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História Springtime sunshine REVISÃO - Colega de quarto


Escrita por: krbk

Notas do Autor


DEMOREI DE NOVO (muito menos que da última vez ok). O cap tá pronto desde o fim de semana passado mas eu tava com preguiça de betar rs
Acho que pelo plot todo mundo já sabia o que ia acontecer né? E avisei no cap anterior sobre hot, e tá aqui, foi beeeeeem meia boca, eu só queria cumprir com o que falei, porquê o ngc real fica pro final da fic (inclusive, serão só cinco capítulos, ok?)
chega de enrolação e vamos a leitura
Eu betei isso de madrugada então se tiver algum erro podem me avisar ♥

Capítulo 3 - Colega de quarto


Kirishima estava hiperventilando.

Seus amigos pareciam não notar que o ruivo estava tendo uma crise eufórica entre eles, suas pernas tremiam e a latinha em sua mão chacoalhava junto. Seus olhos vidrados na figura do loiro sentado atrás da bateria, as baquetas girando entre os dedos compridos e aquele olhar firme em direção a platéia, como se os desafiasse. Eijirou estava tão fodido.

Kyouka pegou o microfone e se apresentou para o público, e o ruivo queria muito prestar atenção na amiga e colega de trabalho, mas seus olhos estavam treinados para ficar apenas sob a figura do loiro no fundo do palco. Os holofotes iluminavam cada um da banda e era fácil enxergar Katsuki mesmo que ele estivesse mais afastado. Houve um momento de aquecimento, todos os membros da banda testando seus intrumentos, e um momento depois a voz de Jiro ecoou pelo local.

Kirishima já tinha escutado a amiga cantar algumas vezes, principalmente enquanto ela exercia algum trabalho no caffe, mas com o ritmo de vários instrumentos e a energia positiva da música a vibe era totalmente diferente. Eijirou havia até esquecido seu nervosismo anterior para focar na mulher de cabelos roxos, sorrindo amplamente pela energia que Kyoka emanava de pé no palco improvisado. Seus olhos correram pelo local estreito e logo estava encarando um Kaminari energético, o ruivo sabia que seu amigo era muito talentoso com a guitarra – ele perdera a conta de quantas vezes o escutou tocar em seu apartamento – e vê-lo no palco lhe dava certo orgulho – os olhos de Denki fixados em Jirou o fez sorrir. Tokoyami estava mais afastado, ele era um cara que não gostava de muita atenção e isso poderia ser descrito no seu comportamento, visto que o moreno estava praticamente de costas pra a platéia.

E, por fim, o motivo dos espasmos físicos de Eijirou – em vários aspectos. Katsuki tocava bateria com uma agilidade incrível e ao mesmo tempo usando de força bruta para fazer seu trabalho. Os olhos vermelhos focados no instrumento a sua frente, seus braços e pernas em movimentos sincronizados com a batida. Uma gota de suor escorria pelo rosto pálido do loiro e Kirishima buscou tomar um gole de sua cerveja, ele precisava se distrair ou iria surtar antes do fim do show. Seriam seis músicas e ele tinha que se manter estável até o final – seria terrível se ele tivesse uma ereção ou um colapso nervoso apenas de observar o mais velho.

O ruivo já sabia as músicas de tanto que Kaminari as cantava em sua casa ou durante as sessões de estudo, mas ele estaria mentindo se dissesse que seu foco estava na vocalista. Katsuki sorria enquanto tocava e era aquele mesmo sorriso ameaçador que ele dedicava a todo mundo que julgava inferior, mas por Deus, essa era o mesmo sorriso que fazia o coração frágil do ruivo palpitar duas vezes mais rápido – e se ele fosse um pouco poético, diria que na mesma frequência com que Bakugo batia com as baquetas na bateria.

As pessoas a sua volta gritavam e alguns cantavam a música, arrancando sorrisos orgulhosos – a essa altura, Ashido já estava bêbada berrando o quão gostosos eram os membros da banda, Sero ria da namorada o tempo todo; Deku era um fraco para bebidas e já estava se apoiando em Iida como se o maior fosse uma tábua de salvação. Ochako e Momo curtiam as músicas gritando elogios para Jirou o tempo todo – Eijirou não podia dizer se a colega de trabalho os escutava, mas ela estava com as orelhas vermelhas a essa altura. Todoroki estava encostado as grades, apenas ouvindo a música, ele não era um grande fã do gênero mas apoiava seus amigos em qualquer coisa – e sua namorada estava se divertindo, então valia a pena.

