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História Soulmate - Você precisa deixar


Escrita por: ArsLilith_ e Yayabs

Notas do Autor


Eoeoeo cá estamos
Um milagre de cada dia o senhor nos dá hoje. Amém.

Não quero dizer que vou atualizar um dia sim e um dia não pq seria muita loucura, BUT é o que tá parecendo KKMKKK mas não se emocionem

Preciso focar nas outras fics AAA


Espero que gostem desse cap PQ É MEU FAV AAA

Esse cap é pra Yara que sempre me encheu o saco por uma cena assim ENTÃO TOMA ELA MEU AMO

Capítulo 50 - Você precisa deixar





Os dedos dedilhavam as letras cursivas, sentindo as elevações delas enquanto seus olhos buscavam procurar algo que precisava. Sua atenção no momento era dada exclusivamente para aquele pedido repetido mil e uma vezes na sua cabeça, como uma tortura doce demais.


“Você precisa desfazê-la.”


Jaebum procurava e procurava, perdido naquele amontoado de livros velhos dentro daquela enorme biblioteca que sequer, um dia, ousou apreciá-la. Nunca em sua vida se imaginou ali, mergulhado em leituras a ponto de lhe fazer refletir sobre muitas coisas. 

Seus olhos pararam sobre os parágrafos, analisando-os com calma, enquanto sua mente parecia trabalhar em lembranças.


(...) há anos eles foram de consagração aos deuses. São mais fortes do que qualquer outro ser existente. Sua consolidação é dada pelo sacrifício que outrora foi entregue a um deus. Receberam a benção e o poder de restauração, mas, foram perdidos conforme o tempo passava.

Não se pode ir contra uma ordem deles. Foram feitos para governarem e se manterem no poder. São raros. Extremamente perigosos quando não bem-vindos em algum lugar.

São Lúpus. A espécie mais rara e forte da humanidade.

Foram os primeiros a construírem seus impérios, consolidados a extrema classe. Estão acima de todos.

Uma marca dada por esse tipo de lobo requer sabedoria e um único motivo, pois, não foram criados para se estarem ligados a alguém. São como solitários vagando pelo mundo à procura de alguma estabilidades que os façam ficar.

Há alfas, mais fáceis de encontrar, podendo nascer de uma relação entre dois Lúpus, ou apenas um que tenha sangue. E há, ômegas, mais raros e que são consagrados a algum deus.

Alfas, por mais fortes que sejam, não conseguem superar a força de um ômega Lúpus, pois estes, foram criados para manterem a proteção dos filhos, quanto do seu cônjuge. São mais fortes por natureza e benção dos bons espíritos. Sábios e especiais. Todavia, nenhum alfa aceita marcar um ômega Lúpus, afinal, não quer perder seu poder para alguém inferior.

E é por isso que eles tornaram-se raros com o passar do tempo. Nenhum pai, ou nenhuma mãe quiseram consagrar seus filhos a essa solidão (...)



— Quanta besteira! — Virou a página, nem sabendo porquê havia parado nela quando seu intuito não era ler sobre lobos que há séculos apenas se tornaram uma falácia para assustar a todos os recém casados. 


Jaebum já havia ouvido sobre aquilo. Lembrava-se bem dos casamentos que ia e, até mesmo, do seu irmão, em que todos sempre, entre gargalhadas, brincavam com a posição do ômega noivo. 

Que se, em meio a marca ele revelasse que era um Lúpus, seu alfa estava perdido. Era uma boa brincadeira para divertir a todos.

Não fizeram no seu casamento, ou ao menos não lembrava de alguém lhe dando aquela condição infame. Seria surreal se naquela época alguém brincasse com aquilo perto de si. Não pensaria duas vezes antes de mandar para lugares inapropriados só por estarem lhe irritando.

Odiava lembrar daquela fase. Daquela raiva toda dentro de si.


(...) Uma marca é a ligação mais forte entre um alfa e um ômega. Jamais poderá ser desfeita. É a doação dos corpos um ao outro; dos sentimentos compartilhados e dos momentos mais íntimos transformados em sensações. 

(...) Ela deixa o ômega à mercê do seu alfa. Uma marca feita pelo não escolhido* é desfeita com o tempo por obra dos deuses. Dura anos, mas não é forte o bastante. O lobo jamais irá desfazê-la, mas, as energias ao redor e as escolhas irão desprendê-lo daquele que nunca foi o seu escolhido.

*Não escolhido: alfa que toma um ômega como seu e não é escolhido pelo mesmo.

Cada ômega, junto do seu lobo, escolhe o alfa que quer que lhe marque; que quer no seu cio; que quer para o resto dos seus dias. 


— Mas que merda! — Soou baixinho, cansado conforme seus olhos pesavam com o amontoado de letras à sua frente.

Suspirou, jogando o corpo para trás, encostando-o no encosto estofado da cadeira. O barulho do ponteiro do relógio marcava alguma hora na alta madrugada quente que Jaebum não estava acostumado.

Passou a mão por trás do pescoço, deixando-a na lateral, numa massagem falha para relaxar. Seu corpo suava e aquele calor infernal parecia lhe consumir a cada segundo que passava.

Desconhecia há quanto tempo estava ali, sentado e na mesma posição, procurando por respostas em meio a um desespero interno.

Queria jogar tudo para o alto. Aquela era sua vontade, mas, diante do que havia prometido, caía sobre si a necessidade de se esforçar ainda mais. 

Jinyoung confiava em si. E só aquilo era suficiente para se manter ciente do que deveria fazer.


Eu amo você.


A declaração ecoava ao fundo, lhe deixando agitado. Parte sua queria mandar para longe aquela frase, enquanto outra, se apegava a migalhas que lhe eram dadas. 

Jaebum queria acreditar que aquela confissão era verdadeira. Que seu ômega lhe amava e que lhe queria sobretudo, mas, certa insegurança irritante lhe adornava os ouvidos e pensamentos, deixando-lhe incerto e confuso. 

Odiava aquele sentimento lhe consumindo. O modo como o medo de perder a única pessoa que lhe importava ao mesmo tempo que, decepcioná-la também lhe assustava. 

Jaebum não queria ser fraco. Ser vencido por algo que não cabia entre si e Jinyoung. 

E não cabia incertezas entre eles.


O barulho da porcelana sendo deixada na madeira lhe fez levar os olhos até ela. As mãos que conhecia muito bem se esgueiraram pela mesa, afastando todos os livros e deixando alguns, até mesmo, caírem no chão.

O corpo alheio veio sobre o seu, sentando em seu colo de modo charmoso e elegante. Jaebum detestava toda aquela calma que o mais novo tinha em momentos como aquele, de pura provocação da parte dele. 

— Não deveria estar aqui. — Foi a primeira coisa que disse sem tremer enquanto Jinyoung virava-se levemente para pegar o prato. 

— Você não me deixa dormir. — Soou baixo, movendo o garfo sobre a torta e pegando um pedaço. — Então aproveitei para terminar o que estava fazendo e fui interrompido. — Deixou um rosnado escapar, fazendo Jaebum rir nasalado, negando com a cabeça aquela atitude. 

— É o que estou pensando? — Olhou o garfo em sua direção, ganhando a confirmação com um sorriso e um aceno.

— Sei que gosta. — Jaebum comeu, apertando as coxas do ômega em uma demonstração de contentamento com o doce amargo, do modo que gostava. 

— Já disse que se fizer isso mais vezes eu caso de verdade, não é? — Murmurou, voltando a abrir a boca.

— Vai me pedir em casamento, é? 

— Talvez, se prometer que fará isso todos os dias. — Jinyoung riu, enchendo a boca alheia de doce. 

— Não sei se estou afim de ter um marido doente por causa de doce. 

— Acho que na dose certa não mata ninguém. — Aceitou mais um pedaço. — Você está querendo me enlouquecer… 

— Não! — Exclamou cheio de sorrisos. — Só estou cuidando de você. — Limpou o canto da boca alheia com o polegar, chupando-o em seguida. 

— Me ganhando com a barriga, dizendo que me ama assim do nada... o que está querendo de mim? — Olhou-o divertido, mas intenso. 

— Quero você. — Deixou o prato sobre a mesa, voltando-se totalmente ao alfa. — Só você.

— Você está jogando sujo. — Alegou baixo, deixando as mãos sobre a cintura alheia. 

— E você está adorando. — Sussurrou, rente a boca dele. — Vamos para nossa cama. Consigo sentir o seu cansaço e acho que não só eu. — Enrolou os fios nos dedos, deixando um carinho na região. 

— Preciso achar o que quer.

— Eu sei, mas vamos achar juntos, sem que se mate nisso daqui. Não quero você se sacrificando por isso. — Deixou um beijo na bochecha, e outro mais abaixo. — Vem. — Saiu do colo dele, estendendo a mão.

