— Precisamos deixar claro algumas coisas. Não é porque seu filho casará com o meu, que ele tomará a frente de Soleil, nem pense nisso HyunSik. — o monólogo do alfa era ouvido pelo outro, ambos se encontravam sentados um de frente para o outro, no gabinete de HyunSik, que não deixou se abater com aquilo.
— O mesmo vale para você, meu caro YangMin. Sei que tens muitos planos para esse acordo de reinos, não serei o único a cumprir certas coisas.
— Acho bom que estremos em um acordo. Até porquê, não seria nada bom se outro distrito entrasse em guerra com o seu reino, não é? — o sorriso astuto deixou desconfortável o rei de Carlon, que mesmo não querendo transparecer o incômodo, deixou a desejar.
— Não, não seria nenhum pouco bom. — Alguns diriam ao rei de Carlon que aquele acordo era loucura, mas não tinha saída. Precisava daquela união, tinha uma promessa a cumprir e, era um homem de palavra e honrado. — Mas também não seria bom para seu reino novos inimigos. Sei que possui um dos melhores exércitos, mas não subestime meu reino, YangMin,. Posso não ter o melhor exército, mas já deixo claro, que quando entro em uma guerra, nunca, é para perder.
— Ótimo, porque eu também nunca entro para perder. Espero que possamos fazer bons negócios, até porque faremos parte da mesma família, não é mesmo? — HyunSik deixou o licor descer rasgando a garganta, sua vontade de dar um belo soco na cara daquele alfa vagava por sua mente junto com certas lembranças do passado. Odiava admitir que aquele homem, agora, faria parte de sua vida e da vida de seu filho. — Espero que já tenha superado certas coisas do passado. Sabe, serei sogro do seu filho e seria extremamente chato algum desentendimento nosso, não concorda?
— Nunca houve nada a ser superado YangMin. O que aconteceu, como você mesmo disse, é passado. Nossos filhos irão se unir e eu ajudarei seu reino e você o meu. Simples, negócios são negócios, não precisamos nos tornar melhores amigos. — a taça vazia foi abandonada em cima da mesa. Os orbes encararam o outro, em busca de uma resposta. A mesma veio junto de um manear de cabeça e um sorriso presunçoso.
— Bom, o capitão do exército de Soleil chegará amanhã. Ele não pôde vir junto de nós, pois tinha alguns assuntos pendentes a serem tratados. Mas amanhã, pelo meio dia ele chegará com seus homens. Podemos fazer uma reunião e aí você poderá colocar o que quiser. Estou sendo bonzinho com você. A partir do momento em que nossos filhos se casarem, seus problemas com o distrito norte, serão meus problemas também. Então, não me decepcione Im HyunSik. Eu não costumo perdoar traições. — ao ouvir aquela fala, HyunSik quis rir. Quem era ele para falar de traições, muito menos de perdão? Quanta hipocrisia daquele alfa.
— Marcaremos a reunião para amanhã então. Irei chamar o comandante do exército e então falaremos sobre o ataque que iremos fazer, em troca, a exploração das duas minas de cobre serão responsabilidades sua e de seus homens. O reino de Carlon não se responsabiliza por qualquer tipo de acontecimento.
— Justo, já que meu exército também não irá se responsabilizar por nada envolvendo os seus soldadinhos.
— Ótimo, quites assim, então.
— Quites assim.
Ambos se olharam, tinham muita coisa engasgada na garganta dos dois. Dor, ódio e sofrimento; sentimentos de vingança e justiça, mas a ganância e arrogância dos dois falava mais alto que aquele ódio e desconforto palpável. Eram sim, reis de dois reinos poderosos e com filhos abençoados pelos deuses. Acima de tudo, eram dois reis que lutariam com unhas e dentes para conseguirem o que tanto almejavam.
YangMin só queria mais e mais poder. Se juntando com o reino de Carlon iria conseguir o que tanto queria. Poder, riquezas e o domínio de certo distrito.
Já HyunSik, precisava se juntar com aquele homem para ter pelo menos paz para os próximos anos. Precisava do exército alheio e precisava daquele ômega junto de seu filho. Era questão de vida ou morte.
— Eu espero que seu filho trate bem o meu. Não gostei nenhum pouco dele não ter nos recepcionado na entrada, apesar de não ser a recepção oficial. Converse com ele, e não o deixe estragar nossos planos.
