peito de Dazai, tocando-o com certo desejo.

Odiava o fato dele ser mais alto que si, de modo que tivesse que se esticar para conseguir manter a altura entre seus rostos enquanto retribuía ao beijo na mesma intensidade.

Seus corpos ficavam bem colados um ao outro enquanto o beijo prosseguia, e Chuuya pôde sentir o volume de Dazai roçando de leve contra o dele, devido a aproximação.

Lentamente, o mais novo foi conduzindo o ruivo em direção à cama do capitão. No entanto, Chuuya logo invertida as posições, de modo que empurrasse o corpo de Dazai sobre o colchão, se colocando por cima dele.

Quando Osamu se sentou, o beijo era momentaneamente interrompido para que o ruivo subisse em seu colo, com as pernas em cada lado de seu corpo. No instante seguinte, tornavam a colar seus lábios, em um beijo ainda mais intenso.

Dazai se agradava por ter o ruivo sobre o seu colo, retribuindo ao beijo dele com cada vez mais desejo. O moreno sentia seu corpo inteiro ficar mais quente, em especial, entre as pernas, onde seu membro começava a se despertar.

Era como se ainda não tivesse caído sua ficha. Estava prestes a perder a virgindade, e com Chuuya.

Foi quando levou as mãos contra a camisa do mais velho, passando a desabotoá-la com certa pressa. Agora estava ansioso para ver o corpo de Chuuya também. E assim que entendeu o desejo de Dazai, o ruivo logo o ajudou a se despir, terminando de desabotoar sua camisa para joga-la sobre o chão do quarto, revelando um corpo pálido, porém definido para Dazai.

Aos poucos, Chuuya tomou a atitude de começar a mover com seu quadril pra frente e pra trás, roçando sua bunda contra o pênis coberto pela calça do mais novo, a cada vai e vem ainda lento. O moreno sequer teve tempo de admirar o corpo alheio, pois já tinha os lábios novamente roubados pelo outro.

E assim que as reboladas de Nakahara se intensificaram, as mãos de Dazai agora iam de encontro às nádegas do menor, tomando a liberdade de apertá-las enquanto os movimentos de vai e vem prosseguiam.

Em pouco tempo, o ruivo pôde sentir um volume maior e mais rígido sob seu corpo, de modo que Dazai já estivesse excitado.

— Ah... — Um gemido foi-se ouvido do menor, que dessa vez interrompeu o beijo para deixar aquele som tão agradável aos ouvidos de Dazai ecoar pelo quarto.

Sentir o pênis rígido abaixo de si fez com que o ruivo intensificasse ainda mais seus movimentos, querendo sentir cada vez mais a ereção alheia. E Osamu por sua vez suspirava, achando aquela provocação mais do que maravilhosa. Jamais imaginaria que Chuuya podia ser tão... quente.

Agora sem o beijo, Dazai descia com os lábios contra o pescoço do ruivo, passando a beijar sua pele com certa intensidade. De certa forma, queria deixar algum registro daquela noite, para que ambos pudessem se lembrar depois.

— Ahh... — Um gemido agora manhoso escapou dos lábios do mais velho, que veio por se agarrar aos cabelos castanhos. — Dazai... — Gemeu seu nome de forma novamente manhosa, arrepiando-se mais e mais com aqueles beijos.

— Chuu... — E foi respondido da mesma forma, até que o mais alto parou de beijá-lo, apenas para poder erguer os olhos e encará-lo por um instante. — Minha calça está... muito apertada. — Dazai resmungava baixinho, sentindo o incômodo da ereção contida dentro daquela vestimenta.

Pedia por alívio.

— Você não é o único. — Chuuya respondia, erguendo o corpo o suficiente para conseguir tirar a calça do mais novo, arrancando-a de seu corpo agora sem muita cerimônia. Quanto mais demorasse, mais sentiu que ficaria nervoso.

Sendo assim, acabava deixando Dazai completamente despido e ver o pênis ereto do moreno pela primeira vez, fez com que Chuuya desse um sorriso.

Aquela visão era muito melhor da que tinha em seus sonhos.

— Até que não é tão mixuruca assim... — Comentou o ruivo ao levar a mão contra a ereção alheia, tocando-o pela primeira vez, de modo que passasse a masturbar Osamu bem lentamente.

