História Soulmate - Crepúsculo + HP [SEMI-HIATUS] - Eu quero ver o Cedric.

Narrador pov:

"— Madrinha, tem certeza que é só atravessar essa parede? - Perguntou à pequena Ivy, a mesma estava com seus 11 anos, vestia um vestido que ia até seus joelhos xadrez na cor preto e branco, alguns laços vermelhos enfeitavam a saia, usava meias brancas de tamanho médio e sapatilhas pretas que pareciam brilhar, seu cabelo ruivo estava solto com alguns cachos nas pontas e uma fita vermelha enfeitava sua cabeça com um laço bem feito, uma pequena bolsa vermelha estava atravessada em seu corpo onde carregava alguns galeões.

— Tenho sim querida, vocês só precisam atravessar e pronto, estaremos na estação. - Elizabeth soltou um riso baixo com a reação da garota, a mais velha usava uma saia preta que ficava acima de seu joelho, um salto preto, uma blusa de botão cinza e seu cabelo estava solto sendo deixado para o lado.

— Vai primeiro Ivy, se acontecer algo, eu finjo que não te conheço. - Peter comentou enquanto olhava para a parede, o garoto usava um jeans claro, uma camisa branca de mangas longas, um casaco nas cores cinza nas mangas e no corpo vermelho vinho, com alguns detalhes em branco, em seus pés estava um all star branco.

— Eu não, vai você!

— Não, você! 

— Você!

— Crianças! - Elizabeth os repreendeu e arrumou Anne em seus braços que olhava para sua irmã e primo enquanto ria, usava meias calça branca, um vestido rosa bebê com alguns corações brancos, suas sapatilhas eram da mesma cor de seu vestido e seu cabelo estava preso em uma trança embutida. - Sem brigas, não precisam ter medo, se sentirem melhor podem correr na hora de atravessar. - Os primos se olharam e respiraram fundo, Peter empurrou seu carrinho e o segurou firme antes de começar a correr e atravessar a parede deixando as duas irmãs de boca aberta.

— Vamos madrinha, quero fazer isso também. - Anne pediu animada olhando para a mesma que riu novamente.

— Depois da sua irmã. - Ivy se posicionou e segurou seu carrinho, logo correu atravessando a parede, encontrando a plataforma e o expresso de Hogwarts, bruxos de várias idade estavam pela estação, a garota olhava tudo completamente fascinada e logo sentiu uma mão em seu ombro, virou seu rosto encontrando sua madrinha com um sorriso. - Eu sabia que iria conseguir. - Ivy abriu um sorriso para a mais velha. - Vamos procurar seu primo. - Anne foi colocada sentada sobre o malão da irmã e a mesma empurrava o carrinho ao lado de Elizabeth, logo o encontraram junto de uma família composta por ruivos. - Molly!

— Elizabeth, quanto tempo querida. - As duas se abraçaram e Ivy parou seu carrinho e ficou ao lado do mesmo se sentindo ser observada.

— Digo o mesmo, olá Arthur. - Elizabeth se separou do abraço de Molly e abraçou o marido da ruiva sendo retribuída.

— Olá Elizabeth, é bom revê-la. - Ambos se separaram e a morena olhou para as crianças.

— Como seus filhos estão lindos.

— Esse é o mais velho, Carlinhos. - Molly apontou para um garoto com bastante sardas que parecia até estar bronzeado. - Percy. - Um garoto um tanto magricela. - Os gêmeos, Fred e Jorge. - Dois garotos incrivelmente idênticos com várias sardas pelo rosto. - E os caçulas, Rony e Gina.

— Olá queridos. - Elizabeth sorriu amistosa para os mesmos que retribuíram, apesar de Rony e Gina serem um pouco de forma mais tímida. - Gui já se formou, não é?

— Já sim, está preparando suas coisas para morar e trabalhar no Egito. - Arthur fala de forma orgulhosa. - Carlinhos já vai se formar também.

— Como o tempo passa. - Elizabeth falou impressionada. - Bom, vocês conheceram meu sobrinho Peter pelo jeito. - Apontou para o garoto que tinha ficado meio perdido e logo foi resgatado por Molly Weasley.

— Um rapazinho muito educado. - Comentou Molly olhando para o mesmo sorrindo que retribuiu.

— Essas são Ivy e Anne, minhas afilhadas. - Quando o casal as olhou, sorriram para as mesmas tentando não demonstrar a tristeza pelas garotas, sabiam a história delas, assim como sabiam a do garoto.