— Jaebum não estragará nada. E não se preocupe, ele cuidará bem de Jinyoung. Não se esqueça que o mesmo vale para o ômega.
— Isso já está resolvido. Jinyoung sempre faz tudo o que eu mando. Ele não iria nem cogitar a ideia de me desobedecer. O bom de se ter um filho ômega, é que você pode ter controle absoluto sobre eles. Aliás, de qualquer ômega. — o riso maldoso chegou aos ouvidos do Im, o fazendo contar inúmeras vezes para não pular em cima daquele homem.
— Não se esqueça que você está em Carlon, e as leis que você se aplica no seu reino, são diferentes aqui.
— O que quer dizer com isso? — os olhos do Park fitaram atentas os movimentos do outro alfa que acabara de levantar.
— O modo como você trata seus ômegas em seu reino, é diferente daqui.
— Virou defensor de ômegas agora? — o sorriso ladino adornou a face do soleiniense. — Não sabia que ela tinha te mudado tanto. Você não era assim HyunSik.
— Não ouse falar dela. — os dentes rangeram um no outro e as mãos se fecharam em punho.
— Você sabe que foi melhor assim. Ela era uma qualquer, não tinha moral alguma. Você mes... — a fala do Park fora cortada pelas mãos do outro alfa, que segurou com força o colarinho da roupa elegante do outro. YangMin foi puxado brutalmente para cima, tendo seu corpo prensado contra a mesa de madeira cara polida.
— Cale a boca! Eu falei para não falar dela. — os olhos amarelos do Im exibiam raiva, fúria e um espírito assassino, o que não assustou o outro alfa, já que o mesmo, apenas riu cretino para ele.
— É melhor você controlar o seu lado cachorrinho, porque eu não estou afim de brigar. Pensei que tinha superado essa fase.
— Some da minha vista. Só quero ter que olhar em sua cara amanhã. Por enquanto, eu o quero longe de mim e de meu filho. Não chegue perto de Jaebum. — HyunSik largara o outro e se afastou tão rápido quanto se aproximou.
Não queria que Jaebum tivesse contato com aquele homem, não enquanto não estivesse casado com o ômega de olhos misteriosos. Precisava se controlar, mas tudo era difícil quando se tratava da ferida ainda aberta que possuía no peito. Odiava aquela sua fraqueza. Odiava com todas as suas forças.
— Vou te deixar em paz por enquanto. Você e seu filhotinho. Só não se esqueça que não é só ele que você deve se preocupar. — dito isso o alfa soleiniense arrumou seus trajes e rumou a saída do grande gabinete.
HyunSik olhou para a porta que fora fechada sem força alguma. A respiração ainda descompassada que tentava regula-la sem muito sucesso. Quis por milésimos de segundos, quebrar qualquer coisa que viesse a sua frente. Era difícil lidar com aquilo. Mais difícil lidar com aquela dor dilacerante e que o sufocava. Quando deu por si, já estava de joelhos, no assoalho frio e as lágrimas grossas já desciam. O peito doía e o grito abafado pela mão soou pelo cômodo.
— Me promete uma coisa? — o sorriso sincero estava ali na face do alfa, escancarado para que aquela linda ômega visse.
— Tudo o que você quiser, meu alfa!
— Promete que sempre será minha e que nunca me deixará? Mesmo eu não podendo lhe marcar...
— os dedos longos e gélidos desenharam a face da ômega de cabelos ruivos e sedosos. O cheiro cítrico que emanava daquela mulher o levava a loucura.
— Há coisas muito além de uma marca, meu amor. Nós somos uma delas. Somos uma exceção. — a pequena mão branquinha e quentinha acolheu o rosto do alfa o fazendo um carinho singelo e genuíno.
— Eu sempre vou te amar. Sempre.
— E eu sempre estarei com vocês. Mesmo longe. Estou grávida HyunSik, iremos ter um filho. Ele será um grande alfa. Você promete o proteger e cuidar para que ele não tome o caminho do mal?
— Amor...
— Me prometa! Por favor. — os olhos do alfa se encontraram com a barriga lisa da ômega. Pousou sua mão naquela região e sorriu em meio as lágrimas de alegria. Ele teria um filho; um filho da mulher que mais lhe amou na vida.
— Eu prometo, meu amor. Prometo. Mas isso não será necessário, eu irei intervir nas leis do reino e nós poderemos nos casar, eu vou...
