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História Soulmate - Primeiros passos


Escrita por: ArsLilith_ e Yayabs

Notas do Autor


Oslaaaaa

Vim aqui att essa delicinha uiui
Espero que gostem

Capítulo 60 - Primeiros passos



Às vezes a magia carrega mais do que ela mesmo pode suportar. Nosso corpo é o templo dela, moldado para ela. Somos fortes o suficiente para dominá-la, é preciso coragem e fé.


Há magia que cega, traz um poder destrutivo ao longo do tempo. Você sela sua alma ao vento e ele a leva até os deuses malignos.


Você não precisa ser meio sangue para dominá-la. Todos nós guardamos um pouco de magia. Somos abençoados pelos deuses, ganhando um toque e sopro de vida em nossos corações. São os caminhos que trilhamos que decidem que tipo de aura carregamos.


Você domina a magia das trevas ao mesmo tempo que pode dominar a magia do bem. Feitos do pó, meu filho. 


No entanto, há os de sangue puro. Aqueles que realmente nascem com o sangue coberto de magia. Eles esperam até o dia em que o filho de Luna nasça para serem abençoados.


Ele possui muitos nomes. Cavaleiro da Noite, Filho da Lua, O Príncipe.


Ele é o que todos buscam por séculos. Ele ressurge das cinzas como uma fênix abandonada. Ele é solitário com a Deusa Luna. Um reflexo dela espelhado nele.


Então, o Filho de Luna se faz necessário. Uma bruxa é abençoada a concebê-lo, mas ele nunca vem sozinho.


Desde o ventre ele luta para sobreviver. Seu maior inimigo é aquele que dividiu do mesmo ventre que ele. O filho de Luna é apenas um, mas o reflexo dele, está em outro alguém.


Sol e Lua sempre estiveram juntos. Por muitos e muitos anos. Por séculos entrelaçados, indo e vindo a cada entardecer e amanhecer.


Eles guerrearam entre si. E no Eclipse Lunar as guerras desencadeiam. A Lua de Sangue é o sinal vital para que os espíritos malignos tomem conta do Filho de Luna.


Ele enfraquece. Ele vira refém. Pois, o Filho de Luna tem todas as magias. 


Sua mãe o abençoou.


Sua mãe o amaldiçoou.


O Filho da Luna é a salvação.



É a perdição também.




Jinyoung suspirou, passando a mão pelos fios e encostando as costas no estofado, prestando atenção em como o fogo daquela lareira queimava a lenha, enquanto seus dedos passeavam pela folha recém lida.

Havia tantas dúvidas dentro de si que mal conseguia se conter. Todos chamavam Jaebeom exatamente daquela forma que sua mãe o descreveu. O nascimento dele já estava para acontecer e, agora, Jinyoung sentia-se ainda mais confuso.


— Você não vai dormir? — Assustou-se levemente, olhando para trás e encarando Jaebeom.

O alfa colocou a mão no seu ombro, sorrindo para si.

— Não consigo dormir — murmurou baixo, rindo curto ao ver o mais velho pular para sofá, apenas para não fazer a volta, como uma criança arteira.

— Você precisa dormir, amor.

— Eu sei — Jinyoung mordeu o lábio, pensando nas coisas lidas — é que… está acontecendo tantas coisas nesses últimos dias… 

— Eu entendo você — Jaebeom se ajeitou melhor, deitando a cabeça nas pernas de Jinyoung, cobertas por uma manta. — Mas não acho que sejam as coisas que vêm acontecendo que te deixam assim.

— Tem razão — Jinyoung sorria, passando os dedos nos fios escuros e mais longos do marido — eu estou confuso.

A confissão baixa e em suspiro deixou Jaebeom tenso, engolindo seco. Na sua cabeça a imagem de JunHo e do encontro deles logo apareceu, fazendo um escarcéu no seu interior.

— Você pode visitar JunHo outra vez para conversarem com mais calma. — Falou, buscando controlar seu lobo. Não queria demonstrar sua insegurança a Jinyoung, muito menos pressioná-lo a qualquer coisa que fosse.

— Aish! E quem disse que eu estou confuso por causa de JunHo, Jaebeom?! — Jinyoung soou um tanto mais alto, encarando o marido que logo levantou o tronco para lhe encarar de cenho franzido.

— Se não é por causa dele, é por quem então?

— Isso — mostrou o livro, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Jinyoung nunca viu Jaebeom sorrir tanto como naquele momento, chegou até mesmo a bater no alfa levemente com o objeto, arrancando um riso nervoso dele. — Você é um idiota! — Proferiu sem remorso, deixando o livro de lado e sentando, assim como Jaebeom. Um de frente para o outro.

— Você também — o ômega apenas riu, voltando o olhar para as chamas e a atenção de Jaebeom também foi levada a elas.

— Às vezes eu acho que tudo está errado — Jinyoung começou pensativo — eu sinto falta do calor de Soleil, das pessoas de lá… do tempo que vivi naquele reino. Mas ao mesmo tempo, penso que aqui é o meu lugar e eu não quero ir embora. Eu não quero perder esse vínculo. Aqui é minha casa, afinal. — Findou com um sorriso, podendo então encarar Jaebeom nos olhos.

— Eu entendo esse sentimento de pertencimento e dúvida. Nunca achei que pudesse dizer em voz alta que Carlon é meu lugar. Nunca acreditei que eu pudesse ter um lugar e chamá-lo de meu. Mas agora tudo é tão diferente. Não consigo me imaginar sem esse reino. Ele faz parte de mim. É quem eu sou.

Jinyoung concordou com veemência, não abandonando o sorriso dos lábios.


