História Special Affair - Capítulo 11

— Cara, você teve notícias da Vero?

Eu me afasto dos layouts para ver Lucy parado na entrada do corredor, parecendo sonolenta e preocupada.

— Não, eu não tenho. Por quê?

— Ela deveria estar aqui às 22h e já é 1h. Ela não me ligou nem nada. — Ela suspira e esfrega a mão na nuca.  — O que você está fazendo?

— Não consegui dormir. Talvez ela esteja com raiva de você ou algo assim? Você é conhecida por ter esse efeito sobre ela, afinal.

Ele chupa os dentes, caminha até mim e se estatela no sofá.

— Estou falando sério, L. É diferente dessa vez... Posso sentir, sabe. Então, não entendo por que ela está me evitando.

Eu sorrio para o rosto triste de Lucy. Estou feliz que ela esteja admitindo que quer algo real com Lucy. Eu sei que ela quer o mesmo e que provavelmente tem um bom motivo para não ter aparecido.

— Ei, não se preocupe com isso, cara. Tenho certeza que ela acabou de sair em uma de suas missões ou– MERDA!

— O quê? O que é?! — Lucy pergunta, me sacudindo pelos ombros. Eu a empurro de cima de mim.

— Acalme-se, é que me lembrei que ela disse que estava planejando ajudar alguns caras a arrombar um caixa de cheques.

— E você não me contou!

— Já faz um tempo, eu realmente não achei que ela iria continuar com isso. Achei que ela pelo menos me contaria antes de fazer isso! Quem sabe, eu posso estar errada!

— Droga! Ela te disse qual? ​​Onde ela está?

— Não sei, foi só uma discussão rápida, ela não me contou detalhes nem nada.

— Porra! E se ela for pega? Eu vou perdê-la, assim que a tiver de volta!

— Relaxa, Lucy. Olha, vamos procurá-la, tudo bem. Tenho certeza que ela está bem; ela é inteligente, ela não estraga tudo.

Ela acena com a cabeça, embora eu possa dizer que ela está em pânico. Pego minhas chaves e caminhamos até a porta, quando de repente Vero entra, sorrindo como uma louca.

— Puta que pariu, Vero! — Lucy grita, me empurrando para fora do caminho e abraçando-a com força. Ela deixa cair um saco de papel marrom que está segurando, enquanto ela a leva para seu quarto.

— Uau, nossa! Você realmente explodiu aquele lugar? — Eu pergunto, chocada e animada.

— Sim! — Vero ri, pouco antes de Lucy bater a porta do quarto.

Pego a bolsa e imediatamente sei que ela ficou com mais dinheiro do que esperava. Pesa mais de 10.000 dólares. Eu olho para dentro e suspiro quando vejo que há, pelo menos, 15.000 dólares nele.

— Oh meu Deus... Adeus apartamento de merda! — Eu corro para a porta de Lucy e finjo que não ouço os barulhos do outro lado. — EU TE AMO, VERO! EU TE AMO PORRA!

***

— Vira, vira, vira, vira! — Alguns de nós cantam, enquanto Zayn tenta matar a cerveja, depois de dar um gole. Ele não termina, mas ele estava bem perto, e estamos todos muito felizes por isso. Eu jogo o braço em volta dele e dou um tapinha em seu rosto ligeiramente entorpecido.

— Você ainda é um assassino, irmãozinho! — Eu digo a ele e ele ri, limpando a boca e cumprimentando alguns dos moradores do bar com quem estamos saindo. Uma garota tem um interesse particular por ele, e quando ela finalmente começa a falar com ele, eu recuo e pisco para ele, antes de me inclinar contra o bar, ao lado de Lucy e Vero. Eu me viro para eles para iniciar uma conversa, mas suas bocas estão muito ocupadas sugando os lábios uma da outra.

— Felicidades! — Eu grito brincando, batendo minha garrafa de cerveja contra os lados de seus rostos. Vero me empurra de brincadeira sem desviar seu rosto do de Lucy. Eu rio e balanço minha cabeça para as pombinhas, me sentindo realmente feliz por meus amigos. Eu olho para os três e vejo o quanto eles cresceram como indivíduos. Lucy e Vero finalmente aceitaram que elas estavam destinadas a ser, de uma forma caótica, e Zayn finalmente é capaz de escapar de sua concha quando se trata de mulheres. Eles amadureceram e me sinto orgulhoso deles. Agora, graças a Vero, poderemos meio que recomeçar, viveremos juntos como a família que somos e estaremos em um lugar muito melhor do que os buracos de merda em que vivemos agora. Todos nós podemos começar a procurar empregos melhores também.

