1. Spirit Fanfics >
  2. Sociedade Secreta de SpringDale >
  3. Abuso!

História Sociedade Secreta de SpringDale - Abuso!


Escrita por: AnnaStay

Notas do Autor


Eu já sofri um sério caso de Assédio de um parente próximo, e se não fosse pela minha avó.. isso poderia ter se tornado muito mais grave. Pra escrever esse capítulo, eu conversei com amigas próximas e pessoas que já sofreram esse tipo de coisa.
Não está bem elaborado, por que não sou uma escritora lá, muito boa... mas estou me esforçando.

Capítulo 2 - Abuso!


Fanfic / Fanfiction Sociedade Secreta de SpringDale - Abuso!

 

Após uma ótima noite de sono, acordei novamente com o sino da cidade. Será que um dia irei me acostumar? fui ao banheiro e tomei um banho morno que me fez relaxar e esquecer do mundo lá fora. Saí do banheiro às pressas indo pro quarto e olhando o guarda roupa, não tenho tempo de ficar congelada encarando as roupas hoje. Peguei um vestido preto bem colado, com mangas que se esticavam até meu pulso com detalhes em renda, calcei meu salto agulha Vizzano bege e peguei minha Victor Hugo em bege, colocando todas as coisas que estavam na Chanel, nela. Saí e dessa vez o meu pai quis me levar a escola. Hoje não fiquei olhando pra fora esperando que meus olhos encontrassem os do Richard Kim, chegamos na escola bem rápido e eu entrei indo ao meu armário, logo sinto alguém atrás de mim dizer um bom dia animado. 

 

- Bom Dia, Éter. --digo dando um sorriso acolhedor-- sonhou com o seu primeiro beijo? 

- Quem me dera ter sonhado, hoje temos que ir aos testes de líderes de torcida. 

- Temos? --olhei meio confusa

- claro que sim... você é linda, tem que entrar. 

- Não sei se sou tão boa. 

- Você está se fazendo de difícil, né? 

- Com certeza... 

 

Nós rimos e fomos direto para primeira aula, Álgebra, uma matéria na qual eu não sou a expert, mas sou boa o suficiente pra receber um 8. Logo vi meu vizinho garanhão, vulgo Richard Kim entrar na sala e se sentar do lado do Éter. Eles pareciam estar conversando sobre algo sério, mas logo os dois sorriram e começaram a assistir a aula. Uma ruiva chegou atrasada o que animou, também, depois de uma entrada triunfal... Ela entregou biscoitos pra todos e se sentou do meu lado. 

- Oi, meu nome é Spencer Whilou. --olhei a mesma e balancei a cabeça positivamente e ela continuou me olhando com um sorriso e depois revirou os olhos-- Você deveria se apresentar também. 

- Estamos em aula, depois eu me apresento e como todos os biscoitos que você quiser me dá. --digo prestando atenção na aula

 

Ela suspira e depois vira para a mesa do lado e começa a papear com Éter e Richard. Okay, paciência é o que eu preciso ter. O dia ocorre sorrateiramente bem, o que não é normal pra mim... estou começando a me perguntar em que momento vai cair um raio na minha cabeça. Logo que a  aula acaba, sou puxada pelo Éter quase deixando minhas coisas no chão.

 

- O que foi? 

- Os testes. 

- Ah, é... isso. Os testes. 

 

Fomos e meu deus, eu não sabia que não tinha nenhum garoto na equipe, o Éter foi o primeiro a conseguir entrar e ele estava mais que animado. Fiz uma reapresentação da minha coreografia de quando eu era das líderes de torcida na minha antiga escola e isso me fez passar também. Acabamos e a capitã disse para que fôssemos a sua casa, já que ela tinha entregado todos os uniformes, porém os masculinos estão guardados em sua casa. Beleza, tivemos nossas aulas seguintes e logo nos encontramos na frente da escola para irmos, ela foi ditando todas as regras para que a gente anotasse enquanto caminhávamos para sua casa. Chegamos e ela abriu a porta vendo alguém que parecia ser o seu pai, eles nos deu um belo de um susto e abraçou ela apertando sua bunda, logo eu e o Éter nos olhamos e fingimos não ter visto. 

 

- Oh, trouxe uma amiga e um cara? --ele sorriu para mim e olhou o éter de cima a baixo

- Oi --dissemos uníssono

- Viemos pegar o uniforme, já estamos de saída. --digo e ela dá um grito

- NÃO!!!... --olhamos ela e ela sorri-- Esqueceram que tem a iniciação? 

- Iniciação? --éter disse e logo percebi o que estava acontecendo

- Ah, sim... O beijo no uniforme com batom vermelho. --Digo e ela sorri

- Isso!

- Eu gostaria de ver isso... --ele disse me olhando e eu evitei seu olhar

- Não pode, é algo secreto... vamos Charlie? --digo e ela sobe as escadas guiando a gente, seguro a mão do Éter como se fossemos namorados-- vem logo

 

Entramos no seu quarto e ela fechou o mesmo respirando aliviada.

