Assim que saíram da garagem, as duas foram em direções opostas. Nayeon seguiu para sua casa e Momo foi até uma floricultura, pois acabou se lembrando de uma conversa entre o grupo de amigas, em que Nayeon contou que adorava rosas vermelhas, então resolveu dar uma olhada nos ramos, deixaria para comprá-lo quando fosse buscar a garota em casa. Rumou para casa sem rodeios e assim que chegou tratou de se arrumar. Quando estava perto de acabar, ouviu o baralho do identificador de mensagens do celular.
Sana: Arrumei companhias ótimas!
Momo: Bem, eu tenho um pouco de medo quando você fala “ótima” porque você tem um gosto estranho.
Sana: Dessa vez são pessoas do bem. Ah, e qual a calcinha que está usando?
Momo: Por que quer saber qual a minha calcinha?
Sana: Pra saber se a Nay vai gostar, ué. Pra quê mais seria?
Momo: Mulher se situe pelo bem de Jesus kkkkkkk, vou terminar de me arrumar. Hoje quero avançar um passo com a Nayeon. Depois falo com você.
Sana: Mas já avançou, se avançar mais a cama vos espera.
Momo: Você é idiota. Eu vou acabar me atrasando.
Sana: Tá, tá.
Momo bloqueou a tela do aparelho e voltou sua atenção a maquiagem.
[...]
- Yah! – Nayeon bufou ao retirar o quarto conjunto de roupa de seu corpo.
Estava nervosa com esse “encontro” com a japonesa e para ela nada ficava bom em seu corpo. Ela já não era tão rápida ao se arrumar e o nervosismo só a fazia piorar. Jeongyeon entrou no quarto se deliciando do sorvete que havia colocado para si.
- Ainda? É apenas um encontro. – A mais nova revirou os olhos.
- Não é só um encontro. – Im riu frustrada.
- Mulher coloque uma roupa que não chame muita atenção, mas que mostre o que você quer – Se sentou na cama.
- E o que eu quero? – Nayeon indagou.
- Nayeon só se veste, por favor. Vai adiantar tudo se você fizer isso.
- Ah calma, eu quero ficar bonita para ela. – A mais velha caminhou novamente para o closet, escolhendo outro conjunto.
- Se você for com pijama, aposto que ela vai ficar ainda mais apaixonada em tu.
- Pabo! – Nayeon empurrou fraco o braço da amiga, que apenas riu.
- Acho que vou ligar pra Momo cancelando a saída, pelo que vejo você nunca irá se arrumar. – Jeongyeon abriu um sorrisinho sugestivo.
- Aish! Você é chata!
- Eu sei, agora será que dá para a senhora se vestir? – Yoo concentrou sua visão ao primeiro vestido que Nayeon havia provado quando começaram a escolher.
- Eu sei que sou linda e muito gostosa por sinal, mas uma roupa errada estraga tudo – Falou analisando a peça em mãos.
Jeongyeon às vezes não tinha muita paciência com a amiga com essas coisas de roupas, porque a outra coreana sempre ficava tentando encontrar a roupa perfeita, sendo que todas ficaram boas e no final Nayeon escolhia a primeira peça.
- Só colaca a roupa. Vou começar a te maquiar – Disse por fim.
A mais velha apenas resmungou algo antes de se vestir.
-Tá ótimo, vamos logo passar a maquiagem – Jeongyeon falou apressadamente da cama.
- Espera! Você acha que ela vai gostar de como eu estou?
- Caramba, eu não vou responder. Senta na merda da cadeira! – ordenou.
- Yah! – Nayeon reclamou se sentando na cadeira.
Jeongyeon passava o pincel delicadamente pelo rosto da mais velha, que batia repentinas vezes o pé contra o chão.
- Já estou terminando.
- Ok. Você vai ficar aqui mesmo sem fazer nada?
- Vou, não estou muito no clima não. Sana até me chamou, mas eu não quis então ela disse que eu era careta e precisava transar. – Deu de ombro.
- Mas é, você praticamente só vai do trabalho pra casa da casa para o trabalho.
- Não aparece nenhuma mulher interessante na minha vida, e sair com vocês é pedir pra ficar triste – Riu.
- Como você quer achar alguém se nem sai para os lugares, e por que ficaria triste saindo conosco?
- Vocês estão de casal, todas as oitos.
O barulho do celular de Nayeon tirou a atenção das duas.