Eijirou pediu sua segunda cerveja quando a terceira música começou. Seus olhos, assim como prometido, não desgrudavam do loiro explosivo ao fundo do palco e o ruivo acabava por decorar todas as expressões do mais velho – a forma como a língua do maior molhava constantemente seus lábios ressecados era uma distração e tanto pro seu coração. Às vezes eles faziam contato visual e o universitário estava prestes a ter uma taquicardia.

Hanta o observava com o canto do olho e Kirishima esperava não ouvir nenhuma piadinha sobre seu óbvio nervosismo, pois com Mina bêbada ele tinha certeza que todos ali saberiam o quão grande era sua paixão por Bakugo – Eijirou amava seus amigos, ele realmente o fazia, mas ele não iria negar que eles eram um bando de fofoqueiros.

O estudante de fisioterapia só se deu conta que a banda parou por um momento, apenas para descansarem um pouco, quando um Kaminari afobado pulou sob seus ombros, gritando alto em seu ouvido. Eijirou segurou o amigo da forma que podia, impedindo que ambos fossem ao chão, e Denki gargalhava alto por ter pego o ruivo de surpresa. O menor acabou roubando a latinha de cerveja entre seus dedos e tomando um bom gole, ainda eufórico. – “Eu estava um arraso, não estava?”.

Kirishima acabou rindo, achando graça em como Kaminari parecia convencido. – “Você foi ótimo, só precisa ter cuidado pra não babar enquanto olha pra Jiro”. – Eijirou tomou novamente sua cerveja e o mais velho lhe ofereceu um sorriso tímido. Hanta apareceu segundos depois, pelo visto estava tentando controlar a namorada enquanto a mesma se jogava sob Jiro e as outras meninas. O moreno apoiou o cotovelo sob os ombros do amigo e sorriu sacana em direção ao ruivo.

“Poderíamos falar o mesmo sobre você”. – Oh, Eijirou certamente merecia essa. Sero parecia presunçoso e prestes a falar mais alguma coisa quando Denki entrou em seu campo de visão, totalmente exasperado.

“Como assim você está de olho na Jirou também?! Eu pensei que você era gay!” – O loiro colocou as mãos na cabeça, agachando-se em frente aos amigos. Hanta gargalhou alto quando Kaminari começou a sussurrar que todas as suas chances estavam indo pro ralo caso Kirishima fosse seu rival no amor.

“Eu estava dizendo sobre como nosso amigo aqui não parava de encarar um certo bateirista”. – Denki finalmente voltou a si quando Hanta citou Bakugo, e logo o guitarrista estava animado de novo, passando os braços pelos ombros largos do ruivo.

“O que tem eu?”. – Assim que a voz rouca do loiro adentrou seus ouvidos, Kirishima sentiu seu coração dar um salto dentro do peito e depois, finalmente, parar de bater. Seus olhos arregalaram e Hanta começou a rir ainda mais alto – provavelmente sua expressão de puro pânico era cômica demais para seu amigo se controlar. Kaminari logo largou do ruivo e foi até o loiro mais velho, eufórico pela apresentação – mesmo que ainda faltassem duas músicas pra acabar.

“Nós estávamos falando o quão foda você estava naquele palco”. – E Deus abençoe Denki, Kirishima pensou, pois seu amigo sabia ser um ótimo mentiroso quando lhe convinha. Tomando coragem para encarar Katsuki, o menor finalmente virou em direção ao baterista, reprimindo um suspiro quando seus olhos se encontraram – agora, a poucos metros de distância um do outro. O estudante de artes estava com uma toalha envolta do pescoço e uma garrada d’água na mão, os fios platinados grudados a testa devido ao suor. Seu corpo todo naquele momento era uma distração para o ruivo, e ele provavelmente falaria algo idiota se tivesse forças para verbalizar alguma coisa.