Eu quero um emprego melhor... Uma carreira, algo que eu não tenho que me defender quando as pessoas me perguntam o que faço para viver. Quer dizer, o paisagismo é realmente um ótimo trabalho. Paga muito bem... Se você for contratada pela empresa certa ou se você tiver a nossa. Só recebo muito menos por causa do meu histórico, recebo metade do que deveria, porque é melhor do que não receber nada porque ninguém mais vai me contratar. Mesmo assim, gosto do que faço. Gosto de trabalhar e ganhar cada centavo, fazendo trabalho duro. não há nada de errado com isso. E daí se eu sujar as unhas, quem disse que tenho que ficar sentada o dia todo na frente do computador para ser considerada um sucesso? Camila... A mãe de Camila. Aparentemente, não sou boa o suficiente para os padrões delas.

Tomo um longo gole, até esvaziar a garrafa. Tem sido um longo dia. Eu revesti o convés e a cerca com tinta para madeira, comecei a fertilizar a grama, instalei o canteiro e mandei que o cimento, a churrasqueira e a fonte chegassem em alguns dias. Eu também comi meu lanche sozinho. Saí antes que qualquer um dos cônjuges chegasse em casa e eu ignorei as mensagens de Shawn, perguntando se eu queria ir beber com seus amigos de trabalho. Isso me irritou... Seus textos. Me irritou que ele não se importasse se seu círculo de negócios o visse andando comigo, mas Camila... Oh não, ela vai queimar no Inferno se alguém a vir comendo a porra de um sanduíche comigo.

Nem preciso dizer que essa pequena comemoração antes do show é exatamente o que eu precisava. Eu só preciso me separar deles e seguir em frente. Uma vez que eu terminasse com o quintal deles... Eu acabaria com eles.

— Jauregui!

Merda.

— Ei, Shawn. — Eu forço um sorriso, enquanto agarro o gargalo da garrafa vazio, para não segurar a mão dele.

— Vocês vão jogar esta noite, certo? — Ele pergunta, cutucando Vero e Lucy, que o ignoram.

— Sim, em alguns minutos, na verdade. — Eu olho ao redor do bar e não vejo Camila, mas ela é pequena, então... — Você está aqui sozinho?

— Nah, estou encoleirado. — Ele ri, apontando sem rumo atrás dele. — Ela simplesmente não queria vir e dizer oi. Nossas vizinhas também estão aqui.

Eu franzo minha sobrancelha e aceno.

— Oh... Bem, uh nós temos que ir nos preparar, então te vejo mais tarde ou algo assim. — Eu dou um tapinha em seu ombro.

Chamo Zayn, e puxo Lucy e Vero separadamente, antes de caminhar até o palco.

— Como estão todos, esta noite?

A multidão aplaude e eu olho para meus companheiros de banda, que acenam que estão prontos para a setlist improvisada de costume. Eu me viro e vejo a loira do outro dia, ela não está muito feliz quando olha para mim, mas posso dizer que ela ainda está interessada. Eu sorrio para ela e, em seguida, olho mais para fora e vejo Shawn acenando, Normani e sua namorada sorrindo para mim, e Camila evitando meus olhos. Eu pego o pedestal do microfone e grito:

— Vamos começar com algo um pouco alto! Você sabe, algo que vai te comer vivo?

Eles aplaudem e é imediatamente abafado por Lucy, que começa a tocar, seguido pelo resto de nós. Eu olho para a loira e pisco para ela.

— Hey, you, Mrs. I don't know what the fuck your name is. I'm drawn to you something's magnetic, here. If I could approach you or even get close to the scent that you left behind, I'd be fine! — Eu sorrio ao ver como ela instantaneamente ilumina e continuo com Lucy e Zayn ajudando com os vocais ásperos. — No doubt that (no doubt) you bring out (bring out) the animal inside! (I'd eat you alive!) I'd eat you alive... (I'd eat you alive!) I'd eat you alive...

Eu me viro e sorrio para Vero, que está mandando bem na bateria e quando eu volto, eu coloco meus olhos em Camila, que rapidamente desvia o olhar.