— Aw... — Ele suspirou, ainda que logo tentasse abafar os seus gemidos com um riso.

A maneira como o ruivo o tocava era incrivelmente prazerosa, e Dazai naquele momento não conseguia tirar os olhos de cima dele. Por sua vez, ter aquela ereção entre seus dedos fez Chuuya suspirar profundamente pelo tesão.

— Você até que sabe tocar bem... em um pau... — Dazai dizia ainda entre suspiros e risos.

E Chuuya também veio por sorrir, intensificando aos poucos os movimentos de sua mão, ainda que mantivesse o ritmo lento. Pensar que causava várias sensações de prazer no mais novo era algo para se orgulhar. Motivado, Chuuya se inclinou sobre o corpo do mais alto, passando a lhe chupar o pescoço para deixar algumas marcas arroxeadas por onde passava.

Dazai suspirava, fechando os olhos ao sentir seu corpo inteiro se arrepiar com aqueles beijos. O prazer era tanto que sentia vontade de gozar ali mesmo, mas é claro que não poderia permitir com que aquilo acontecesse, ou seria humilhado por Chuuya pelo resto de sua vida.

Foi quando tomou a liberdade de agarrar o corpo do menor, virando-o na cama para que o ruivo se deitasse, e Osamu pudesse se colocar sobre ele. Ainda ofegava, mas ao menos por cima, achou que poderia controlar melhor a situação.

— Achei que já estivesse pra gozar, mas vejo que está se esforçando. — Chuuya dizia agora por baixo, tendo seus cabelos ruivos agora espalhados pela cama.

— Eu tenho uma baita energia. — O moreno respondeu com um sorriso adolescente, sendo sua vez de levar as mãos contra a calça de Chuuya, passando a desabotoá-la.

Foi quando veio por retirá-la, puxando sua veste para baixo para finalmente expor o corpo de Chuuya para si. Assim que viu o pênis dele pular para fora da calça, Osamu sorriu.

O ruivo era realmente lindo sem todas aquelas roupas, e Dazai ficou a admirá-lo agora por alguns instantes.

— Se eu soubesse que era tão bonito... teria dado em cima de você antes.

Aquilo fez Nakahara sorrir de forma orgulhosa, ainda que ficasse levemente constrangido também. Estava feliz por aquelas palavras, de modo que levasse a destra contra o próprio pênis, passando a se masturbar lentamente, para Dazai.

— Teria evitado levar tantos foras de mulheres por aí.

— É mesmo. — Ele riu, ainda que não deixasse de admirar a maneira como Chuuya se masturbarva — Posso... fazer isso por você?

— Se souber fazer direito... — O menor o provocou, afastando a mão para ficar completamente exposto para Dazai, deixando com que este lhe tocasse da forma que quisesse. — Ao menos já se masturbou antes?

— É claro que já. — A resposta do pirata moreno vinha com um bico nos lábios, embora logo o desfizesse ao levar a destra contra o pênis de Chuuya, passando a tocá-lo. Conhecia a sua textura conforme descia com a mão para cima e para baixo, devagar.

Em resposta, Dazai pôde ver como o ruivo mordeu o lábio inferior para conter um gemido, dando um profundo suspiro de prazer ao ser tocado daquela forma.

— Gosta assim?

— Gos...to…

O moreno sorriu, passando a masturbar o ruivo de maneira um pouco mais intensa, ainda que fosse aumentando a sua velocidade de maneira gradual.

Agora observava atentamente as expressões de prazer de Chuuya. — Então geme pra mim...

— Hm...! — Chuuya se afundou contra o colchão, acometido pelo prazer, agora se agarrando aos lençóis enquanto passou a mover seu quadril lentamente, a favor dos toques dele. — Ah... — E finalmente um gemido escapou de seus lábios, ainda que tentasse contê-los apenas para não dar aquele gosto ao outro. — Osamu...o

— Gosto quando me chama assim. — Dazai comentava com um sorriso enquanto retirava a mão que tocava o pênis alheio, deixando um Chuuya sedento por mais.

Depois daquilo, o moreno afastava as pernas do ruivo, para se colocar entre elas. Não pôde deixar de contemplar o corpo do outro mais uma vez, e sentia seu pênis latejar de tesão apenas com a ideia de entrar dentro dele.

— Hum, acha que aguenta?