— Jaebeomie… — chamou em tom baixo, um tanto apreensivo. Aquela pergunta lhe deixava nervoso. — Você pode me dizer a verdade?

— Posso — Jaebeom não hesitou em dizer, causando mais ansiedade em Jinyoung.

— O que houve naquela floresta entre você e Kyuhyun? O que tanto Jiyoon queria de você?


Jaebeom relaxou o corpo, sem desviar dos olhos de Jinyoung. Era estranho estar tão confortável diante daquela pergunta. Sempre se esquivava, sentia sensações ruins, mas ali, em frente ao marido, apenas sentia calma, segurança o suficiente para poder se abrir e externalizar tudo que lhe consumia internamente.


— Eu sei que você quer muitas respostas, para todas as suas perguntas. E eu vou te dizer isso, mas não agora.

— Não confia em mim?

— Longe disso. Eu apenas quero assegurar sua segurança e bem-estar.

— Jaebeomie…

— Desculpa, amor… mas não é um bom momento. Mesmo que eu me sinta confortável, não é agora.

— E como você sabe que não é agora? — Jinyoung continuava com aquela aura de curiosidade, expandindo-se sobre o alfa.

— Eu sei o momento certo de te contar isso. Espere mais um pouco.

Jinyoung suspirou, abraçando as pernas e deixando o queixo sobre os joelhos, enquanto fitava o mais velho. Ele era sincero, e aquilo que mais dava a Jinyoung segurança. Não conseguia sequer se irritar no momento com ele.

— Você pode me dizer ao menos o que irá acontecer quando o Eclipse Lunar chegar?

Jaebeom só pode sorrir, baixando um pouco o olhar até o momento em que voltou a encarar Jinyoung mais uma vez.

— É como na época das duas Luas. Você lembra? — Jinyoung acenou rapidamente. — Só que… pior. É como uma noite de caça às bruxas malignas, mas, faz muito tempo que nós somos as caças.

— E o que elas querem de você? — Foi direto ao ponto, ganhando o olhar um pouco surpreso do outro.

— Você sabe… Jiyoon não me amaldiçoou totalmente… ela apenas… apenas despertou um lado meu — falava com cautela. Viu Jinyoung se aproximar de si, ficando muito perto.

— Me mostra — Jinyoung pediu baixo, segurando o rosto do alfa com cuidado.

— Eu… eu não posso… 

— Pode sim… me mostra, por favor. — Sussurrou. Estavam muito próximos um do outro, sentindo as respirações colidirem.

— Jinyoungie… 

— Só me mostra… você pode confiar em mim, uh — continuou no tom baixo, conduzindo o alfa a ceder para si — não vai acontecer nada amor, você sabe.

Jaebeom fechou os olhos, sentindo a testa alheia encostar na sua. Jinyoung selou seus lábios devagar, acalmando a si e ao seu lobo agitado. Respirou fundo, buscando pela sua razão. Não tinha motivos para sentir medo. Confiava sua vida a Jinyoung, seu coração e alma.

O alfa se concentrou o máximo que conseguia, olhando para suas mãos. Jinyoung ainda estava próximo, as respirações colidindo uma na outra. Ele tocou em suas mãos instantes depois, podendo dividir daquele calor, conforme Jaebeom buscava dar ao outro o que ele queria.


Os primeiros ramos daquela magia não demoraram a aparecer. Eram escuros, se entrelaçando nos dedos de Jinyoung e se intensificando ao subirem pelas mãos dele.

Jaebeom respirava devagar, pesado, tentando controlar aquela coisa que provinha de si. Tinha medo de machucar alguém e principalmente, assustar Jinyoung, mas o ômega parecia muito tranquilo naquele momento, divindo de pensamentos consigo, pedindo sempre para se acalmar e embora o desespero estivesse presente em Jaebeom, ouvir a voz de Jinyoung era realmente um dos melhores sedativos.

A magia continuou se ramificando, prendendo à pele do mais novo. Jaebeom então parou de imediato, temendo machucar Jinyoung e o filho.

— Você pode produzir a sua própria magia? — Jinyoung falou abismado.

— Seu irmão também, não?

— Não! — Falou animado demais, sendo contido por Jaebeom que pediu silêncio em meio a um riso nervoso. — Na verdade… — falou baixinho — eu nunca perguntei nada a Jimin sobre isso. É um assunto delicado.

— Seu irmão usa a magia de forma errada.

— Ele usa para se proteger — explicou um pouco triste — ensinaram ele a dominar e quem ensinou é muito especial para ele. A magia tem outro significado para Jimin. É… é a maneira que ele encontrou de se conectar com Yoongi.

— Yoongi? — Jaebeom franziu o cenho.

— Sim… é o bruxo que Jimin se apaixonou.

— Oh… seu irmão já se apaixonou por alguém sem ser ele mesmo? — Jinyoung riu alto.

— Aish… Jimin não é esse alfa frio e egoísta que você pensa. Ele é muito bom, e tem um coração maravilhoso.

— Seu irmão é um pouco sufocante — Jaebeom acrescentou, encarando Jinyoung nos olhos. — Ele te protege demais.

— Você também faz o mesmo.

— Mas ele é diferente… é como se ele duvidasse da sua capacidade para lidar com as coisas.

— O que você está insinuando? — Jinyoung o olhou sério, esperando pela resposta que demorou a vir.

— Você sabe que eu encontrei seu filhote, não é? — Jinyoung acenou, engolindo seco. — Na realidade não fui eu necessariamente.

— Você disse que Jimin te contou algo…

— Sim. Ele me contou… contou porque já sabia… há muito tempo sobre seu filho.