— Vocês são lindas, queridas.

— Obrigada. - Falaram juntas, mas Anne de uma forma mais animada, as duas famílias conversaram mais um pouco e logo levaram as malas para o trem, Elizabeth se despediu de Peter e Ivy com um abraço apertado, pedindo que escrevessem toda semana, Anne não queria se soltar da irmã mas foi convencida quando a mais velha prometeu contar tudo sobre a escola, logo todos estavam embarcados no trem, os gêmeos se sentaram na mesma cabine em que os primos ficaram, os garotos passaram um bom tempo conversando enquanto Ivy se mantinha em silêncio.

— Ela não é de falar muito, né? - Perguntou Fred para Peter de forma baixa, os três garotos olharam para a garota que observava a paisagem do lado de fora da janela completamente extasiada.

— Ela só precisa se soltar um pouco. - Respondeu Peter os olhando.

— Jorge, será que ela na verdade não é uma Weasley perdida?

— Se ela for selecionada para Grifinória, será a nossa confirmação, Fred.

— Todos vocês foram para a Grifinória? - Peter perguntou de forma curiosa enquanto os olhava.

— Toda a família e nós seremos os próximos. - Os gêmeos responderam juntos de forma orgulhosa, algo que fazia o Peter se divertir, logo a garota se virou para eles.

— Será que tem algo para comer?

— Nem faz tanto tempo que estamos no trem, Ivy. - Peter falou desacreditado olhando para a prima que deu de ombros.

— Tem uma senhora que vende doces em um carrinho. - Comentou Jorge olhando para a garota.

— Ela provavelmente está na parte dos veteranos, fica nos fundos do trem. - Completou Fred, Ivy se levantou e arrumou seu vestido.

— Vou comprar alguns doces para nós. - Quando a garota falou isso, os gêmeos abriram sorrisos animados. - Volto logo.

— Não vá se perder.

— Cala a boca, Peter. - Mandou a garota abrindo a porta da cabine e a fechando após sair, começou a andar em direção aos fundos, passou por alguns alunos e após alguns minutos encontrou a senhora atendendo alguns alunos mais velhos.

— Olá querida, já lhe atendo. - Falou assim que viu a garota e sorriu para a mesma.

— Não se preocupe, no seu tempo senhora. - Retribuiu o sorriso e ficou um pouco longe para não atrapalhar, ficou observando os alunos mais velhos comprando e imaginando que logo seria ela ali sendo observada pelos alunos novos, de forma distraída a garota acabou dando alguns passos para trás e trombou em alguém, a mesma se virou rápido para pedir desculpas e encontrou um garoto de olhos cinza esverdeados e cabelos loiro escuro, o mesmo deveria ter a sua idade apesar de ser alguns centímetros mais alto do que ela, usava tênis preto e calça jeans da mesma cor, podia ver uma gola branca sair para fora de sua camisa de mangas cinza, ela tinha quase certeza que o garoto em sua frente tinha saído de um dos contos de fada dos livros trouxas que gostava de ler. Já o garoto não sabia como reagir, estava de frente para a garota que ficou observando na estação, ela era praticamente um anjo mas não como aqueles que já ouviu descreverem, loiro e de olhos azuis, mas ela era muito mais bonita do que qualquer descrição de anjo, seus cabelos ruivos poderiam lembrar até o fogo de uma lareira e seus olhos castanho chocolate, eram os mais bonitos que tinha visto com toda certeza.

— Olá, sou o Cedric Diggory. - O garoto falou um tanto nervoso sentindo seu rosto esquentar um pouco e esticou sua mão em direção a garota.

— Oi, sou a Ivy Ellis. - Esticou sua mão e segurou a do garoto, ambos tinham a total certeza que sentiram um choque passar pelas mãos, mas isso não fez com que eles as soltassem, na verdade nem seus olhares se desviavam, o amor jovem era a coisa mais bela, doce e pura que poderia ser vista, não passava pela cabeça dos dois coisas que geralmente adolescente faziam, no momento apenas queriam por alguma razão desconhecida para ambos ficarem perto um do outro, quando seus olhos se encontraram era como ver o mundo de uma forma completamente diferente, naquele momento almas gêmeas tinham se encontrado, mas nem toda alma gêmea está destinada a ter um final bonito."