Jaebum demorou a aceitar, mas entre um suspiro realmente cansado apenas se deixou ser arrastado e levado para o quarto. Jinyoung lhe ajudou a deitar. Livrou-lhe das botas e até mesmo das roupas, lhe deixando nu entre os lençóis, porque era o modo como gostava de dormir e o ômega havia se acostumado com aquilo.

Ele logo veio em sua direção, lhe abraçando e permanecendo quieto, enquanto a cabeça era mantida sobre seu peito. Jinyoung parecia lhe acalmar naquele instante e era suave a forma como ele o conseguia fazer, tendo domínio do seu corpo como nunca fora capaz de possuir. 

Seus olhos pesavam e o carinho que recebia em seu cabelo não lhe ajudavam a lutar para permanecer acordado. Em pouco tempo e com a voz mansa do mais novo chegando até seus ouvidos, Jaebum não resistiu e caiu em sono profundo, como há tempos não fazia. 

Jinyoung ficou ali, velando o marido dormir enquanto sentia seu coração mais calmo. 

Jaebum era importante para si e evitaria ao máximo que se machucasse, seja por sua causa, ou por qualquer outra.


Ninguém machucaria seu alfa.



[...]



 

O amanhecer quente já trouxe a irritação ao corpo do alfa assim que acordou, colocando-se embaixo da água, num banho demorado na tentativa de dissipar aquele calor absurdo que lhe invadia. Já não era mais como antes, muito menos seu interior que parecia mil vezes mais agitado.

Jaebum estava quente e odiava ter que se acostumar com aquela nova temperatura que se alastrava por tudo e lhe consumia. A sensação era horrenda e o modo que se comportava também não lhe ajudava a ficar de bem consigo mesmo.

Vestiu algo leve rapidamente, despedindo-se de Jinyoung com um selar leviano na testa. O garoto apenas encolheu-se mais ainda nos lençóis, mergulhado no sono pesado que estava tendo. Jaebum limitou-se a apenas rir baixinho, admirando a face bonita do rapaz e a marca em seu pescoço. Voltou mais próximo dele, beijando a região com cuidado. O garoto teve a pele arrepiada, uma reação muito bem aceita pelo alfa que não deixou de ficar ainda mais encantado. Jaebum sentia-se de uma completude inexplicável. Era indescritível e a melhor coisa já sentida por si.

O frescor do seu cheiro se espalhava por onde passava conforme saía daquele andar e, em passos rápidos, caminhava até o gabinete em que passaria toda a manhã, resolvendo acordos outrora esquecidos por si.

— Preciso de você lá nas minas. — Jooheon adentrou o cômodo rapidamente, sem nem ao menos cumprimentar o amigo. — Estamos com problemas. — Jogou pastas repletas de papéis sobre a mesa, ganhando o olhar indignado.

— Você poderia me trazer notícias boas?

— Não. — Sentou-se na frente dele. — Temos uma negociação importante para fazer. Consegui novos compradores para o carvão. Perdemos muitos clientes, mesmo baixando o preço.

— O que está acontecendo lá? — Perguntou em um suspiro, passando a mão pelo rosto.

Jooheon se ajeitou melhor na cadeira, explicando-lhe a situação decorrente nas minas e na nova forma que as compras e vendas estavam acontecendo, desde que as Cortes começaram a tomar a iniciativa de mexer na economia do Reino.

— Precisamos de pessoas que querem trabalhar. Temos elas, mas não estão conseguindo suprir o que precisamos. Estão desmotivadas, ganhando pouco para um trabalho perigoso e cansativo. Estão se sentindo abandonadas por você.

— Até eu estou acreditando que me abandonei.

— Não diga isso.

— Jooheon, eu não sou como o meu pai, nem como meu avô ou qualquer outro Rei que Carlon já teve. Não chego aos pés deles. O reino está endividado, quebrado e próximo de dias piores. Não sei o que fazer.

— Vamos achar uma maneira de reerguermos. Não é a primeira vez que um reino passa por uma crise e, nem, será a última. O que precisamos é vontade e de um líder que esteja disposto a dizer ao povo que tudo vai ficar bem e fazer com que fique. — Olhava-no de modo compreensivo. — Todos estão assustados com o fato de terem sequestrado Jinyoung. Estão inseguros, com medo de ataques, de uma possível guerra. Esperam uma resposta firme vinda de você.

— Não sei o que fazer. — Admitiu, inundado em incertezas e medo. Aquele peso sobre suas costas lhe sufocava; lhe desatinava.

— Você sabe, Jaebum. Então faça primeiro o que você está pensando.

 

Jaebum encarou suas mãos, pensando no que deveria fazer e mesmo que uma enxurrada de problemas a serem resolvidos viessem em sua mente, apenas uma coisa no momento lhe consumia de modo maior.

 

— Quero o julgamento de Taecyeon aqui em Carlon.

— Ele é do distrito Norte. Não temos uma boa relação com eles, aliás, ninguém tem.

— Eu quero o julgamento dele aqui.

— Isso é um capricho seu.

— Estou agindo como um Rei, do modo que todos querem.

— Jaebum...

— Julgamento em praça pública. — Levantou-se, arrumando os trajes.

— Que tipo de sentença irá dar a ele? — Jooheon também se colocou em pé, seguindo o amigo. — Pretende deixar quanto tempo na masmorra?

— Não pretendo deixá-lo na masmorra. — Virou-se, encarando o loiro. — Pretendo matá-lo.

— Jaebum, ele é um nortenho. Você vai desencadear uma guerra se matar ele.

— Ele invadiu minhas terras, machucou o meu marido e você acha que estou me importando com o fato dele não ser daqui?

— Ele é um príncipe e-

— E eu sou o Rei. Mostrarei a todos o que acontece com alguém que ousa tocar e pisar no que é meu.

— Um espírito bravo e tolo. — Alegou, rindo fraco.

— Diria que é um espírito justo.

— Você irá arrumar uma dor de cabeça gigante.

— Nada supera as que eu já tenho. — Saíram do local juntos, lado a lado. — Nunca tive vontade, assim como meu pai, de ter algum contato com o lado norte dos distritos, mas, agora, parece que tenho uma situação memorável para fazer.

— Você receberá a visita do Rei do Norte em alguns dias. Ele está vindo aqui pessoalmente para falar com você e levar Taecyeon para casa.

— Ele levará Taecyeon, não se preocupe. — Jooheon lhe olhou rapidamente. — Mas levará somente o pó.

— Jaebum... — Jooheon negou-se a acreditar naquilo, mesmo assim, continuou seguindo o homem.

— A tarde irei com você para as minas.

— O que fará agora?

— Irei ver se Jinyoung não matou ninguém.

— O quê?

— Ah, depois da marca ele ficou... completamente descontrolado. — Falou baixinho, dobrando mais um corredor.

— O que quer dizer com isso?

— Que ele vê um ômega e já quer sair atacando. — Arrancou um riso do loiro, olhando-o sem nenhuma diversão na face.

— Ele não deve ter tido contato com o lobo ainda. Logo se acostuma. Não se preocupe.

— Assim espero. — Suspirou. — O que é?

— Nada, mas... quem diria que você estaria preocupado com o ômega que jurou não casar e que, ainda por cima, o marcou.

— Jooheon...

— Calma. — Gargalhou, erguendo as mãos para cima em rendição. — Você se apaixonou rapidamente. Mas não julgo, não é difícil isso acontecer. Jinyoung é perfeito para você. Dócil e paciente para aguentar esse seu jeito insuportável.

— Ah! Era só o que me faltava!

— Vai lá ver seu ômega. Irei arrumar algumas coisas e te encontro em frente a casa do exército para seguimos até as minas.

— Okay. Te vejo depois.

— Até. — Despediu-se em um aceno, deixando Jaebum ali, com o pé no primeiro degrau para seguir até o andar dos seus aposentos.

— Im! — O soar forte lhe fez olhar para trás. Engoliu seco, descendo do degrau e aproximando-se do alfa. — Acho que temos que conversar.

— Sim... eu acho. Mas agora não é um bom momento, eu... iria ver Jinyoung.

— Não se preocupe, ele está bem. Jungkook veio o visitar.

— Ah! Okay, então... vamos para...

— Andar por aí.

— Tudo bem. — Sorriu fechado, colocando as mãos nos bolsos, assim como o outro.

O silêncio entre eles caiu sobre os ombros. Era desconfortável e irritante. Jaebum desconfiava que aquela sensação não era sentida apenas por si, já que o outro parecia incomodado e mais hiperativo.

— Jimin...

— Você marcou o meu irmão. — Interrompeu-o rapidamente, andando mais a frente. — Mesmo que soubesse que isso aconteceria em algum momento, não pensei que seria dessa forma. O fato é que... você o marcou. Sabe a responsabilidade que tem com ele agora? — Virou-se, encarando o moreno.

— Eu sei.

— Sabe mesmo? — Tentou intimidá-lo, aproximando-se ainda mais.