— Jaebeom… 

— Não estou te contando isso para ficar com raiva, eu só… não acho certo esconder isso de você — alegou um tanto receoso. — Eu entendo Jimin e a forma como ele encontrou de te proteger de tudo. Eu não concordo, mas também não posso julgá-lo totalmente, afinal, foi graças a ele que seu filho está vivo e sendo cuidado por pessoas boas.

— Vo-você deveria ter me dito isso antes — Jinyoung falou um pouco trêmulo, com os olhos marejados.

— Eu sei amor, mas eu achei que seu irmão iria conversar com você, mas acho que ele prefere fugir disso. Talvez… se você... por mais difícil que isso seja, se colocar no lugar dele, possa entendê-lo.

— Ele escondeu isso de mim o tempo todo.

— Mas escondeu porque sabia o que estava para acontecer. Convenhamos, seu irmão sempre sabe de tudo… é por isso que digo que ele usa a magia de forma errada. Não é a fonte que importa Jinyoung — mostrou as próprias mãos e a magia outra vez — é a forma que você usa. Eu não uso essa merda, porque sei que se usar, eu irei machucar você. Isso já nasceu comigo. Sempre tive problemas com isso e ficou pior depois que aquela maldita me usou! — Disse com ódio. — Depois daquele dia… depois… depois daquilo, eu nunca mais consegui ser o mesmo.

— Se houver uma forma… uma forma de arrancar isso… a gente pode-

— Não quero você se metendo nisso!

— Jaebeomie… — Jinyoung se aproximou, ficando sobre o colo do alfa.

— Não quero você se machucando por minha causa, por favor. Eu suporto qualquer coisa, menos isso.

— Não vou me machucar, amor. Não vou — Jinyoung garantiu, deixando beijos sobre o rosto do alfa e o abraçando. — Eu preciso conversar com meu irmão. Eu agradeço por você ter me dito isso.

— Converse com ele quando estiver mais calmo, uh.

— Eu farei. Não quero machucá-lo.

— Você não vai. Confia em mim. — Jaebeom pediu baixinho, deixando um beijo sobre a marca.

Jinyoung suspirou baixinho. Amava demais aquela sensação.

— Obrigado por ter confiado em mim e ter me mostrado isso. — Olhou para Jaebeom — eu sei o quanto é difícil para você.

— Eu achei que nunca encontraria alguém que pudesse me entender dessa forma — Jaebeom não conseguiu conter o sorriso — sou eu que tenho que agradecer. No final das contas, você é exatamente tudo aquilo que eu precisava e que achei que nunca encontraria. Você é tudo para mim, Jinyoung.

— Você que é tudo para mim, Jaebeomie.


Os dois riram baixos, cúmplices demais com todos aqueles sentimentos e sensações.

Não havia nada melhor que estar ali, perto um do outro, como se nada no mundo e nem ninguém pudessem atrapalhá-los.









Você sabe quando perde, mas aceitar que perdeu é uma conclusão difícil de admitir. O sabor é azedo, tonalizado com um amargor completamente incômodo.


Odiava aquela sensação.


“Eu amo Jaebeom”


Aquela frase se repetia em um looping doloroso demais. JunHo buscava afastar aquela voz de si, mas ela parecia estar presa na sua cabeça, mostrando o quão tolo havia sido todo esse tempo.

Encontrar Jinyoung, poder abraçá-lo e passar o resto dos seus dias ao lado dele era o que mais lhe motivava para sair daquele inferno que viveu. E a ideia de ter um filho com ele só reforçava ainda mais sua vontade, seu sonho de estar com aquele ômega que com tão pouco roubou seu coração.

Agora, sentia apenas a dor profunda daquele abandono. Sentiu-se traído. Fizeram promessas um ao outro. Por que somente ele cumpriu com tudo? Por que Jinyoung simplesmente esqueceu de si? 


— Eu ainda não consigo acreditar que você está aqui — Chansung dizia emocionado, mas a fala mal chegava aos ouvidos do sobrinho. — Procurei você por tanto tempo. Declarei inimizadas por nunca ter desistido de te procurar. Graças aos deuses você está aqui agora! 

JunHo até tentava dividir aquele sentimento de encontro. Seu tio sempre o criou desde que seus pais morreram. Ele era sua única família junto de Taecyeon, apesar de sua relação com o irmão sempre ter sido muito abalada.

Ainda sim eram família. Era o que teve ao longo da sua vida.


O abraço dividido entre eles durou o bastante para JunHo derramar-se em lágrimas, se apegando naquele que no momento era tudo que tinha.

Chansung lhe acolheu, prometendo que tudo ficaria bem. Ele prometia que ficariam bem, mas JunHo já não sabia se podia confiar em promessas.

— Vamos voltar para o Norte, meu filho — o mais velho disse, segurando o rosto do Lee com as duas mãos e o encarando — você irá ser bem cuidado lá.

— Nã-não posso voltar — falou trêmulo — eu não posso voltar.

— Não há nada aqui para ti, JunHo.

— Jinyoung está aqui…

— Jinyoung está casado e marcado. Logo ele vai construir uma família com o Im.

— Eu e Jinyoung já temos uma família — proferiu com um sorriso pequeno em meio as lágrimas, deixando seu tio confuso — Jinyoung tem um filho e ele é meu. Yangmin está com ele, escondendo de nós para usar a favor dele.

Chansung franziu o cenho, afastando-se confuso.

— Que história é essa?

— Jinyoung tem um filho meu! E-eu passei o primeiro cio dele com ele, um dia… mas o suficiente para ele poder ter um filhote meu. Desde então Yangmin usa nosso filho para ter o que quer. O senhor acha mesmo que eu não escaparia daquele inferno que ele criou? Eu tive chances o tempo inteiro! Mas nunca fiz, porque temi que ele pudesse machucar Jinyoung e o nosso filhote. — Explicou em meio às lágrimas.