Um novo dia se começava na cidade de Forks, o sol lutava para a aparecer mas com as nuvens o cobriram com determinação para que isso não acontecesse, Ivy se encontrava em sua escrivaninha com um de seus pés sobre a cadeira, seu cabelo estava preso em um coque e óculos de grau estavam sobre seu rosto, seu pijama de inverno ainda estava em seu corpo, era da cor azul escuro. A garota estava escrevendo algumas palavras em seu caderno de composição, na verdade tinha deixado de ser isso a tempos mas continuava dizendo que escrevia alguma música, eram palavras sem sentido ou até mesmo quando ela sentia coisas demais, apenas escrevia as palavras de forma desconexa, se mantinha em sua bolha tendo os fones em seus ouvidos no último volume, mas logo pausou a música e se levantou andando em direção ao banheiro após tirar seus fones e óculos, tomou um banho rápido, escovou seus dentes e passou seus cremes, saiu do banheiro com o cabelo úmido enrolado na toalha, caminhou até o seu closet olhando suas roupas de forma tediosa, pegou uma blusa branca de alças, uma blusa de lã de listras vermelhas e preta, uma saia preta curta e sua bota de cano curto vermelha, logo se vestiu, pegou um sobretudo preto para o acaso de sentir frio e colocou seu colar de coração, soltou seu cabelo e o penteou e o secou, andou até sua penteadeira e se sentou começando a passar uma leve maquiagem em seu rosto, o que a mesma mais destacava era seus olhos com o rímel e seus lábios com o seu tradicional batom vermelho, a garota se levantou e começou a arrumar sua mochila com apenas um caderno para as matérias, seu caderno de composição, um livro trouxa, seus fones, mp3, um estojo com canetas e seu rímel junto do batom em um bolso pequeno. Ivy colocou a alça sobre seu ombro e destrancou a porta do quarto saindo dele junto com a chave e voltou a trancá-lo logo guardando as chaves em sua mochila antes de descer para a cozinha, onde sentia cheiro de panquecas.

Ivy pov:

— Oh, bom dia querida! - Elizabeth falou assim que me viu entrar na cozinha, larguei minha mochila no chão e me sentei em uma das cadeiras, ela estava com seu cabelo preso em um coque e usava uma calça social bege, uma blusa de botões branca e saltos da mesma cor da calça, ela botou algumas panquecas em um prato e o colocou em minha frente.

— Bom dia. - Retribui enquanto a via colocar um pouco de calda para mim. - Obrigada. - Sorri levemente para a mesma e peguei meus talheres começando a comer.

— Dormiu bem?

— Sim, aqui é bem silencioso. - Respondi após engolir o pedaço que tinha em minha boca.

— Eu separei as cartas quando acordei, tem algumas para você. - A mesma estava de costas enquanto falava, provavelmente não queria falar diretamente me olhando por conta de muitas vezes eu não as responder, apesar de ler todas. - Você pode pedir a coruja do Peter se quiser responder.

— Ok. - Digo voltando a comer e escutei seu suspiro, em seguida passos foram ouvidos e Peter entrou na cozinha deixando sua mochila ao lado da minha.

— Bom dia, família! - O mesmo tinha um sorriso em seu rosto, se aproximou de Elizabeth deixando um beijo em seu rosto e passou por mim apertando minha bochecha levemente antes de se sentar ao meu lado. - Quem é que está animado por hoje? Pois eu estou, com certeza. - Revirei meus olhos de forma discreta e me servi um pouco de suco enquanto Elizabeth colocava um prato para Peter que se empanturrou de calda, ele estava vestindo um jeans preto que era rasgado nos joelhos, em seus pés um tênis preto com detalhes em azul escuro, usava uma camisa preta e por cima dois casacos, um mais fino e um mais grosso, ambos pretos.

— Não quero saber de reclamações sobre você, Peter. - Advertiu a mais velha agora se sentando com um prato e algumas panquecas em sua frente.

— Assim você me ofende, tia. - Peter colocou a mão sobre seu peito enquanto falava de boca cheia e desviei meu olhar. - É mais fácil receber alguma da rainha das trevas aqui. - Apenas ergui meu dedo do meio sem olhá-lo. - Viu?! E ainda se preocupa comigo.

— Quero que se comportem, façam amizades e façam todas as aulas. - Só por ela ter falado isso, já sentia que ela tinha me botado em alguma que eu não queria, suspirei de forma discreta e bebi mais um pouco do meu suco antes de voltar a comer. - Qualquer coisa é para me ligar, nada de usar magia, estamos entendidos?

