Por Muggle_Sounds
Capítulo 1 - O Começo de Uma Nova Temporada
O sol recém-nascido pintava o céu em tons suaves de laranja e rosa, enquanto a cidade aos poucos despertava. Nas ruas movimentadas, o som dos passos apressados e das conversas baixas era acompanhado pelo ronco ocasional de um motor distante. O ar fresco da manhã carregava consigo a promessa de um dia tranquilo, típico de um final de semana. As lojas e cafés ao longo da rua ainda estavam fechados, suas portas de vidro refletindo a luz suave do amanhecer.
Não muito longe dali, uma pequena floricultura começava a ganhar vida. Suas vitrines estavam decoradas com uma variedade de flores coloridas, que ainda estavam cobertas pelo orvalho da noite anterior. Lá dentro, o ar estava impregnado com o cheiro doce e terroso das flores frescas e do solo úmido. O ambiente era acolhedor, com prateleiras de madeira escura e balcões de mármore branco, cuidadosamente organizados para exibir a beleza das flores.
A proprietária, Claire, estava atarefada, verificando os últimos detalhes antes de abrir as portas para o público. Ela ajustava delicadamente os arranjos de flores, certificando-se de que cada pétala estivesse perfeitamente posicionada. A luz suave da manhã atravessava as janelas da floricultura, iluminando os arranjos e criando uma atmosfera calma e convidativa. Era o início de mais um dia em que aquele pequeno oásis de cores e fragrâncias se tornaria um refúgio de serenidade em meio à agitação da cidade.
No balcão da floricultura, Alex, um jovem de olhar atento e mãos ágeis, estava concentrado em organizar alguns arranjos florais. Seus dedos se moviam com destreza, ajustando cada haste e folha com cuidado, buscando a harmonia perfeita entre as cores e formas. Ele estava inclinado sobre o balcão, os olhos fixos nas flores, mas havia um sorriso brincando em seus lábios.
Claire, a proprietária, passava por perto, ainda verificando se tudo estava em ordem antes da abertura. Ela franzia levemente o cenho, sua dedicação inabalável evidente em cada movimento. Ao ver a expressão determinada de Claire, Alex não pôde deixar de soltar uma observação bem-humorada.
— Claire, pega leve... — disse ele com um tom brincalhão, sem desviar o olhar dos arranjos. — As flores não vão fugir, eu prometo.
O comentário fez Claire parar por um instante. Ela olhou para Alex e, ao perceber a expressão divertida no rosto dele, soltou uma pequena risada.
— É, acho que você tem razão. — Claire respondeu, deixando escapar um sorriso suave, a tensão de sua postura suavizando-se momentaneamente.
Por um breve momento, o ambiente da floricultura ficou mais leve, preenchido pelo som da risada compartilhada entre eles. O vínculo de cumplicidade que haviam construído ao longo dos dias de trabalho juntos se manifestava nessas pequenas interações, onde o profissionalismo encontrava a leveza do bom humor. E, enquanto as flores permaneciam em seus lugares, a atmosfera dentro da loja parecia mais viva e acolhedora.
Com um suspiro leve, Alex levantou a cabeça do balcão onde estava trabalhando e olhou para Claire com uma expressão curiosa.
— Claire, você vai sair hoje? — perguntou ele, tentando disfarçar uma pitada de preocupação em sua voz.
Claire, que estava ajustando um vaso de lírios perto da entrada, parou por um momento e voltou seu olhar para Alex. Ela sorriu, mostrando a confiança que sempre tentava transmitir a ele.
— Sim, vou sair para resolver alguns compromissos pessoais — confirmou Claire, sua voz tranquila. — Mas prometo que estarei de volta antes do pôr do sol. Não se preocupe em fechar a loja sozinho.
Ela deu um leve aceno de cabeça, como se sua presença constante na loja pudesse ser substituída por essa simples promessa. Alex, aliviado, relaxou um pouco e sorriu de volta, a tensão em seus ombros diminuindo.
— Que bom saber disso — disse Alex, seu tom agora mais descontraído. — Vou ficar de olho nas coisas por aqui, então. Aproveite o seu dia.
