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História Space Opera - O futuro precisa ser perigoso?


Escrita por: Kori

Capítulo 26 - O futuro precisa ser perigoso?


Mei Hatsume veio do futuro para ajudar Katsuki a enviar Bakugo para o passado.

Aquela era a única maneira de tentar amenizar as mudanças que estavam acontecendo. Bakugo não ouviu a história dela, Mei Hatsume não deu detalhes, como disse, Bakugo não poderia saber de tudo. Mas ele não era tão burro, entendia que Katsuki possuía algum plano. E, aos poucos, aquele plano ia tomando forma.

Talvez a sua ida ao futuro não tivesse sido assim um acidente.

Talvez alguém precisava ver que ele estava tentando arrumar tudo.

Talvez Bakugo fosse a chave para existir um futuro.

— Vamos precisar de algumas explosões aqui. — Mei entregou para Bakugo um par de luvas novas, onde ele canalizaria seu poder para criar explosões mais concentradas.

Ela orientou para que Bakugo ficasse em uma posição. O laser estava carregando e demoraria mais alguns minutos para ficar no ponto, era tempo suficiente para ela explicar o que estava acontecendo. Os aparelhos deveriam aquecer, ele liberaria sua carga explosiva em direção ao centro do anel formado pelo laser. E quando o buraco se materializasse, Ruka o manteria estável com o seu poder.

— Então você entra no portal, e viaja para o passado. — Mei sorriu. — Só precisa tomar cuidado para não ser expulso do canal.

— Que canal? — Bakugo colocou as luvas, sentindo a textura grossa.

— Você se lembra da viagem para o futuro?

Ele negou com a cabeça.

— Apenas luzes, e uma força me empurrando para o chão.

— Gravidade. — Ela piscou e virou-se para buscar um novo par de óculos, entregando outro para Ruka e um para Bakugo. — Do outro lado está Katsuki e a minha versão mais jovem, nessa época eu estava ainda aprendendo a lidar com toda a história de viagem no tempo, então não se preocupe se eu estiver muito empolgada.

— Certo, e o que eu faço?

— Nada, deixe que Katsuki faça. É melhor que você fique apenas parado, curta a viagem.

— Então foi assim que você viajou no tempo? — Bakugo não teve resposta para aquela pergunta e ficou intrigado sobre isso.

— Tem mais uma coisa. — Mei retornou, trazendo uma seringa, o que fez Bakugo recuar alguns passos, ficando mais longe dela.

— O que é isso? — Ele ficou em alerta, preocupado com o conteúdo da seringa que Mei manipulava com a mão.

— Você não quer voltar para o passado com essa cara de uva passas, não é?

— Vai fazer o que? Me dar botox? — Ele olhava ainda preocupado, enquanto Mei não segurava a risada, dizendo que era sempre muito divertido trabalhar com ele, e que Katsuki havia se tornado alguém muito sério ao passar dos anos. Por isso ela sentia saudade daquela sua jovem versão.

— Esse é um composto que eu preparei com as células da Eri-chan. Tenho certeza que as pessoas no mundo matariam por uma gotinha do DNA da Eri-chan. Mas, para você, eu fiz algo especial. Também tem um composto com o DNA do Noumo, lembra-se?

Bakugo afastou-se mais de Mei, impossibilitando dela aplicar a injeção em seu braço, assim que ouviu aquela palavra.

— Você já usou isso antes? — Ele a encarou nos olhos. Mei possuía uma individualidade de Zoom, o que fazia com que seus olhos possuíssem aquela característica com círculos girando como um binóculo avançando e recuando.

— Apenas uma vez, mas deu tudo certo. — Mei se aproximou novamente e Bakugo permitiu que ela aplicasse a injeção.

O efeito ocorreu rapidamente, seu corpo se contorceu e ele sentiu como se os órgãos se mexessem, os ossos estalaram e a cabeça dele doeu a ponto de fazê-lo levar as mãos aos cabelos, abaixando-se até colocar os joelhos no chão. Quando a tontura passou, Bakugo se levantou e passou a mão no rosto.

Mei garantiu que ele estava jovem novamente.

O uniforme que Bakugo vestiu agora parecia um pouco mais folgado, já que ele não apresentava os mesmos músculos de quando era um adulto de 38 anos. Era uma estranha sensação, ele havia passado alguns meses naquele corpo de um homem mais velho e agora era como se estivesse murchado. Ele voltou a passar a mão no rosto, mas não havia nenhum espelho para se olhar.