— Sim.

— Que sem graça.

— Peter!

— Tá bom, tá bom, sem magia. - O mesmo resmungou e soltei um riso nasal, obviamente ele faria algo, nem que fosse a magia mais discreta que conhecesse.

[...]

— Se comportem e sejam gentis. - Elizabeth falou novamente após deixar um beijo em nossa bochecha, a mesma nos trouxe apenas para sabermos onde é para depois conseguirmos aparatar por perto, já que nem eu e nem Peter possuímos carteira de motorista, ela iria procurar um emprego para "passar o tempo", já que não gostava de ficar parada e tecnicamente não precisávamos de dinheiro, já que vivíamos muito bem por sinal.

— Não se preocupe tia, vou manter a trevosa nos trilhos. - Peter piscou para a mesma que riu e eu deixei um tapa em sua nuca enquanto o mesmo fechava a porta do carro, escutei seu resmungo e acenei para Elizabeth sendo retribuída, logo o carro saiu de perto e arrumei os papéis que já tínhamos pegado na secretaria. - Qual a sua primeira aula, ruiva? - Olhei para a minha grade por alguns segundos.

— Literatura dupla, e a sua?

— Química e física, acho que a tia quer nos separar. - Falou de forma dramática enquanto suspirava.

— Ou não quer que eu te sufoque quando me irritar na sala. - Comento começando a andar para a entrada do estacionamento.

— Você é má. - Apenas o ignorei enquanto andávamos em direção a entrada da escola, que mais parecia um monte de casas amontoadas, sentia olhares sobre nós e dava para notar que cochichavam, apenas ignorei mas notei por canto de olho Peter cumprimentar como se já fossem amigos de longo tempo, as vezes me questionava o que passava na cabeça dele, subimos as curtas escadas e entramos na escola, tinha uma quantidade bem maior de alunos dentro, logo vejo um garoto de traços asiáticos, o mesmo tinha um cabelo um tanto longo e assim que se aproximou o suficiente tirou seus fones com um grande sorriso.

— Olá, eu sou o Eric Yorkie, vocês são Peter Lewis e Ivy Ellis, certo? - Balançamos nossas cabeças positivamente. - O diretor me pediu para que mostrasse a escola para vocês, serei o guia turístico, mas se precisarem de companhia no almoço ou um ombro para chorar. - Essa parte ele falou enquanto me olhava. - Estou aqui.

— A gente vai aceitar, mas a parte do ombro não vai precisar. - Peter soltou um riso baixo.

— Ah, vocês são... namorados? - Perguntou de forma cautelosa como se estivesse pisando em campo inimigo, coisa que realmente estava.

— Primos. - Falamos ao mesmo tempo e pude ver seu olhar de alívio.

— Bom, vou mostrar a escola para vocês enquanto ainda temos tempo.

[...]

Eric tinha conseguido mostrar a maior parte da escola, mas quando começou a chegar perto do horário das aulas começarem, o mesmo falou que nos levaria, mas foi nesse momento que me separei dos dois dizendo que poderia me achar com o mapa que tinha ganhado da secretaria, Peter entendeu que eu já estava querendo ficar sozinha, Eric tentou insistir mas Peter o convenceu de que eu conseguiria me achar, coisa que realmente aconteceu apesar do meu senso de direção ser meio duvidoso, no momento eu estava no corredor que levava a minha sala, mas meus passos foram interrompidos por uma mão sobre meu ombro me fazendo me virar e encontrar o casal de ontem, Alice e Jasper, o mesmo se mantinha um pouco mais atrás e Alice estava completamente sorridente em minha frente.

— Ainda bem que eu te achei, Ivy.

— Você queria falar comigo? - Pergunto meio em dúvida enquanto a olhava.

— Claro, quando chegamos vocês já estavam entrando na escola e com certeza que Eric iria mostrar ela para vocês, também queria te dar um "oi" e convidar você e Peter para se sentarem em nossa mesa hoje. - A garota falava de forma tão depressa que eu fiquei impressionada que ela não se atrapalhava nas palavras.

— Bom... eu gosto de ler enquanto como, mas tenho certeza de que Peter irá querer.

— Ah vai... por favor, somos vizinhos e isso irá fortalecer mais a nossa amizade. - A olhei confusa enquanto seu sorriso aumentava em seu rosto, agora pude perceber que alguns alunos cochichavam e passavam nos olhando, mas logo voltei minha atenção para a garota.