Por mais nervoso que voltasse a ficar, Chuuya erguia as pernas até a cintura de Dazai, o puxando para mais perto de modo que o pênis dele roçasse entre suas nádegas. — Acho que sou capaz de aguentar "isso aí". — Falou em um tom de deboche, ainda que dentro de si sentisse seu coração bater mais e mais forte, devido a ansiedade.

— Tá bem. — Dazai sorriu, se inclinando um pouco mais na direção de Chuuya.

Com a destra, o moreno guiava seu próprio pênis na direção da entrada do ruivo. Por sua vez, estava bastante ansioso para finalmente perder sua virgindade, porém, também não queria que aquilo se tornasse uma experiência ruim para Chuuya.

Sentiu resistência, mas foi forçando sua entrada aos pouquinhos. Dazai suspirou, sentindo sua glande entrar dentro do ruivo. O interior de Chuuya comprimiu seu membro, o que lhe ocasionava um prazer ainda maior.

O menor por outro lado não estava preparado para a dor que veio com a penetração. Por mais que tivesse ouvido relatos, não imaginou que seria daquele jeito, de modo que sua voz falhasse enquanto veio por se agarrar ao corpo de Osamu, apertando as unhas contra suas costas na intenção de descontar um pouco daquela ardência dentro de si.

Sua respiração se alterou enquanto tentava relaxar aos poucos. Por mais que doesse, era Dazai ali, e estava com tanto tesão quanto o mais novo.

— Ca...ralho... Dazai... — Falou com certa dificuldade, sentindo as pernas tremerem ao redor da cintura dele.

Era como se a temperatura do quarto ficasse cada vez mais quente, de modo que o mais alto começasse a transpirar enquanto ofegava. A sensação era como se o seu corpo inteiro pegasse fogo.

Tinha que resistir para não se afundar nele ainda mais, ao menos não antes de garantir que Chuuya se acostumasse com aquela penetração. Não queria machucar ao ruivo, por isso tentou ser o mais gentil possível.

Ficou parado, enquanto ambos suspiravam, até que o ruivo movesse com a cabeça, em uma singela sinalização de que podiam prosseguir. Com tal permissão, Dazai lentamente foi se afundando em Chuuya, movendo com o quadril para que seu pênis deslizasse para ainda mais dentro dele.

— Chuu... — Chamou manhosamente, sem desviar os olhos dele. — Posso... te beijar de novo...?

Chuuya estava tão concentrado que apenas veio por assentir com a cabeça enquanto abriu lentamente os olhos azuis para o maior, e Dazai teve uma maravilhosa visão de seu rosto regado de prazer.

As bochechas do mais velho estavam coradas, enquanto algumas gotas de suor escorriam por sua testa. Seus lábios estavam bem avermelhados e marcados por seus dentes, por tê-los mordido para reprimir os gemidos.

Era uma visão que Dazai dificilmente se esqueceria.

Um sorriso bobo se formou nos lábios do maior. Como nunca antes havia olhado para ruivo daquela forma? Como nunca antes havia se dado conta do quanto ele era lindo?

Osamu se xingou mentalmente por aquilo, mas estava feliz por ter acabado de descobrir o maior tesouro de todos. Naquele momento, jurou para si mesmo que nunca o deixaria escapar.

Foi quando se inclinou mais ainda na direção de Chuuya, roubando os lábios dele em um beijo cheio de desejo e sentimento, enquanto gradualmente passou a movendo com o quadril para frente e para trás, ainda que em um ritmo lento.

Em resposta, o ruivo veio por gemer diante aquela movimentação, ainda que o som fosse prontamente abafado por aquele beijo que tentava se concentrar em retribuir. Mesmo assim, sua atenção estava completamente voltada para o pênis de Dazai, que passou a se mover dentro de si, causando uma sensação incrivelmente prazerosa, ainda que dolorosa.

Não podia acreditar que estava fazendo sexo com o idiota por quem era apaixonado desde criança, e por mais que soubesse que estava sendo usado apenas para tirar a virgindade dele, dentro de si se permitiu se sentir especial apenas naquela noite, ainda que no dia seguinte, provavelmente tudo voltasse a ser como era e eles continuassem a brigar e discutir como sempre.

Foi quando Nakahara sentiu o beijo de Dazai falhar, até que ele próprio se afastasse com os lábios para poder gemer. O moreno estava em completo delírio, sentindo mais e mais prazer a cada nova estocada em dava em Chuuya.