— Minhas responsabilidades com seu irmão continuam as mesmas, Jimin. Nada mudou.

— Você é um tolo. — Soltou um riso fraco, quase indignado. — Sua sorte é que ele reagiu bem, talvez nem tanto, porque a forma como ele agiu naquela cozinha ontem, não foi ele.

— Eu sei. Jinyoung está um pouco... confuso com tudo. É normal.

— Ele ergueu Sungmin do chão, Jaebum. Isso não parece confusão.

— Quer que eu faça o quê?

— Que você o controle! Quero que você controle seja lá o que está acontecendo. É a sua responsabilidade.

— Não preciso que diga o que tenho que fazer.

— Precisa e vai continuar precisando se levar a sério essa besteira de desfazer a marca. — Sussurrou, ganhando os olhos arregalados do Im. — Jinyoung me contou o que estão tentando fazer e já aviso, não há como fazer.

— Você não sabe.

— Eu sei do que estou falando. Deixa de ser burro!

— Você não tem direito algum de falar comigo nesse tom! Estou dando o que seu irmão quer, apenas isso. Deveria me agradecer.

— Jaebum, sou grato a você sim, mas por ter salvo meu irmão e não por esse seu ato de burrice extrema. Entenda. — Deixou a destra sobre o ombro do outro, olhando firmemente nos olhos dele. — Você não deve desfazer essa marca agora e nem nunca.

— Jinyoung não irá me perdoar se eu nem ao menos tentar desfazer.

— Você irá morrer se desfazer essa marca. E você sabe disso.

— Jinyoung estará com o filho dele e tenho certeza que você cuidará para que os dois fiquem bem. — Soou baixinho, quase perdido naquela certeza que tinha.

— É o alfa mais burro que já conheci. — Alegou. — Mas sei também que meu irmão não poderia ter escolhido melhor para ter se entregado.

— Está me elogiando? — Sorriu pertinente.

— Não. Jamais faria isso. — Afastou-se. — Temos algo em comum, Jaebum. Queremos proteger Jinyoung e quem ele ama. Vamos fazer isso juntos, mas terá que me ouvir e seguir o que vou mandar.

— Não sigo ordens.

— Vou deixar você vivo e ainda por cima, meu irmão junto com você. Então, se quiser ficar ao lado dele, é bom seguir o que irei mandar.

 — Talvez não seja ruim seguir ordens. — Sorriu aberto, dando tapinhas nos ombros alheios.

Jimin revirou os olhos, suspirando. Não seria uma tarefa fácil, ainda mais pelo temperamento que ambos tinham, mas o comum que carregavam consigo, talvez fosse o suficiente para lhes fazerem se suportarem, ao menos, por um tempo.


Assim esperava.


[...]


— Você foi marcado! — O grito fez o mais novo se encolher e fechar os olhos fortemente. — Eu sabia! Sempre soube, pelos deuses! Sou muito bom! Apesar que não é muito difícil de saber, já que vocês dois são óbvios demais… — Falava e muito. Gesticulava aos gritos, deixando Jinyoung envergonhado, mas tentado a rir conforme via o ômega caminhar pelo quarto.

A barriga já estava aparecendo, deixando Jungkook mais charmoso do que já era. Ele realmente era um ômega lindo e Jinyoung o admirava muito, apesar de lhe fazer passar vergonhas constantes como no momento.

— E como foi? Vocês transaram aonde?

— Jungkookie! — Choramingou, escondendo o rosto em um dos travesseiros. 

— Yah! Fale tudo! — Deitou-se na cama, esperando que Jinyoung lhe contasse tudo.

O garoto sentiu-se no primeiro momento envergonhado, mas todo aquele assunto estava lhe consumindo demais para manter somente para si. Seria vergonhoso contar ao seu irmão e nem gostava de pensar no que ele faria; Jaebum lhe deixava quente demais para tentar focar nas lembranças e rapidamente lhe tiraria total atenção.

Cabia a Jungkook ouvir sua experiência mesmo que estivesse morrendo de vergonha. O Jeon deixava o ambiente mais leve, lhe arrancando risadas e lhe deixando menos tenso, como se somente falar daquilo fosse algo errado ou um mero pecado. 

— Você ganhou seu nó? — Perguntou-o em um sussurro quase cúmplice. Ambos deitados nos pés da cama, de barriga para cima e observando o teto decorado.

— Sim. — Falou sorridente, os olhos fechados deixando claro o quanto estava recordando-se das sensações daquele ato. — Foi perfeito. — Murmurou baixinho, rindo de nervoso em seguida. Sentou-se rapidamente, olhando para o amigo. — Acho que nunca me senti tão completo em toda a minha vida. 

— Isso é maravilhoso. Nem todo ômega que sofre com casamento arranjado tem essa sorte. 

— Eu sei. — Mordeu o lábio, tentando segurar o sorriso maior. — Jaebum me ama… ele disse isso. — Sentiu as bochechas esquentarem ainda mais. — E me marcou.

— Você também o ama? — Jungkook pegou um dos travesseiros, ajeitando embaixo da cabeça, melhorando a posição enquanto esperava pela resposta alheia.

— Eu achava que não. — Começou, encarando as próprias mãos em seu colo. — Tinha medo de sentir algo por ele e depois ter que lidar com esse sentimento. Mas essa marca deixou tudo mais claro e intenso. Ao mesmo tempo que estou desesperado, estou completamente louco por aquele alfa! — Colocou as mãos sobre o rosto, abafando a voz enquanto Jungkook ria da sua desgraça. 

— Você só estava fazendo charme!

— Yah! Não queria que isso acontecesse!

— Você não pode ter controle dos teus sentimentos.

— Sei que não, mas seria mais fácil.

— Não teria graça.

— Você fala isso porque é um doido! 

— Sou. Sou louco de amor. 

— Ainda não acredito que abandonou tudo para viver a vida como um fugitivo. 

— Quando você ama nada importa. — Encarou-o. — Você é capaz das maiores loucuras por aquela pessoa que tem o seu coração, então acaba não importando o que deixa para trás quando se está com ela. É como se você precisasse disso. Não tem explicação. É confiar a sua vida cegamente ao ponto de esquecer de si próprio.

— Acho que sei como é isso… — Murmurou baixinho, deitando de bruços. — Confio em Jaebum e não é uma mera confiança de casados ou seja lá o que pudesse ser. É mais que isso. 

— Seria tão bom se as coisas fossem mais fáceis para vocês dois. Sabe do que me refiro.

— Contei a ele sobre o meu filho.

— Você fez o quê? 

— Contei a verdade. Estava me sufocando e fiquei desesperado depois que vi a marca.

— Jinyoung… você é maluco! Sabe o que fez? — Sentou-se. — Está colocando a sua vida em perigo. Não sabe o que ele pode fa-

— Ele me ama mesmo assim. E disse que vai encontrar o meu filho. — Olhou-o nos olhos, mesmo com eles marejados ainda conseguia vislumbrar o semblante surpreso e calado pela primeira vez naquelas últimas horas. — Ele me ama. — As lágrimas vieram sem controle, em meio a um soluço cômico e emocionado. — Nunca pedi uma prova do amor dele, mas sei que essa é a maior que ele poderia me dar. E-ele me ama, mesmo eu sendo tão quebrado quanto aquelas louças do Changkyun! — Riu soprado. — Ele me ama. 

— Eu… — Pareceu perdido naquelas palavras. Jungkook voltou os olhos ao amigo, sorrindo e buscando suavizar toda aquela emoção. — Ainda bem que nunca critiquei! Se fiz, não lembro! — Aquilo foi o suficiente para arrancar um riso do moreno. Abraçou-o fortemente, deixando-o seguro e dando a certeza que tudo ficaria bem. — Vamos achá-lo, querido. Logo ele estará com você.

— Agora sei que sim. — Soou com certeza, aumentando o sorriso. 

— Bom, você não terminou de contar sobre seu cio! Que história é essa que você foi parar em um acampamento de ômegas? — Puxou o assunto de início, livrando Jinyoung de preocupações desnecessárias naquele momento. 

— Ah! Não tínhamos um lugar para ficar. Jaebum achou esse acampamento e ficamos por uma noite e um dia. Mas fomos embora pela madrugada. — Explicou limpando o rosto.

— Parece um lugar seguro, melhor do que ficar naquelas grutas correndo o risco de serem atacados. Mas num cio, ainda mais de um ômega e ficar perto de outros não deve ser seguro também.

— É, parece que não é mesmo. Eu… acabei, sem querer, atacando um garoto.

— Você atacou? — Questionou rindo desacreditado.

— Uhum. Mas Não foi minha culpa! — Defendeu-se manhoso. — Ele ficou de graça para cima do Jaebum, apenas o coloquei no lugar dele! 

Jungkook gargalhou, caindo entre os travesseiros. 

— Eu dava minha vida para ver Park Jinyoung atacando alguém.