— Não somos amigas. - Falo tentando não ser rude.

— Não somos amigas ainda. - Por alguma razão tinha algo a mais em seu sorriso, mas o bom destino quis me ajudar e o sinal tocou. - Bom, temos que ir para a aula, espero vocês no almoço. - Não tive nem chance de discordar pois a mesma e o loiro já tinham se afastado, pelas barbas de Merlin, respiro fundo e volto meu caminho logo chegando na sala, assim que entro encontro algumas pessoas já sentadas e o professor, que assim que nota a minha presença sorri gentilmente em minha direção e pede para que eu me aproxime.

— Seja bem-vinda, está com o papel?

— Estou. - Respondo esticando para o mesmo que assina e logo me entrega.

— Ótimo, me chamo Max, pode se sentar ao lado da senhorita Swan. - Logo vejo uma mão se erguer de forma tímida, olhei em direção a mesma e andei até a cadeira ao seu lado, a garota era bem pálida, tinha cabelos castanho escuro e olhos de mesma cor, não consegui olhar toda sua roupa, mas ela usava uma blusa de lã verde musgo e sua franja estava presa para os lados, deixei minha mochila ao meu lado e me sentei recebendo um sorriso tímido que fiz questão de retribuir. - Bom pessoal, temos uma aluna nova, Ivy Ellis, quero todos sendo educados. - Olhei brevemente para alguns e recebi acenos e alguns sorrisos que retribui um pouco mais fraco. - Bom, vamos continuar de onde paramos ontem. - O mesmo se virou para a sua mesa tirando uma caneta para escrever no quadro.

— An... Ivy? - A Swan me chamou e a olhei enquanto colocava minhas coisas sobre a mesa, como vários alunos estavam conversando, vi que não teria problema em fazer isso também.

— Sim...? - Falei meio em dúvida por não saber o nome dela.

— Isabella, mas me chame só de Bella. - Assenti enquanto a olhava. - Se você precisar de ajuda, pode me perguntar.

— Oh... - Fiquei um tanto surpresa com a sua fala. - Obrigada, Bella.

— Não tem o que agradecer, eu também sou novata e sei como é ficar perdida. - Abri meu estojo pegando uma caneta e começando a escrever.

— Você não é daqui? - Perguntei até que curiosa, dava para sentir que ela era bem diferente dos outros daqui.

— Eu nasci aqui, mas meus pais se separaram e eu morava com a minha mãe em Phoenix, então decidi passar um tempo com meu pai aqui. - A olhei brevemente e dava para notar seu tom meio tristonho, me fazendo erguer levemente minha sobrancelha.

— Você não gosta daqui. - Afirmo e a mesma me olha em seguida.

— Eu não gosto de nada frio e úmido, mas como a minha mãe ficava comigo enquanto meu padrasto viajava, eu conseguia ver que ela estava infeliz.

— Isso é muito bonito da sua parte, Bella. - Falei enquanto a olhava. - Deixar de ficar na sua zona de conforto para ficar em uma cidade que não gosta. - Deu para notar suas bochechas levemente vermelhas me fazendo rir nasalada.

— Obrigada, eu acho. - Sorri levemente e olhei brevemente para o quadro para poder copiar. - E de onde você veio?

— Vim de Londres.

— Deve ter sido uma grande mudança para você e seus pais, digo... no caso do tamanho da cidade e tudo mais.

— Meus pais morreram quando eu era muito nova. - A olhei assim que falei e tinha certeza que seu rosto estava vermelho como o meu cabelo ou até mais.

— Meu Deus, eu sinto muito, eu não quis...

— Está tudo bem. - A interrompo e balanço minha cabeça para os lados levemente enquanto dava de ombros. - Não tinha como você saber, mas bom... eu moro com a minha madrinha, meu primo de consideração e minha irmã mais nova, mas ela só fica com a gente em feriados e nas férias, já que estuda em um internato.

— Deve ser legal ter irmãos. - Comentou de forma baixa, provavelmente para não pisar em falso novamente, até que foi gentil de sua parte não querer saber como meus pais morreram.