— Isso é... bom... ah! — E ele ria, agora estocando um pouco mais forte, de modo que o corpo de Chuuya começasse a ser impulsionado sobre a cama.

— Ah!! D-dazai... desgraçado... hm...! — O menor apertava o corpo dele com mais força diante aquela forte movimentação, de modo que viesse por arranhar as costas do mais novo para descontar aquela sensação irritantemente prazerosa que o consumia. - Eu juro...que você me paga... depois disso... ah!!

Dazai sentia suas costas arderem pelos arranhões que recebia, mas aquilo apenas aumentava a sua sensações de prazer. — Ah, Chuu... eu já quero... fazer isso mais veze--ah! — E tornava a rir, fazendo com que a cama de Mori agora começasse a ranger, devido a força de suas estocadas.

O ruivo não podia evitar de sentir uma felicidade o consumir, além de um frio em seu estômago por pensar em fazer aquilo com Dazai mais vezes, de modo que viesse por sorrir enquanto seu corpo se movia cada vez mais sobre o colchão.

— N-não vamos ter... a cama do capitão disponível... tantas vezes ass--... — Era interrompido por seus próprios gemidos que subiam de tom a cada nova estocada de Dazai, além de sua respiração bastante ofegante. — Merda... Dazai… desse jeito eu vou… hm...

Dazai por sua vez não conseguia mais manter qualquer diálogo, e ao ouvir que o outro já estava quase chegando ao orgasmo, levava a destra de encontro ao pênis dele, passando a masturbá-lo na mesma velocidade com que o estocava.

— Goza pra mim... — Pedia maliciosamente contra o ouvido do mais velho.

O ruivo suspirava, sentiu o prazer se acender em cada músculo de seu corpo. Involuntariamente, sentiu as costas se arquearem para trás. Sua dor inicial já havia passado completamente, de modo que agora Dazai pudesse se deslizar livremente para dentro do ruivo.

O quarto logo se preencheu com os sons de gemidos de ambos os jovens, além do impacto produzido entre seus corpos a cada nova investida. Podiam ter imaginado como seria perder a virgindade o quanto quisessem, mas a expectativa não havia chegado nem perto do que estava sendo naquele momento.

Nakahara abriu seus olhos azuis. Estava prestes a gozar e queria fazê-lo olhando nos olhos do outro pirata. Conforme seu corpo era impulsionado por meio daquele vai e vem delirante, o ruivo finalmente se entregava ao orgasmo. Entregou-se ao seu ápice assim que ejaculava contra os dedos do mais novo, deixando um gemido ainda mais alto ecoar pelo quarto.

— Ahh...!! Dazai!! — Gemeu pelo nome dele em meio a diversas ondas de prazer. A sensação era tão incrível que queria prolongar aquilo pelo máximo de tempo possível. — Ah...

Ver Chuuya daquela maneira fez com que Dazai sorrisse de forma orgulhosa, satisfeito por ser capaz de fazer o outro gozar, mesmo que aquela fosse a primeira vez deles. Mas agora o moreno não mais se continha, estocando Chuuya com ainda mais força ao se concentrar em seu próprio prazer.

— Chuu... ya... — Gemia o nome do ruivo, estremecendo de leve ao sentir seu próprio orgasmo mais próximo. Já havia se masturbado algumas vezes, mas nada se comparava a estar dentro do ruivo. Seu pênis se comprimia ao interior do mais velho, de modo que poucas estocadas depois, o quarto se preencher com os gemidos do moreno assim que ele finalmente atingia o ápice, esporrando dentro do outro pirata.

Continuou a estocá-lo por mais alguns instantes, até se encontrar totalmente satisfeito. Dazai sentia seu corpo inteiro se estremecer através de intensos espasmos, até que ele fosse capaz de se retirar de dentro de Chuuya.

Mas antes que pudessem dizer qualquer coisa, o corpo do mais novo caia sobre o do ruivo. Ele parecia esgotado, com o corpo completamente molhado de suor. Algumas de suas ataduras tinham se soltado também, de modo que ficassem mais frouxas e algumas pontas se espalhassem pela cama.