— Yah! Você não sabe o que diz! — Virou-se. — E me chame de Im, porque agora eu sou um. — Falou com um sorriso orgulhoso, sussurrando ao amigo.

— Eu sabia que tu gostava! É fetiche de ômega gostar de ser chamado assim.

— É gostoso. — Soou abafado, escondendo o rosto nas cobertas.

— Sim! Quase morro do coração quando Taehyung me chama de Kim Jungkook! Ai, céus. Dá vontade de sentar naquele homem em segundos!

— Jungkook! Poupe-me dos detalhes, por favor! — Pediu alto, fazendo o amigo gargalhar ainda mais.

— Não se faça de puritano, Jinyoung. Agora com essa marca você vai desejar seu alfa ainda mais e pouco vai se importar com o lugar que estão.

— Acho que isso já está acontecendo. — Confessou baixinho. — Sei que faz pouco tempo que voltamos e que ele está cheio de problemas, mas não consigo parar de querê-lo e meu cio já passou! 

— É normal isso. Não se preocupe. 

— Mas ele não me tocou ainda. E também nem me beija como sempre fez. — Choramingou. 

— Ele deve estar cansado e preocupado, Jinyoungie. A Corte está o pressionando e o povo está assustado com seu sequestro. Enquanto vocês estavam fora as especulações de um suposto ataque se espalharam muito rápido, deixando todos atordoados. E, agora, há boatos de que o Rei do Norte está vindo para cá apenas para levar o sobrinho de volta. 

— Jaebum não vai deixar levarem Taecyeon. Eu sinto que ele está planejando algo. 

— Então é bom se preparar, porque dependendo do que Jaebum irá fazer, as coisas podem ficar piores. 

— Hm… mas eu não quero ficar sem Jaebum! — Esperneou, choramingando ao outro.

— Não pense com sua bunda, Jinyoung!

— Yah! — Estapeou o ombro alheio, ouvindo a gargalhada alta. — Eu só… só queria alguns beijinhos… 

— Só beijinhos?

— Talvez mais coisas. — Admitiu baixinho. — Não consigo parar de pensar no que fizemos.

— É sinal de que realmente foi bom.

— Foi excelente. Queria mais, mas Jaebum está absorto nesses afazeres dele! — Soou indignado.

— Ora, ora e quem diria que temos Par-... Im Jinyoung tão egoísta a esse ponto!

— Não! Não estou sendo egoísta! Mas eu acabei de voltar do meu cio e não tenho meu alfa por perto! É injusto!

— Ai… — Riu, passando a mão pela barriga. — Ele sente que você quer ele.

— Então por que ele não faz nada?

— Não sei. Você fez algo? 

— Hm… não. — Parou para pensar, desviando o olhar do outro.

— Jinyoung!

— Ah! Pedi para ele desfazer a marca e ontem eu, sem querer, ataquei Sungmin na cozinha. Ele ficou irritado. 

— Você, o quê?!

— Eu sei que o que fiz é errado. Estou arrumando coragem para me desculpar com Sungmin!

— E eu lá quero saber daquele ômega! Quero saber porquê você pediu para Jaebum desfazer a marca?

— Você sabe! Não quero perder a ligação… 

— Tá, tá! Mas você sabe que não tem como reverter, não é?

— Deve ter algum jeito. Nós vamos descobrir.

— “Nós”? Ele está te ajudando nisso?

— Sim. Disse que vai achar um jeito de não me fazer perder a ligação.

— Ele deve estar chateado com tudo isso. Céus! Deve estar enlouquecendo.

— Eu sinto que sim e queria fazer algo para ele.

— E o que quer fazer?

— Não sei! Não sou bom com isso. Você poderia me dizer algumas coisas. — Ajeitou-se melhor sobre a cama, ficando mais próximo do amigo. — O que você faz para agradar Taehyung? 

— Oh! — Riu maldosamente, colocando a mão sobre a boca. — Tem certeza que quer saber?

— Jungkookie-ah! 

— Depende. Taehyung e eu não brigamos muito.

— Nem eu e Jaebum. — Ganhou o olhar desconfiado, totalmente julgador. — Um pouco… 

— De qualquer forma, nós somos bem ativos. — Riu baixinho, deixando Jinyoung envergonhado, mas atento a ouví-lo.  — Alfas negam, mas adoram um ômega ousado. Faça algumas massagens em Jaebum, deixe-o bem relaxado e assim, você tem o que quer. É quase instinto depois. Provoque ele. Um ômega sabe como seduzir. Isso já nasce com nós. É como um dom e quando bem usado, pode ser o melhor poder. — Jinyoung sorriu maravilhado, guardando tudo aquilo mentalmente. — Quem sabe você até consiga um nó.

— Um nó? — Engoliu a saliva, cheio de expectativas por aquilo.

— É. Apesar de acontecer com mais frequência nos cios, já que é menos doloroso, pode ser feito fora dele, mas você precisa estar bem relaxado, senão pode doer. 

— O que eu tenho que fazer? — Soou cheio de curiosidade, quase transbordando-a pelos olhos. 

— Ah, você tem que se estimular. Se tocar, conhecer seu corpo. Não precisa ter medo ou vergonha. Pode fazer isso na frente dele, aposto que vão gostar de experimentar isso.

— Hm… — Não negava o quanto estava morrendo de vergonha com aquilo, mas estava determinado a fazer. 

— E, ah! Eles gostam de tentar as coisas em lugares diferentes. — Jinyoung lhe olhou um tanto confuso e Jungkook logo deu um jeito de explicar direitinho. — Lugares em que vocês possam foder, Jinyoung! 

— Ah… nossa! — Arregalou os olhos, lembrando da vez que Jaebum lhe teve no bosque próximo da escola.

— O quê? Você e Jaebum já fizeram isso, é? — Sorriu malicioso.

— Não! — Soou alto, desconcertado. — Nã-não fizemos. 

— Ah, pois deveriam tentar. É uma delícia pensar que vai ser pego. — Riu e Jinyoung buscou se manter neutro, lembrando muito bem como se sentiu quando fizeram aquilo.

Oh, céus! Fora maravilhoso!


— Acho que vou ficar com a massagem. — Engoliu seco. 

— Deixa de ser careta!

— Tá, tá. Vou tentar aos poucos. 

— O importante é você se sentir confortável e gostar. Ambos gostarem.

— E se Jaebum só passou o cio comigo porque eu estava precisando dele? 

— Jinyoung! — Segurou o riso cômico.

— Ele nem me olha. 

— Você jogou uma bomba no colo dele dizendo que tem um filho e que quer desfazer a marca. Quer que ele haja como com você? Qualquer alfa no lugar dele teria te devolvido assim que soubesse que nem puro você é.

— Eu sei… só-

— Você só está ainda pensando com a cabeça no seu cio em que teve tudo o que queria. Nunca teve isso. É normal se apegar a essas memórias e sensações, mas você voltou para a realidade e nela, Jaebum está coberto de responsabilidades que não são mais só você. 

— É injusto! — Grunhiu.

— E ele também deve estar inseguro. — A fala chamou a atenção de Jinyoung. — Vai ter que provar a ele o que sente. Que o quer mesmo depois de tentarem desfazer essa marca. 

— Eu disse que amo ele, mas acho que ele não acreditou.

— Eu também ficaria desconfiado. Se ponha no lugar dele. Deve estar pensando que foi usado. Tudo indica isso. Se os papéis fossem diferentes, sei lá. Se Jaebum tivesse alguém e lhe falasse isso, como se sentiria.

— Me sentiria traído. 

— Então. Não acho que esse seja o maior sentimento que ele deve estar sentindo, mas, não deixa de sentir. 

— Não quero escolher entre ele e meu filho. Não quero perder nenhum dos dois.

— Eu sei que não e não precisa fazer isso. Vamos achar seu filho juntos. Talvez agora seja mais fácil com a ajuda dele, afinal, Jaebum é um Rei e tem muitos contatos. Se ele se juntar a Jimin, logo encontrarão seu menino.

— Os dois juntos? — Riu, negando-se a acreditar naquilo. — Isso seria no mínimo, assustador.

— Deixa de besteiras! Os dois amam você e irão fazer sempre de tudo para que seja feliz. 

— Será que Jaebum irá me perdoar algum dia?

— Acho que ele está fazendo bem mais do que te perdoando, não acha? 

— Uhum. — Sorriu, rendido demais ao que tinha. — Ah! Sinto-me aliviado, mesmo com meu pai aqui e com a chance de nos esbarrarmos por aí. Meu maior medo era saber da reação do Jaebum. 

— Porque tinha medo de saber como a pessoa que você ama reagiria a isso.

— É. Exatamente isso. — Olhou-o. — Já preparava minha cabeça para tudo que ouviria. Mas quando ele disse o que faria, fiquei completamente sem reação, sem saber o que fazer.