— Pelos deuses, Jun! Como ele… — Chansung não tinha palavras para dizer naquele momento. Sentia toda a angústia vinda do sobrinho, a voz trêmula assim como o corpo debilitado eram provas do inferno completo que Yangmin fez na vida dele.

Sentiu raiva, mais do que já existia dentro de si. Aquilo não ficaria de tal forma. Vingaria seu sobrinho a todo custo. Cada sofrimento dele Yangmin pagaria muito caro.

— Isso não ficará assim, meu filho. Não ficará! — Falou firme, voltando a segurar o rosto alheio.

— Não ficará mesmo. Eu quero Yangmin pagando por tudo que me fez. Quero ele sofrendo mais do que sofri. Por causa dele, eu perdi Jinyoung. Foi por causa dele que eu perdi tudo! — Desabou outra vez, sendo amparado pelo mais velho.

— Eu irei lhe vingar, filho. E você terá tudo de volta. Eu prometo.


JunHo fechou os olhos, perdido naquele conforto dos braços do mais velho. Sentiu falta daquilo. Daquele sentimento de lar… de família.

Yangmin arrancou tudo de si. E ele não merecia estar tão bem. Ele merecia sofrer.


Sofrer da mesma forma que sofreu.









— Jaebeomie!


Era início de noite. A voz baixinha e manhosa atingiu os ouvidos do Im. Ele respirou fundo, já premeditando o que iria acontecer quando encontrou Jinyoung entrando no gabinete, com um prato de torta e um sorrisinho fingido e inocente em sua direção.


— O que quer? — Perguntou sem rodeios, ouvindo o barulho da porcelana quando ela foi colocada sobre a mesa, bem na sua frente.

Sentiu as mãos alheias logo virem em seus braços, passando pelo peitoral e subindo até os ombros, onde fizeram uma pressão mais firme.

— Você tem que ser mais gentil — Jinyoung sussurrou, roçando o nariz no pescoço do alfa.

Jaebeom apenas riu baixo, observando o comportamento alheio.

— Diga logo o que quer.

Jinyoung soltou um risinho, saindo de trás de si e arrastando sua cadeira um pouco para trás, para logo sentar em seu colo, trazendo o prato com a torta e lhe dando o primeiro pedaço na boca.

— Você não acha que já está na hora de eu voltar a dar aulas? — Perguntou docemente, ajeitando-se melhor no colo do marido. Jaebeom voltou a rir. Sabia que toda aquela gentileza vinha com algo a mais.

— O que eu disse?

— Hm… disse que quando eu estivesse seguro, poderia voltar — falou com um biquinho nos lábios, mexendo na torta e enchendo a colher. — Mas eu estou seguro, não estou? — Colocou o doce na boca do outro, impedindo que ele falasse. — E eu também já me sinto muito disposto. — Alegou sorrindo largo.

Jaebeom mastigou com calma, fazendo um carinho singelo nas coxas do mais novo, enquanto o ouvia.

— Vamos ter que fazer alguns acordos — começou, ganhando a animação do outro — acordos que são obrigatórios — frisou bem a última parte.

— Sim, sim! — Jinyoung disse animado, enchendo a boca do outro demais doce.

Jaebeom riu como pode, olhando bem para o rosto bonito do ômega. Deixou uma das mãos acariciarem a região, num carinho calmo e amoroso.

— Vai andar com os guardas, onde quer que vá. E vai ter horário para chegar.

— Sério isso?

— Muito sério. — Pegou a colher e comeu mais a torta. Jinyoung suspirou frustrado e Jaebeom apenas riu internamente, divertindo-se com aquilo. — Se você respirar fora do caminho combinado, não sai mais.

— Você está sendo um alfa muito autoritário!

— E você, um ômega desobediente. — Olharam-se.

— Não confia em mim?

— Não confio nos outros — continuou com o carinho. — Temos inimigos, Jinyoung. Você é meu ponto fraco. 

Jinyoung arregalou os olhos levemente com a confissão, não esperando por aquilo.

— Eu?

— Uhum… e eu não quero ninguém usando você contra mim. Você sabe que irei acabar com todos, não é?

Jinyoung acenou devagar, de acordo. O coração batendo mais rápido junto das emoções que causavam agitação ao peito.

Jaebeom lhe olhava de um jeito intenso e profundo demais. Mal sabia explicar ou simplesmente dizer como estava se sentindo. Jaebeom sabia lhe deixar nervoso.


— Se você andar sempre com os guardas, pode ir onde quiser.

— Eu não gosto deles… são tão brutamontes e insensíveis! — Jinyoung reclamou. Jaebeom apenas riu, trazendo o ômega para mais perto.

Tirou o prato das mãos dele, colocando-o sobre a mesa e voltando sua atenção total ao mais novo.

— Vou deixar você escolher — o alfa informou — amanhã já podemos ir até Jackson e solicitar três guardas.

— Três? Por que tantos?

— Porque sim — Jaebeom respondeu baixo, descendo os dedos até o pescoço alheio e acariciando a pele alheia. — É um bom número — concluiu, sorrindo ao ganhar um revirar de olhos.

— É exagero!

— Não é não! E lembre-se, você está esperando um filhote. Nada é exagero.

— Aish… — Jinyoung chiou baixinho, reclamão.

Jaebeom sorriu ainda mais, pressionando uma das mãos na cintura do garoto. Deixou os lábios roçarem nos dele devagar, provocando-o de leve.