Mei acionou a última alavanca e o anel laser se tornou cada vez mais intenso, provocando faíscas quando passou pelas torres. Bakugo descarregou então uma explosão, que foi canalizada pelas luvas. Ele sentiu as mãos formigarem, tão quentes, que parecia queimar a pele mesmo com as luvas.

Bakugo estava no centro do anel laser e percebeu uma mudança no ar ao seu redor que fica cada vez mais pesada. Seu corpo, porém, parecia mais leve a cada segundo que passava. Criou-se uma formação circular, erguendo-se do chão e imediatamente Ruka, que estava do lado de fora daquele anel laser, ativou a sua habilidade, estabilizando o buraco com um portal.

O portal foi se abrindo devagar, até se mostrar estável e as duas dimensões se conectarem. Bakugo precisava soltar a energia das mãos para entrar no portal. Ele não conseguia pensar em nada mais naquele momento, senão em entrar naquela abertura criada por Ruka e a energia do anel laser.

Houve um pouco de medo, mas ele não hesitou no momento. Ele precisa atravessar o portal e seguir a viagem, para encontra-se com Katsuki e o enviar de volta. Na primeira viagem, Bakugo estava desacordado, dessa vez, ele poderia ver como é atravessar uma dimensão e viajar no tempo.

Assim que o corpo de Bakugo moveu-se em direção ao portal, ele se sentiu ainda mais leve do que antes. Bakugo não andava, pois, seu corpo foi puxado pela forte energia, o buraco o sugava com uma força que ia aumentando gradativamente, até que ele entrou completamente.

Os movimentos tornaram-se tão agitados que ele não conseguiu se controlar, ficando perdido sobre como reagir, flutuando por um momento. Ele abriu os olhos, as luzes coloridas não apareciam por ali, mas ele sentiu uma pressão ao redor do corpo, e algo o puxando para o outro lado. O que ele via era apenas um vazio. Sua mente estava tão fraca, até que uma nova onda o atingiu, tal como uma corda de violão vibrando no espaço.

A mente de Bakugo despertou com aquela ondulação e uma lembrança muito pequena foi capturada por ele. A lembrança era Bakugo jogando beisebol com uma menina pequena e um adolescente. Os três estavam sorrindo. Bakugo abre a boca, soltando no vazio o nome de Kimi e Haru.

Como ele poderia ter esquecido dos dois?

Como Katsuki poderia tê-los feito desaparecer?

O corpo de Bakugo parou no vazio, o portal não estava mais puxado seu corpo e a sua mente começou a recordar de outros momentos que ocorreram. E uma nova onda o atingiu, e mais lembranças vieram na sua mente. Lembranças de vidas que ele sequer sabia se realmente viveu.

Do outro lado, o portal começou a se fechar, parecia tão distante que Bakugo já não sabia mais se ia conseguir chegar até ele.

Precisava se mover, mas o corpo estava paralisado.

Novamente, ele sentiu aquela vibração se aproximar, seria como uma ondulação e Bakugo teve uma ideia. Ele canalizou toda a sua força em um lado apenas, na mão direita, e soltou uma explosão das mais intensas que poderia fazer. Seu corpo foi arremessado na direção contrária da explosão, para o mesmo lado em que a vibração da corda o leva, a partir do impulso da explosão que ele realizou.

Ao chegar do outro lado, Bakugo viu uma mão se estender em sua direção, aquela mão usava uma luva verde e laranja.

***

Katsuki abraçou o corpo de Bakugo, deitando-o no chão. Imediatamente ele removeu o uniforme que o mais novo vestia. Mei Hatsume de 21 anos estava espantada demais com o que via, mas ajudou Katsuki vestir aquele uniforme.

Ela ainda tentou analisar alguns detalhes, mas não muito, pois era chegada a hora de partir.

— Obrigado. — Katsuki disse, com uma voz baixa.

— Me leve com você. — Ela pediu sem a menor dúvida, precisava viver aquela experiência.

— Um dia, Mei, um dia você vai. Hoje não.

Mei Hatsume tentou dizer algo, mas perdeu a consciência no momento seguinte.

Katuski segurava uma seringa em uma mão, e o corpo de Mei na outra. Aquela era a última dose que ele possuía. Não era hora de Mei saber toda a verdade, por isso Katsuki usou nela um composto que carregava para situações emergenciais.