— Agora que estou esperando meu filhote… — Sorriu completamente apaixonado, passando a mão sobre a barriga. — Sei o quanto é importante a palavra de um alfa e mesmo que busquemos a independência, eles ainda são o melhor porto seguro aos nossos filhos e a nós. Se Taehyung não tivesse ficado ao meu lado na minha primeira perda, não sei o que seria de mim. Você tem sorte por ter Jaebum. Alguém disposto a tudo por você e, agora, por seu filho. Ele faz isso por amor e não espera nada em troca, Jinyoung.

— Eu sei. Consigo ver nos olhos dele o quanto ele acha que irei abandoná-lo. Ir embora assim que meu filho estiver comigo. 

— Então mostre a ele que você vai ficar, mesmo que seja impossível com todos ao redor contra vocês. É importante que ele saiba a tua vontade.

— Mas ele sabe que eu quero ficar! Mesmo sendo um lugar insuportavelmente frio, é a minha casa agora e eu não quero ir embora.

— Palavras são importantes, Jinyoung. Não é só nós ômegas que gostamos de ouvir que vamos ficar bem e seguros. Alfas também querem ouvir que seu ômega está ali com ele, ao seu lado para sempre. 

— Eu irei dizer. Irei fazer um cartaz grande para esfregar na cara dele! 

— Acho que não é dessa forma que deve demonstrar, mas, observando o modo como se comportam um com outro, não duvido nada que não se estapeiem e depois se rendem aos beijos.

— Argh! Eu disse que amava ele! E sabe o que aquele patife me disse?! — Levantou-se da cama. — Falou que eu deveria parar de me confundir, porque era só a marca que estava fazendo isso. 

— É uma reação normal, já que você nunca disse que o amava. 

— Mas eu falei que queria construir algo com ele antes mesmo do meu cio! 

— É diferente Jinyoung. Por um acaso você acreditou nele quando ele lhe disse que havia mudado e terminado em definitivo com Youngjae?

— I-isso não vem ao caso! 

— Deixe de ser mimado. Jaebum mima muito você, pelos sóis! — Sentou-se, gemendo baixinho por ficar naquela posição por muito tempo. — Só diga a ele o que sente. Diga sempre até ele mandar você calar a boca. E mostre também. Mostrar é bom… — Soou em um suspirou, esticando os braços para trás e escorando-se sobre as mãos enquanto puxava o ar.

— Farei isso! — Disse convicto, voltando a ficar próximo do amigo. — E vocês, como estão? — Deixou a destra sobre a barriga, passando de modo delicado e cuidado. 

— Enjoados! Sei que está no início, mas sinto-me cansado. Aquelas ervas que peguei no Clã me ajudam a relaxar. Taehyung sempre faz para mim.

— Você precisa de mais? Posso mandar pegar para você.

— Eu tenho um pouco ainda, mas logo acabam. — Umedeceu os lábios. — Estou com medo do próximo mês. É sempre a época que perco. 

— Yah! Não pense nisso. Dará tudo certo. — Confortou-o rapidamente. — Agora vocês estão seguros, com um lugar fixo e sem nenhum estresse. Estão bem aqui. 

— Quem diria que nós soleinienses ficaríamos felizes em estarmos em um lugar tão frio. 

— É, nem parece real. 

— Taehyung reclama todos os dias.

— Para ele é mais difícil se acostumar mesmo. — Murmurou. — Como ele age com você?

— Ah, me sufoca! Não deixa eu sair para lugar algum. E quando fiquei na escola, deixou uma das criadas comigo. — Reclamou, mas Jinyoung sentiu que aquilo não era cem por cento ruim. Era nítido no sorriso perdido nos lábios. 

— Jaebeom enlouqueceria se tivéssemos um filho.

— Por quê?

— Ele não quer. — Baixou o tom. — Acho que não está nos planos dele.

— Ele se atou a você no cio e não quer ter um filho? O que ele tem na cabeça?

— Mas isso não significa nada.

— Significa sim! — Olhou-o de frente. — Um nó só acontece quando o ômega quer um filhote. Não é pelo prazer como muitos pensam, não no cio. No cio, o nó é unicamente para se reproduzir. Se ele te deu, é porque sabe o que espera de você.

— Quer dizer o que com isso?

— Que é bem provável que você tenha ficado gravidinho! — Sorriu, apertando a bochecha do mais novo. 

— I-isso… — Procurava as palavras certas. — Jaebum vai me matar! 

— Ah, se não matou até agora, não mata mais. — Revirou os olhos, voltando a atenção as suas unhas. — No máximo o que ele pode fazer é surtar. Eu também faria se estivesse no lugar dele. Imagina só, ter um filho com você que é todo complicado.

— Yah! — Empurrou de leve, ouvindo a risada. — É sério! Jaebum não quer um filho e me lembro muito bem dele dizendo que não era o momento para isso. 

— Então já conversaram sobre?

— Não foi um assunto muito legal. Ele deixou claro que não queria.

— Deixou claro que não queria ou é a sua implicância e insegurança que lhe disseram isso?

— Ah, pare com isso. Você me deixou nervoso agora. — Deu alguns passos pelo quarto, parando e frente ao enorme espelho e levantando a camisa. — Você acha que eu posso estar mesmo? 

— É provável que sim. Ainda mais você que deve estar com os hormônios acumulados, já que nunca passou um cio completo com ninguém e os que teve anteriormente, ficou dopado de remédios. Mas se não aconteceu no cio, está em tempo de acontecer.

— Como assim? — Passou a mão pela barriga, encarando o reflexo dela.

— Dá para engravidar depois do cio, tipo, esses dias agora. Você está sentindo ondas de calor ainda?

— Sim. Muitas!

— Então, é como se seu corpo estivesse se adaptando depois dos três dias do cio, mas ainda há resquícios dele. Um período fértil prolongado.

— Quer dizer que eu posso tentar conseguir engravidar? 

— Sim! É possível. — Anunciou em um sorriso, deixando Jinyoung satisfeito com aquilo. 

— Interessante. — Olhou-se mais uma vez, abaixando a camisa e voltando sua atenção ao amigo. — Jaebum irá surtar.

— Todo o alfa surta. Talvez seja por isso que ele também deva estar te evitando. — Jungkook riu. — Ele sabe que isso pode acontecer.

— Argh! Que cretino! Ele não pode fazer isso comigo!

— Já está fazendo! — Constou. — Me ajude a colocar meus sapatos. — Pediu em um suspiro.

— Sente muitas dores?

— Não tantas, mas o médico pediu para que eu evitasse me abaixar tanto, mesmo agora, no início. — Jinyoung rapidamente calçou-o. — Só sinto algumas vezes falta de ar, mas estou me acostumando. 

— Se você precisar de algo, não hesite em dizer. Irei pedir para Jaebum mandar um médico daqui para cuidar de você.

— Ele já fez isso. 

— Já? — Ficou surpreso por aquilo.

— O dia que fui ao Clã ele mandou um médico da família para me avaliar. Estou prestigiado agora. — Brincou. 

— Eu… não sabia. Ele não me disse nada. 

— Talvez não era para você saber. — Franziu o cenho, tombando a cabeça para o lado. — Ah! Me leve para comer. Estou com fome.

— Oh! Vamos logo. — Ajudou-o, logo caminhando até a cozinha.

Almoçou na companhia do amigo. Jungkook lhe arrancava boas gargalhadas e lhe tirava toda e qualquer mera preocupação que pudesse lhe assolar. 

Em dado momento quis procurar por Jaebum, mas rapidamente foi avisado que o mesmo estava em uma visita às minas e que voltaria somente para ao jantar. Frustrou-se por aquilo, mas procurou se distrair na estufa do palácio, arrumando algumas mudas de flores que pareciam abandonadas  pelos dias que ficou fora.

Passou horas entretido ali dentro, sequer notando o céu escurecer e, muito menos, a presença alheia aproximando-se de si.

— Jinyoung. — A voz muito bem conhecida por si lhe fez parar qualquer movimento. Estagnou-se ali enquanto ouvia os passos e o corpo do outro lado da mesa, permanecer.

— Pai… 

— Achei que havia esquecido que tinha um. — Sorriu, deixando os dedos correrem pelas flores bem cuidadas e cultivadas. — Sua mãe… ela costumava perder horas dentro da estufa do palácio. Construí aquele lugar para que não se sentisse tão sozinha. Ela amava jardins, qualquer tipo de flor. — Ouvia atentamente, era a primeira vez que ele falava daquela maneira da sua mãe. — Cuidou de todas do castelo por muitos anos. Era boa no que fazia. Você que cuida do jardim daqui?

— Uhum… alguns. — Engoliu seco, desviando o olhar e voltando-o para a muda que fazia. 

— Você me lembra ela, Jinyoung. Todos os jeitos e formas. Não sei porque ela escolheu você, sendo que sempre a dei tudo. 