- Momo já está perto – A mais velha avisou olhando a tela do aparelho.
- Já acabei. Passe um perfume doce, Momo gosta. – Jeongyeon disse guardando o que tinha usado da maquiagem. Fizera algo simples, leve que não chamasse muita atenção.
- Tá certo. – Virou-se para pegar o frasco de perfume. Jeongyeon soltou uma risada nasal. – O que foi?
- É bom ver você assim novamente.
- Assim? Assim como? – Franziu o cenho.
- Feliz! Desde aquele cara, você nunca mais ficou assim por ninguém, quer dizer, você nunca ficou assim por ninguém até chegar a Momo. – A loira explicou.
- Acho que eu também sinto isso, mas não quero criar expectativas e me decepcionar mais ainda com alguém. – Suspirou pesadamente.
- Óbvio que não! Durante esse tempo de amizade que nós temos com a Momo, essa é a primeira vez que eu a vejo chamando alguém para um encontro. Se tiver dúvidas pode perguntar a Sana ou a Mina.
- Mas ela já namorou, a mesma me disse. – Nayeon disse confusa.
- Mas ela disse que amava ou gostava de verdade? – Jeongyeon perguntou convencida.
- Não...
- Então, vai lá, tu mesma disse que se sente bem perto dela. O que custa tentar? – Jeong perguntou e se retirou, deixando uma Nayeon pensativa no local.
Não estava cem por cento confiante em entrar em um novo relacionamento, principalmente, depois do que houvera em seu primeiro e único relacionamento sério. Balançou a cabeça e voltou sua atenção a sua imagem refletida no espelho.
- Ei – Jeongyeon apareceu na brecha da portar – Momo chegou!
Nayeon balançou a cabeça e pegou sua bolsa de mão. Olhou-se pela última vez no espelho e saiu do quarto.
- Por favor, atitude! – A mais nova sorriu.
- Ahn?
- Nada não, só vá. – Jeongyeon empurrou a amiga em direção à porta.
- Não bagunce a minha casa! – Foi à única coisa que Nayeon pôde falar antes da loira fechar sua porta.
Nayeon sentiu ansiedade em ver a japonesa, e tratou logo de ir em direção ao elevador. Assim que chegou a portaria, fitou o carro preto de Momo parado próximo a entrada. Seu coração começou a bater mais rápido, como sempre acontecia quando encontrava ou sentia o contato da mais nova. Saiu de seus devaneios ao sentir mãos macias e um tanto quanto frias tocarem em seu ombro desnudo.
- Está linda! – Foi o suficiente para Nayeon ficar vermelha, fazendo com que Momo achasse a atitude fofa. – Ah! Lembrei-me que gosta de flores – Falou entregando-lhe o buquê.
- Igualmente! Obrigada! Vejo que presta atenção em detalhes – Sorriu sem graça.
- Como não lembraria? – A japonesa perguntou a brindo a porta do passageiro, para que a coreana entrasse.
Assim que Momo se posicionou em seu banco, ela virou o corpo um pouco para trás, fazendo sua blusa subir um pouco, revelando seu obdomem. Nayeon percorreu o olhar da perna até o local desnudo de sua barriga, percebendo que mesmo a japonesa comendo bastante, ainda tinha um corpo definido. Já olhara varias vezes as coxas da mais nova, quando a última ia trabalhar de vestido, se sentia pervertida na maioria das vezes, por se dispersar do trabalho e ficar concentrada no corpo da japonesa, mas o que podia fazer? Tinha até a impressão que Momo queria provocá-la.
- Er – A castanha quebrou o silêncio – Eu fiquei bem feliz que você aceitou sair comigo, isso é bom para nos conhecermos melhor, já que ultimamente só nos encontramos no trabalho e mal temos tempo para conversar. – A japonesa ruborizou enquanto falava, algo que não foi despercebido pela coreana. – Então essa noite eu quero que você foque apenas em nós duas, ok? – Momo falou dessa vez com uma voz mais firme.
- Tudo certo. – Nayeon sorriu.
E assim foram rumo ao local marcado.
[...]
- Onde vocês estão pelo amor de Deus? – Sana perguntava impaciente no telefone.
- Calma criatura. Estou estacionando o carro! – Mina respondeu rapidamente.
- Demorando demais.