— Meu alfa, eu estarei sempre contigo, mas não ao teu lado. Eu deixarei um pedaço de mim para você. É meu destino. Peço-te que cuide de nosso menino, o ensine a ser um bom alfa, a respeitar todos independente de qualquer classe. Ele será a salvação da prisão de muitos. Não o deixe seguir um caminho ruim.
— Ele será um alfa?
— Sim, um alfa belo e que possuirá uma grande missão nas mãos. O cuide, eu sempre estarei contigo e com ele. Nunca os deixarei. — os dois olharam para as mãos juntas que acariciavam a barriguinha ainda sem volume. Mesmo assim, eles sentiam a presença daquele ser que era a prova mais pura do amor de ambos. — Nunca se esqueça, para sempre estarei contigo e para sempre te amarei meu alfa.
Os soluços ecoaram altos e doloridos. Nunca iria superar aquela perda. Jamais.
— Você falou que estaria comigo. Sempre! Onde você está agora? No momento que eu mais preciso de você? Eu te amei tanto... — o corpo se encolhia, a cabeça erguida para o teto, como se todas suas respostas estivessem ali. — Você não podia me deixar... não! Era para você estar aqui comigo, eu ainda te amo tanto... tanto. Por favor volta pra mim, eu preciso muito de você. No-nosso filho... ele vai me odiar eternamente. Por favor me ouve! — era insano aquilo. Insano suas falas serem direcionadas ao nada e só o que lhe respondia era o vazio daquela sala e os ecos de sua voz chorosa. Doía, como doía perder aquilo que mais amava. E além de ter que viver com a perda, viver com a culpa era pior ainda. Não iria culpar seu filho se o mesmo o odiasse depois de descobrir toda a verdade. Se ele estivesse no lugar de Jaebum, também o odiaria.
Só o que lhe restava, era viver daquela forma. Uma forma dolorida de vida escrita pelo seu destino. Talvez aquele era seu castigo por ter feito tantas pessoas sofrerem quando mais novo. Talvez ali, com aquela dor, fosse sua real missão; sofrer por quem já perdeu e por quem ainda vai perder.
Sim, o destino era cruel; principalmente para aqueles que gostam de intervirem nele.
☪
A manhã em Carlon amanhecera ensolarada, algo que os carlonianos estavam começando a se acostumar. Ainda era difícil de acreditar que um reino que viveu por séculos abaixo de um céu nublado e com temperaturas tão frias, ficasse quente do nada. Alguns reclamavam do calor infernal e outros aproveitavam para se banharem.
A decoração do vilarejo estava intacta só esperando as próximas caravanas de muitos reinos chegarem. Afinal, o grande dia do aniversário do Príncipe Alfa estava chegando, e as festividades começavam antes; fora ainda que naquele dia em especial, o exército de Soleil chegaria em peso no distrito Sul. O povo estava agitado e não via logo a hora para finalmente ocorrer o tão esperado desfile dos príncipes de Soleil junto com os de Carlon.
Jinyoung levantou cedo e estranhamente bem disposto. Não tinha saído daquele quarto desde que tinha chegado, ontem, ao meio dia. Sentiu-se um pouco envergonhado por ter dormido tanto, pousou os olhos sobre as roupas que estava usando, notando que não eram as mesmas que tinha vindo. Pediu aos céus que tivesse sido seu irmão que tinha lhe trocado, porque não queria mais uma vergonha para a sua listinha. Já chega o vexame que passara na cozinha.
Ao lembrar do episódio, Jinyoung não pode deixar de esquecer de certo alfa que o trouxe para aquele cômodo. Céus, ele tinha dormido na cama daquele alfa sem noção.
O barulho na porta chamou a atenção do garoto de cabelos negros. Seus olhos miraram a enorme bandeja, acompanhada de um sorriso envergonhado e fofinho do irmão. Jimin era o melhor.
— Trouxe seu dejejum. — o alfa viu o irmão se ajeitar na cama, sentando em posição de lótus.
— Obrigado, Jiminnie! — o sorriso fofo adornou a face inchada e com olhinhos pequenininhos. Jimin achava o irmão extremamente fofo quando acordava.
— Bom dia bebê! Durmiu bem? — Jimin depositou a bandeja em cima da cama, e ficou de pé em frente ao outro, meio incerto se deveria chegar perto do outro ou não. Jinyoung pegou a xícara de leite puro, do jeitinho que gostava dando um gole generoso.