— Só quero que vocês fiquem seguros. Estamos prestes a entrar em guerra. E eu não vou me perdoar nunca se algo acontecer com vocês.

— Nada vai acontecer — Jinyoung envolveu os braços ao redor do pescoço alheio. — Você vai nos cuidar muito bem.

— Vou mesmo. — Confirmou, encarando Jinyoung.

— Você está feliz? — A pergunta veio baixinha. Jinyoung estava bem perto de Jaebeom. 

— Estou.

— Mesmo?

— Uhum — Jaebeom sorriu, deixando um selinho nos lábios cheios.

— Você disse que não queria um filhote-

— Eu disse que não era o momento para falarmos sobre esse assunto, naquela época. — Corrigiu rapidamente. Jinyoung suspirou, fingindo acreditar naquilo e só causando mais diversão ao alfa.

— Não foi assim, não…

— Foi sim, mas você estava morrendo de ciúme e não prestou atenção!

— Aish! Que mentira! — Estapeou o alfa no peito — eu não tenho ciúme de você!

— Tem certeza? — Jaebeom proferiu, mostrando com o olhar sua dúvida muito aparente.

Jinyoung virou o rosto, dando de ombros. Aquilo mexia com o orgulho dele e era divertido para Jaebeom.

— Se você quer saber, eu só não queria que ele viesse agora — voltou a ter a atenção de Jinyoung rapidamente — naquela época, eu também não queria, porque nós estávamos recém construindo uma relação. Estávamos dispostos a nos dar uma chance. Uma criança poderia nos deixar refém de algo que talvez não fosse o que quiséssemos. E, também, eu não me sentia um bom alfa para você, muito menos um bom Rei para o nosso reino.

E agora, eu temo por vocês dois. Tenho medo que te machuquem, que possam ferir você e nosso filho. Eu nunca desejei que não tivéssemos filhos, só não me acho preparado para isso no momento. — Soltou um riso baixo, um tanto envergonhado. — Mas já que aconteceu… — sorriu largo — eu prometo que vou fazer o meu melhor, que você e ele terão orgulho de mim.

— Já temos orgulho de você — Jinyoung sussurrou com a voz emocionada, abraçando Jaebeom.

— Mas eu ainda nem fiz nada.

— Fez sim, mais do que você possa imaginar.

Jinyoung voltou a olhá-lo, sorrindo apaixonado por aquele homem que tinha tudo de si.

Se em algum momento da sua vida, há meses atrás, lhe dissessem que estaria completamente apaixonado pelo futuro rei daquele reino, Jinyoung jamais acreditaria. 

Meses atrás seria impossível acreditar que realmente pudesse se apaixonar por aquele homem.

Jaebeom era misterioso, excêntrico, mas ao mesmo tempo parecia ser a pessoa mais aberta que já conheceu. Ele não mentia para si. Ele não fingia, muito pelo contrário, ele buscava ser o mais sincero possível dos dois, sempre deixando claro sentimentos e sensações. Evidenciando gostos e tudo aquilo que repudiava.

No final das contas era apenas impossível não se apaixonar por ele. Não apaixonar-se por alguém que parecia ser tão bem conhecido por si, como se já o visse por séculos.

Jinyoung gostava das histórias que escutou ao longo do seu crescimento, sobre batalhas, grandes guerras e grandes amores. Todo romantismo traiçoeiro e arrancar o fôlego, deixavam o ômega sempre tentado a vivenciar aquilo.

Não tinha medo de viver um amor. Mesmo que ele fosse proibido. Mesmo que ele fosse contra todos.


Jinyoung apenas queria amar. Amar Im Jaebeom mais do que qualquer outra coisa.



Já no quarto, Jinyoung buscou fechar seus olhos após um bom banho, descansando nos braços de Jaebeom, enquanto pedia para ele lhe dizer que mais uma vez tudo ficaria bem.


Gostava de ouvi-lo falando aquilo. Dava confiança a si e ao seu lobo, e assim, conseguia descansar em paz.



O amanhecer foi caloroso. Jaebeom foi o primeiro a despertar. Sorriu ao ver Jinyoung todo encolhido sobre si, completamente agarrado.

Buscou acordá-lo. Teriam um dia cheio e mesmo que Jinyoung quisesse ficar mais na cama, conseguiu tirá-lo após muito esforço.

Ambos se banharam juntos, trocando beijos e carinhos em meio aos risos. Jaebeom estava agradecido por aqueles momentos. Jinyoung era alguém doce e extremamente amoroso consigo e a cada segundo que se passava se encontrava mais apaixonado por ele. Uma paixão abrasiva. Um amor capaz de qualquer coisa. Algo que realmente nunca pensou em viver ao lado do ômega.


— Vamos escolher os guardas? — A animação na voz contrastava com minutos atrás, em que ainda Jinyoung estava sonolento.

Jaebeom sorriu, segurando a mão do ômega conforme caminhavam pela pequena viela do castelo em direção ao portão principal.

— Vamos sim. 

Jinyoung animou-se ainda mais com a resposta. Sentiu Jaebeom entrelaçar os dedos nos seus. Acabou sorrindo com o gesto, conforme caminhavam calmamente.

— Jaebeomie — chamou-o, ganhando a atenção em instantes — naquele dia que eu e Youngjae fomos para a Floresta, como você chegou até nós? — A curiosidade transbordava nos olhos.

— Senti que você estava em perigo. Acho que… foi como na vez que eu estava lá também, e você apareceu. — Explicou.

— E Hyuna-ssi? Como ela encontrou nós? Ela chegou junto com você.

— Eu não sei — Jaebeom soou pensativo — quando eu me transformei, corri para te encontrar e ela estava fora da Floresta… como se… estivesse me esperando. — Olhou de relance para Jinyoung. — O que foi?