- Se você ficar calada talvez eu possa fazer uma baliza mais rápida. – Mina retrucou. Chaeyoung apenas ria da pequena interação das amigas. Mesmo ao telefone ainda se alfinetavam.
- Pabo – Resmungou a japonesa mais velha, desligando a ligação.
Não demorou muito para as duas amigas avistarem Sana sozinha em uma das mesas.
- Ah glória! Já estava indo embora. – Sana se pronunciou.
- Por que não disse antes? Eu teria demorado mais um pouco. – Myoui disse divertida.
Sana riu sarcasticamente – Idiota. Chaeyoung como você aguenta esse porre? Eu convivo com ela desde criança e digo a você que me seguro para não estrangular ela, parabéns pela coragem, porque noção não tem. – Riu.
- Na verdade eu me pergunto como vocês três se aguentam. – A mais nova riu.
- Muito tempo de convivência, aí a pessoa acaba aceitando a chatice da outra, apesar de que muitas vezes eu tenho vontade de matar ela e a Momo. – Mina puxou uma cadeira ao lado da outra japonesa. Chaeyoung fez o mesmo, ficando ao lado da japonesa mais nova.
- Sim... Vamos fazer o que aqui? – A mais nova puxou o cardápio.
- Acho que beber, só estava no aguardo das princesas – Sana debochou.
- Eu quero apenas um suco – Disse Mina, ignorando o comentário da japonesa.
- Lá vem à sem graça – Revirou os olhos – Peça algo mais animador – Sana deu uma piscadela para a amiga.
- Concordo com a Mina, é melhor começar com algo mais leve – Chae disse olhando para o cardápio.
- Aish! Duas caretas! Jeongyeon me abandonou. – Minatozaki choramingou.
- Por que ela não veio? – Myoui perguntou.
- Com o encontro da Nayeon e da Momo, ela resolveu ficar na cada da Nay. – Chaeyoung respondeu. – O porquê, eu não sei.
- Não, não vamos falar dessas enroladas. – Mina protestou.
- Momo também fica falando dela o tempo todo para você é? – Sana perguntou divertida.
- Sim, e o pior é que sempre é a mesma coisa. São duas complicadas. – A japonesa mais nova riu.
- Olha quem fala... – Falou Chaeyoung, sem tirar os olhos do cardápio.
- Iiiiih! Quando foi que você ficou tão ousadinha, guinominho? – Sana zombou.
- Não entendi. – Myoui coçou a nuca.
-Esquece – A mais baixa negou com a cabeça.
- Vamos animar isso aqui? Vou pedir as bebidas – Sana disse levantando-se e indo em direção ao bar.
- É sério, me explica – Mina pediu manhosamente.
- Não, eu já expliquei demais, não é possível que você não vá entender.
- Desculpa estragar o clima, mas eu me esqueci de perguntar o sabor do suco. – Sana voltou rapidamente até a mesa.
- Laranja – As duas falaram em uníssono e Sana assentiu voltando até o bar.
- Ah se elas acham que não vão beber pelo menos uma coisinha. – Sana riu sarcasticamente.
- Boa noite! – A mulher do outro lado do balcão sorriu ao ver a japonesa se aproximando.
- Boa noite! – Devolveu o sorriso.
- Então... O que vai querer hoje?
- Pra mim o de sempre, e você faz mais duas batidas com suco de laranja. Por favor não coloca muito álcool nessas duas. – A japonesa pediu – E quando for levar, só diga que é suco, pelo amor de Deus, Somin.
- Ok! Já levo lá – Somin piscou para a japonesa e começou a fazer seu trabalho.
Sana sorriu e se juntou novamente as amigas.
[...]
- Unnie... Por que você não me deixou te buscar?
- Porque sou sua unnie – Falou carinhosamente.
- Mas mesmo assim, quem te convidou foi eu.
- Tzu deixe de besteira. – Jihyo estava mais nervosa que o normal.
- Omo... – A mais nova resmungou para si mesma.
O caminho para o local marcado fora totalmente preenchido por risadas partidas de ambas. Elas sempre arrumavam um jeito de aproveitar bastante os momentos que tinham fora da empresa, e até mesmo sozinhas, pois sempre as meninas faziam piadas e constrangiam as duas.
- Omo! Você vai cair, Tzu – Jihyo disse, pegando na mão da mais nova para lhe ajudar com o equilíbrio.
- Tudo bem, unnie. Já consegui me equilibrar, obrigada – Sorriu sem graça.