— O senhor nun-

— Éramos perfeitos. Tínhamos um reinado impecável e um filho alfa, do modo que sempre quis. — Contava baixo, quebrando alguns galhinhos ali deixados. — Mas, então, você veio e estragou tudo. E continuou estragando a cada ano que passava. — Dava a volta na mesa devagar, passo a passo sendo observado pelos olhos de Jinyoung. — E você continua estragando. — Estavam frente a frente. — Você tirou a minha ômega. Matou a mãe do seu irmão e eu jurei que, ao menos, me daria algo que prestasse o suficiente para te aturar. E, conforme os anos passavam, eu via a dor de cabeça que iria me dar. Sabe, deveria ter feito contigo o mesmo que fiz com a sua mãe. Não deveria ter deixado que ela se sacrificasse por você. Por alguém tão inútil a ponto de não conseguir seguir algo tão simples. Você mais uma vez me decepcionou, Jinyoung. Como sempre. 

— Não tinha como controlar.

— Você sabe que tinha. E sabe o que deveria ter feito. 

— Jaebum gosta de mim… — Sussurrou. 

— É, eu percebi na conversa que tive com ele. Pelo menos isso você conseguiu. Fez ele se apaixonar por você. — Encostou-se na mesa, olhando para os anéis em mãos. — Você deveria temer pela vida daquele garoto, Jinyoung. Ele está nas minhas mãos. 

— Não faça nada com ele. — Soou aflito, engolindo a saliva com dificuldades. 

— A segurança e bem-estar dele só depende de você. 

— E-eu vou desfazer isso. Vou me livrar da marca. 

— Não. Você pode fazer algo melhor que desfazer a marca. E… — Riu soprado, divertindo-se com a tolice do filho. — É melhor continuar marcado para o que quero agora. Será mais… explicativo a todos. 

— O que… 

— Vai matar Jaebum. — Falou frio, deixando Jinyoung estagnado. — Única forma de desfazer essa merda no seu pescoço. 

— Não irei fazer isso. 

— Faça isso e deixo ver seu filho. — Deixou um vidro pequeno sobre a mesa, ganhando a atenção do ômega sobre ele. — Conhece? Acônito foi o que seu irmão usou em você antes de vir para cá. — Jinyoung encarava o frasco. O coração parecia agredir o peito com todas aquelas batidas fortes e rápidas. — Usado em um ômega é uma benção, mas em um alfa… 

— Mata. — Completou perdido. — E-eu não posso fazer isso.

— Pode e vai!

— Não! E-eu não posso. Não posso matar Jaebum! 

Jinyoung. — Chamou-o mais forte.

Não fale assim comigo! — Olhou-o firme nos olhos, os seus, já escuros e perdidos naquela intensidade insana que carregavam. 

Controle esse seu lobo ou eu acabo com o seu filho. Ameaçou em tom duro, sem remorso, apenas frio e cortante. 


“Jinyoung, onde você está?”


Não é porque está ligado com aquele imbecil que você deixa de me obedecer.Avisou. — Você vai continuar fazendo o que eu quero, Jinyoung. Apenas o que eu mandar.  Não pense que por causa disso — Tocou no pescoço alheio, sobre a marca, deixando Jinyoung enfurecido. — vai deixar de ser livre das minhas ordens. 

Saia daqui. Saia daqui, agora! — Esbravejou, tirando a mão alheia de si com brusquidão. 

“Jinyoung!”


“Tira ele daqui”


É bom lembrar a quem você deve obedecer. É bom não errar um passo sequer, Jinyoung, porque não pensarei duas vezes só para fazer aquele filhote agonizar em dor e a culpa será toda sua! Faça o que eu mandar, ou senã-


— Jinyoung. — O chamado fez o ômega olhar em direção a porta, constando a figura do alfa parado e que se aproximava aos poucos, intercalando o olhar entre si e o outro alfa.

— Oh! Jaebum! Que surpresa agradável. — Soou a sorrisos, afastando-se do filho para cumprimentar o genro. — Estava vendo como nosso Jinyoungie estava e vejo que realmente o cuidou muito bem, mesmo que tenha descumprido o acordo.

— Acho que o importante é que ele está bem. — Observava a maneira do ômega se comportar. Punhos fechados, os ombros tensos e aquele olhar que Jaebum conhecia muito bem. — Vim chamá-lo para jantar, não sabia que estava aqui. — Fingiu um sorriso, chegando próximo ao marido. 

— Ah! Já que o jantar está pronto, irei para a sala. Espero vocês lá. E, Jinyoung… não esqueça o conselho que te dei. Precioso demais. — Anunciou divertido, saindo dali.

— Ei, calma! — Segurou o garoto fortemente, tentando o manter ali.

Jaebum… — O chamado saiu em um fio de voz trêmulo, fazendo Jaebum o virar para si. 

Jinyoung rapidamente o abraçou, apertando nos braços e deixando Jaebum a estalar os ossos ali. 

— Você está me sufocando. — Informou com dificuldades, logo, sentindo o aperto diminuir. 

Fica comigo?

— Já estou com você. — Sorriu, envolvendo o corpo alheio em seus braços. — Vou sempre estar com você. — Garantiu, deixando um selar sobre a marca. — Sempre. — Jinyoung fechou os olhos, inebriando-se no cheiro forte do alfa e gostando de permanecer ali. — O que é isso? — Jaebum se afastou levemente, mesmo o outro lhe segurando. Estava prestes a pegar o frasco pequeno quando Jinyoung tomou em mãos, afastando do alfa. 

— Não é nada! Não mais. — Correu para a pia, mas Jaebum lhe impediu de fazer seja lá o que fosse.

— É o que estou pensando?

— É… acônito. Não quero você perto disso.

— Seu pai te deu? — Confirmou com a cabeça. — Me dê? — Estendeu a mão, pedindo ao garoto que parecia hesitar. — Yah, me dê!

— O que irá fazer? — Deu a ele, ficando apreensivo. 

— Não sabia que era tão fácil de conseguir isso. — Observava o vidro e a coloração do líquido. 

— Não acho que seja fácil, mas meu pai deve ter seus meios. 

— O que ele queria que fizesse?

— Que matasse você. — Confessou baixinho. — Ma-mas eu não vou fazer isso! 

— Eu sei que não. E se quiser me matar, não será com isso que irá conseguir. — Sorriu, olhando para aquele veneno. — Não funciona em mim.

— Não? 

— Não. 

— Como sabe? Vo-você já tomou? — Seu peito ficou apertado só de imaginar Jaebum usando aquilo, correndo um alto risco de se matar. 

— Os sedativos… durante o cio, são de acônito. Machucam um pouco, mas não o suficiente para matar. 

— Por que eles fazem isso com você? — Seus olhos marejaram, lembrando-se muito bem da vez que viu aqueles guardas imundos sedando Jaebum e o modo como ele gritou de dor e passou a noite agonizando, todo acorrentado na própria casa. 

— Há uma coisa aqui dentro… — Deixou os dedos dedilharem a região do coração. — Que fica mais forte no cio… e eles tem medo. Não se importam se dói. Só tenho que ficar longe de todos.

— Não, não. Eu não vou deixar isso acontecer. — Segurou o rosto do alfa com as duas mãos. — Não vou deixar ninguém te machucar.

— Mas eu quero que eles façam isso, só para que eu não machuque você, uh. — Beijou uma das mãos.

— Você nunca me machucaria. Confio em você e sei que vocês dois também confiam em mim.

— Confiar em um monstro… é tolice.

— Você não é um monstro e não importa o que dizem. De qualquer forma, você é meu e não vou deixar ninguém tocar no que me pertence. Vou proteger você. 

— Acho que temos um pensamento igual, sabia? — Olhou-o em meio a um sorriso doce. — Porque eu também não deixo ninguém tocar no que me pertence. — Tocou a face alheia. — E você é meu. Totalmente meu. 

Somente seu. 


Investiu sobre ele, movendo os lábios com cuidado enquanto Jaebum se mantinha quieto e segurava seus braços.

— Por que não me beija?

— Ah, eu te beijo sim. — Falou um tanto confuso, desconcertado. Afastou-se, guardando no bolso o vidro enquanto Jinyoung lhe olhava de modo profundo. 

— Não, você não está! Você nem me toca, Jaebum!

— Não é um bom momento para discutirmos, não é? Você está alterado e seus olhos ainda estão escuros. Acalme-se primeiro.

— Não me peça para ficar calmo!

— Então me obedeça. — Soou mais firme, deixando Jinyoung desconcertado.

Ele relaxou aos poucos, soltando o ar devagar enquanto buscava se controlar. Era difícil agir diante da sua vontade de se deixar dominado por seu lobo.

— Mais calmo? 

— Si-sim. 

— Ótimo. Excelente garoto. — Elogiou, voltando a se aproximar.

— Você não acha que eu mereço um beijo? — Olhou-o com olhos pidões, arrancando um riso soprado do alfa. 