“Eu sou sempre foda, idiota”. – Katsuki revirou os olhos e tomou mais gole de água, ignorando as palavras de Denki de como ele deveria ser mais humilde. Eijirou tomou um grande gole de sua cerveja – já quente – tentando amenizar seu nervosismo. Ele ainda não tinha ideia do porquê Bakugo fizera questão de sua presença e também de toda sua atenção nele – e não era como se o loiro precisasse pedir isso – e talvez ele estivesse ansioso de mais e nada de fato iria acontecer. Hanta deve ter percebido o clima entre eles e logo inventou uma desculpa – esfarrapada – de arrastar Kaminari com ele para longe dali – algo sobre ir ver Jiro, o que o loiro se animou na hora e correu na frente.

Agora, sozinho com o mais velho, Eijirou não fazia a menor ideia do que fazer ou falar. Ele e Katsuki nunca ficaram a sós por muito tempo antes e as raras ocasiões se resumiam em gagueira de sua parte e revirar de olhos pela do mais velho. Kirishima sempre foi elogiado por ser muito sociável e de fácil convivência, mas todo esse “dom” desaparecia quando o assunto era Bakugo – ninguém podia culpá-lo, Katsuki era lindo e qualquer pessoa ao seu redor se sentiria menosprezada apenas pela sua existência.

“Você veio”. – Katsuki estava caminhando em sua direção agora e o cérebro do ruivo parou de funcionar por alguns segundos. Ele só então percebeu que o mais velho estava falando com ele, já que não tinha mais ninguém ao redor – todos tendo se afastado de forma conveniente. Eijirou tomou mais um gole da cerveja, logo descartando de ingerir todo o conteúdo pois o líquido perdera o gosto devido a temperatura – e lhe deixando ainda mais tonto em um combo perfeito com a presença do loiro.

“Hum, sim. Eu estava ansioso pra ver você- digo, vocês tocarem”. – Ele logo ouviu a risada do mais velho, arrastando seus olhos de volta a figura esbelta do baterista. Talvez Kirishiam fosse um homem muito apaixonado ou Katsuki era lindo de mais pra ser um humano. Todo seu corpo lhe atraía, os braços fortes, as coxas grossas e mandíbula firme – o sorriso sacana ainda nos lábios finos, como se o desafiasse a dar o primeiro passo que ele queria tanto.

“Vem comigo”. – Mesmo que Bakugo o tenha chamado, ele não esperou por uma resposta, apenas saiu e Eijirou levou algum tempo para seguir o mais velho. Ele não tinha ideia pra onde estavam indo, mas sabia que era o mesmo caminho que Mina tinha percorrido cerca de minutos atrás após terminar a sessão de maquiagem. Ele ainda estava a alguns passos do mais velho, obsevando-o caminhar com os ombros curvados – e talvez ele tenha olhado para a bunda perfeitamente moldada do outro.

Eles chegaram a uma área um pouco menos movimentada – Kirishima conhecia alguns rostos do caffe e outros sendo reconhecidos pois o ruivo já os vira com seus amigos, ele deduziu que eram alguns organizadores do pequeno evento. Em alguns minutos de caminhada ele estava adentrando o camarim improvisado – era pequeno e estava um pouco bagunçado com as roupas e maquiagens jogadas sob uma grande penteadeira, o som também não chegava até lá e tinha um ar-condicionado instalado na parede.

Bakugo fechou a porta assim que o ruivo atravessou pela mesma, mas Eijirou não se prendeu muito a isso – talvez o maior estivesse o chamando para pedir ajuda com alguma coisa, visto que faltava pouco tempo para o espetáculo recomeçar. Enquanto ele analisava o local, ouviu vagamente o som da garrafa de plástico sendo descartada no lixo e quando seus olhos se voltaram para o mais velho, Katsuki estava jogando a toalha de rosto em algum canto do pequeno cômodo e avançando em sua direção. Eijirou sentiu-se como uma presa sendo encurralada pelo caçador quando suas costas bateram contra a parede e os dois braços do mais velho estavam em cada lado de sua cabeça.