- Deixe-me calçar os meus patins. – Jihyo se sentou em um dos bancos fora da pista.
A mais alta observou atentamente os movimentos de Jihyo. A noite estava fria e o local que se encontravam obrigavam as pessoas a se agasalharem. A coreana usava um sobretudo de cor branca e nas mãos haviam luvas da mesma cor, já Taiwanesa usava um simples casaco preto, pois gostava um pouco da sensação do frio. Os fios da mais velha balançavam conforme o vento batia no mesmo, a expressão calma que tinha em seu rosto, fazia o coração de Tzuyu bater mais rápido e de forma descompassada.
- Por que está sem luvas? Suas mãos vão congelar! – A Park segurou uma das mão da mais nova.
- Eu estou bem, gosto um pouco do frio – Sorriu carinhosamente. Aproveitando que a mão de Jihyo estava pegando na sua, entrelaçou os dedos nos da mais velha e a puxou para a pista. – Vamos!
[...]
- Mais forte, Dahyun! – Jeongyeon ordenou.
- Calma, tá apertado! – Falou colocando mais força.
- Aí, vai! – A mais velha gritou.
- Espera.
- Meu Deus, só quero beber um vinhozinho. – Suspirou a mais velha.
- Pronto! Eu suei mais abrindo uma garrafa de vinho do que correndo. – A Kim riu. – Vai dormir aqui, huh?
- Vou, cansei da minha casa. – Jeongyeon pegou duas taças, enchendo a mesma com o liquido da garrafa.
Dahyun riu. – Eu vou tomar uma ducha. – Não beba a garrafa toda, me espere! – Disse bebendo o vinho que havia em sua taça.
Jeongyeon resmungou e colocou a rolha na boca da garrafa novamente.
Yoo caminhou até o sofá e pegou o controle, ligando a televisão a zapeando os canais até chegar a algum que lhe despertasse interesse.
- Mina e Chae saíram foi? – Dahyun voltou depois de um tempo com uma toalha secando os fios do cabelo.
- Sim, e Sana foi com elas, ela até me chamou para não ficar sobrando, mas eu não estou muito a fim de sair não. – Deu de ombros. – Olha só se for pra ficar com essa cara de bunda toda vez que alguém falar da Sana ou quando ela estiver todo mundo junto, é melhor tu nem conviver mais com a gente ou até mesmo morrer. Porque ela é nossa amiga e uma pessoa, querendo ou não, publica.
Dahyun bufa indo até o balcão e pegando novamente as duas taças e a garrafa de vinho. – Não quero falar sobre isso – Senta-se ao lado da amiga.
- Você não é mais criança, não pode ignorar o que sente aí dentro. – Enche as duas taças.
- Ela se declarou pra mim hoje. – A mais nova falou, fazendo Jeongyeon se engasgar com o liquido.
- Tudo bem, me pegou um pouco de surpresa!
- Por que?
- Porque eu achava que ela demoraria a soltar, porque ela já deixa na cara. E o que você respondeu?
- Obrigada.
Jeongyeon franziu o cenho – O que?
- Eu respondi “obrigada” – Deu de ombros.
- Você tem problemas? Por que você respondeu isso? – A mais velha perguntou incrédula.
- Eu fiquei nervosa, eu também não esperava isso. Fiquei sem ação – Explicou.
- Posso pegar a Sana? – Jeongyeon perguntou olhando atentamente para os olhos da amiga.
- Não! Que pergunta é essa?
- Só uns beijinhos, sem compromisso... – A mais alta continuou insistindo.
- Nem beijinho, nem nada! – Falou por fim.
- E por que você não faz? - Perguntou para a mais nova. – Estou brincando, claro, mas... Ela está em uma boate e desimpedida, então nada impede ela terminar a noite na cama com alguma mulher.
- Vamos esquecer esse assunto? – Dahyun falou tentando não pensar nessa possibilidade.
- Ok, mas pense nisso. – Yoo falou bebendo uma boa quantidade do liquido que havia colocado.
- Meu telefone está tocando, espera aí – A Kim falou indo até o quarto de Nayeon.
[...]
- A última vez que eu vim aqui foi com a Sana e a gente só ver para ver as pessoas caindo - Momo falou tentando se equilibrar. – Mas nem ficar em pé direito eu sei.
- Tomara que você caia – Nayeon riu.
- A gente já faz meia hora que a gente está aqui, não é possível que eu caia justo agora.