— Você sabe que… há uma linha separando a Floresta Vermelha, né?

— Uhum… Presidium. — Confirmou.

— Isso! — Jinyoung deu alguns passos a mais, ficando na frente do alfa, ainda com as mãos dadas. — Hyuna não pode passar aquela linha.

— Não? Mas como se… se ela já me encontrou lá?

— Acho que… que ela só entra lá porque você está.

— O que quer dizer? — Jaebeom franziu o cenho, parando.

— Você não acha estranho? — Inquiriu Jinyoung — ela sempre está nos momentos que você mais precisa. Ela sempre nos espera quando vamos para lá. Ela sempre te salva das situações. Independente de ser uma bruxa… você não acha que ela faz demais por você?

— Jinyoung, eu… eu não sei onde você está querendo chegar.

— Jaebeomie — Jinyoung umedeceu os lábios, aproximando-se do Im — você deveria conversar com ela. Talvez perguntar sobre sua mãe, já que você acha que ela está viva.

— E você acha que ela pode realmente me ajudar? — Jaebeom olhou firme naqueles orbes verdes claros, sempre intensos e profundos.

— Tenho certeza que bem mais do que podemos imaginar.

Jinyoung soou confiante, passando segurança a Jaebeom. O alfa acenou, buscando relaxar um pouco de toda aquela tensão. Nunca parou para pensar sobre aquilo.


Quando foi mesmo a primeira vez que Hyuna lhe ajudou? Se Jaebeom pressionasse seus pensamentos, apostava tudo que tinha que não foi na Floresta o primeiro encontro deles.

Aquela mulher carregava algo em si que servia como conforto. Jaebeom admirava a companhia dela e era estranho, sabendo que ela era uma bruxa, e bruxas, na visão de Jaebeom, nunca eram boas.


Os dois reuniram-se com Jackson pela manhã. Jinyoung com algumas orientações do Wang decidiu os três guardas que lhe acompanhariam todos os dias. Dois de Carlon e um de Soleil.

Agradecia internamente por ter Kyungsoo consigo. Pelo menos ele já conhecia suas manias e já estava mais familiarizado. Os outros dois, Jinyoung sentia-se intimidado, mas tanto Jaebeom quanto Jackson garantiram que eram bons e que apenas fariam o seu trabalho.


— Que sorrisinho é esse Im Jaebeom? — Jinyoung questionou, andando de mãos dadas pelo vilarejo com o alfa.

— Você… finalmente se tornando um ômega obediente e submisso. — Jaebeom falou. Sabia que irritaria Jinyoung com aquilo e aquela era a melhor parte.

— E quem disse? — O ômega perguntou irritado, ficando um pouco mais na sua frente.

— Eu estou dizendo.

— Você se engana demais!

Jaebeom riu, puxando Jinyoung para si e beijando as bochechas.

Não se importava com submissão, mas estava feliz que Jinyoung lhe entendeu e seguindo acordo.

— Sabe que… eu só quero te proteger né?

— Eu sei, amor — Jinyoung falou abafado, andando desengonçado conforme se mantinha naquele abraço com o alfa. — Eu me irrito um pouco, mas eu gosto disso.

— Gosto do quê? — Jaebeom encarou o sorriso pequeno do outro, andando mais um pouco.

— Gosto de você me protegendo e cuidando de mim.

Jaebeom sorriu mais ainda, abraçando Jinyoung e voltando a prestar atenção no caminho.

Jinyoung visitou Jungkook, enquanto Jaebeom resolvia mais assuntos relacionados às minas. Os dois ômegas conversavam. Jungkook até mesmo chorou por preocupação. As semanas avançando o assustavam, deixando-o mais nervoso e apreensivo.

— Eu estou com medo — disse trêmulo.

— Não precisa ficar com medo, querido. Nós estamos aqui, uh — Jinyoung buscou acalmá-lo. — seu bebê vai nascer saudável e forte.

— Eu só não quero perder de novo.

— Você não vai perder. Vai se cuidar direitinho e tudo vai ficar bem.

Jungkook respirou fundo, buscando se acalmar da maneira que conseguia, conforme era confortado pelo amigo. Jinyoung ainda custou a fazer Jungkook acreditar que tudo ficaria. Entendia todo aquele medo e se colocava no lugar dele. Não seria muito diferente depois de passar por tantas situações ruins como ele passou.


Jinyoung achou uma boa ideia visitarem a escola após o almoço. Espairecer um pouco fazendo o que gostava ajudaria Jungkook a abandonar, mesmo que pouco, todo aquele receio.


— Você ainda não me disse como foi seu encontro com JunHo. — O Kim comentou, olhando de relance para Jinyoung, conforme sussurrava.

— Não falamos muito — suspirou baixinho — ele está muito magoado e com total razão. Meu pai deve ter feito um inferno na vida dele por completo. Ele disse que ainda me ama, mas eu tive que ser sincero… não há mais nada entre mim e ele, a não ser nosso filho. — Falou a última parte quase inaudível.

Os guardas caminhavam um pouco mais atrás, seguindo ambos até a escola. Jinyoung tinha que se acostumar com aquela sombra atrás de si. Nem quando morava em Soleil se sujeitou a tal coisa, mesmo que seu irmão insistisse demais.

— Sanou todas as suas dúvidas então?

— Não era como se eu tivesse alguma. Eu sei dos meus sentimentos por Jaebeom, claro que eu me perguntei se não sentia mais nada por JunHo, também fiquei com medo da resposta. As coisas podem ter demorado entre mim e Jaebeom, mas eu acredito que foram rápidas demais, para quem dizia que seríamos apenas bons colegas de contrato. Uma dupla. — Sorriu ao se lembrar do acordo inocente. — Jaebeom me perguntou sobre JunHo várias vezes. E ele me acusava em alguns momentos de ainda amá-lo. Eu ficava com raiva, muito nervoso, e no final me calava, porque não conseguia falar direito. Acho que isso fazia ele pensar que eu apenas consenti com tudo aquilo.

— E agora? — Se aproximavam da escola, caminhando mais devagar.

— Agora não há mais dúvidas e nem receio sobre nada. — Jinyoung sorriu largo. — Estou feliz que JunHo está vivo e que agora poderá ter um futuro diferente… ser bem cuidado. Também quero logo poder ver Hyunjinnie. Quero que ele nos conheça e possa finalmente estar nos nossos braços.

— Você já pensou em como Jaebeom vai agir quanto a isso?

Jinyoung suspirou, dando mais alguns passos e parando em frente ao amigo. Já havia pensado sobre aquilo. Tentava ao máximo se colocar no lugar de Jaebeom e entendia também que seria difícil para ele administrar todos aqueles acontecimentos.

— Ele está se esforçando demais e me surpreendendo muito, tenho que confessar. Eu sei que… ainda nossos problemas nem começaram, mas estou confiante. Acho que se eu e Jaebeom continuarmos nessa linha de diálogo, tudo ficará bem. Só tenho receio do que os outros irão fazer. Tenho medo que essa minha relação do passado prejudique Jaebeom e seu governo. Eu não irei me perdoar jamais se estragar as coisas que ele vem construindo.

— Não se preocupe com isso. Tenho certeza que para Jaebeom, você nunca o prejudicará em nada.


Jinyoung sorriu, acenando devagar, Queria pensar daquela forma. Estava receoso com os próximos dias e em como lidaria com tudo que estava por vir. Era complicado pensar em um futuro em que Jaebeom e seu filho estivessem juntos, sob o mesmo teto. 


Era algo tão distante para si.


Ninguém aceitaria aquilo. As Cortes lhe negariam, o povo se sentiria enganado por si. Pensar nisso deixava Jinyoung nervoso e com medo do futuro, mesmo que quando deitasse a cabeça no travesseiro ouvisse Jaebeom lhe dizendo e prometendo que tudo ficaria bem.


Mas, será que tudo realmente ficaria bem?


Jinyoung temia por aquela resposta, mas buscava não se prender a ela. Confiava em Jaebeom. Confiava nos seus sentimentos e nos sentimentos dele. Tudo que precisavam era resolver os problemas que apareceriam com o tempo e não se prenderem a eles.




[...]





— As malas já estão prontas. — Avisou, fechando a porta atrás de si.

O ômega acenou, sorrindo de leve e passando a mão sobre o pescoço que ainda lhe doía. Respirou fundo e levantou-se da cama, caminhando até a sacada e tendo a vista do pôr do sol daquele dia de outono.

— Onde você quer chegar com tudo isso, Sungmin? — Kyuhyun parou ao lado do marido, olhando-o.

— Não estou entendendo…

— Você sabe… já estou de saco disso — ganhou a atenção dos olhos confusos do ômega — já é a segunda vez que você e Jinyoung brigam. E dessa vez você quase morreu!

— Não é a mim que você tem que repreender — falou irritado, voltando a olhar para a vista do jardim. — Eu não tive culpa de nada.

— O problema é que você nunca tem culpa de nada, não é? Você sempre é a vítima.

— E eu não sou?

— Não, você não é! Você nunca foi! — Acusou sem remorso. — Você acha que eu sou burro, Sungmin? — Kyuhyun deixou um riso baixo escapar, se aproximando do ômega. — Eu sei o que quer fazer… e ficar induzindo Jinyoung a ceder aos seus caprichos, como você acha que está fazendo, só vai lhe deixar ainda mais quebrado. Ou você realmente acha que ele é um ômega normal depois de ter sido marcado por Jaebeom?

— Perto de mim, Jinyoung não é nada. 

— Se ele realmente não fosse nada, você não estaria todo quebrado como está agora. — Afastou-se, voltando para o quarto. — Eu acho bom você tomar jeito e parar de provocá-lo… 

— Isso é uma ameaça? — Olhou o alfa com os olhos irônicos. Kyuhyun devolveu um sorriso à altura.

— É. É uma ameaça sim. — Sungmin o olhou sério, franzindo o cenho. — Ou você pára de incomodar Jinyoung, ou eu acabo com essa merda de casamento em dois tempos! Eu tiro Hyorin de você e te devolvo para aquele fim de mundo que nasceu e eu juro que você nunca mais vai pisar em Carlon!

— E quem é você para me ameaçar, Kyuhyun? — Esbravejou irritado.

— Infelizmente eu sou o teu alfa… aquele que te marcou e que sabe muito bem o que alguém nojento como você é capaz de fazer.

Sungmin riu, passando a mão com calma pelos fios e chegando próximo do alfa. Encarou-o bem nos olhos, seduzindo-o desde o lobo até a mente.

— Sabe que essa merda não funciona em mim, não é? — Avisou com um sorriso ruim. — Ah, Sungmin… casados há tantos anos e você ainda não aprendeu a usar essa merda em mim? O quão inútil você consegue ser?

O ômega engoliu seco, afastando-se levemente. Kyuhyun lhe puxou pelo braço fortemente, machucando-o no primeiro momento.

— Não esqueça que é você que precisa de mim, ômega. E principalmente, não esqueça que essa marca, a qualquer momento, eu a arranco de você e te faço definhar como aquelas malditas bruxas de merda. — Empurrou-o contra a cama sem muitas dificuldades — se você continuar andando em falso, eu juro que mato você. — Segurou-o pelo queixo com força — é a mim que você pertence, Cho Sungmin!