“Você é denso demais e eu já não estava mais aguentando essa tensão do caralho”. – Eijirou podia sentir o hálito do maior contra seu rosto, ele provavelmente tomou alguns goles de cerveja também, e os orbes vermelhos lhe encarando com uma intensidade que ele podia sentir cravando em sua própria pele. Suas mãos estavam fechadas em punho ao lado do corpo e o ruivo tinha medo de fazer qualquer movimento e acabar com aquele momento – que ele não tinha ideia do que estava acontecendo. Seus olhos vagaram pelo rosto sério do outro, parando na boca avermelhada – Kirishima sabia que o mais velho tinha o mau hábito de morder os lábios, ele havia o observado inúmeras vezes para notar isso. – “Eu tenho esperado por você mas não iríamos a lugar algum assim”.

Eijirou ainda estava sustentando inúmeras interrogações ao redor da cabeça quando Bakugo avançou um pouco mais, enfiando uma das pernas entre as suas e o ruivo soltou um grito de surpresa. – “O que você tá’ fazendo?”. – Kirishima podia sentir suas mãos suando quando as palmas do loiro agarraram sua cintura, o prenssando firme contra a parede gelada.

“O que eu queria fazer desde a primeira vez que vi esse seu rosto estúpido”. – E no momento seguinte, a boca do mais velho estava contra a sua. O mais novo arregalou os olhos, totalmente em choque. Ele provavelmente tinha bebido de mais e batido a cabeça em algum lugar, pois a cena que se desenrolava a sua frente só podia ser coisa da sua cabeça. Katsuki deve ter percebido o pânico no modo como o corpo do ruivo estava tenso e logo se afastou, encarando um Eijirou vermelho – combinando com seu cabelo – e os olhos arregalados.

“O que foi isso!?”. – Eijirou odiava ficar nervoso pois sua voz ficava estridente de mais, e Bakugo poderia achar isso não muito masculino – sim, ele estava preocupado com o que o loiro achava dele. Eles trocaram olhares por alguns segundos, até o maior bufar e passar as mãos pelas madeixas suadas, como se estivesse sem paciência pra conversa – ele não parecia um cara que iria sentar e falar o que queria, Kirishima o conhecia pouco mas sabia que o loiro era um cara de ação.

“A gente vai sair no soco ou no beijo? Todas às vezes que você me encarou era porque estava a fim de mim, certo?”. – Agora Eijirou poderia dizer que estava parecendo um peixe fora d’água. Sua boca abria e fechava tentando balbuciar alguma coisa coerente mas seu nervosismo o impedia de formar uma frase completa. Bakugo afastou-se e logo o ruivo sentiu falta do calor do corpo dele, mas estava tremendo de mais para simplesmente o puxar de volta para o lugar – ele primeiro precisava entender o que estava acontecendo.

“Você sabia?!”. – Enfim ele conseguiu pronunciar sua pergunta e recebeu mais um revirar de olhos por parte do outro.

“Você não é nada sutil, Kirishima. Eu perdi as contas de quantas vezes vi você olhando pra minha bunda”. – Agora Bakugo falava de forma mais calma, mas isso não significava que o ruivo estivesse nas mesmas condições. Ele achava que era sutil em relação aos olhares que dava ao mais velho – ok, nem tão sutil assim – mas nunca lhe passou pela cabeça que o próprio Bakugo fosse perceber isso. Era um combo de vergonha e surpresa que ele estava 0% preparado para lidar agora. – “Seus amigos também são fofoqueiros de mais, os ouvi inúmeras vezes falando sobre isso. Agora, podemos voltar pra onde estávamos?”. – Bakugo colocou as mãos novamente em sua cintura – e wow, elas encaixavam perfeitamente lá – mas o ruivo ainda precisava de respostas, mesmo que ele quisesse muito jogar toda a conversa pro ar e simplesmente avançar contra a boca do mais velho.

“Espere, espere!”. – Eijirou colocou as mãos no peito firme e por um momento ele se perdeu apalpando o peitoral firme do loiro. Katsuki ergueu uma das sobrancelhas, pois as palavras do mais novo não condiziam em nada com as ações, e Kirishima só se deu conta quando o maior pigarreou, chamando sua atenção de volta ao rosto do baterista – que tinha a menor sombra de um sorriso divertido nos lábios. – “O-Ok, eu... Não estou entendendo muita coisa aqui”.