Nayeon vendo que a japonesa estava concentrada em se equilibrar e a empurrou de leve contra uma das grades, o que ela não esperava era que Momo a puxasse. A mais nova encostou as costas na grade e em um movimento involuntário puxou a coreana para si fazendo com que ela parece centímetros de distancia de seu rosto. Nayeon alternou o olhar entre a boca e os olhos de Momo, a última tinha a boca entreaberta e ofegava. O clima foi quebrado assim que ouviram uma pancada contra a grade.
- Eu estou com fome. – A japonesa falou desgrudando da grade.
- Também, por aqui os restaurantes são bem legais. - Nayeon disse indo em direção à saída da pista.
- Eu ainda não vim aqui para comer – A Hirai disse tirando os patins.
- Vai ser um prazer.
[...]
- Omo! Esse jokbal é um dos melhores que já comi! – Momo falou enquanto saboreava a comida
- Eu disse, venho aqui com a Jeongyeon ou a Jihyo.
- Anotado! Vou vim aqui sempre agora.
- Por que? Seu apartamento é um pouco longe. – Nayeon coçou a nuca.
- Pra te ver mais tempo e comer essa comida maravilhosa.
- Você me vê a semana toda, por mais de dez horas, e ainda quer ver mais?
- Sim! Gosto da sua companhia, então faria esse esforço.
- Eu fico com vergonha quando você fala essas coisas. – A coreana sentiu o rosto ficar quente e abaixou a cabeça. Momo sorriu com a ação. – Quero te mostrar um lugar.
- Huh? – A japonesa levantou a cabeça. – É aqui perto?
- Dae, são só duas quadras daqui. – A coreana respondeu calorosamente.
- Já estou terminando!
- Não precisa ter pressa. – Nayeon riu do jeito rápido que Momo colocou a comida na boca.
- Acontece que eu sou ansiosa. – A mais nova choramingou.
- Eu acho essa seu jeito muito fofo. – Im falou analisando o rosto da japonesa.
- Que jeito? – Indagou confusa.
- Você muda da água para o vinho! Uma hora tá séria e de repente está fofa, sexy e depois parece uma menina indefesa.
- Me acha sexy? – A expressão de surpresa na cara da mais nova era perceptível.
- Sim, ainda mais quando usa algum vestido e principalmente aquele terninho. – Com certeza ela se arrependeria mais tarde por ter falado isso na cara dura.
- Que bom saber, vou usar mais vezes! – Falou convencida.
- Aish! Não, se você passar a fazer isso eu vou começar a ser uma inútil na empresa, por não conseguir prestar atenção no trabalho. – Nayeon se martirizou mentalmente por falar isso.
- Se for para você prestar atenção em mim, te garanto que não vai ser nenhum pouquinho inútil. – Riu.
- Se essa conversa continuar... A noite vai tomar um rumo totalmente diferente do que eu imaginava. – A mais velha encarou o semblante da Hirai.
- Você que está insinuando. E se ela for por mim tudo bem, na verdade, tudo ótimo – Momo já havia apoiado os cotovelos na mesa e inclinado o corpo um pouco mais para frente.
- Está querendo insinuar algo, Hirai? – Arqueou uma das sobrancelhas.
- Eu só estou continuando o que você começou, quem disse da noite tomar um rumo diferenciado, foi você. – Lançou-lhe um olhar sugestivo.
- Ok, se está tão interessada, posso dar sugestões. Que tal uma noite de jogos? – Nayeon disse, fazendo o semblante da japonesa mudar.
- Que tipo?
- Unnies? – Tzuyu e Jihyo apareceram cortando o clima que existia na mesa das amigas.
- Já estão aqui há muito tempo? – Jihyo se pronunciou.
- Na verdade sim, estávamos prestes a pagar, vou mostrar aquele lugar a ela. – Nayeon falou olhando atentamente para Momo.
- Ah, vi que vocês estava em uma conversa séria, não queríamos atrapalhar. – A maknae falou.
- Imagina, só estávamos falando sobre tipos de roupa. – Omitiu a japonesa.
- Até aqui vocês falam de trabalho!? – Jihyo perguntou.
- Não era bem sobre as roupas do trabalho... – Nayeon soltou uma risada nasal. – Acho melhor irmos. – Ela se levantou e abraçou as amigas, cochichando algo no ouvido de Jihyo.