Claire riu suavemente, apreciando a confiança e a dedicação de Alex. Ela terminou de ajustar o vaso e, com um último olhar para a floricultura, dirigiu-se para a saída, deixando a loja em um estado de perfeita organização.
Enquanto Claire saía, Alex voltou a se concentrar em suas tarefas, o ambiente da loja ainda impregnado com a sensação de tranquilidade proporcionada pela presença amigável e pelas promessas cumpridas.
Enquanto Alex se concentrava em ajustar alguns arranjos na bancada, o tilintar do sino da porta anunciou a chegada de alguém. Ele imediatamente ergueu o olhar, esperando ver a silhueta de um cliente entrando na loja. Com um gesto automático e formal, ele se preparou para dar as boas-vindas.
— Bom dia, bem-vindo à... — Alex começou, mas sua saudação foi interrompida por uma voz familiar que cortou o ar com uma leveza descontraída.
— E aí, Alex! — a voz de Mateo soou com uma camaradagem evidente, misturada com uma pitada de informalidade. — Como estão as flores hoje?
Alex virou-se rapidamente, seus olhos se iluminando ao reconhecer o amigo. Mateo estava na porta, com um sorriso amplo no rosto e uma energia que parecia iluminar a loja ainda mais. Ele carregava uma bolsa de trabalho e parecia estar tão à vontade quanto se estivesse em sua própria casa.
— Mateo! — exclamou Alex, a surpresa dando lugar a um sorriso genuíno. — Que bom te ver. O que traz você por aqui?
Mateo entrou na loja, retirando o casaco e pendurando-o no cabide próximo. Seus movimentos eram relaxados e naturais, refletindo a confiança que ele tinha em sua amizade com Alex.
— Ah, só passei para te dar um alô e ver como está a vida florística — respondeu Mateo, dando uma rápida olhada ao redor, admirando os arranjos com um olhar crítico mas amistoso. — E, claro, aproveitar um pouco do cheiro das flores.
Alex riu, o som do sino da porta agora uma lembrança distante. Ele sentiu um alívio ao ver seu amigo, a formalidade de sua saudação inicial desaparecendo completamente. A presença de Mateo trouxe uma sensação de conforto e familiaridade ao ambiente da floricultura.
— Sente-se à vontade, então — disse Alex, fazendo um gesto para que Mateo se acomodasse em uma das cadeiras perto da mesa. — A loja está um pouco calma hoje, então temos tempo para um bom papo.
Mateo se acomodou, e os dois amigos começaram a conversar, suas vozes se misturando com o som suave das flores e o ambiente acolhedor da loja.
Enquanto Alex e Mateo conversavam e riam de alguns comentários divertidos, o ambiente da floricultura estava preenchido com um clima descontraído e acolhedor. As flores ao redor pareciam quase refletir a leveza da conversa, suas cores vibrantes contrastando com a luz suave que entrava pelas janelas.
Mateo, com um sorriso ainda no rosto, tomou um gole de café que havia trazido consigo e, após um momento de pausa, lembrou-se de algo.
— Ah, quase me esqueço — disse ele, olhando para Alex com um ar de leve curiosidade. — Maya me pediu para te avisar que queria falar com você.
Alex ergueu uma sobrancelha, a expressão curiosa agora predominando em seu rosto.
— Maya? — repetiu ele, tentando entender o motivo da chamada inesperada. — O que será que ela quer?
Mateo deu de ombros, um gesto de frustração misturado com uma leve ironia.
— Não faço ideia — respondeu ele, balançando a cabeça. — Ela não me contou o motivo, só disse que era importante e que você deveria falar com ela o quanto antes.
Alex franziu o cenho, surpreso pela falta de detalhes. A curiosidade começou a se misturar com um leve sentimento de ansiedade.
— Certo, vou dar uma ligada para ela e ver o que está acontecendo — decidiu Alex, começando a procurar seu celular na bancada.
Enquanto ele buscava o telefone, Mateo observava, ainda com um sorriso divertido.
