1. Spirit Fanfics >
  2. Sprilly: Grandes Mistérios >
  3. O começo

História Sprilly: Grandes Mistérios - O começo


Escrita por: JheyVanessa

Capítulo 1 - O começo


Analisei cautelosamente meu reflexo no espelho, estava quase pronta, a não ser por um pequeno mas não menos importante detalhe, faltava o batom vermelho. Depois de passá-lo me senti um pouco mais confiante, era Incrível como um simples batom podia realçar tanto a beleza de uma mulher e ao mesmo tempo conferir a ela tamanha segurança.

Escutei meu celular apitar indicando que havia chegado mensagem, dei uma última olhada em minha aparência e satisfeita com o que vi segui em direção a sala onde o aparelho se encontrava. Era de Júlia, minha melhor amiga, avisando que já estava me esperando no estacionamento do prédio. Combinamos de ir juntas a uma boate, como fazíamos em praticamente todas as sextas a noite. Peguei minha bolsa de mão e sai do apartamento, ativei o alarme e caminhei pelo corredor bem iluminado até o elevador. Quando entrei vi que tinha companhia, um rapaz que aparentava ter uns vinte e poucos anos iria ao mesmo lugar que eu. Apenas sorri fraco para não passar por grossa e voltei meu olhar para o chão, odiava as conversas monótonas de elevador e não queria dar espaço para flertadas da parte dele, mas logo percebi que seria inevitável pela forma como me encarava.

-Pô! Tu é gata, hein? -Se aproximou me olhando de cima a baixo -Com certeza essa descida de elevador é a mais empolgante da minha vida. -Sorriu de uma forma malíciosa o que de certa forma me causou um certo incômodo.

-Obrigada. -Respondi sem emoção alguma na voz, apenas por educação. 

-É a mina mais linda que já vi por aqui. -Levantou uma das mãos com o objetivo de tocar meu cabelo, me afastei antes que pudesse realizar a ação.

-Eu agradeço -Olhei para o teto torcendo para que aquela conversa, que mal havia começado, chegasse ao fim.

-Eu queria ser o teu desodorante. 

-Hã? -Aquela frase parecia estar totalmente fora de contexto. Olhei-o nos olhos pela primeira vez com a sobrancelha arqueada, a dúvida era evidente em minha expressão. Pude perceber que  ele não era um rapaz feio, mas também não chegava a ser bonito.

-Pra poder ficar entre seus braços. -Completou. Eu tentei segurar mas não aguentei, ri na cara dele. Aquela sem sombra de dúvidas, era a pior cantada de todas que recebi até hoje. Será que funcionava com alguma garota? -Olha só! Consegui arrancar um sorriso da gata. -Comemorou diminuindo a distância entre nós novamente. -E que sorriso maravilhoso, hein? - Meu deus, porque?! Porque tenho que morar em um dos últimos andares? 

-Eu não estou rindo pra você, estou rindo de você. -Respondi tentando manter a paciência que se esvaia rapidamente, esse tipo de cara que dava tiro pra todos os lados me irritava profundamente.

-E ai, o que vai rolar? -Parecia que ia me agarrar a qualquer momento, não me sentia nem um pouco confortável com a situação. A porta do elevador abriu e eu sai de lá as pressas para que ele não tivesse chances de me alcançar, espero que isso tenha sido uma resposta bem clara para sua pergunta. Nada ia rolar.

 Logo avistei o carro de Júlia, ela acenava pra mim, entrei no veículo sem nem sequer olhar para trás. 

-Oi, amiga! -Ela me abraçou empolgada, retribui o abraço brevemente. -Que cara é essa Jaque? -Minha expressão de ódio não passou despercebida. 

-Os homens são uns babacas. -Cruzei meus braços. -Acredita que... -Fui interrompida por batidas no vidro. O carinha do elevador gesticulava insistentemente do lado de fora. 

-Não abr... -Era tarde de mais.

-Pô, gata! Tu nem me passou seu celular. 

-Talvez em um dos seus sonhos mais insanos eu te passe meu número. -Apertei o botão e o vidro subiu, abafando sua maldita voz irritante.  Era oficial, minha paciência tinha acabado, desejava nunca mais ter que vê-lo.

-Posso ir? -Júlia perguntou demonstrando confusão na voz, provavelmente sem entender nada do ocorrido.

-Deve! -Ela arrancou o carro e então saímos do estacionamento.

-Porque você foi cruel com o garoto Jaqueline? 

-Vai por mim, ele mereceu. 

-Você sempre acha que eles merecem. -Sorriu sem desviar a atenção do trânsito.

-Ei, isso não é verdade!  -Coloquei uma de minhas mãos sobre os peitos fingindo falsa indignação.

-Nunca falei uma verdade tão autêntica em minha vida! -Brincou.

-É, talvez você tenha razão. Mas eles sempre merecem mesmo. -Sorri também. Notei que passamos da rua em que deveríamos entrar. -Você não vai pegar a Joana? -Joana era uma amiga nossa que geralmente nos acompanhava nas noitadas.

-Ela voltou com aquele namoradinho escroto dela -Ju fez uma pausa e revirou os olhos. -De novo. 

-Sério? -Bufei -Esse cara ta dominando a vida dela, pensa que ela é propriedade dele. Viu só?  Mais um motivo para considerar os homens uns imbecis. 

-Primeiro a Carol e agora a Joana -Ela balançou a cabeça negativamente. -Parece que agora somos só nos duas. 

-É, parece que sim. E por mim assim vai ser pelo resto da vida. -Liguei o rádio e troquei de estação até achar uma música que nós duas gostávamos. Fomos cantando e conversando alegremente durante todo o percurso. 

...

Já se passavam das duas da manhã e eu não sentia vontade nenhuma de ir embora, o local estava muito agradável. Faziam horas que não saíamos mais da pista de dança, estávamos literalmente curtindo a festa.

-Aquele cara fofinho não para de olhar pra você desde que chegamos, Jaque! -Julia teve que gritar para que eu pudesse escutar graças a música alta.

-É, eu notei. -Tomei um gole da minha bebida e o olhei brevemente.

-Pra dizer a verdade, é mais fácil falar quem não esta olhando pra você.  

-Eles também estão de olho em você, acho até que está ofuscando meu brilho. -Brinquei.

 -Quanto a isso não se preocupe, brilhamos igualmente. -Rimos. -Mas e ai, algum deles te interessa?

-Pra falar a verdade faz um bom tempo que nenhum cara me interessa, mas talvez fique com um hoje .-Disse indiferentemente dando de ombros -Tem teias de aranha em lugares inadequados, se é que você me entende. -A última frase falei um pouco mais baixa, apenas para que ela escutasse.

 -Você é ridícula Jaque! -Falou com humor enquanto ria.

-Acho que é a bebida fazendo efeito. -Tomei mais um gole, era a terceira ou quarta dose de caipirinha.  -Mas aliás, pra que mais os homens servem? 

-Pra trocar lâmpadas talvez? -Também bebeu um gole da bebida que segurava.

-É, talvez. -Rimos.

-Quem sabe um dia algum sirva pra casar? -Júlia fazia o tipo que acreditava em amor mesmo em pleno século XXI, encontrar alguém que pudesse envelhecer ao seu lado era um de seus maiores sonhos. Quanta ingenuidade!

-Não, isso não é pra mim não. -Falei com segurança na voz, balançando a cabeça negativamente. 

-Você só tem 24 anos, com certeza ainda irá mudar de ideia. 

-Olá, garotas! -Dois caras se aproximaram, nos interrompendo. 

-Oi. -Julia os cumprimentou com um sorriso e eu fiquei calada. 

-Vocês são lindas! Como se chamam? -O que parecia ser maior falou.

-Eu sou Júlia e ela é a Jaque.

-Jacqueline -Corrigi com um meio sorriso no rosto.

-O que acham de nos sentarmos em algum lugar pra trocarmos uma ideia? -Sugeriu.

-Claro. -Julia sorria, parecia ter gostado do rapaz menor, diferentemente de mim que não gostei de nenhum deles.

-Melhor não. -Disse sem qualquer cerimônia.  -Vou ao toalete, daqui a pouco volto -Pisquei pra Julia e sai andando, não queria atrapalhar os esquemas de minha amiga. Logo senti um puxão no meu braço, odiava quando me tocavam de maneira agressiva, era uma das únicas coisas que detestava em baladas.

-Ei! -O cara maior de antes, que era ruivo e tinha sardas por todo o rosto, falou -Sabe, eu fiquei a fim de ficar com você.

-Você não faz meu tipo, desculpe. -Desvencilhei meu braço da mão dele e continuei meu percurso.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...