Sobre Bakugo, ele sabia que Mei teria feito o mesmo com ele, e injetado o mesmo composto para que Bakugo perdesse todas as lembranças do futuro, assim como Mei agora perderia as lembranças dos últimos meses. Ele sentia muito, mas não poderia arriscar mais.

O portal estava sumindo e Katsuki deu uma última olhada para sua versão mais nova deitado no chão.

— Você tem mais uma chance. — Ele disse na direção de um desacordado Bakugo, entrando no portal em seguida.

***

O despertar de Bakugo causou um susto na pessoa que estava sentada ao lado de sua cama de hospital. Ele sentou-se na cama exasperado, chamando por Izuku.

— Oe, oe, você acordou.

Bakugo olhou para o lado, vendo Kirishima sorrir para ele.

— Onde está o Deku? — A pergunta soou bem estranha aos seus ouvidos, mas ele sentia uma necessidade ainda mais estranha de falar com Izuku.

— Está na casa dele. — Kirishima moveu a cabeça. — Lá nos Estados Unidos.

— O que?

— O que? — Kirishima o olhou, confuso. — Cara, você está bem? Vou chamar a enfermeira.

— Onde está meu celular?

Bakugo olhou ao redor, percebendo que o quarto possuía muitas flores, balões e bilhetinhos.

— Não sei, talvez você perdeu. — Kirishima caminhou até a porta, chamando por uma enfermeira que passava no corredor. Ele retornou e explicou que, quando o resgate chegou ao local em que ele estava, não havia celular, carteira nem nada. Mei Hatsume também estava desacordada, mas despertou um dia antes dele e já havia tido alta.

— Me dá seu celular. — Bakugo pediu e Kirishima não recusou, entregando o aparelho.

— Olha, se quiser, eu posso ligar para sua mãe.

— Mãe? Quero falar com o Deku.

— Cara, vai ligar para os Estados Unidos do meu celular? — Kirishima fez uma expressão dramática. — Olha, manda mensagem para ele, agora deve ser madrugada onde ele mora, depois liga.

Bakugo concordou, não fazia sentido nada daquilo e ele não entedia porque precisava tanto ouvir a voz de Izuku. Mas algo gritava em seu peito.

A enfermeira chegou e logo depois veio o médio. Kirishima deixou o quarto para que eles trabalhassem à vontade e aproveitou para avisar a família e os amigos de Bakugo. A alta aconteceu somente no outro dia, quando Bakugo foi levado para seu apartamento.

Ele preferiu não receber visita, prometendo para a mãe que eles conversariam depois.

— Eu falei para a galera não vir hoje, porque você precisa descansar, como o Doutor Horikoshi avisou, repouso total e voltar lá para mais um exame. — Kirishima falou, enquanto abria a porta do apartamento que eles moravam.

Bakugo entrou no lugar e suspirou. O apartamento não era muito grande, nem pequeno. Ideal para duas pessoas morarem e receberem visitas esporadicamente. Mas nada daquilo parecia ter significado para ele.

Bakugo sentou-se no sofá e fechou os olhos, sentindo a aproximação de Kirishima, que entregou para ele um copo, dizendo que era para beber toda a água. A forma como Kirishima cuidava dele não era ignorada, e isso o deixou constrangido por um momento. Ele bebeu a água e aceitou os comprimidos que precisava tomar, enquanto ouvia Kirishima ler a bula dos remédios e falar que era estranho um remédio ter tantos efeitos colaterais perigosos.

— Kirishima. — Bakugo falou com uma voz baixa. — Eu, eu não me lembro de nada do que aconteceu.

Kirishima abaixou a mão e devolveu o olhar para ele. Só que, ao contrário de Bakugo, ele estava com um humor mais renovado.

— O médico falou que isso poderia acontecer, é normal, daqui alguns dias você vai se lembrar do acidente que tiveram.

— Devíamos procurar pelas câmeras de vigilância e ver o que aconteceu no local que fui encontrado, eu sinto que algo está errado. — Bakugo inclinou o corpo para frente, a princípio, ele queria falar que não se lembrava em como foi morar com Kirishima. Mas já que ele estava falando do acidente, decidiu manter aquele assunto.

— Já foi feito isso, a agência do Best Jeanist fez uma varredura e não encontraram nada. É como se as câmeras tivessem recebido algum sinal de interferência, sabe? Aparecendo apenas uma tela com chiado e um som muito estranho, igual aqueles barulhos antigos de internet que meus avós vivem mandando pelo chat para dizer como era a internet antigamente. É um saco, mas fico com pena.

