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História Stalker - Epílogo


Escrita por: MoonyQueen

Capítulo 26 - Epílogo


Fanfic / Fanfiction Stalker - Epílogo

Quando estava com ela, eu era feliz. Tudo brilhava de uma maneira que palavra nenhuma poderia descrever, jamais poderia descrever. Quando estava com ela, eu ficava deslumbrado, me sentia o cara mais afortunado, como se eu nunca soubesse o que era sorrir antes dela. Sorrindo como um idiota, mais apaixonado do que nunca. Ela foi a possibilidade de mudança em minha vida, um novo começo. Ela era um frasco de vida, dentro de uma das embalagens mais bonitas que eu já tinha visto. Ela era como uma droga; algo que me deixava em êxtase, algo que aliviava minha dor e me fazia sentir humano novamente.

Longe dela, era como se não conseguisse respirar. Meu peito doía e queimava e eu não aguentava a dor de esperar o momento de vê-la novamente. Quando ela estava em meus braços, eu a colocava sobre meu peito e a balançava suavemente para frente e para trás, ela e eu, muitas vezes acabávamos dormindo sob o calor do sol. Isso era tudo o que eu queria; dormir com ela sob nossa árvore, em um bonito dia de sol, segurando um ao outro como se nossos corpos fossem um só. Ela era um entorpecente e, como todas as outras drogas, quando eu ficava sem ela, eu queria mais. Desejava sempre mais. Minha abstinência era tanta, que minhas irmãs sempre insistiam para que eu fosse vê-la logo.

Minhas irmãs viam o quanto eu a amava. Diversas vezes disseram que eu parecia estar melhor desde que a tinha conhecido, que meus olhos brilhavam como eram antes. Elas eram gratas por ela ter entrado em minha vida, assim como meu pai. Minha família... Eles a amavam tanto quanto amavam a mim, por razões diferentes, mas que no final tinham a mesma finalidade.

E eu os entendia. De um cara popular, cheio de expectativas para uma vida de sucesso, sempre alegre, passei a ficar deprimido, um excluído que ninguém mais queria saber. Tingi de preto o cabelo claro que eu tanto adorava sem nem mesmo perceber quando tinha tomado essa decisão, e passei a usar as roupas mais escuras de meu armário. Era assim que eu conseguia passar despercebido em meio a todos, foi assim que desapareci sem deixar rastros; eu não era mais um Kingka.

Antes de conhecê-la, eu passei por situações extremas de altos e baixos, na verdade, mais de baixos. