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História Spilled Blood - Sope - PRÓLOGO


Escrita por: staysope

Capítulo 2 - PRÓLOGO


O porão pouco iluminado e abafado que comportava em média quinze pessoas - mesmo que sempre fosse usado para abrigar mais, estava praticamente vazio dessa vez. Exceto por Min Yoongi e seu melhor amigo, Hongjoong.

Yoongi, por mais que portasse uma carranca no rosto quase sempre, agora estava tranquilo, suas expressões relaxadas enquanto tinha as pernas esticadas em cima de uma mesinha de centro velha e empoeirada.

— Como assim, entediado? - Hongjoong pergunta. Seu tom é completamente de indignação, tanto que sequer aceitou sentar-se novamente no sofá à frente do amigo.

— É, entediado. Eu não posso correr o risco de ser pego arquitetando outro plano. - Enquanto o mais velho falava, formava um bico nos lábios e até parecia manhoso. Seu olhar preso no homem de pé acompanhava cada um dos movimentos de contestação.

— E pra isso você elabora um plano de se infiltrar na polícia, é isso? Fica entediado e enfia a própria cabeça no cu?! - Joong para de andar, afasta os cabelos da testa e novamente volta a balançar as mãos de maneira ansiosa. — Eu não vou deixar que você faça isso. Você é louco, Yoongi, LOUCO!

Yoongi, por sua vez, riu. Estralou cada um dos dedos da mão, mantendo o sorriso ladino. Se preparou para levantar e assim que fez, aproximou-se do amigo segurando-o pelo ombro.

— Eu não pedi por permissão. Avisei a você que estaria fora, se quer ser um bom braço direito, passe a agir como um. Assuma a segurança.

Sem mais nenhuma palavra o homem apertou os bíceps do outro e saiu, não dando tempo para que ouvisse a resposta. Mas o que ficou para trás não estava nada contente com o que havia descoberto.

•••

Jung Hoseok costumava a caminhar todos os dias no mesmo horário. Quatro e quinze da manhã. Intercalava seus trotes com corridas ritmadas ao redor do parque à frente de seu prédio. Voltava para o apartamento às cinco. Mesmo aos domingos, Hoseok fazia o mesmo, sempre e sempre. O homem só se permitia dar pausas quando estava doente - e olhe lá. Ainda teimava muito com sua mãe que o cuidava nesses períodos de enfermidades.

O suor pingava se sua franja direto na regata que dava valor aos braços malhados e peitoral mais definido do acastanhado. Jogou as chaves na bancada de mármore claro e apertou para ouvir os recados da secretária eletrônica.

Os mesmos de sempre.

Taehyung o convidava para sair depois do expediente, sua mãe perguntava como ele estava se sentindo, algumas ligações que ele mesmo fazia para casa para se lembrar do que deveria comprar.

— ...Iogurte, queijo e peras. — A voz, um pouco modificada pelo aparelho eletrônico finalmente parou de soar. Jung anotou novamente a lista de compras, mesmo já tendo salvado nas notas do celular, colou um post-it em sua carteira para não correr o risco de realmente esquecer o que deveria comprar.

Finalizou de comer uma barra de cereal e caminhou para o quarto começando a despir-se. O amorenado era metódico, tudo em sua casa era extremamente organizado. Ele se sentia inquieto quando qualquer coisa estava diferente do que ele havia organizado.

Todo o seu quarto era em tons off-white. Uma das grandes paredes de um vidro muito resistente, e com uma bela vista de Seul, estava metade tampada pela cortina. A cama já organizada com todos os oito travesseiros que o homem gostava de se encolher sobre. O edredom esticado sem nenhuma dobra ou amassado.

A televisão voltou a ser escondida em seu espaço no teto assim que Hoseok apertou o controle. Colocou seu celular em cima do carregador magnético e quando o aparelho ligou a tela revelando o horário, o moreno esperou ou minutos virarem, e só assim, seguiu para o banho.

Ligou os jatos do chuveiro e sentiu a água morna em seus cabelos e costas. Os jatos firmes massageavam seus músculos tensos e aos poucos ele ia relaxando.

- Bom dia, chefia. – Taehyung, cujo havia uma chave reserva do apartamento de seu superior e homem-que-ele-beija-às-vezes, adentrou no quarto, rolou os olhos pelo cômodo, girou nos próprios pés até o rumo da porta do closet.

- Bom dia, Taehy. – O outro respondeu enfiando a camisa social por dentro da calça, se virou para o moreno mais alto fechando alguns botões da camisa. Assistiu o amigo sorrir abertamente e estender uma gravata preta. – Mas...

- Sim, Hoseok, ela combina com o tom da calça, não se preocupe. – Aproximou-se do menor e passou a gravata por seu pescoço fazendo o nó perfeito e alinhando com o corpo. – Trouxe mais alguns papéis, posso te explicar sobre o novo caso enquanto vamos para o trabalho.

Durante o trajeto, Hoseok dirigia sua Rolls-Royce Cullinan Black Badge e ouvia o homem ao seu lado dando o relatório do novo caso. Cada palavra ouvida era absorvida pelo detetive, ele tentava ao máximo não expressar nenhuma reação, mas para ele, era a maior fofoca já ouvida.

- Então, Namjoon decidiu que juntarão um cara chamado Suga. Pelo visto ele é criminoso, assim... ninguém nunca conseguiu pegar ele, ou provar alguma coisa. Mas ele sabe demais para meu gosto. – Taehyung largou a pasta em cima das coxas e começou a procurar pelas fotos do homem. Hoseok parou no semáforo e segurou as cinco fotos que lhe foram entregues.

- Taehy, querido, não trate as pessoas dessa maneira. Não devemos pré-julgar ninguém.

- Mas você é um detetive! O melhor da Ásia!

- O melhor por ser diferente, anjo.

Hoseok analisou as fotos do homem de pele pálida, cabelos pretos, olhos miúdos e boca fina. Ele o achou interessante. Gostou da ideia inovadora de se juntar com alguém que continha informações. muitas vezes, um caso poderia durar meses por falta de informações.

•••

- O que é isso? Puta merda. – Hoseok perguntou, mas levou uma cotovelada na ponta do estômago o fazendo encolher com dor.

- Não fala nada, ele assistiu Cruella e adotou esse novo...visual. – Namjoon tentou defender seu marido. Seokjin havia acabado de pisar para fora do elevador. Seu cabelo metade preto metade branco chamou atenção de todo o andar que, mesmo trabalhando, se esticaram por cima das divisórias de suas mesas para encarar o homem.

Kim Seokjin, usava uma jaqueta de couro com ombros pontudos e uma calça muito brilhosa. Sua pasta entre os braços enquanto caminhava lentamente pelo corredor acenando de maneira animada para algumas meninas que ele havia feito amizade.

Hoseok no final do corredor segurava o riso mordendo fortemente o lábio, poderia apostar que seu rosto estaria completamente avermelhado. Sua barriga ainda doía da cotovelada dada pelo amigo, mas ele sabia que a vontade de rir conseguiria ser ainda pior.

- Bom dia, Jung. – O Kim mais velho estendeu a mão para que o detetive a beijasse. O homem acabou soltando o riso que tanto segurava e negou com a cabeça. – Vai beijar sim.

Após completar a fala, Jin bateu a bengala que segurava na cabeça do Investigador, esse que se apressou logo para beijar a mão do jornalista.

- Bom dia, senhor Kim. – Agora ele esticava a mão para Namjoon. O mais alto não demorou um minuto sequer para segurar os dedos finos e gélidos e beijar o dorso da mão do homem, mantendo um olhar fixo ao de cabelos metade descoloridos.

- Vamos, minha sala, agora.

Os três se juntaram na sala de Namjoon, Taehyung foi o último a entrar, segurando quatro copos de café e começou a dividir entre as pessoas sentadas ali.

- Qual bafão da vez? – Seokjin cruzou as pernas e começou a arrumar seus papéis em cima da mesa de Hoseok.