— hum... sim! E você? — seus olhos cruzaram com os do irmão e Jinyoung sentiu algo errado com o mesmo. — Você está com olheiras... seus olhos estão inchados. Você chorou? — o ômega apressou-se em largar a xícara e ir em direção ao irmão.
— Eu estou bem, Jiny. Não foi nada.
— Não minta para mim. Você é péssimo com isso. O que fizeram com você? Me diz? Foi o nosso pai não foi? Foi minha culpa certo? Olha Jiminnie...
— Ei, respira garoto. — o alfa o olhou divertido, passando a mão pelos cabelos macios o acalmando. — Não tem nada a ver com a majestade suprema e nem com você, quer dizer... um pouco sim, mas a culpa é minha. Deixa pra lá. Você precisa comer.
— Por que é sua culpa? — Jinyoung tentava processar o que estava acontecendo, mas sabia o quão cabeça dura era o outro. E sabia também que só existiam duas coisas que deixavam o irmão assim. Uma era improvável acontecer, já que o mesmo não tinha saído do castelo, então a única que o restava, o deixou irritado. Ah, ele odiava aquele lado do irmão. — Não é sua culpa. Se te deixa mais feliz, você não me machucou ontem. Eu só queria que você parasse, você precisa controlar essa sua proteção exagerada. Por favor não se culpe. Por sua causa eu estou me sentindo muito bem, você me salvou, Minnie. Olha só para mim, parece que eu estou novinho em folha. — Jimin deixou-se rir com o entusiasmo do irmão. O ômega estava sorrindo como nunca e tão radiante.
Ah, Jinyoungie, como eu queria ter sido o responsável por essa sua salvação...
— Me desculpe. Eu prometo que irei me controlar, okay? Agora me dê um abraço bem apertado que eu tô carente. — o Park mais velho abre os braços com o seu típico sorriso de amolecer qualquer um. O mesmo sente o corpo ser envolto pelos braços longos do irmão, que o aperta, gargalhando. Era bom ouvir aquela risada; era bom ter seu irmãozinho de volta.
— Eu te amo, nunca se esqueça disso Jiny!
— Oushi, 'tá carente mesmo. Também te amo maninho! — o abraço durou mais uns minutos com os dois aproveitando da presença um do outro. Jimin voltou a mandar o outro a comer e Jinyoung foi, mesmo revirando os olhos e implicando com o alfa, que parecia mais uma mãe.
Jimin disse ao ômega que foi ele quem lhe deu banho e o vestiu, mesmo com o outro sonolento. Jinyoung agradeceu aos deuses do Sol por aquilo. A conversa entre ambos fluía muito bem. Jimin lhe contava o que já tinha visto do castelo e em como a comida dali era boa. Também contou que não teve muito contato com nenhum dos príncipes e nem com o rei, já que nenhum apareceu no jantar, cada um inventando uma desculpa, por fim só jantando ele o o pai de ambos.
— Como foi falar com ele? Ele te tratou bem? — Jinyoung pode sentir o tom de voz do mais velho soar mais delicado. Sabia de quem o outro estava querendo saber. Respirou fundo e pensou no que poderia dizer, se é que poderia dizer algo. Foi tão estranha e perturbadora aquela conversa que teve.
— Foi estranho. Sei lá! Acho que ele não quer se casar e nem assumir o trono. Se ele me destratou eu não sei, só sei que tudo o que ele me disse, eu devolvi sem nem pensar direito. Ele é mesquinho. Ah! E se acha demais. Precisa ver como ele ficou ofendido quando eu disse que eu não sabia o nome dele. Você precisava ter visto. — o mais novo deixava vez ou outra risos escaparem com cada lembrança. Jimin estranhou aquilo, seu irmão não costumava ser tão julgador logo de cara e ainda mais com pouca conversa, mas não falaria nada, esperaria mais um pouco para ter uma opinião mais concreta.
— Então você se virou muito bem.
— Óbvio que sim! Pode parecer que não, mas eu sei me defender, tá legal? — a almofada foi tocada em direção ao alfa que a pegou por puro reflexo.
— Você vai derrubar toda essa bandeja na cama e aquele alfa metido vai torrar nossa paciência. — Jimin disse juntando os biscoitos que caíram em cima da cama.
— Por que me deixaram no quarto dele?
— Você estava dormindo que nem uma pedra, não iria fazer muita diferença. E ele disse que você podia ficar. — os biscoitos foram postos de volta a tigela decorada.
— Ele é chato. — ambos riram da confissão simples do mais novo.