— Boa sorte com isso — comentou Mateo, piscando um olho. — Ela tem um jeito de deixar as coisas interessantes.
Alex riu, movendo-se para pegar o celular. A atmosfera da floricultura, embora animada pela visita de Mateo, estava agora repleta de uma nova expectativa. O toque de preocupação de Maya e o mistério sobre o motivo da ligação adicionaram uma nova camada de interesse ao dia aparentemente tranquilo.
Mateo observava Alex mexer no celular, seus olhos acompanhando os movimentos rápidos dos dedos do amigo na tela. O sorriso descontraído de antes ainda estava presente em seu rosto, mas agora trazia uma pitada de reflexão. Ele sabia o quanto Maya podia ser imprevisível quando o trabalho a consumia.
— Ei, Alex — disse Mateo, interrompendo o silêncio enquanto se inclinava um pouco para frente. — Talvez ela não atenda o telefone agora. Pelo que eu sei, ela está na maior correria com uma confecção na empresa.
Alex parou por um momento, o dedo pairando sobre o botão de discagem. Ele olhou para Mateo, um pouco surpreso.
— É mesmo? — perguntou Alex, a preocupação em sua voz se misturando com um toque de compreensão. — Deve ser por isso que ela não explicou nada, então.
Mateo assentiu, cruzando os braços e se recostando na cadeira, sua postura relaxada contrastando com a agitação que ele imaginava que Maya devia estar enfrentando.
— Sim, a última vez que falei com ela, parecia que estava no olho do furacão. — Mateo riu levemente, mas havia um tom de simpatia em sua voz. — Acredito que ela esteja em uma daquelas maratonas malucas que só ela consegue encarar.
Alex soltou um suspiro e abaixou o celular, decidindo que talvez fosse melhor esperar um pouco antes de tentar ligar para Maya. Ele sabia que, quando Maya estava em modo de trabalho intenso, não havia muito que pudesse desviar sua atenção.
— Acho que vou tentar mais tarde, então — disse Alex, colocando o celular de lado. — Não quero atrapalhar o que quer que esteja fazendo.
Mateo deu um leve sorriso, satisfeito que Alex tivesse entendido a situação.
— Boa ideia. — respondeu ele, inclinando-se novamente na cadeira. — Ela vai te ligar assim que tiver um minuto livre, pode apostar.
A conversa voltou a um tom mais leve, mas agora com uma nota de consideração pelo que Maya devia estar passando. Mesmo sem saber exatamente o que ela queria falar com ele, Alex sentiu-se mais à vontade em esperar, sabendo que, quando a amiga estivesse pronta, o contato seria feito.
Mateo soltou um longo suspiro, o som carregado de uma leve desanimação. Ele passou a mão pelos cabelos, como se estivesse se preparando mentalmente para o que viria a seguir. O sorriso descontraído que ele havia mantido durante a conversa começou a desaparecer, substituído por uma expressão de resignação.
— Acho que está na hora de eu ir — disse ele, sua voz refletindo o desânimo que sentia. — Em duas horas, tenho que estar na empresa, e ainda preciso me preparar.
Alex, que estava organizando alguns papéis no balcão, ergueu o olhar para o amigo, notando a mudança no tom de voz de Mateo. Ele conhecia bem aquele som—era o sinal claro de que Mateo não estava exatamente empolgado com o que o esperava.
— Ah, entendo... — respondeu Alex, tentando esconder a própria decepção ao ver que o tempo juntos estava se esgotando. — O trabalho te chama, né?
Mateo assentiu, levantando-se da cadeira com um movimento lento, como se estivesse tentando prolongar o momento o máximo possível.
— Pois é, a rotina não dá trégua — disse Mateo, puxando o casaco do cabide e começando a vesti-lo. — Mas foi bom passar aqui e dar uma relaxada antes de encarar mais um dia.
Alex deu um leve sorriso, compreendendo o sentimento do amigo.
— Fico feliz que tenha vindo, mesmo que só por um tempinho — respondeu Alex. — Espero que o dia não seja tão puxado lá.
Mateo soltou uma risada curta, ajustando o casaco nos ombros enquanto pegava sua bolsa.
— Vou torcer para isso — disse ele, piscando para Alex. — E você, cuide bem das flores enquanto eu estou preso na selva de concreto, combinado?
Alex riu, dando um leve aceno de cabeça.
— Combinado. — ele respondeu, seu tom leve, mas com uma sinceridade que mostrava o quanto valorizava esses momentos de descontração com o amigo.
Mateo se dirigiu para a porta, mas antes de sair, ele se virou e acenou para Alex, um último gesto de despedida antes de enfrentar mais um dia de trabalho. O sino da porta soou suavemente quando ele saiu, deixando a floricultura mais tranquila, mas também um pouco mais vazia sem a presença animada de Mateo.
O dia transcorreu em uma tranquilidade quase meditativa na floricultura. Alex, imerso em suas tarefas, havia perdido a noção do tempo, concentrado em ajustar os últimos detalhes dos arranjos e organizando os pedidos. A suave melodia de fundo e o leve farfalhar das folhas eram as únicas companhias naquele momento.
De repente, o silêncio foi quebrado por um som repentino e enérgico. A porta da floricultura se abriu com um empurrão vigoroso, seguido por uma figura que entrou com uma animação contagiante. Era Maya, que adentrou o local com passos rápidos e uma energia que contrastava com a calma do ambiente.
— Alex! — exclamou Maya, sua voz carregada de entusiasmo.
Alex, que estava tão absorvido em seus pensamentos, não esperava aquela explosão de energia. Ele deu um pequeno salto, o coração acelerando momentaneamente, antes de perceber quem era. A surpresa foi tanta que ele deixou cair o catálogo de flores que segurava, seus olhos se arregalando de susto.
Maya, ao ver a reação exagerada de Alex, não conseguiu segurar a risada. Ela levou as mãos ao rosto, rindo de forma descontraída e divertida, a alegria estampada em cada detalhe de seu semblante.
— Ai, Alex! — disse Maya entre risos, enxugando uma lágrima que escapou do canto do olho. — Desculpa, eu não queria te assustar assim! Mas sua cara foi impagável!
Alex, ainda se recuperando do susto, passou a mão pelos cabelos e acabou rindo também, a tensão rapidamente se dissipando diante do riso contagiante de Maya.
— Poxa, Maya, você quase me matou do coração! — respondeu Alex, sua voz carregada de uma mistura de alívio e humor. — Mas confesso que você me pegou de jeito.
Maya, ainda rindo, se aproximou e deu um leve tapa amigável no ombro de Alex, mostrando o quanto apreciava a leveza daquele momento.
— Eu não resisto! — disse ela, piscando para ele. — Precisava ver sua cara. Mas, brincadeiras à parte, vim porque precisava falar com você.
O riso de ambos ecoou pela floricultura, enchendo o ambiente de uma energia positiva. A entrada inesperada de Maya trouxe uma nova vibração ao dia, que até então havia sido marcado pela tranquilidade.
Alex balançou a cabeça levemente, um sorriso divertido ainda no rosto, enquanto pegava o catálogo que havia caído.
— Mateo já tinha comentado que você queria falar comigo — disse ele, os olhos fixos em Maya, cheios de expectativa. — Então, fala logo! Estou morrendo de curiosidade.
Maya soltou um riso baixo, cruzando os braços de forma descontraída enquanto observava a expressão ansiosa de Alex. Ela adorava vê-lo assim, tão envolvido com as surpresas que ela sempre parecia trazer.
— Ok, ok, vou te contar — disse Maya, seu tom carregado de mistério, enquanto dava um passo à frente, como se estivesse prestes a revelar um grande segredo. — Na verdade, tenho uma surpresa para você.
Alex arqueou uma sobrancelha, o interesse só aumentando.
— Surpresa? — ele repetiu, inclinando-se ligeiramente na direção dela, como se isso fosse acelerar a revelação.
Maya fez uma pausa dramática, apreciando a expectativa nos olhos de Alex antes de continuar.
— Minha empresa está organizando uma confraternização para divulgar a nova coleção — começou ela, observando atentamente a reação de Alex. — E como eu conheço uma das melhores floriculturas da cidade, pensei que seria uma ótima oportunidade para te convidar.
Os olhos de Alex se iluminaram com a proposta. Ele piscou algumas vezes, absorvendo o que Maya acabara de dizer, antes de um sorriso de satisfação se formar em seus lábios.
— Uau, sério? — perguntou ele, a empolgação evidente em sua voz. — Você quer que a nossa floricultura cuide dos arranjos para o evento?
Maya assentiu, com um brilho de satisfação nos olhos.
— Exatamente. Achei que seria perfeito, já que você tem tanto talento com as flores e o evento precisa de um toque especial. E, além disso, é uma ótima chance de mostrar o seu trabalho para um público ainda maior.
Alex mal conseguia esconder a animação. A oportunidade parecia fantástica, não apenas para a floricultura, mas também como um reconhecimento do trabalho que ele tanto amava fazer.
— Isso é incrível, Maya! — disse ele, sua voz carregada de entusiasmo. — Eu adoraria ajudar com isso!
Maya sorriu, satisfeita por ver Alex tão empolgado.
— Sabia que você ia gostar da ideia — disse ela, dando um leve toque no braço dele. — E tenho certeza de que os arranjos vão ser um sucesso.
Os dois trocaram olhares cúmplices, compartilhando a empolgação com a perspectiva do evento. A tarde, que havia começado de forma tão tranquila, agora estava repleta de novas possibilidades e expectativas.
Em meio à conversa animada entre Alex e Maya, a porta da loja se abriu novamente, fazendo soar o familiar tilintar do sino. Ambos se viraram ao mesmo tempo, e lá estava Claire, retornando mais cedo do que haviam previsto. Ela entrou com passos leves, um sorriso curioso nos lábios ao notar a atmosfera elétrica que preenchia a floricultura.
— O que está acontecendo aqui? — perguntou Claire, arqueando uma sobrancelha enquanto seus olhos alternavam entre Alex e Maya. — Parece que estou perdendo alguma coisa divertida.
Antes que Maya pudesse abrir a boca para explicar, Alex, ainda tomado pela empolgação da novidade, se apressou a responder. Ele se adiantou, praticamente explodindo de entusiasmo.
— Claire, você não vai acreditar! — começou ele, a voz carregada de animação. — A empresa da Maya está organizando uma confraternização para lançar a nova coleção, e adivinha só? Eles querem que a gente cuide dos arranjos de flores para o evento!
O sorriso de Claire se alargou instantaneamente. Ela percebeu o quanto isso significava para Alex e, consequentemente, para a floricultura. Era uma oportunidade que poderia alavancar ainda mais o reconhecimento de seu trabalho.
— Isso é maravilhoso, Alex! — disse Claire, agora compartilhando da mesma energia contagiante. — Maya, que ideia brilhante! Essa é uma chance incrível para todos nós!
Maya, que estava prestes a explicar com mais detalhes, apenas sorriu, satisfeita ao ver a rápida compreensão e entusiasmo de Claire. Ela observou com prazer enquanto Alex e Claire trocavam olhares e sorrisos, já imaginando as possibilidades que essa parceria traria.
— Eu sabia que vocês iriam adorar a ideia — respondeu Maya, com um ar de satisfação. — E, honestamente, não poderia pensar em ninguém melhor para dar vida a esse evento com flores tão lindas.
Claire assentiu, ainda absorvendo a notícia, mas já com as engrenagens da mente girando, pensando nas cores, nas flores e em como fazer tudo ser perfeito.
— Alex, vamos precisar de muito planejamento para isso — disse ela, voltando-se para ele com um olhar sério, mas ainda carregado de entusiasmo. — Mas sei que, juntos, podemos fazer algo incrível.
Alex assentiu energicamente, sentindo a mesma determinação crescer dentro de si.
— Com certeza, Claire! Vamos dar o nosso melhor.
A floricultura, que antes tinha sido um lugar de calma e tranquilidade, agora estava repleta de uma nova energia, alimentada pela expectativa e pela promessa de um evento grandioso. As três figuras no meio daquele ambiente florido agora compartilhavam da mesma visão, prontos para transformar uma simples ideia em uma oportunidade inesquecível.
Claire, radiante com a notícia, se voltou para Maya com um sorriso que ainda refletia toda a animação do momento.
— Que notícia maravilhosa, Maya! — disse Claire, o entusiasmo evidente em sua voz. — Mas, me diga, quando será o evento? Quero me programar para que possamos organizar tudo com calma.
Maya, ainda sorrindo, respondeu com naturalidade, sem perceber a iminente preocupação que sua resposta causaria.
— Vai acontecer daqui a dois dias — disse ela, seu tom despreocupado. — A coleção já está pronta, então só precisamos ajeitar alguns detalhes.
A expressão de Claire mudou imediatamente. O sorriso largo deu lugar a uma expressão de surpresa e apreensão. Dois dias? Aquilo era muito menos tempo do que ela esperava. Claire respirou fundo, tentando processar a informação.
— Daqui a dois dias? — repetiu Claire, sua voz agora mais contida. — Isso é muito em cima... Eu... Eu não sei se conseguiremos preparar tudo a tempo. Provavelmente não teremos arranjos suficientes para um evento desse porte em tão pouco tempo.
Maya percebeu a mudança na postura de Claire e seu próprio entusiasmo começou a murchar. Ela soltou um suspiro desapontado e abaixou um pouco os ombros, já aceitando que a ideia talvez não fosse viável.
— Ah, entendo... — disse Maya, sua voz suavizando com um toque de tristeza. — Tudo bem, eu vou ver se consigo pedir para outra floricultura...
Antes que Maya pudesse terminar sua frase, Alex, que estava ao lado, interrompeu prontamente, a determinação evidente em sua voz.
— Não, espera! — disse Alex, com os olhos brilhando de uma confiança inesperada. — Eu posso cuidar disso, Maya.
Claire virou-se abruptamente para Alex, surpresa com a declaração. Seus olhos se arregalaram ligeiramente enquanto ela tentava entender o que ele acabara de propor.
— Alex, você tem certeza? — perguntou Claire, sua voz carregada de preocupação. — Isso vai ser muito trabalhoso, e você sabe que fazer tudo isso sozinho pode ser demais. Sem contar que não temos muitos arranjos prontos, precisaremos preparar tudo do zero.
Alex manteve seu olhar firme, determinado. Ele sabia que o desafio era grande, mas também sabia o quanto essa oportunidade poderia significar para a floricultura e para si mesmo. Com uma confiança renovada, ele respondeu.
— Eu sei que será difícil, mas podemos conseguir. Se começarmos agora e trabalharmos sem parar, tenho certeza de que podemos fazer isso acontecer. Além disso, é uma chance única, Claire. Não podemos deixar passar.
Claire o observou por um instante, vendo a seriedade em seus olhos. O coração de Alex estava naquilo, e ela sabia que ele não desistiria facilmente. Por fim, Claire suspirou, ainda com algumas dúvidas, mas tocada pela determinação de Alex.
— Tudo bem — disse ela, finalmente. — Se você acha que pode fazer isso, então vamos tentar. Mas saiba que vai ser exaustivo, e precisaremos de toda a ajuda possível.
Maya, que havia se mantido em silêncio durante o breve debate, agora sorria novamente, um brilho de esperança voltando aos seus olhos.
— Eu posso ajudar também! — disse Maya, se oferecendo. — Não sou nenhuma expert em flores, mas sei que posso dar uma mão com o que for preciso.
Alex assentiu, grato pela oferta de Maya e pela aceitação de Claire. A tensão do momento anterior começou a se dissipar, substituída por um novo senso de propósito.
— Obrigado, Maya — respondeu Alex, sua voz agora mais suave. — E Claire, eu prometo que não vamos decepcionar.
Com um plano em mente e a colaboração de todos, a floricultura foi novamente preenchida pela energia de uma nova missão. Eles sabiam que o tempo era curto, mas a determinação e o trabalho em equipe poderiam fazer milagres.
Continua..?
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