Bakugo bufou, mas dessa vez não se afastou, sua destra pousou no queixo do ruivo e ergueu o rosto bonito até ficarem próximos o suficiente para que seus narizes se tocassem. Kirishiam tinha os olhos semicerrados, seu corpo ansioso pelo toque e a euforia percorrendo seu corpo fazia com que a área tocada formigasse. – “Eu gosto de você. Quer que eu desenhe pra ficar mais fácil de entender?”. – Eijirou não se orgulhou nem um pouco do suspiro que escapou de seus lábios, mas antes que ele pudesse pensar em outra coisa, a boca do loiro estava novamente sob a sua e todos os problemas do mundo pareciam ter encontrado uma solução.

Kirishima finalmente foi capaz de corresponder ao beijo, entreabrindo os lábios para que a língua do outro adentrasse sua boca. Ambos acabaram suspirando entre o ósculo, agitados e nervosos para aprofundar ainda mais o beijo. As mãos do ruivo seguravam firme os bíceps do mais velho, com medo que ele se afastasse – mesmo que as mãos do loiro em sua cintura fossem uma dica de que ele não tinha a menor intenção de o fazê-lo. A perna do maior estava novamente entre suas coxas e seus corpos grudados um ao outro em questão de segundos.

O sabor que compartilhavam era de cerveja e menta – provavelmente alguma bala que Katsuki havia chupado mais cedo – e o gosto era bom de mais para se saciarem com tão pouco. Bakugo levou a canhota até as madeixas vermelhas, desfazendo a trança com um puxão forte, e logo enterrando os dedos compridos entre os fios descoloridos, virando o rosto do menor para obter um ângulo melhor. Eijirou deslizou as mãos pelo corpo do mais velho, arranhando as costas do loiro por cima do tecido fino da camisa que o mesmo usava, e Bakugo inclinou os quadris pra frente, fazendo com que o menor sentisse o pau duro e pesado contra sua barriga.

Os dentes pontiagudos do ruivo deslizaram suavemente sobre o lábio inferior do maior, que apertou o corpo forte contra a parede, os aproximando ainda mais – se fosse humanamente possível. Eijirou ergueu a perna esquerda e logo a canhota do mais velho segurava sua coxa com força, o roçar entre os membros eretos, mesmo que cobertos pela grossa camada de jeans, ainda mais intenso devido a posição. Katsuki deslizou a boca pelo pescoço do mais novo, mordendo e chupando a tez sensível, fazendo com que Kirishima deixasse escapar os barulhos mais vergonhosos. Tentado a retribuir as carícias, o ruivo deslizou a boca até o ombro do outro, deixando uma forte mordida no local enquanto levava as duas mãos até a bunda do maior, apertando as nádegas com força.

Ele podia sentir a respiração do loiro sair mais pesada a cada nova carícia e se fosse falar por si mesmo, Eijirou estava prestes a explodir em suas calças. Katsuki mordiscou o lóbulo de sua orelha e quando os dedos compridos do estudante de artes estavam prestes a chegar onde ele mais precisava, a porta do camarim improvisado se abriu, fazendo com que os dois virassem o rosto para olhar. Kirishima tinha as bochechas da cor dos cabelos e os olhos arregalados, enquanto o baterista parecia zangado por terem interrompido.

Jirou apareceu na porta de entrada e, mesmo que suas bochechas estivessem vermelhas, ela não parecia nenhum pouco hesitante ao cruzar os braços em frente ao peito, uma expressão zangada no rosto. – “Bakugo”. – E lá estava a Kyouka que Eijirou tinha medo. O mais velho não fez menção de se afastar, mas Kirishima não queria irritar a colega de trabalho, por isso ele mesmo deu duas palmadas na bunda do loiro para que ele saísse do lugar.

“Cinco minutos”. – O mais velho pediu a vocalista, que ergueu as sobrancelhas em desconfiança. Eles já estavam um pouco atrasados – Katsuki sabia disso – mas ele precisava de tempo para “esfriar” seu corpo. – “Certo, você quer que eu suba no palco com o pau duro?”. – E lá estava o Bakugo boca suja que todos conheciam. Kirishima evitou encarar a menor, ele estava consumido pela vergonha, suas orelhas queimavam e ele sentia que estava prestes a entrar em ebulição.