Quando Nakahara ergueu os olhos para ele, viu que algumas cicatrizes de Dazai agora estavam visíveis. Já as tinha visto algumas vezes, afinal, com exceção do capitão, ninguém ali tinha muita privacidade durante as viagens. Contudo, era a primeira vez que via tão de perto, o que Dazai escondia sob as ataduras.

Não se tratavam apenas de cicatrizes de batalhas. Essas, todos os piratas tinham. As de Dazai pareciam muito mais tristes aos olhos de Chuuya, afinal, sabia que muitas elas tinham sido auto infligidas.

Se alguém pudesse entender a dor e a solidão de Dazai, esse alguém era Chuuya, pois era uma criança abandonada tanto quanto ele. Talvez tivesse sido isso que os levou a fazerem o que tinham acabado de fazer. E mesmo que não fosse amor (Chuuya achava que não era), com certeza havia algo ali.

Mas agora ambos se encontravam completamente exaustos, de modo que tentassem normalizar suas próprias respirações.

— E então... como se sente depois de perder sua virgindade, Dazai de merda? — Perguntou Chuuya sem fôlego, desviando os olhos para o teto do navio.

Ao ouvir aquela pergunta, o maior levantou levemente com o rosto, abrindo um enorme sorriso para Chuuya.

— Ótimo! E você?

— É... deu pro gasto. — Falou o ruivo com um pequeno bico nos lábios, e com o rosto levemente corado.

A verdade era que nunca havia se sentido tão feliz.

— Não achou ruim por não ter sido com uma mulher bonita?

Dazai deu um breve riso, saindo de cima de Chuuya para se deitar calmamente ao lado dele.

— Você só não é uma mulher, Chuu. Mas é bonito. — Dizia aquilo com um sorriso. Era uma das primeiras vezes que fazia um elogio verdadeiramente sincero a Chuuya, o que fazia com que ele ficasse ainda mais corado, virando rapidamente o rosto para o lado.

— É c-claro que sou bonito, idiota. Só notou isso agora?!

— Parece que sim, hihi. — Dazai então se aproximava um pouco mais, vindo por envolver Chuuya entre seus braços, como se quisesse ficar bem perto dele sem segundas intenções agora, algo que nunca havia feito antes. — Ei, Chuu...

— O que foi? — Perguntou com um bico emburrado com aquela aproximação, sentindo um irritante desconforto em seu estômago por estarem tão perto.

Odiava o fato de seu coração bater irritantemente rápido em seu peito.

Dazai encostava a cabeça na Chuuya, enquanto sutilmente começava a descer com o dedo indicador pelo peito dele. Deslizava pela pele de Chuuya, meio em uma carícia, enquanto falava. — Nunca pensou em... ter seu próprio navio?

Aquela pergunta o pegou de surpresa, de modo que ficasse alguns segundos em silêncio.

— É claro que já. Por que acha que eu guardo tanto o meu dinheiro? — Falou por fim, ainda que em um tom baixo. — Por mais que o Mori-san tenha me tirado das ruas, você sabe que ele não é do tipo que se preocupa com o nosso bem estar. E também sabe como é viver sob as ordens dele.

— É, eu sei. — Respondia Dazai sem deixar de acariciá-lo. — Não quero ficar aqui pra sempre. Venho pensando nisso há algum tempo.

— Mas ele jamais deixaria irmos embora, não é? — Falou em um tom ainda mais baixo, e de certa forma, sombrio. — Só tem um jeito de sairmos daqui.

— É, eu sei disso também. — Dazai parava finalmente com as carícias, erguendo com o rosto para Chuuya. — E o que me diz? Eu mato, ou você mata?

— Sabe que nem eu nem você conseguiríamos fazer isso sozinhos. — Se virou finalmente na direção dele, com os olhos fixos nos castanhos do mais novo. — Na verdade, eu tava esperando o dia que você concordasse em fazer isso comigo, parceiro.

Dazai abria um enorme sorriso ao ouvir aquilo, tornando a envolver o menor entre seus braços. — Teremos nosso próprio barco e nossa própria tripulação. Só eu e você, e ninguém poderá nos parar.

— Oh. Vejo que já se apaixonou mesmo por mim. — Falou Chuuya em tom de brincadeira, ainda que de fato aquela ideia o agradasse.

— Eu não sei o que é amor, Chuu. — Dazai disse aquilo com um sorriso, olhando fixamente para os olhos azuis do mais velho. — Não conhece a história? Quando eu tinha 5 anos, minha mãe me vendeu para o Mori por uma moeda de bronze.