Deixou o ômega ali, saindo do quarto e seguindo para o andar de baixo. 

Respirou fundo, buscando acalmar os ânimos antes de seguir até o gabinete.

— Demorou por quê? — Zhoumi lhe olhou com tédio. Apenas revirou os olhos, aproximando-se da cadeira e sentando-se.

— Resolvendo problemas do casamento. — Informou, olhando para frente e encarando Yangmin.

— Ainda bem que desse mal eu não passo. — O mais velho alegou, fazendo os dois alfas rirem. — Vamos aos negócios. — O soleiniense se ajeitou melhor na cadeira. — Vamos arrumar nossa frente de guerra. Em poucos meses atacaremos Carlon. 

— Sejamos rápidos então — Kyuhyun avisou — Jaebeom vai descobrir logo. Ele está muito próximo de Jackson e os dois estão o tempo inteiro confabulando por aí.

— Como se o Wang tivesse alguma credibilidade — Zhoumi zombou.

— Pode até não ter muito, ou alguma, mas ele anda muito espertinho. Acho que Youngjae anda fazendo a cabeça dele — Kyuhyun olhou diretamente para Zhoumi, rindo da expressão feita. — Eles estão tão próximos… 

— Deixe que de Youngjae, cuido eu! 

— Então cuide. Aquele ômega está tirando as asinhas para fora. Está até mesmo cuidando das finanças do exército.

— O quê? — Zhoumi e Yangmin disseram juntos.

— É isso mesmo — Kyuhyun confirmou com um suspiro — se quisermos continuar mantendo essa falência genuína, precisamos tirar Youngjae do nosso caminho. Acho que ele sabe demais, não é?

— Kyuhyun tem razão — Yangmin soltou, passando a mão pelos fios — vou falar com o arquiduque. Se ele não tirar o próprio filho do nosso caminho, teremos que tomar as nossas devidas providências.

— Zhoumi vai adorar esse servicinho! — Kyuhyun comentou aos risos.

Zhoumi sorriu largo, concordando com veemência.


— Bom, se nosso problema é o filho do Choi, então vamos nos livrar dele. Enquanto isso, preciso que fiquem de olho em Jaebeom. Ele irá ganhar uma visitinha por esses dias, se é que já não ganhou.


Zhoumi e Kyuhyun se olharam, sorrindo cúmplices.


Faltava muito pouco para conseguirem o que realmente queria.

Em pouco tempo, Im Jaebeom já não seria mais um Rei.










O barulho da água caindo chegava até os ouvidos do loiro. Seus olhos inchados e avermelhados demonstravam seu cansaço emocional e todo aquele desgaste físico dos últimos dias.

Colocou a chaleira sobre o fogão de barro, esperando escorado na mesa a água aquecer.


— Que bom que você sabe esquentar sua própria água e fazer sua comida… fiquei pensando se teria que dar um dos meus criados a você. 

JunHo sorriu irônico, virando-se para encarar o alfa a poucos metros de si.

Jaebeom escorou-se no balcão, cruzando os braços e encarando o Lee, quase como se desafiasse o outro a ceder a tudo que ordenasse.

— Vamos falar de alfa para… alfa? — Jaebeom zombou, não guardando o sorriso. 

— Por que eu perderia meu tempo com você?

— Sei que você gosta de Jinyoung.

— Eu o amo. E amo muito. — Corrigiu Jaebeom rapidamente.

O Im conteve o riso, acenando em acordo.

— Ok, ok… você o ama… muito — repetiu, umedecendo os lábios — bom, vamos ter uma boa convivência. Eu não quero Jinyoung nervoso e nem se estressando por causa de nós dois. Eu sei que você quer pular em mim e me quebrar… eu também quero. É instinto… eu entendo. Mas eu não quero Jinyoung mal por nossa causa — falou a última frase em tom mais sério. — Ele precisa ficar bem.

— Você é tão preocupado assim com ele? — JunHo debochou, achando ridícula toda aquela preocupação.

— Claro que sim… afinal, é normal que um alfa se preocupe com o seu ômega… ainda mais quando ele está esperando um filhote.


Os olhos vieram sobre Jaebeom como flechas certeiras. JunHo sentiu-se zonzo naquele momento. Um embrulho forte no estômago foi sentindo, lhe enjoando e causando desconforto na garganta.


— I-isso não é verdade — falou desacreditado.

— É… você sabe que é. Logo mais iremos anunciar o herdeiro de Carlon… Jinyoung está tão feliz — Jaebeom proferiu sorrindo, sem desviar um segundo sequer daqueles olhos azuis. 

— Você…

Jaebeom se aproximou, notando o mal estar alheio.

— Estamos montando uma família Lee. Você sabe o que é isso? — Inclinou-se levemente, sorrindo ainda mais ao ver o olhar baixo… humilhado. — Não perturbe Jinyoung. Não cobre dele um passado que já está enterrado. Você é apenas o pai do filho dele, e você pode não acreditar, mas eu respeito isso. Apenas não pense que esse fato lhe dá o direito de ameaçá-lo. Quando o moleque estiver aqui, ele ficará aqui. Independente do seu querer. Ele irá ficar com Jinyoung, aqui, ou onde ele quiser.

Então antes de pensar em arrancar o menino dele, pense bem… pense muito bem — soltou mais baixo, de modo perigoso — porque aquela forca está sempre à espera de um próximo alguém. E eu irei adorar arrancar sua cabeça.




Notas Finais


Old q o Jaebeom já mostrou a que veioKKKKKKK


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