— Daqui a pouco vamos nos arrumar. — Jimin se pôs de pé e caminhou até o espelho que tinha perto da porta de saída. Ajeitou a gola da camisa, uma mania que tinha.
— Nos arrumarmos para quê?
— Para o desfile de apresentações. Parte de nosso exército chega hoje, eles irão fazer nossa entrada junto com alguns soldados de Carlon. Você é o anfitrião, esqueceu? Precisa estar a altura. Aliás, você precisa escolher uma roupa, não pretende se apresentar ao povo carloniano de trajes de dormir, não é? — Jimin fitou atento o garoto sentado sobre as pernas em cima da cama.
— Quer mesmo que eu responda?
— Não, nem invente. Se fizer isto, te deserdo e pode esquecer que sou seu irmão. — Jinyoung sabia o quão vaidoso o mais velho era e se divertia com a neura que o outro tinha quando as coisas se tratavam de boa aparência. — Eu juro que eu tô surtando com esse cabelo. Por que ele não se define logo? Nem dá pra saber se essa porcaria vai ser preta ou cinza. Céus, eu não mereço isso! — as mãos pequenas puxaram os cabelos, irritando-se com aquela cor estranha. O loiro, junto com mexas pretas e algumas cinzas. Era o seu fim aquele cabelo.
— Acho que será cinza. Vai ficar bonito de qualquer jeito. E não se estresse tanto, se você arrumar uma ômega com daltonismo, ela nem vai notar esse show de horrores na sua cabeça.
— Cara, é bom você correr porque se eu te pegar eu juro que te mato. — o olhar assassino não passou despercebido pelo mais novo, que assim que pode se pôs de pé na cama, tinha que pensar rápido. Se tinha algo que deixava o irmão revoltado era falar de seu cabelo ou de seus trajes. Oras, Jimin era um homem extremamente vaidoso.
O alfa se aproximou da cama, com mil e um pensamento de como fazer o outro sofrer. Mas Jinyoung fora mais esperto e correu em direção a saída do quarto, gritando quando sentiu sua blusa ser quase puxada, mas ele era rápido. Correu pelo corredor gargalhando alto e ouvindo os insultos do outro.
— Sua peste, eu vou te esfolar! — oras, aonde estava aquele alfa que o protegia? Jinyoung pensava enquanto corria mais e mais. Jimin era um alfa e se aproveitava disso, usando sua agilidade e rapidez para pegar o irmão.
Fora tudo muito rápido. Jimin estava alcançando a barra da larga camisola do irmão, quando freiou abruptamente. Seus instintos o freiaram. A cena a sua frente era deveras estranha. Seu irmão estava atrás de um homem, segurando firme os braços do outro que estava com os mesmos esticados para trás protegendo o ômega.
— Perdeu! — a atitude a seguir do ômega fez os dois alfas se encararem. Jinyoung debochava do irmão por não ter conseguido o pegar. Os olhos dos dois alfas se cruzaram novamente. E mais uma vez os dois estavam frente a frente. Jaebum ainda mantinha as mãos para trás, na intenção de proteger o ômega de qualquer ataque. Jimin recuou, sentindo o olhar do outro pousar sobre si, quase que o rasgando a pele.
Jinyoung ainda recuperava o fôlego e nem tinha se dado conta atrás de quem tinha se escondido. Assim que a respiração voltou ao normal, o cheiro forte adentrou suas narinas junto com o oxigênio. Elevou um pouco o olhar e vislumbrou os cabelos ruivos, ainda com alguns fiozinhos negros. Engoliu seco, soltando rapidamente os braços que segurava com tanta força.
— Ah... ér... desculpa! N-não foi minha intenção... ah... — Jinyoung ainda tentava processar o que estava acontecendo, não tinha ganho a atenção do alfa, pois o mesmo ainda fitava seu irmão, vendo aquilo o mesmo caminhou apressado, ficando no meio dos dois. Não queria nenhum deles usando presença alguma. — Eu e meu irmão... estávamos...
— Não quero saber de suas explicações. Trate de não agir mais como uma criança. Nesse castelo só existe uma, minha sobrinha. Então por tanto se comporte, além do mais Vossa Alteza, isso não são trajes de se andar por aí. Quanta indelicadeza! — Os olhos amarelos encararam intensos os verdes do ômega. Não estava no seus planos encontrá-lo logo pela manhã, ainda mais vestindo só uma camisola... maldito ômega.