— Até que sim, posso mandar ela pegar as coisas para mim. - A escuto rir de forma baixa, assim foi nossos períodos, conversando um pouco, copiando e Bella me ajudando quando eu tinha alguma dúvida, era fácil conversar com ela, mesmo que tivesse uma ponta de curiosidade sobre as coisas que eu dizia com um toque de "porque", ela não tentava saber nada e muito menos pressionava. Após um tempo o sinal tocou e arrumamos nossas coisas, saímos da sala após nos despedirmos e andei em direção a aula de filosofia, fiz a mesma coisa e a professora era um tanto ranzinza, mas provavelmente era por conta de sua idade já avançada, me sentei junto a um garoto loiro com cara de bebê, que se apresentou como Mike Newton assim que me sentei ao seu lado, ele foi um tanto inconveniente muitas vezes com perguntas que não interessavam nem um pouco a ele, então tive que pedir para que parasse pois estava começando a me atrapalhar, mas meu tom saiu mais rude do que eu pretendia e ele rapidamente se calou, suspirei de alívio quando isso aconteceu, assim que a aula terminou tive mais dois períodos, eram dois de física junto da filha de Esme, Rosalie, nem ao menos nos olhamos e me sentei junto de um garoto asiático que era bem simpático, mas não conversamos muito, as matérias trouxas não eram muito fáceis mas só precisava de um pouco de concentração que tudo começava a se encaixar, então finalmente chegou o horário do almoço, saí da sala após arrumar minhas coisas, o corredor estava bem cheio mas encontrei Peter no meio de todas aquelas pessoas, ele estava conversando com um grupo de garotos que pareciam fazer parte de algum grupo de esporte, esse que não consegui identificar, logo ele se despediu e se juntou a mim e começamos a caminhar.

— Acredita que me convidaram para fazer o teste do time de basquete?! - Comentou todo animado, então era esse o esporte, logo me lembro de como Peter era meio fissurado pelos esportes trouxas e já chegou a me comentar sobre basquete.

— Fico feliz por você, com certeza vai se sair bem. - Dou um leve sorriso para o mesmo que me retribui com um maior e me abraça de lado.

— Obrigado ruiva. - Entramos onde faziam as refeições, chamado de refeitório... o salão era bem melhor, penso enquanto andava para a fila, pude ver Bella acenar para mim e depois fazer um sinal me chamando, não queria ser rude com ela então iria até a mesa em que estava depois, peguei um sanduíche junto de um suco, botei sobre a bandeja enquanto via Peter pegar uma pizza, batata frita e um refrigerante, soltei um riso fraco enquanto pagavamos. - Ta de dieta? - Perguntou enquanto saiamos da fila.

— Apenas não estou com...

— Ivy, Peter! - Era a voz de Alice, suspirei com a insistência dela e escutei o riso de Peter, ao erguer meu olhar a vejo junto de Jasper, Rosalie e Emmett, todos sentados em uma mesa, olhei para Bella e fiz um sinal de que já iria enquanto sentia o olhar das pessoas de sua mesa sobre nós, andei junto de Peter até os mesmos. - Sentem com a gente. - Seu pedido soava quase como uma ordem.

— Por mim, tudo bem. - Peter falou se sentando na única cadeira vaga e colocando sua bandeja ao lado da de Jasper, após empurrar outra que já estava ali. - Pega uma cadeira, trevosa, não vai crescer mais... - Sua fala morreu e seus olhos se arregalaram.

— Peter? - Pergunto preocupada ao notar que o mesmo estava começando a ficar pálido demais, os quatro que estavam na mesa olhavam confusos para ele.

Narrador pov:

— Você pegou o meu lugar. - Uma voz calma e um pouco rouca soou atrás da garota fazendo Alice sorrir já imaginando o encontro do irmão com a sua companheira, Edward ao encontrar os olhos de Ivy quando a mesma se virou sentiu uma euforia dentro de seu peito, pode jurar que seu coração que a muito tempo não batia se mover dentro de seu peito e a única coisa que queria era a segurar em seus braços, mas com Ivy foi diferente, a mesma sentiu o chão desaparecer debaixo dos seus pés, uma ânsia subiu e a bandeja que segurava foi de encontro ao chão, não... aquilo não era real, não podia ser, lágrimas começaram a cair de seus olhos sem parar, Jasper rapidamente sentiu a onda de tristeza que vinha dos primos, mas a garota era diferente, sua tristeza o afetava de uma forma completamente diferente era como se estivesse o fazendo se afogar no sentimento, quando tentou ajudar viu que seu poder não tinha efeito. Edward não conseguia entender a reação da garota, tentou ler a sua mente ou até mesmo do garoto, mas era como se tivesse uma barreira o impedindo, o vampiro esticou sua mão para tocar na ruiva mas ela se afastou de forma rápida fazendo sua cintura bater contra a mesa.