- Ok, só vou pagar. – Momo levantou-se da cadeira e foi até o caixa.
Assim que saíram do estabelecimento, Nayeon não tardou a falar.
- Percebeu?
- O que? – A japonesa voltou seu olhar para a mulher ao seu lado.
- Elas estavam de mãos dadas. Será que se beijaram? – A coreana perguntou de forma animada.
- Bem, eu nem tinha ligado na hora, mas agora que você falou...
- Ninguém sabia que elas estariam aqui, com certeza deve ter rolado algo.
As duas mantinham uma conversa leve, e até um tanto tímida pelo fato da ousadia na hora do restaurante. Momo estava mais tranquila com o papo de antes.
- É aqui. – Nayeon falou subindo os últimos degraus da escada.
Momo subiu logo atrás.
- Eu e as meninas fizemos isso quando ainda estávamos no primeiro período da faculdade. – Explicou. – Desde então passou a ser um lugar bom para passar um tempo só. – A coreana falava enquanto analisava o local.
- É agradável. – A japonesa disse chegando um pouco mais perto da mulher.
Como era um lugar aberto ventava bastante. Uma brisa fria bateu contra o corpo de Nayeon a fazendo abraçar a si mesma.
- Omo! Você não está agasalhada. – Momo falou tirando o sobretudo de seu corpo e colocando-o nos ombros de Nayeon.
- Não precisa. – A mais velha falou tentando tirar o objeto de seu corpo.
- Por favor, eu não estou com tanto frio – A japonesa disse calmamente.
Nayeon não conseguiu mais negar e apenas vestiu a peça, inalando o perfume da mais nova.
- Por que você saiu de Seul? – Momo perguntou se apoiando na sacada.
- Foram por vários motivos, mas principalmente porque eu queria ficar um pouco sem o caos da cidade. – A coreana explicou.
- Entendo, também gosto de paz, mas faz tempo que eu não sinto essa sensação. – Suspirou – Quer dizer, às vezes quando eu durmo, tenho sonhos com uma pessoa que me trás essa paz, não sei como, mas faz.
A mais velha claramente ficou mexida com a declaração da japonesa.
- Eu não sei quem é. Sempre o rosto está embaçado e eu nunca ouço sua voz.
- Engraçado, eu me sinto em paz às vezes quando acordo, é difícil explicar.
- Seria errado se eu quisesse- Momo fora interrompida pelo toque estridente de seu telefone.
- Oi Mina? Não, ainda estou aqui com a Nayeon. Ah, tudo certo. Tchau.
- Dahyun vai levar a Sana lá para o meu apartamento e eu vou passar na casa da Mina para pegar a chave da casa da Sana.
- Elas fizeram as pazes? – A coreana indagou curiosa.
- Não, ela vai apenas levá-la para casa.
- Então é melhor irmos. – Nayeon disse caminhando em direção à escada.
- Sim. – Momo concordou.
Continuaram conversando. O olhar da coreana se alternava entre a calçada e a mão livre da japonesa. A mão da mesma estava um pouco mais branca que o normal por conta do frio, então Nayeon retirou uma das mãos do bolso do sobretudo e segurou a de Momo entrelaçando seus dedos e devolvendo ao bolso, agora, com as duas mãos juntas. O corpo da mais velha estremeceu e a sensação do primeiro contato com a japonesa voltou, assim quando a última começou a fazer um carinho com o polegar.
Ao entrarem no carro, foram obrigadas a quebrarem o contato.
- Chegamos! – Momo falou puxando o freio de mão. – Está entregue.
- Obrigada. – Sorriu. – Fazia tempo que eu não me sentia assim.
- Tipo como?
- Feliz! – Nayeon respondeu sem rodeios, fazendo com que o coração da japonesa saltitasse de seu peito. – Vou indo. Jeongyeon deve estar sozinha. – Falou tirando o cinto de segurança.
- Tudo bem. – Falou puxando Nayeon para um abraço. Não queriam quebrar o contato, porem mais uma vez o telefone da japonesa tocou; era Mina ligando para saber se ela já estava perto.
- Acho melhor você ir. – Nayeon disse saindo contragosto dos braços da garota.
- Dae, tchau Nayeoni. – Sorriu, vendo a coreana sair do carro e entrar no condomínio. Não tardou a arrancar com o carro até o apartamento da amiga. Estava feliz, acreditava que tinha avançado com a mais velha.
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