— HEY, YOU! Mrs. Too-Good-To Look-My-Way and that's cool, you want nothing, at all, to do with me. But I want you, ain't nothing wrong with wanting you 'cause I'm a woman and I can think what the hell I want, you got that straight? No doubt that (no doubt) I'd love to (I'd love) sniff on them panties, now! (I'd eat you alive!) I'd eat you alive... (I'd eat you alive!) I'd eat you alive...

Eu não afasto meus olhos de Camila, ela está olhando, abertamente, para mim, agora. Ela está chateada e posso dizer que sabe que estou cantando para ela.

— I'm sorry, so sorry (damn, you're so hot!), Your beauty is so vain (damn, you're so hot!). It drives me, yes, it drives me (damn, you're so hot!) absolutely insane.

Ela finalmente olha para mim e sinto meu coração bater forte no peito. Eu a amo tanto.

— I just want to look at you, I just want to look at you, I just want to look at you, all day. There ain't nothing wrong, no. There ain't nothing with that. Once you seep in (once you seep in) under my skin (under my skin). There's nothing, there's nothing in this world that could wash you away... Once you seep in (once you seep in) under my skin (under my skin). There's nothing, there's nothing in this world that could wash you away...

Pego o pedestal do microfone e canto para ela.

— I'm sorry, so sorry (damn, you're so hot!). Your beauty is so vain (damn, you're so hot!). It drives me, yes it drives me (damn, you're so hot!) absolutely insane (I'd eat you alive!) I'd eat you alive... (I'd eat you alive!) I'd eat you alive... (I'D EAT YOU ALIVE!)

Não esperamos a multidão se acalmar antes de começarmos a próxima música. Tocamos uma música antiga do Black Keys e o tempo todo tento tirar meus olhos deles, enquanto eles dançam junto com a nossa música. Tento me concentrar na loira cujo nome não consigo lembrar por nada. Tento prestar atenção em Normani, enquanto ela tenta murmurar algo para mim de sua mesa. Tento deixar a música me controlar, mas ela é a única que pode fazer isso.

Terminamos a música e observo enquanto eles se sentam em seus lugares. Shawn joga um braço em volta dos ombros dela e toma sua quarta bebida. Minhas entranhas doem quando penso no que provavelmente vai acontecer quando eles chegarem em casa. Ele choramingará pedindo sexo, porque está bêbado, e ela cederá novamente. Acho difícil acreditar que ela realmente quis dizer isso quando disse que me amava. Ela não iria estar vindo aqui e exibindo seu casamento na minha cara assim, se ela o fizesse... Ela não mentiria na minha cara, ela não ficaria tão envergonhada por mim. Ela simplesmente gosta da atenção que eu dou a ela, da atenção que ela não recebe do marido.

Eu me viro e olho para meus companheiros de banda. Eles sabem o que estou sentindo, eles entendem. Eles acenam com a cabeça e saem do palco, me deixando sozinho.

— Eu vou desacelerar, deixar todos vocês relaxarem e se acalmarem, um pouco. — Eu rio nervosamente e a multidão aplaude em agradecimento ao descanso que vou dar a eles. Está ficando incrivelmente quente e abafado aqui, embora eu não tenha certeza se é por causa de todas as pessoas barulhentas ou do ciúme me esquentando, quando eu olho para Shawn esfregar seu ombro com a mão. Ela olha para mim, mas eu me afasto para pegar o acústico que Lucy me entrega.

Agradeço a ela e espero alguns segundos, lutando para reunir minha coragem, antes de começar a tocar lentamente.

— Drink up, beautiful. I spiked your cup with angst and a heart attack. 'Cause I've got so much trapped. It's all because of you, so I figured you might like some back... And when I see her, I'll tell her what's been on my mind, all these sleepless nights. She'll recite her excuses. Put my tail between these legs of mine, like I do all the time...

Eu toco as cordas e me concentro nelas, em vez da loira balançando suavemente de um lado para o outro, os olhos brilhando porque ela pensa que isso é sobre ela... É realmente sobre aquela que está sendo aconchegado pelo marido, enquanto ela olha para o colo.

— I can't live my life, knowing you'll be in his arms, each time I blink my eyes. Know what goes on, behind my back, every night. I'm afraid I'll never leave, afraid I'll never know what's good for me. And when I see her, I'll tell her what's been on my mind, all these sleepless nights. She'll recite her excuses. Put my tail between these legs of mine, like I do all the time...