- Bafão que o senhor não vai divulgar nadinha, nadinha. – Hoseok se pôs a falar. Apoiou a mão no queixo e encarou o casal a sua frente. Ambos mantinham uma distância de um passo um do outro no sofá.

Por mais que ambos fossem casados, tentavam manter a relação entre trabalho mais privada. Já existiam perigos demais na vida de Namjoon, e ele não queria envolver o marido em perigo. O mesmo acontecia com Seokjin, embora não trabalhasse diretamente com os crimes, era sempre motivo de ódio por ser linha de frente na produção das melhores manchetes de notícias da Coréia.

- Se ele divulgar a identidade de quem nos ajudam podem ir atrás dele. E que eu me lembre, ele exigiu total segurança. – Namjoon cruzou os braços em frente ao peito.

- Certo, certo, mas vocês não podem deixar nada escondido da imprensa. Por isso vou divulgar apenas que o caso receberá ajuda especial. Por mais que tentem se enfiar, essa notícia será minha e eu quem vou acompanhar vocês. Então, não se preocupem, nada será divulgado sem passar na minha mão primeiro.

Hoseok agradeceu deixando um sorrisinho em direção ao amigo, mas logo o silêncio de fez presente, sendo quebrado apenas oito minutos depois quando o telefone na mesa do superior tocou.

- Mande-o subir, Taehyung irá o receber.

O detetive deu dois tapinhas na bunda do auxiliar sentado bem em cima de sua mesa. Sem reclamar, levantou-se, pediu licença aos seus superiores e saiu da sala indo de encontro a Suga.

•••

Yoongi foi autorizado a subir pelo elevador. Apresentou o cartão dado a ele na entrada e durante os segundos que ficou preso na caixa de metal, suspirou arrumando os fios de cabelos que saiam do boné preto com argolas.

As portas se abriram, e novamente ele foi barrado por um homem, bem maior que ele, forte. Em sua cabeça comparou o cara com um dos agentes de MIB, achou engraçado e acabou sorrindo leve por debaixo da máscara.

- Ele está comigo.

Taehyung tocou o ombro do segurança e se inclinou levemente para frente fazendo uma reverencia educada ao suspeito. Yoongi não fez o mesmo, apenas piscou os olhos miúdos algumas vezes enquanto esperava que o garoto magro começasse a andar.

O assistente se contrariou, mas não deixou transparecer.

Guiou o menor até a sala de Hoseok e fechou a porta logo após ter entrado.

Hoseok e os demais presentes na sala se levantaram automaticamente e receberam Yoongi com saudações educadas. Yoongi mais uma vez nada fez. Seus únicos movimentos foram o de tirar a máscara que cobria seu rosto e guardar no bolso da calça jeans preta.

Por trás da mesa, após se sentar, Hoseok observava atentamente o novo parceiro de trabalho. Ele vestia de uma maneira elegante e ao mesmo tempo despojada. Os sapatos não eram sociais, mas eram bem engraxados. Os cintos eram de marcas caras, no entanto, a camisa parecia ter sido comprada em uma loja de conveniência.

- Ficará parado aí apenas julgando roupas ou começará a dizer os planos para o caso? – O homem de pele pálida disse de maneira calma, não havia nenhuma alteração de estresse na voz, mas ficou curioso da maneira que o mais novo o olhava.

Poderia ser muito calado, mas era um bom observador.

- Olhe seu jeito de falar. Não está conversando com um civil. – Taehyung tomou as dores do chefe, mas foi interrompido pelo mesmo quando este ergueu a mão como se pedisse silêncio.

- Me chamo Jung Hoseok. Mas durante o trabalho você me chamará de Hobi.

- Suga. Vinte e nove anos. É tudo o que você precisa saber de mim. – Se sentou na poltrona do outro lado da sala ficando de frente aos Kim. Já havia percebido a maneira como Seokjin era chamativo. Havia o estudado bem, e pelos seus conhecimentos sabia que a tintura em seu cabelo era recente. – Maneiro. Ficou melhor que antes.

Se dirigiu ao homem mais velho com os cabelos descoloridos.

- Espera, você me conhece?