— Merece. — Umedeceu os lábios, chegando perto do rosto alheio. Jinyoung fechou os olhos instantaneamente, ansiando pelo ósculo. 

Jaebum sorriu, erguendo a cabeça levemente, e deixando os lábios sobre a testa do garoto. Afastou-se em seguida, tendo os olhos perdidos em si, vendo-os se tornarem indignados.

— Im Jaebum! 

— Não vou te beijar da maneira que quer. Tem que aprender a se controlar. 

— Isso é ridículo!

— Você não entende. Está irreconhecível Jinyoung. Se eu te tocar, vai ser pior para tentar se entender. Você vai ter que aprender a se controlar, a entender seu lobo. Isso é para o seu bem. 

— Mas eu quero você.

— E eu estou aqui. 

— Mas eu quero de outra forma. — Se aproximou. — Quero você em mim. — Sussurrou, mordiscando o queixo do alfa enquanto suas mãos espalmavam sobre o peito dele. — Pulsando. — Lambeu os lábios alheios. — Me fazendo seu totalmente. Preciso de você Jaebum. Ah, eu preciso. — Esfregou-se nele.

Jaebum fechou os olhos, suspirando pesadamente e tirando as mãos de seu corpo.

— Vamos jantar. Mas antes você vai tomar um banho e apagar esse seu fogo! 

— Você é um ridículo! 

— Estou fazendo isso para o seu próprio bem. 

— Ridículo! — Continuou xingando-o. Jaebum apenas se limitou a rir da sua cara, lhe arrastando para fora dali.

Passaram pela sala em que Kyuhyun e Sungmin estava. Jaebum parou assim que Jinyoung fez primeiro. Fechou os olhos já imaginando o que iria acontecer.

— Jinyoung. — Chamou entredentes, assim que o ômega se soltou de si.

— Tirem esse garoto de perto de mim! — Sungmin soou alto, ficando atrás de Kyuhyun que permaneceu estático.

— Não irei lhe machucar. — Falou em tom manso, tendo a cintura segurada pelo braço do Im. — Vim… pedir desculpas pelo que fiz. — Falou, surpreendendo aos três. — Eu… não tive contato com meu lobo, fiquei alterado e peço perdão por ter atacado você. — Encarava-o firmemente. Jaebum estava orgulhoso por aquilo. Já era um grande passo. Mas, Sungmin sequer acreditou naquelas palavras, porém manteve-se com um sorriso forçado no rosto, tentando parecer compreensivo.

— Tudo bem, querido. Acho que consigo entender isso. Quando Kyuhyun me marcou, também fiquei um pouco mal. É compreensível, mas você tem que se controlar.

— Eu irei. Jaebum irá me ensinar a lidar com isso. — Soltou um riso fraco. — Me perdoe mesmo, Sungmin. Jamais atacaria você se estivesse consciente. 

— Eu sei que não. 

— Não quero ficar brigado com você, afinal, somos da mesma família. 

— Sim. — Sorriu mais ainda, dando um passo à frente. — Está perdoado, querido. Bandeira de paz? — Estendeu a mão para um aperto. Jinyoung levou os olhos até ela, sorrindo e a aceitando, não medindo a força ao apertá-la.

— Bandeira de paz! — O sorriso aumentou ainda mais, os olhos encarando o ômega sem sequer desviar.

“Solta a mão dele Park Jinyoung!”

“Você deveria me chamar direito.” Apertou mais, ouvindo o resmungo de dor em meio ao sorriso fingido.

“Im Jinyoung!”


— Ah! Vamos subir para tomar um banho e voltamos para jantar com vocês! — Soltou-a rapidamente, vendo Sungmin massagear a região machucada. — Vamos amor. — Puxou Jaebum, que negou com a cabeça aquela ação extremamente infantil na sua cabeça enquanto era puxado escada acima.

— Eu vou desistir de você, Jinyoung! — Anunciou, assim que adentraram o quarto. Suspirou, sentindo seu corpo ser colocado contra a parede. 

— Você não seria capaz de fazer isso.

— E o que te garante?

— Você me ama. E eu te amo. 

— Para com isso. — Pediu, erguendo uma das sobrancelhas. 

— Vou provar a você o quanto eu te amo. — Sussurrou docilmente, deixando os lábios sobre a pouca pele exposta do outro.

Seus dedos livraram-no do casaco, pendurando-o com cuidado enquanto soltava uma risadinha baixa, tendo o olhar do Im sobre si. Puxou-o de encontro ao seu corpo pela camisa fina de seda. Sentiu as mãos dele em sua cintura, apertando a região quase que timidamente, como se controlasse até mesmo aquele toque.

— Tomar banho, Jinyoung! — Anunciou, respirando fundo e lutando para não cair naquela armadilha de sedução.

— Vamos tomar juntos. — Dava alguns passos para trás, puxando Jaebum pela calça enquanto tentava abri-la. — Vou arrumar um banho delicioso para você. Bem gostoso, do jeito que você merece. — Mordiscou a orelha dele, arrancando um riso nervoso. 

Adentraram o banheiro. Jinyoung deixou-o contra a porta enquanto caminhava até a banheira, rapidamente se colocando a ligar as torneiras e enchê-las.

— Isso vai demorar. Temos que descer para jantar.

— Eles não irão comer antes de nós. — Informou baixinho e em tom divertido, colocando alguns sais na água. 

— Jinyoung. 

— Relaxa, querido. — Voltou a se aproximar. — Irei cuidar de você. — Abriu a calça de vez, abaixando-a sem tirar os olhos do alfa enquanto se ajoelhava na frente dele.

Livrou-o das botas sem dificuldades, já que Jaebum resolveu cooperar consigo, assim como lhe livrou das peças de baixo.

Ouviu um suspiro baixinho ser deixado quando suas mãos acariciaram as pernas alheias, subindo as mãos. Os lábios foram até a coxa, intercalando entre uma e outra para infortúnio do Im. 

— Para com isso. — Pediu entredentes, arrancando um riso divertido do garoto bem rente a sua virilha, lhe deixando afetado.

— Já disse para relaxar. — Subiu, invadindo a camisa e logo a tirando. 

Jaebum engoliu seco sob o olhar ganho. Fechou os olhos fortemente, buscando forças para resistir a qualquer coisa que Jinyoung pudesse estar planejando.

Saiu de perto dele, desligando as torneiras e entrando na banheira sem muita demora. Quanto mais rápido terminasse aquilo, melhor seria. 

— Não tenha pressa, Jaebumie! — Jinyoung cantarolou, passando as mãos nos ombros do mais velho, apertando-os levemente. — Você está tão tenso. — Continuou com os movimentos, numa massagem lenta e que deixava Jaebum aéreo. — Brigou com alguém hoje?

— Não, mas os problemas só se acumulam. — Soou baixinho, de olhos fechados e aproveitando aquilo. — Os mineiros estão se recusando a fazer a extração, pois o preço não é aceito por eles e as Cortes estão se metendo nisso.

— Já pensou em algo?

— Jooheon e eu passamos a tarde dialogando com eles, mas estão irredutíveis. Querem aumentar o preço dos barris, mas sequer temos clientes para isso. 

— Aumente e consiga clientes.

— Não posso aumentar. Foi vendido por anos a esse preço! 

— E o que está fazendo Carlon perder clientes?

— Eu realmente não sei. Deve haver outro lugar que faça extração de carvão. Estão comprando desse lugar. 

— Acharemos um jeito de voltar a ter compradores. Não se preocupe.

— Queria que fosse fácil assim.

— Se for fácil, não terá graça. — Sorriu, aumentando um pouco mais a pressão nas mãos. Jaebum arfou baixinho, deixando Jinyoung satisfeito com a reação. — Agora relaxa um pouco. Esqueça os problemas. Você não irá conseguir resolvê-los se estiver mal. 

— Eu só-

— Shi… quietinho! — Murmurou, afastando-se e tendo Jaebum reclamando por aquilo.

Tratou de tirar suas roupas, sentindo a pele queimar e sabendo muito bem quem era o causador daquela façanha.

Os olhos do alfa pareciam faiscar em sua direção, mas eles rapidamente desviram quando virou-se para adentrar a banheira.

— Na ponta. — Jaebum avisou, ajeitando-se melhor e buscando manter o outro afastado. 

Jinyoung sorriu, acatando e sentando de frente para o alfa, enquanto o via fechar os olhos outra vez e tombar a cabeça para trás, relaxando por um momento.

Ficou alguns instantes ali, sentado, molhando o corpo enquanto não tirava os olhos do outro.

Céus! Como queria aquele homem para si.

— Uh… — Jaebum mexeu-se levemente, mordendo lábio aos sentir as mãos alheias apoiarem em suas coxas, pressionando-as. — Jinyoung… 

O ômega deixou os lábios correrem pela pele acima da água, deixando selares por toda a parte. 

— Para com isso. — Pediu fracamente, ainda de olhos fechados. Arfou baixo quando sentiu ele sugar um dos mamilos, rodeando a língua em seguida. 