Kyouka engasgou ao fundo, e Eijirou ousou encarar o loiro – que tinha um sorriso sacana no rosto. A mais nova murmurou algo sobre apenas cinco minutos e saiu em disparada – provavelmente com ainda mais vergonha do que quando entrou. O silêncio preencheu a sala e durou alguns minutos, até que o mais velho bufasse e então Kirishima o encarou. – “Eu deveria mesmo subir no palco de pau duro”.

“Claro que não!”. – Eijirou sentiu as bochechas ainda mais quentes e o loiro revirou os olhos. O ar finalmente começava a esfriar os corpos e logo Bakugo foi atrás de outra garrafa com água. Kirishima queria perguntar o que fariam a partir de agora mas sua concentração estava no volume aparente das calças do mais velho – e ele estava um pouco orgulhoso por ser o motivo daquilo. Katsuki começou a se alongar a poucos metros dele, mas os olhos do maior nunca deixaram os seus, o analisando dos pés a cabeça, ainda com o sorriso convencido nos lábios vermelhos.

“Você também deveria dar um jeito nisso”. – Bakugo inclinou o queixo para a virilha do mais novo, que encolheu as pernas em reflexo, arrancando uma risada do maior. – “Na verdade você deveria dar um jeito aqui, mas não dá tempo”. – Os lábios do loiro estavam inclinados num sorriso sacana, e Kirishima queria enterrar o rosto em um buraco. Ele não iria verbalizar para o mais velho que aquela pegação havia sido o auge de sua vida sexual, Katsuki provavelmente era um cara experiente e ele não queria fazer papel de idiota na frente dele. Portanto, o ruivo escolheu o silêncio, apenas observando o maior terminar de se alongar e beber praticamente toda a água da garrafa. Ele tentou muito não olhar – talvez nem tanto – mas logo seus orbes estavam entre as pernas do baterista, notando que a ereção havia diminuído um pouco.

Katsuki buscou a toalha que largou anteriormente e passou a caminhar em direção a saída. Ele parou um pouco antes, colocando a mão no queixo do mais novo, depositando um beijo rápido nos lábios do ruivo – “A gente termina isso depois”. – E então ele saiu, e Eijirou continuou escorado contra a parede, com o coração batendo forte contra o peito e o pau latejando em suas calças.

 

 

Kirishima demorou mais alguns minutos pra finalmente sair do camarim e o som da música já preenchia todo o ambiente – ele ficou um tanto surpreso por ninguém ter ido a sua procura. A voz de Jirou vinha acompanha da voz rouca de Tokoyami e a batida era agitada – o público pulava e gritava, e foi deveras complicado voltar ao lugar onde seus amigos estavam. Sero não falou nada quando lhe viu, mas a julgar pelo olhar dele, o moreno já sabia o que aconteceu – provavelmente Kyouka foi torturada para abrir o bico. Eijirou sentiu as bochechas esquentarem novamente e aceitou prontamente quando Midoriya lhe ofereceu uma garrafa d’água.

Seus olhos já estavam treinados para voltar a seu lugar de costume – fixados em Bakugo. O loiro tinha um sorriso no rosto enquanto batia na bateria e talvez ele ainda estivesse excitado o suficiente para imaginar um bom tapa daquelas mãos na sua bunda. Sua linha de pensamento foi interrompida ao visualizar a marca de sua mordida no ombro do loiro e ele teve que tomar um bom gole de água para esfriar um pouco seu corpo.

As palavras do loiro se repetiam em sua cabeça e ele tinha certeza que as pessoas o achariam estranho por estar sorrindo para o nada. Katsuki também gostava dele, e isso era a única coisa que importava no momento – ele não queria dizer nada para que seus amigos não surtassem no meio do show, mas tinha certeza que seria encurralado por uma Mina eufórica depois; já que a dita estava abraçada ao namorado, praticamente dormindo. O efeito da bebida parecia ter acabado nela, e Hanta a mantinha de pé. Kaminari iria lhe interrogar também, mas não agora, ele estava focado em conquistar a vocalista e Kirishima ficaria em segundo plano. O ruivo só tinha certeza que não escaparia das garras de Sero.