— Não me toca! - Edward se sentiu quebrado ao ouvir a voz da garota, queria a ajudar... mas Ivy estava quase perdendo o controle de suas emoções e isso resulta na magia de um bruxo, o garoto em sua frente era o Cedric... não! Não, aquele não era Cedric, o seu Cedric não tinha cabelos de cobre meio avermelhados e muito menos olhos âmbar, Peter voltou a si e se levantou segurando a prima pelos ombros.

— Se acalma, vamos sair daqui. - Peter sussurrou para ela e começou a empurra-lá para fora do refeitório sob os olhares curiosos dos alunos nas mesas, assim que estavam no corredor seus passos se tornaram mais rápidos, mas a cada passo de Ivy os vidros das janelas trincavam.

— Ele está morto, ele está morto, ele está morto. - A ruiva repetia de forma baixa enquanto sua respiração começava a falhar, o ar não estava mais chegando em seus pulmões quando saíram de dentro da escola, suas pernas falharam e Ivy quase foi de encontro ao chão mas foi segurada pela cintura por Peter.

— Ei, ei, ei. - Peter se desesperou e logo se abaixou, a pegando no estilo noiva em seus braços, ele tinha que dar um jeito de sair dali, achar um lugar para desaparatar com a garota, olhou em volta procurando algum.

— Ei, o que aconteceu com ela? - Era Alice, a mesma se aproximava e Edward estava logo atrás de si, Peter se virou e sentiu Ivy se encolher em seus braços e seu choro aumentar.

— A gente pode fazer algo? - Edward perguntou dando mais alguns passos à frente e Peter se afastou, aquilo era completamente assustador para ele, mas tinha que pensar em sua prima primeiro.

— Podem, se mantenham afastados, obrigado. - Peter começou a andar para longe os deixando para trás, Edward quase os seguiu mas foi impedido por Alice, a vampira não entendia o que estava acontecendo, tinha visto os dois completamente felizes enquanto se olhavam, aquilo estava errado, muito errado. Peter tinha conseguido desaparatar com a prima e tinha certeza que estava longe o suficiente, apenas não sabia onde estava naquela mata toda.

— Peter, me leva até o Cedric. - Sua voz saiu em um sussurro e o coração do garoto se quebrou com o pedido, ele sabia que não era para ir ver o túmulo do garoto, Peter se sentou no chão sem se importar se ele estava úmido ou não, deixou sua prima entre suas pernas e a abraçou forte enquanto a mesma se encolhia. - Eu quero ver o Cedric... - Suas lágrimas ainda caiam e alguns soluços escapavam de seus lábios.

— Eu não posso fazer isso Ivy...

— Aquele não é o meu Cedric... - Ivy parecia estar em completo transe. - Eu quero ver o Cedric... eu quero ver o Cedric... EU QUERO VER O MEU CEDRIC! - A garota gritou e sua magia começou a se manifestar, Peter tentou acalmá-la mesmo não sendo nada fácil, a magia dela era muito ligada a suas emoções até mais do que de outros bruxos e bruxas, Ivy segurou com firmeza o casaco de Peter quando sua respiração voltou a acelerar e a garota então gritou, um grito cheio de tristeza e raiva que ficam guardados dentro dela todos os dias desde o torneio, Peter rapidamente puxou sua varinha e apontou para cima.

— Protego Maxima. - Peter conjurou um escudo de proteção no exato momento em que as árvores começaram a cair sobre ambos, o grito de Ivy penetrou em sua alma e o mesmo não sabia o que fazer, a única coisa que lhe restava era esperar que ela se acalmasse nem que fosse um pouco para poder levá-la até Elizabeth e talvez entender, o por que diabos aquele cara era idêntico ao Cedric? Ele nunca tinha visto nada desse tipo e não podia nem imaginar o que sua prima estava sentindo nessa hora, ela finalmente estava conseguindo se recuperar e agora Elizabeth até tinha conseguido a colocar nas aulas de música da escola de Forks, claro que foi sem Ivy saber, mas ajudaria com que a garota voltasse aos poucos ao seu estado normal ou o que poderia ser chamado de normal, mas agora tinha começado tudo de novo e Peter tinha medo do que aconteceria no final.