- Eu conheço todos vocês. – O sorriso de Yoongi tomou conta dos lábios finos. Taehyung sentiu ainda mais seu ódio borbulhar no estomago, havia o achado mesquinho. Namjoon, por outro lado, apenas assistia o homem a sua frente, tentando capturar cada característica e buscar em sua mente alguém parecido com ele. Nada. Ninguém. Era a primeira vez que estava vendo o homem.

- Kim Namjoon. Chefe de investigação da polícia de Seul. Trinta anos. Não deixa que muita gente fora do seu círculo de amigos saiba, mas é casado com Kim Seokjin, um dos maiores jornalistas...

- O maior jornalista, mais respeito, por favor. – Seokjin atrevidamente o interrompeu e levou um aperto do marido.

- como eu ia dizendo, um dos maiores jornalistas de casos criminais. Tem trinta e dois anos. Só não vou dizer o restante das informações pois acho um pouco antiético, sabe, dizer assim, na frente de todos. – Yoongi deu de ombros, circulou o olhar pela sala.

Hoseok continuava a assistir a cena calado, mas intrigado com a maneira que o tal Suga agia. Ele queria sorrir abertamente, achou muito peculiar o olhar felino do homem sentado à sua esquerda.

Estava empolgado para começar logo os serviços.

- Já lhe informaram a respeito do caso? – Jung se levantou da cadeira, deu a volta em sua mesa e sentou-se sobre a madeira, deixando uma perna mais esticada enquanto a outra coxa dava apoio no móvel.

Yoongi batalhou consigo para não admirar as coxas fartas e bem desenhadas marcadas na calça do mais novo. Ele era astuto, observou aquelas partes e ergueu o olhar pela cintura fina abraçada pelo cinto de couro e em seguida pelo paletó sem nenhum amassado.

- Sim. Kang Sunwoo, setenta e três anos, encontrado morto em sua mansão. O velhote pervertido de merda. – teve que segurar a expressão de extrema raiva, e logo conseguiu continuar o que dizia. – Estava ligado com leilão de garotas de onze a quinze anos.

- Por mim eu dava caso como concluído. O cara era filha da puta, morreu, nossa que pena. Próximo. – Seokjin começou a se expressar e arrancou uma gargalhada de Yoongi.

Não foi um riso contido. O homem realmente achou graça disso.

- Bom, na verdade eu preciso concordar com você, mas o velhote era rico, tinha influência e eles querem provas e seu assassino preso. – Deu de ombros se curvando para servir um pouco de água no copo de cristal.

- Além disso que suspeitamos que o assassino seja o mesmo envolvido nos oito casos sem solução do nosso mural. – Namjoon respondeu virando um pouco o corpo para o marido.

Taehyung, cansado de ficar de pé, se sentou na beirada do sofá, mais perto de Seokjin, se recusando a se aproximar mais do que deveria do homem suspeito e continuou calado, encarando Suga descaradamente.

- Temos algumas ligações com os crimes. Todas as vítimas são homens, dos nove, sete são extremamente influentes e milionários. Todos estão envolvidos com algum tipo de crime não suspeitado pela polícia antes, mas o assassino deixa todas as provas impressas sobre o corpo do homem. – Jung Hoseok se pôs a falar e todos prestavam muita atenção em suas palavras.

Min não o olhava, apenas encarava seu copo com água e concordava com a cabeça.

- E quais foram os crimes envolvidos nos outros oito casos? – finalmente tomou coragem para perguntar. Não que ele não soubesse de tudo aquilo, mas se fosse para se infiltrar, teria que fazer direito.

- Sem citar nomes, a vítima número um estava envolvida com venda de recém-nascidos em uma clínica pediátrica fantasma, onde as mulheres davam à luz e ele alegava que a criança havia nascido morta. A vítima número dois era um professor universitário que abusava de suas alunas durante aulas extras de reforço que ele mesmo fazia por conta própria... – Hoseok começou a citar caso por caso que havia gastado noites em claro quebrando a cabeça para tentar entender e ligar os pontos em busca de um assassino. 

                                                                                                ---

Prólogo postado, atualização oficial dia 1 de novembro. 
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