Seu amigo era o mais racional dentre todos os outros mas também o mais curioso. Ele era sutil e arrancava as respostas sem que a vítima – Eijirou – percebesse. Seu olhar já denunciava que ele sabia e/ou desconfiava de algo, e na primeira oportunidade ele daria um jeito de arrancar o que queria. Ignorando seu amigo curioso a poucos passos de distância, o ruivo decidiu focar no show, aproveitando junto dos outros, terminando sua água e evitando beber ainda mais – ele precisava se manter de pé.

Jirou anunciou a última música um pouco depois, os acordes um pouco mais calmos do que os das músicas anteriores. Kirishima aproveitou o final do show, rindo de como Mina queria dançar mesmo não se sustentando em seus próprios pés e Ochako parecia um pouco alterada – um braço jogado sobre Izuku e o outro sobre Iida. No final, todos aplaudiram e pediram biz – o que os membros tiveram que negar por conta do horário. Logo teria a queima de fogos e ninguém podia passar do horário que haviam combinado.

Eijirou sabia que teria de ajudar na remoção dos instrumentos, e assim que as pessoas começaram a se retirar – Ochako e Mina sendo levadas para uma área mais aberta e ficando aos cuidados de Momo – os rapazes se reuniram para ajudar os outros. Ele não sabia o que falar com Bakugo, e esperava que o loiro tomasse alguma iniciativa de conversa – já que ele era um tanto covarde pra isso – e quando Hanta passou os braços por seus ombros, ele tinha medo do que estava por vir. – “O camarim é bonito, Eijirou?”. – O ruivo sentiu suas bochechas esquentarem, e Sero riu, divertindo-se com o embaraço do amigo.

Pela falta de resposta – não que ele precisasse dar uma – o moreno lhe enviou um sorriso sacana, o arrastando até o fundo do palco para retirar os cabos elétricos junto de Denki – que ainda parecia ligado em 1000 volts, enquanto conversava gritando e exagerava gesticulando. – “Caras!”. – O loiro pulou no colo dos amigos assim que os dois se aproximaram, e os três desataram a rir. Kaminari estava eufórico e era divertido vê-lo tão animado com algo.

Nenhum deles precisou falar muito, o loiro mostrava como remover e onde guardar os cabos e então os amigos seguiam passo a passo. Jirou estava ajudando Bakugo a desmontar a bateria, e Eijirou deixava seu olhar se demorar um pouco no platinado, algumas vezes recebendo um olhar em troca. Sua colega de trabalho pareceu notar o clima e falou algo para o mais velho – que Kirishima não conseguiu ouvir. Antes que ele pudesse tentar ler o que Katsuki iria responder, Hanta estava chamando sua atenção. – “O que disse?”.

Denki e Sero soltaram risadinhas cúmplices, eles provavelmente estavam falando sobre como o ruivo era óbvio, e Eijirou ficou envergonhado mais uma vez. – “Eu estava falando sobre o seu novo colega de quarto”. – Oh, sim, ele veio pra conhecer o cara misterioso também.

“Espere, eu pensei que o cara fosse amigo de Jiro”. – Seu rosto demonstrou extrema confusão e Kaminari soltou uma risada abafada pelo punho, caminhando lentamente até o maior, e colocando as mãos em seus ombros.

“Eijirou, lhe apresento, seu novo colega de quarto”. – Dito isso, o guitarrista o girou, Kirishima ficando confuso por alguns segundos enquanto sua visão focava na silhueta do loiro a sua frente. Bakugo estava com as mãos enfiadas nos bolsos e seu cabelo penteado pra trás – devido ao suor em sua testa – e Jirou estava bem ao seu lado, com um sorriso no rosto.

“Bakugo Katsuki!” – A garota de cabelos roxos bateu os punhos com Denki, e eles sorriam cúmplices um para o outro. Katsuki tinha uma expressão em branco mas depois de alguns segundos mantendo contato visual com o mais novo, ele sorriu, e o coração do ruivo deu uma volta completa dentro do peito.

“Vai ser um prazer morar com você”. – Eijirou engoliu em seco, sentindo suas pernas tremerem. Ele não sabia se era muito sortudo ou muito fodido – e ele esperava que fosse do jeito bom.


Notas Finais


tava na cara né? tava sim
até o próximo rs


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