Escrita por: bellbas_blink_
Lalisa Manoban
Acordo com um calor medonho, me sinto quente, meu corpo está coberto de suor. Ainda está escuro e não quero me levantar, pois se fizer isso, ela vai acordar. Estico o braço e alcanço o abajur.
Acendo-o.
Verifico a hora: são mais de cinco horas da manhã. Ainda está escuro, e a chuva cai forte lá fora. Posso ouvir o barulho do vento batendo nos vidros da janela. Então, por que o calor? O ar-condicionado está ligado, não deveria estar quente. Será que a Kelly está sentindo calor também?
Ergo a cabeça, e o meu olhar encontra um corpo todo encolhido e embrulhado entre os lençóis.
Puxo-a para mim, afastando as cobertas dobseu corpo, então descubro o motivo do meu calor.
Merda!
— Kelly, querida, acorde. Você está queimando de febre. Kelly, amor...
Ela não se mexe. O instinto protetora cresce dentro de mim.
— Moça linda! — Puxo-a para os meus braços. — Amor! — Seu corpo está lânguido, febril e sem nenhuma reação. Isso faz com que eu grite. — Kelly! — Agito o seu corpo em meus braços.
Sua respiração é lenta, quase imperceptível.
Meu coração dá um pulo acelerado.
Chuva, respiração oscilante... febre.
É igual a pneumonia.
Entro em desespero. Certa vez, a minha ex-mulher, em uma viagem ao Canadá, na temporada de inverno, pegou pneumonia, pois ficou muito tempo exposta a temperaturas geladas. Quase morri de preocupação. Ela ficou muito mal, e a nossa viagem, que era para ser divertida, se transformou em um inferno.
— Kelly, vamos, meu amor, acorde! — E agora, o que eu faço?
Eu não tenho termômetro em casa para medir a sua temperatura, o máximo que eu tenho aqui é aspirina.
— Senhora Estranha... — Ela acorda, graças a Deus! Respiro aliviada.
— Kelly, você está com muita febre. Olhe para mim, meu amor, estou quase enlouquecendo, com você tão febril em meus braços.
Ela finalmente abre os olhos. Porra! Eles estão vermelhos, e suas bochechas estão ainda mais vermelhas.
— Eu não consigo respirar direito — Ela diz, pausadamente. — Minha cabeça dói, meu corpo inteiro dói... — Choraminga.
— Ok, não podemos ficar aqui. — Digo, enquanto a coloco de volta sobre os travesseiros.
— Não, não... não me deixe aqui sozinha —Suas mãos tentam segurar o meu braço.
— Vou me vestir e vestir você, meu amor, preciso levá-la a um hospital.
Seguro a sua mão e me inclino para beijar a sua testa, suada e febril.
Kelly se encolhe e começa a tremer.
Sou rápida. Troco nossas roupas apressadamente e a envolvo com uma das cobertas.
— Pronto, acho que está aquecida o suficiente para não sentir frio.
— Senhora Estranha, a Senhora não vai me abandonar no hospital sozinha... vai?
Eu sei que o momento é para preocupação, mas não consigo esconder o meu sorriso. Com toda a febre e as dores que deve estar sentindo, ela está preocupada se vou ou não ficar com ela no hospital.
— Kelly, nem sob decreto eu a deixarei sozinha no hospital. — Afirmo, enquanto a levo nos braços para o carro. — A propósito, meu nome é Lalisa Manoban. Não fica bem a minha mulher ficar me chamando de Senhora Estranha.
Coloco-a no banco do carona e afivelo o seu cinto de segurança. Dou a volta no veículo e ocupo o lugar atrás do volante. O carro sai da garagem, e logo chego à avenida principal, tenho pressa.
— E o meu é Park Chaeyoung ou Roseanne você decide o melhor. — Ela vira o corpo na minha direção e, por alguns segundos, seu olhar encontra o meu, mas logo depois ela fecha os olhos.
— Humm, gosto mais de Roseanne, é um nome delicado, igual a sua dona. Kelly é muito dominador, não combina com o seu espírito submisso. — Ela abre os olhos e me encara, arqueando suas sobrancelhas. — Submissa no bom sentido, essa palavra tem vários significados. Para você, significa uma mulher que se entrega de corpo e alma, sem restrições, sem medos.
Ela sorri.
— Só para você. — Assim que os seus lábios se unem, ela treme e faz uma careta de dor.
— Onde dói, meu amor? — Ela me encara outra vez. Desta vez, seu olhar é de surpresa.
— Diz de novo. — Rosé sussurra.
— Dizer o quê? — Finjo não entender.
— Deixa de ser chata, você sabe o quê.
— Onde está doendo, meu amor? É isso?
Ela respira profundamente.
— Droga, Rosé, onde dói?
— Minha cabeça e quando eu respiro também. — Ela abre os olhos e me olha demoradamente. — Eu sou o seu amor ou é apenas uma maneira carinhosa de me chamar?
Só não paro o carro porque estou muito preocupada com ela, se não fosse por isso, eu pararia agora e lhe mostraria o quanto a quero.
— Moça linda, não sou mulher de pronunciar a palavra “amor” sem realmente senti-lo. Acredito que, por tudo o que passei durante essa semana, sem você, tenho o direito de chamá-la de meu amor.
— Gosto de escutar você me chamar de meu amor, soa diferente, é como se eu fizesse parte de você.
Ela começa a tossir.
— Você já faz, moça linda. Agora fica quietinha, não fale mais.
Ligo o som do carro. Ela se acalma e a tosse cessa. Para nossa sorte, é muito cedo e o trânsito está calmo, mas a chuva não permite que eu acelere, estou dirigindo a 50 km por hora.
Estaciono o carro ao lado da entrada de emergência do hospital. Logo depois eu a pego nos braços. Entro desesperada, e assim que os enfermeiros me veem, correm na nossa direção.
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