Tem um momento em que a sinto me olhando e quero tanto olhar para cima e vê-la, mas não consigo. Sei que se o fizer, vou acabar chorando no palco, na frente de todos, então eu fecho meus olhos e forço as lágrimas a voltarem, enquanto as memórias piscam diante de mim: Nós nos beijando, nos sentindo mais perto dela com apenas um toque, sabendo que ele a teve... Então sua voz quando ela estava prestes a me dizer isso ela me ama...

— And now, you say that... You say you love me. Well, I may have your heart, he has your body. And now, you swear that... You're being honest. But you're not honest, you never could be... And when I see her, I'll tell her what's been on my mind, all these sleepless nights. She'll recite her excuses. Put my tail between these legs of mine, like I do all the time.

Eu olho para cima e vejo todos aplaudindo e torcendo por mim. Meus olhos se movem automaticamente para ela, mas tudo que vejo é Normani e Shawn, quer dizer... Vejo um Shawn confuso. Sinto meu telefone zumbindo no bolso, quando Normani me dá uma olhada e diz: "Sim, idiota, sou eu mandando mensagem para você!".

— Uh, obrigada... Vou fazer uma pausa rápida, mas Lucy vai continuar com uma música boa. — Eu aceno para meus amigos e eles imediatamente começam, enquanto eu fujo do palco.

Corro para a sala dos fundos para evitar a loira estúpida, que tenta me seguir. Abro o texto que o Normani me manda.

— Jauregui, abra! — Eu ouço Shawn gritar, enquanto ele bate na porta trancada. — Eu quero falar com você!

Porra! Se Normani está certa sobre Shawn estar suspeitando, então eu tenho que confessar minha merda. Eu me preparo para uma luta enquanto destranco a porta e abro.

Normani entra primeiro.

— Shawn está sendo ridículo! — Ela grita, piscando para mim ao passar por mim, com Shawn pisando forte atrás dela.

— Eu não sou! Você viu o jeito que ela agiu! Não tente negar! — Ele grita de volta com minha terapeuta.

— Shawn, você sabe o quão louco você parece, agora? — Ela se opõe e balança a cabeça, como se dissesse, acredita nesse cara.

— Jauregui! — Ele estala os dedos para mim, enquanto eu olho para a porta ainda aberta. — Me diga, que você não viu Camila olhando para você como se você estivesse cantando para ela! Me diga!

Eu observo seu rosto confuso e não consigo encontrar coragem para mentir para o cara, mas não posso ser a única a falar isso para ele. Tem que ser uma decisão de Camila, e eu vou apoiá-la quando ela estiver pronta.

— Eu-eu... — Eu balanço minha cabeça, me sentindo tonta com toda a tensão sugando a vida para fora da sala. — Eu não vi nada... Estava apenas me concentrando na música.

— Mentira! Eu sei que você sabe que ela gosta de você!"

— Ela gosta! — Normani grita, jogando junto, muito bem. Acho que ser terapeuta a torna uma boa atriz.

— Cara, ela não gosta de mim. — Acrescento, esperando que ele me ouça. — Ela mal me tolera porque sabe que sou sua amiga.

Ele balança a cabeça com raiva.

— Não! Ela gosta de você! Ela pergunta sobre você e naquela manhã, quando ela veio me buscar em seu apartamento, ela continuou fazendo perguntas sobre você e aquela garota loira! Ela parecia com ciúmes ou algo assim-

— Você está exagerando, Mendes! — Normani grita para ele.

— Não! Não estou! Achei sujeira no quarto! No nosso quarto! — Ele grita com ela, mas mantém os olhos em mim. — Não há motivo para ela ir para o quintal! Você deve ter estado lá!

Eu balanço minha cabeça, não porque estou negando alguma coisa, mas porque não posso acreditar que isso está acontecendo... Aqui, agora... Não sei o que fazer. Não sei se devo dizer a verdade.

— Você estava, não estava?! Você estava no meu quarto, com Camila! — Ele me empurra e é tudo o que preciso para ficar com raiva.

— Não me empurre, porra! — Eu o empurro para trás e ele faz o mesmo, até que estejamos nos empurrando como dois idiotas.

— Pare com isso! — Normani grita, ficando entre nós.  — Vocês dois estão agindo como idiotas!

— Apenas admita, Jauregui! Não seja uma marica sobre isso!

— Vai se foder! — Eu me movo para empurrá-lo, mas minha terapeuta me impede, me dando um aviso com os olhos.

— Não, vai você se foder! — Ele cospe, dando um passo para trás e balançando a cabeça para mim.

— Lauren, que diabos?!

Puta merda!