- Valew

- A quanto tempo isso acontece? --pergunto e o Éter me olha confuso

- O que? --ele fala sem entender nada

- Bixa Burra nem nasce... --digo e ele revira os olhos

- Não é nada, apenas oculte isso da sua mente. --ela diz meio sem jeito

- Ele é seu pai? 

- Padrasto --Éter apenas escutava

- A sua mãe não sabe? 

- Aparentemente, não. 

- Já contou para alguém? 

- Ele me mata. 

- Ele não vai te matar. 

- Pode contar pra gente, vamos manter em segredo.

- Eu sou bom com segredos. --Éter se pronúncia e eu rio

- tudo bem.

 

Ela é jovem e perfeitamente linda. Morena com seus olhos enormes e um castanho bem claro marejados de lágrimas enquanto tristemente conta sua história, com a voz falhando quando contava o que se passava. Seus pais se separaram quando ela era bem pequena e quando ela tinha seus 16 anos sua mãe se casou novamente, mas ela não sabia o que se passava com a menina enquanto ela estava no trabalho. A menina com o tempo passou a ter seu próprio estilo, vivia falando palavrão, voltava pra casa tarde, uma rebelde. Anoitecia e lá estava ela em casa, trancada em seu quarto, por que um trauma a impede de ser como antes. Um dia, de repente, quando voltava pra casa da escola, foi abusada pelo homem que se dizia ser seu pai, levada a seu quarto. Tentou lutar com todas as suas forças, mordendo, arranhando e socando, mas foi estuprada. Era virgem, a menina. Isso acontecia todos os dias quando voltava para casa nos dias de folga dele, ninguém a acalmava, pois chorava e eu piedosamente abraçava a mesma, e escutava cada detalhe. O homem vivia bem embaixo do mesmo teto, agia como se nada acontecesse. 

- Você precisa falar com sua mãe. 

- Ela não me ouve.

- Meu pai... ele é policial, vai ajudar. 

- você acha que não tentei? eles olham pra mim e pra minhas vestes e diz que isso não aconteceria comigo que só quero atenção. 

- Meu PAI disse isso? --Éter pareceu irritado

- Não, ele não estava. 

- Precisamos falar com ELE. 

- Vamos agora. --Digo me levantando

- Ele não vai me deixar sair

- dizemos que precisamos pendurar uma bandeira na iniciação e saímos. --Éter disse e eu sorri vendo um lado justiceiro dele

- Okay, vamos. 

 

Vestimos os uniformes e descemos e como ela disse, ele não queria deixar ela ir, me olhava de um jeito estranho e eu apenas revirei os olhos evitando o contato visual, depois de muito insistir ele apenas sorriu e balançou a cabeça dizendo que sim. Fomos a casa do Éter e esperamos o seu pai vir ao nosso encontro. 

- Senhor Ornot, posso te contar uma história? 

- me trouxeram aqui para quê? preciso trabalhar. --Ele disse impaciente analisando nós 3, talvez por que usávamos roupas de torcida ou talvez por que os olhos das pessoas em sua frente que pareciam tão desesperados

 

Ele olhou pra nós sentados no sofá e se sentou em uma poltrona que estava do lado. Eu contei tudo para ele e ele ficou boquiaberto, mal poderia acreditar que algo assim aconteceu por tanto tempo e ninguém notou. Ele ligou pra mãe dela e pediu para que ela fosse a casa dele com o marido, os enganou dizendo que a menina havia aprontado para evitar uma suspeita do cara que poderia fugir. EIS o que aconteceu, ele prendeu o cara sem nem mesmo explicar nada para a mãe. Ela se levantou sem entender e então foi junto com o policial a delegacia onde ouviu tudo o que aconteceu, ela com certeza acreditou na filha, ouvindo tantos detalhe de um policial, um homem tão distante que sabia mais dos problema da filha do que ela sendo mãe, o que ela poderia fazer? fomos pra casa e a garota agradecida no dia seguinte iluminava toda a escola com seu sorriso. Tudo foi mantido em segredo, mas ela veio até mim e disse que queria que todas as garotas da escola soubessem de algum jeito, para que possam ser ajudadas e saibam que não estão sozinhas, que não são fracas ou nada disso. E lá estávamos nós três na sala do jornal da escola. 

 

"Hoje escrevemos para você. Sei que muitas vezes você ouviu que a culpa foi sua, que você poderia ter evitado, mas esse texto quer passar uma mensagem muito diferente dessa vez. Sei que talvez você ouviu culpabilizações de alguém bem próximo em que você confia ou confiava e que você contou o que aconteceu esperando uma palavra de apoio e um abraço e quando esse apoio não veio, você sentiu o peso recair em você e acreditou que foi culpa sua. 
Acredite em nós, você não tem culpa alguma. Ao contrário do que te disseram, seu short curto, sua calça justa, o fato de você ter bebido, o caminho que você percorreu, nada disso faz com que a culpa seja sua. A culpa é do agressor. O corpo é seu, seus sentimentos, suas vontades e suas escolhas importam. A culpa é de quem ignora seu não e passa em cima do seu consentimento.