Kirishima tentou fazer algumas perguntas, mas Bakugo não se lembrava de nada. Ele nem sequer recordava-se de que Izuku estava nos Estados Unidos.

Ele perguntou onde era o quarto, pois queria tomar banho e relaxar. Kirishima apontou na direção de uma porta no corredor e disse para ele ficar à vontade, pois levaria depois toalhas e roupas limpas, que tiraria ainda da secadora.

Bakugo permaneceu um tempo parado na frente do espelho, ele fechou os olhos e a falta de pensamentos o perturbou. Ele tomou banho, ficando um tempo na banheira. Depois se levantou e olhou para seu corpo, virou as costas, olhando algumas poucas cicatrizes. Estava sentindo falta de algo.

Kirishima bateu na porta e quando Bakugo entrou, ele virou o rosto ao vê-lo pelado.

— O que é, porra? — Bakugo estreitou os olhos em sua direção, pegando a roupa que Kirishima segurava com os braços estendidos. — Nunca me viu assim?

— Cara, não é só porque a gente mora junto que eu preciso ver isso aí. — Kirishima fechou a porta e Bakugo ficou parado. Depois que ele se vestiu, saiu do banheiro e o encontrou na sala.

— Então não estamos juntos? — Bakugo parou na frente dele novamente, dessa vez com roupas adequadas.

— Que? Juntos? Não! — Kirishima desviou dele e foi até a cozinha. — Nós dividimos o apartamento, mas é só isso. Você achou que estamos...

— Casados. — Bakugo completou, vendo o amigo começar a gargalhar e jogar a cabeça para trás, junto com os cabelos vermelhos. — Para de rir, parece uma gralha.

— Você achou mesmo que eu era seu marido? — Kirishima ainda ria, quando se aproximou e fez bico, em tom de zombaria, para beijar Bakugo. — Vem, me dá um beijo.

— Sai pra lá, idiota.

—  tímido? — Kirishima continuou brincando, até eles caírem no sofá novamente.

Passaram a noite toda com Kirishima contando para Bakugo os acontecimentos dos últimos três anos. Por algum motivo, Bakugo só se lembrava até a formatura deles na U.A, aos 18 anos. Foram 3 anos de lembranças perdidas.

Kirishima deu boa noite para Bakugo e foi para seu quarto, era a outra porta na frente do quarto dele.

Bakugo estava deitado na cama, mas sem sono. Ele se levantou e olhou o tablet em cima da mesa de cabeceira. Pegou o aparelho e olhou a lista de contatos, clicando em cima do nome de Izuku.

[00:23][Great Explosion Murder God Dynamight] Quando acordar, me manda uma mensagem.

Deku está digitando...

[00:24][Deku] Kacchan, estou acordado. Aqui já é dia.

[00:25] [Deku] Me falaram que você sofreu um acidente com a Mei Hatsume. Está tudo bem? O que aconteceu?

[00:25] [Deku] Está em casa? Você já comeu? Porque não vai descansar?

[00:26] [Deku] Kirishima me disse também que você está sem suas memórias, se precisar de ajudam, eu posso contar sobre a nossa história.

Deku está enviando um áudio...

[00:30] [Deku] Ok, não tem muitas coisas legais em uma parte da história, mas a gente começou a se dar bem no ensino médio [...]

Deku está enviando um áudio...

[01:14] [Deku] Você se lembra daquela vez que a gente fez estágio com o número 1? Ele nos levou em uma missão secreta superperigosa e você [...]

Deku está enviando um áudio...

[01:33] [Deku] Teve aquela vez que a gente salvou um grupo de refugiados [...]

Deku está enviando um áudio...

[01:59] [Deku] Então eu vim para os Estados Unidos, para fazer um estágio e você me disse que eu precisava ter muita sorte porque quando eu retornasse você seria o número 1...

[02:01][Great Explosion Murder God Dynamight] Quando você vai voltar?

[02:02] [Deku] Em breve.

[02:03][Great Explosion Murder God Dynamight] Eu estou esperando você.


Notas Finais


Enfim, para todos que não pegaram: o Haru desaparece no capítulo 23. E a Kimi no capítulo 25. Ambos os quartos deles ficaram vazios.
Vamos seguindo para o final da história.
Beijos.


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