— Lauren? Seu nome verdadeiro é Lauren? — Shawn pergunta, se afastando da loira que me surpreendeu. — Você está brincando comigo?! — Ele aperta os punhos e atinge meu rosto, elevando-se sobre mim, tentando me intimidar. Ele me olha sem acreditar, como se não entendesse por que sua esposa se sentiria atraída por mim. Estou farto de ver todo mundo me olhando e falando baixinho, o tempo todo.

— Sim! — Eu deixo escapar, ouço Normani murmurar uma maldição ou algo assim. — E não fique tão surpreso.

Ele me empurra com tanta força que eu tropeço para trás e caio de bunda.

— Levante-se! Levante-se! — Ele grita comigo, seu rosto vermelho de raiva.

Eu rosno e atiro, colidindo com ele e batendo contra o batente da porta.

— Lauren! — Normani grita, tentando me puxar para longe do corpo humano muito maior. — Você vai se machucar! Você é louca!

Shawn me dá uma chave de braço e me vira para a beira da mesa perto da porta. Eu gemo com a dor aguda em minhas costelas, e soco seus lados com meus punhos, ele não me solta.

— Larga! — Eu escuto Normani vagamente, enquanto tento controlar minha respiração, com seu braço gigante em volta do meu pescoço. Eu bato em suas costas e ombros, em qualquer lugar que posso, mas não funciona.

— Mani! — Ouço uma quarta voz gritar com minha terapeuta, presumo que seja a namorada dela.

— Shawn, pare! Pare! Pare!

— Camila! — Eu a chamo, desesperada para encontrar uma nova força para lutar contra seu marido enorme.

— Você está a machucando! Pare com isso, por favor! Apenas pare, Shawn! Por favor! — Eu posso ouvi-la chorando entre seus gritos e me dói mais ouvi-la tão chateada do que ter alguém me espremendo até a morte. — Por favor, Shawn, não a machuque!

— E quanto a mim?! — Ele grita, apertando com mais força e eu oficialmente entro em pânico quando mal consigo respirar. Ele me coloca na mesa, de novo, e tento ficar de pé, mas está ficando mais difícil a cada respiração curta.

— Vocês duas me machucaram!

Eu rosno para isso e como se ele não estivesse me sufocando, eu uso o que resta da minha energia e consigo dar um soco em suas bolas. Ele imediatamente me solta e, quando o faz, não dou um segundo para ele se preparar para o soco que dou em seu queixo.

— Você a machucou primeiro! — Eu mal digo acima de uma voz interior. — Você não estava lá para ela quando ela precisava de alguém! — Minhas palavras saem quebradas entre respirações e é doloroso respirar ou mesmo mover meu pescoço.

— Todo mundo fora! — Normani diz, apontando para os policiais que invadiram o bar. Ela agarra a mim e a Shawn e nos puxa pela porta dos fundos. — É melhor vocês dois darem o fora daqui ou vocês dois serão presos.

Eu olho para Shawn, ele parece estar tentando pesar suas opções.

— Se mexa, Mendes, ou você estará dizendo “tchau, tchau” para o seu escritório chique, assim que seu chefe descobrir que você foi preso por agredir uma mulher!

Ele chuta uma lata de lixo e aponta para mim.

— Não acabou, Jauregui! — Ele ameaça, antes de correr para o carro.

— E você! Dê o fora daqui! Você tem sorte de eu não ligar para o seu oficial de justiça e fazer com que você seja presa, apenas por pressioná-lo. Autodefesa ou não, a liberdade condicional não tolera esse tipo de incidente levianamente! Eu vou dizer aos seus amigos que você foi para casa, e Dinah vai levar Camila para a nossa casa.

— Esse é o primeiro lugar que ele vai procurar! — Digo a ela. — Você o viu lá! Ele não vai ouvir ninguém! Não quero que ela se machuque!

— Apenas vá, Lauren!

— Leve-a para a casa da mãe dela... Por favor. Eu sei que ela vai protegê-la e sei que ele não vai a lugar nenhum perto de lá. Ele não a suporta.

— Ok, tudo bem. — Ela balança a cabeça e me enxota com a mão.

— E diga a ela que sinto muito... Que a amo. Diga a ela para me ligar quando estiver na casa da mãe, que não vou dormir até ouvir sua voz.

— Ok, agora vá. — Ela ordena, olhando por cima do ombro. — Vá antes que eles te encontrem.

Eu aceno e corro para minha caminhonete, enquanto alguns dos outros moradores de bares lotam a rua.