Eu não me esqueci de você que sofreu violência do seu pai ou esteve em um relacionamento abusivo e ouviu que a violência que você sofria foi causada por você. E eu sei que talvez você pode ter ouvido isso de policiais, mas o fato deles serem policiais não transforma o que eles disseram em verdade. Sei que estão te ofendendo e te culpando, mas a culpa é de quem violou seu direito à intimidade. 

Talvez você tenha ouvido ou lido que o seu sofrimento é um exagero e eu sinto muito por isso, mas além de culpar a vítima, o machismo e a misoginia também faz questão de desmerecer a voz das mulheres que sofreram violência ou estão sofrendo para silenciá-las. E a forma que eles tem de desmerecer é banalizar diversas agressões e duvidar dos relatos de violência.

Como quando você foi encoxada no metrô. Você tem direito à cidade, você tem direito a utilizar o transporte coletivo sem sofrer violência sexual. A roupa que você usava no momento não importa, você não teve culpa disso ter acontecido. Nós estamos aqui para te lembrar disso quantas vezes você precisar. Estamos aqui para ouvir você, estender a mão para você e oferecer nossa solidariedade para que você volte a sorrir sem culpa." -Thaís Campolina

"A vítima perfeita é a personagem imaginária na cabeça das pessoas que culpam as vítimas reais de abuso. É a única pessoa que todos defenderiam realmente, caso vissem esta história nas notícias. Pois na cabeça de pessoas criadas em uma sociedade misógina, racista, gordofóbica, homofóbica e transfóbica, somente esta garota imaginária merece respeito.

Ninguém acreditará na historia da menina negra estuprada pelo tio, afinal o tio é tão bonzinho e a garota usava shorts tão curtos. Não era nada inocente, esta garota. Deve estar mentindo. Ninguém acreditará na história da menina gordinha que foi assediada pelo médico, afinal quem iria querer estuprá-la, gorda assim? Deve estar só querendo chamar a atenção. Ninguém acreditará no garoto que foi estuprado pelo padre. O padre é um homem de bem, honesto, que jamais faria isso, e acusar ele disso já é pecado. Ninguém acreditará na prostituta, que após recusar um cliente, foi agarrada e atirada no carro, e cruelmente estuprada. Afinal o que ela esperava, não é? Ninguém acreditará na esposa que queria divorciar-se do marido abusivo, mas tinha medo. Ela traçava sua estratégia deitada na cama um dia quando ele chegou em casa bêbado e violento, pronto para mais uma sessão de tortura. E ela desejou que tivesse pensado na sua esratégia antes. 

A vítima perfeita de estupro é a mulher perfeita, a filha perfeita, a esposa perfeita. E ela existe somente no imaginário coletivo das pessoas misóginas, como a única pessoa digna de proteção." -Feministacansada on Tumblr

 

E esse foi o Jornal e no dia seguinte nós conseguimos notar o qual diferente estava o Humor daquela escola. Eu e o Éter animados por ter ajudado, saíamos todos os dias da escola e íamos ao Talk Coffee com pessoas distintas comer rosquinhas com sorrisos desenhados e claro beber café. 

Aquele garoto, o meu vizinho apareceu... Altíssimo, parecia ter 1,85?! e tinha os olhos puxados assim como os do seu pai, caucasiano parecia ter uns 20 anos, mas tinha 19, tatuagens em seu corpo e seu cabelo estava com um estilo cantor de Kpop. Ele sentou-se com a gente colocando seu casaco preto na mesa, usava uma blusa branca e um colar prateado no pescoço, eu não sei como estava em baixo, n consegui tirar os olhos do seu rosto que parecia o de um neném. Ficou me olhando por um longo período de tempo e logo sorriu. 

- Sou Richard Kim --estendeu a mão e eu entreguei a minha apressadamente me acordando para a realidade

- Mallory Green

- Meus pais conheciam os seus. 

- É, eu fui perfeitamente apresentada ao seu pai. 

- Oi, eu também estou aqui. --Éter passou a mão na nossa frente

- Precisamos fazer o dever de casa --digo para o Éter

- Saco... Quando que isso termina, ein? Quero dar Adeus ao ensino médio e dizer olá para os Boys Universitários

- Que delícia... digo, que absurdo. --Rio acompanhada do mesmo

- Vocês vão na festa da prefeitura hoje? --ele perguntou ainda me olhando

- Festa? --perguntei desviando meu olhar dele pro Éter

- Verdade, a festa... eu esqueci totalmente, o que vou vestirrrr --Éter fez drama e me olhou-- Com certeza vamos. E vamos as compras também, anda. --ele começou a me empurrar da cadeira e eu me levantei seguida dele, dei um tchau meio sem jeito pro garoto e fui arrastada.
 


Notas Finais


Então... acho que é isso


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...