Abriu os olhos, baixando a cabeça para olhá-lo. Os olhares logo se encontraram um com o outro e Jaebum pode ter o prazer de vê-lo sentando em seu colo, conforme, novamente, os lábios tão gostosos e traiçoeiros vinham sobre sua pele. 

Seus dedos apertaram as bordas da banheira quando Jinyoung rebolou sobre si, beijando seu pescoço enquanto levava os dedos até seus fios e os massageava de modo gostoso, tentando-lhe de todos os lados. 

— O melhor é que você me quer e não sabe mais como resistir. — Sussurrou mordiscando o queixo alheio, deixando-o levemente avermelhado. 

— Você está sendo muito presunçoso. — Tentou sustentar o sorriso orgulhoso, mas era nítido o quanto deixava transpassar sua vontade. 

Estou sendo seu, do jeito que me ensinou a ser. 

— Então me mostre. Faça tudo que eu te ensinei. — Sua voz saíra rouca, excitada, acometida pela vontade de tê-lo.

Jinyoung sorriu grande, satisfeito demais por aquilo. Moveu-se, balançando a água conforme excitava mais ainda o outro. Gemeu baixinho o nome dele, enquanto levava uma das mãos do homem para trás, apertando uma das suas nádegas da maneira que gostava. 

— Vamos fazer aqui. — Suplicou, perdendo nos toques que ganhava com os dedos lhe invadindo aos poucos, em pura provocação. 

Jogou a cabeça para trás, segurando-se nas bordas, conforme era tocado. Queria ter o controle, era o plano em sua mente, mas ter Jaebum lhe pegando daquela forma acabava com qualquer controle que tinha. 

— Eu não deveria dar o que você quer. — Enfiou mais um dedo, movendo-o devagar, enquanto erguia o corpo sobre o seu, deixando-o de joelhos. — Deveria te deixar aqui, desse jeito.

— Por favor, não faça isso. — Implorou, desesperando-se com aquilo. 

— Não vou. Não vou porque você está me enlouquecendo, Jinyoung! Mas você vai aprender a se controlar, nem que eu te ensine na marra! 

Eu aprendo. Aprendo o que for, mas eu… eu preciso de você. — Voltou seu olhar ao Im. 

Tirou os dedos de si, odiando aquela sensação de vazio. Sua destra tocou o alfa, segurando o falo duro e esfregando-o em si. 

— Você continua insaciável. — Sussurrou, beijando o peito molhado enquanto suas mãos espalmavam sobre a bunda do garoto. — E a culpa é toda minha que não consigo te negar nada. — Mordeu os lábios, apertando a pele alheia entre os dedos conforme sentia o garoto sentar em seu pau. 


Jinyoung abriu a boca, deliciando-se com a sensação e sequer dando tempo para se acostumar, já movendo-se sobre o marido. Os dedos ao redor do porcelanato ficaram brancos à medida que apertava-os contra. 

A água agitava, abafando o barulho dos corpos. Jinyoung procurou pelos lábios que tanto gostava de beijar, invadindo a boca alheia sem cerimônias e sendo respondido a altura. 

Era bagunçado conforme jogava o quadril para frente e trás. Jaebum lhe segurava, ajudando-lhe com os movimentos, perdendo-se no cheiro forte que pairava no ar.

— Ah! Eu quero, Jaebum… — Soou trêmulo, agarrando-se ainda mais ao alfa. — Quero seu nó. — Rebolou lento, tocando-se enquanto tinha os olhos do alfa em si. 

— Eu sei o que você está tentando fazer, Jinyoung. — Elevou o quadril, mexendo-o de encontro ao garoto. 

— Então se sabe, apenas me dê. — Pediu baixinho, rente a boca dele. — Não me negue nada, amor.

— Odeio quando faz isso. — Puxou-o para si, beijando-o firmemente, enquanto a outra mão agarrava a cintura alheia, muito bem conhecida e marcada por si.

Segurou-o firme contra o seu corpo, erguendo o quadril e relaxando conforme sentia os espasmos lhe percorrerem. Fechou os olhos, apertando mais o garoto em seus braços e o mantendo parado, enquanto sentia seu corpo inteiro em combustão e sua glande inchar, atando-se ao outro e ouvindo-o chamar seu nome, perdido em um prazer inexplicável que, porra, só Jaebum conseguia o dar.

Sentiu as unhas alheias lhe arranharem fortemente ainda se mantendo ali, atado e com o corpo contra o seu, impossibilitando qualquer movimento que levaria Jinyoung a se machucar.

— Jaebum-ah! — Gozou, sentindo-se mole no segundo seguinte, enquanto seu interior era preenchido pela porra quente do alfa. 

Jaebum buscou se acalmar primeiro. O peito descia e subia e, merda, não podia negar o quanto seu corpo sentiu falta daquilo, mesmo que houvesse pouco tempo entre todas aquelas sensações, novamente, sentidas. 

Deixou selares sobre os ombros, acalmando o mais novo conforme sentia ele tremer sobre si. 

— Eu amo isso. — Ele sussurrou enfraquecido, mordendo o lábio em seguida conforme Jaebum saía de dentro de si com cuidado, rindo do desespero alheio por aquele maldito nó. — Eu amo isso. — Repetiu, abraçando-o e beijando os lábios do alfa em seguida.

Era calmo, sem toda aquela pressa de antes. Relaxante, Jaebum diria. 

O garoto se afastou levemente, baixando o rosto e o esfregando contra o pescoço alheio, inspirando o cheiro único e forte que Jaebum tinha e que, quando misturado com o seu, ficava a sensação mais gostosa do mundo. 

Virou-se com calma, ajeitando-se no meio das pernas do alfa enquanto deixava suas costas sobre o peito alheio e ali descansava, muito bem satisfeito com o que havia conseguido.

— Você não está pensando em ficar nessa água, né? 

— Shi… — Empurrou levemente. — Estou agitado.

— Claro que está!

— Fala baixo. — Pediu cheio de manha, escorando a cabeça em um dos ombros do mais velho. — Eu gosto disso. 

— Do quê? De me enlouquecer ou de estar em uma água cheia de porra?

— Você sempre acaba com o clima, Jaebum!

— Eu só… 

— Só fica quieto! — Mandou. — E me abraça. Gosto quando me abraça. — Confessou mais suave, deixando Jaebum louco com toda aquela mudança.

O alfa fez o que lhe foi pedido, envolvendo o corpo mole sobre o seu. Seus dedos logo fizeram um carinho no braço dele, leviano e causando arrepios fraquinhos no rapaz. 

— Eu gosto disso. Realmente gosto. — Soava baixinho, de olhos fechados.

— Quer me dizer o que você tanto gosta?

— Gosto da gente assim. — Ajeitou melhor. — Junto e calminho. Você me deixa agitado.

— Eu te deixo agitado? — Soou em meio a um riso indignado. — Você está descontrolado e eu estou tentando te deixar em ordem!

— Você fica brigando comigo.

— Não estou brigando, só estou tentando evitar que você se arrependa de algo. 

— Mas eu não me arrependo de nada.

— Jinyoung… 

— Eu sei que estou diferente. Sinto isso melhor do que você. — Ergueu um pouco o rosto para encará-lo. — Mas eu nunca me senti assim, tão bem e forte.

— É, eu vejo o quanto você é forte.

— Yah, Jaebumie! — Resmungou baixinho. — Só queria que soubesse que você me faz bem, muito bem. E que eu adoro fazer isso com você. — Deixou um selinho sobre os lábios dele, sob o olhar inexpressivo. 

— Não sei o que fazer com você. — Admitiu.

— Sabe sim. 

— Amar você mais do que eu já amo? Impossível.


— Não… na verdade, isso também. — Virou-se lentamente, voltando a ficar sobre o corpo alheio. — Mas você sabe de mais uma coisa.

— Que coisa?


— Me deixar te amar também. — Mordiscou o lábio do Im, prendendo-o entre os dentes e logo o soltando. — Me deixa fazer isso? Você sabe que tem que deixar, não é?


— Se eu não deixar não vai valer de nada a você.

— Não mesmo, porque eu irei continuar te incomodando. — Riu baixinho, soprado e rente a boca do outro. — Sabe por que eu te amo? 


— Uh? — Tentou soar desinteressado, tentando negar de todos os jeitos ser deixado a cair naqueles olhos claros intensos. 



— Te amo, porque te amo e eu realmente não sei explicar o motivo que me levou a deixar você roubar o meu coração. — Explicou risonho. — Mas se quiser um porquê maior, uma explicação mais aceitável. Então acho que tenho a resposta para você. 







Te amo porque você me completa e encaixamos muito bem um no outro. Te amo, porque você é tudo que eu queria. 





Notas Finais


EU VOU CHORAR AIIIIIIIIIIII AAAAAAA

SURTO SURTO

Espero que estejam gostando gente hihihi


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