— Eu sei. — Nakahara respondeu em um tom levemente entristecido, afinal, de certa forma se compadecia pela história do mais novo. — E eu fugi do meu pai, com 6 anos, depois de ele quase tirar a minha vida de tanto me bater. — Falou sem nenhum pingo de culpa enquanto olhava para ele. — Nós somos iguais. Por isso somos parceiros.

— Sim, e nascemos para sermos piratas. — Osamu encostou a cabeça na dele, agora fechando os olhos por um momento. — Queria poder dormir aqui... com você.

— Não podemos. — O ruivo suspirou, levando a mão até os cabelos dele em uma carícia. — Mas posso dividir meu cobertor com você no compartimento de baixo. Se formos agora, talvez a gente consiga um espaço longe dos outros tripulantes.

— Mesmo? — O mais novo abriu um enorme sorriso, levantando-se um pouco enquanto soltava Chuuya. Parecia animado com aquela ideia. — Vamos então.

— Não tá se esquecendo de nada, idiota? — Chuuya perguntou com uma sobrancelha erguida, se sentando o suficiente para mostrar os lençóis da cama sujo de sêmen. — Mori-san vai nos matar se vir isso daqui.

— Realmente.... isso vai ser um problema. — Pensava por um momento. — Que tal colocarmos a culpa no Hirotsu-san? Ele é velho, mas deve ter seus affair por aí.

Chuuya dava um suspiro em desaprovação.

— É idiota? Mori-san nunca vai acreditar que alguém como ele transou na sua cama. — Chuuya suspirou, vindo por se levantar para começar a se vestir. — Pode pegar a garrafa de vinho que me trouxe?

— Sim. — Dazai se levantava, pegando a própria calça para poder se vestir. Depois, foi em busca da garrafa de vinho, trazendo-a para Chuuya alguns minutos depois. — Vai beber numa hora dessas?

— Claro que não, burro. — O ruivo já estava vestido quando pegou a garrafa, e para a surpresa de Dazai viu quando o mais velho derrubou propositalmente o líquido escuro sobre a cama, de modo que manchasse o tecido na mesma região que estava suja de sêmen. — O castigo vai ser menor se ele acreditar que eu fiquei bêbado e derrubei vinho na cama dele, ao invés de porra.

— Ah. — Dazai se surpreendia um pouco com aquilo, vindo agora por vestir sua camisa. — Assumiria a culpa sozinho, Chuu?

— Não tenho outra escolha, não é? — Falou dando de ombros, tomando um gole da garrafa. — Terei minha vingança quando tirar a vida daquele desgraçado.

— Hum. — Dazai refletia um pouco, até que ia até as coisas de Mori, pegando dali uma cara garrafa de rum. — Se é para fingir que estamos bêbados, então vamos ficar de verdade. Mas eu me recuso beber essa droga de vinho.

— Ótimo. — Esticou a garrafa na direção dele, esperando que fizessem um brinde. — Ao fim da nossa virgindade de merda.

— Ao fim da nossa virgindade! — Dazai brindava garrafa com garrafa, vindo por abrir o rum para poder beber. - E pelas muitas outras transas que virão.

E depois seus lábios se encontraram mais uma vez em um beijo intenso, e em um misto de sabores de vinho e rum, suas línguas se encontravam. Aquele era um beijo para selar o começo de algo muito mais intenso que uma noite ardente, ou uma vida de pirataria.

Era o início de uma paixão,

mas é claro que muitas coisas ainda estavam para acontecer...

 


Notas Finais


E finalmente estamos trazendo a primeiro capítulo da nossa mais nova Long Fic!
Dá para acreditar que era para ser uma one-shot? Acho que acabamos nos empolgando demais e a história tomou os seus próprios rumos. hihi
Essa Fanfic provavelmente terá entre 15 e 20 capítulos. Por enquanto, como estamos revisando os capítulos finais, as postagens de capítulos serão semanais, provavelmente aos sábados ou domingos.
Agradecemos desde já por você ter lido esse prólogo. Esperamos que para os leitores seja tão divertido acompanhar essa história como foi para nós escrevê-la! 💗

Gostaríamos de vê-lo no próximo capítulo.
Então, nos despedimos por hora.

Yo ho ho, e uma garrafa de rum! ♪~

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