— Perdoe me pelos trajes, eu...
— Vamos para o quarto. Você precisa se arrumar para o desfile. Daqui a pouco Chanyeol chega e você sabe como ele é. — Jimin pôs a mão no ombro do irmão o puxando para voltarem ao quarto, sem nem por um segundo desviar do olhar prepotente do outro. — Vai indo, tome um banho. Irei escolher sua roupa.
— Jimin...
— Só vai Jinyoung. Confie em mim bebê. — Não soube explicar direito, mas ver aquele alfa de cabelos estranhos chamar seu futuro ômega daquele jeito o deixou irritado.
O mais novo obedeceu o irmão e seguiu para o quarto do alfa ruivo. Assim que a porta foi fechada, os dois voltaram a se encarar, ali mesmo, no meio do extenso corredor.
— Você cuida muito do seu irmão não é? — A pergunta tinha vindo com um pinguinho de veneno e Jimin sentiu aquilo. Sorriu debochado fitando o alfa.
— Sim, eu cuido dele muito... muito bem. Aliás, é meu irmão. Nem todos os irmãos tem o privilégio de terem uma relação como a nossa, sabe? — Jimin deu um passo a frente, as mãos no bolso e o olhar faiscando em desafio. A postura confiante e a voz baixa e certeira. — Acho que você não sabe, não é mesmo? — Jaebum entendeu do que ele estava falando e ficou curioso com a pergunta, quase que afirmação do outro.
— Muito bonito esse seu cuidado com o ômega de Soleil. Lindo... — mais um passo fora dado, este dado por Jaebum. — Tome cuidado, com certas coisas que você fala. Isso pode te contradizer.
— Não se preocupe. Isso nunca irá acontecer. Obrigado pela sincera preocupação. — o sarcasmo era palpável entre ambos. Dois alfas intensos demais, que falavam encarando olho no olho, sem medo, sem desculpas. Eram pretensiosos, astutos e de certa forma arrogantes.
— Cuide bem de seu irmão, ele irá precisar de você, depois de hoje. — O alfa soleiniense não entendeu aquele aviso.
— Não se preocupe, meu irmão ficará muito bem, antes ou depois do desfile. Nem que para isso, eu tenha que pisar em quem quer que seja. Ninguém estraga a felicidade de meu irmão. — Já não sabiam mais quem tinha dado mais algum passo, ambos estavam perto, e a altura do outro não fez com que o Park abaixasse a guarda.
— Então pise em cima de teu próprio pai, vossa alteza! — o dar de ombros do ruivo fez o Park, dar um passo para trás, equilibrando-se. Queria tanto socar a cara daquele alfa. Jinyoung tinha razão, ele era mesquinho e um grande babaca. Apesar de tudo se controlaria. Não iria decepcionar o irmão mais uma vez. Manteria o que era do alfa guardado e quando pudesse, o desmontaria no braço.
Ah, com todo certeza, o faria engolir aquela marra a socos.
☪
O chão daquele quarto iria se partir a qualquer momento, pelo menos era assim que a ômega pensava, vendo seu filho andar de um lado para o outro, quebrando vidros aqui e vasos ali.
— Mamãe! Isso não vai acontecer. Jaebum é MEU alfa! E não vai ser um ômega do quinto dos infernos que vai o tirar de mim. — a voz do loiro saiu esganiçada e no seu típico timbre mimado e alto.
— Não se preocupe meu filho, seu pai já está em Carlon resolvendo isso. Jaebum será seu, mamãe promete!
— Mande meu chofer vir me buscar. Estou indo para Carlon. Não posso deixar o MEU alfa se envolver com um principezinho mequetrefe. Não mesmo.
— Mas meu filho...
— Não! Eu vou e ponto final. Jaebum me ama e não existe ninguém melhor do que eu para ele. Nossos destinos se cruzaram e não foi em vão. Aquele alfa herdeiro é MEU. E o que é meu, ninguém coloca a mão. — o ômega gira o corpo, olhando para seu reflexo no espelho. Passa a mão nervosa pelos fios loiros os ajeitando como pode. — Quem é Príncipe de Soleil, perto de mim, Choi YoungJae? O ômega que tudo que quer, consegue sem nenhum esforço. Esse ômega não é nada perto de mim e do que eu sou capaz de fazer. Eu sou inabalável mamãe, invejado, lindo e com posses. Jaebum é meu e demais ninguém. Meu.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.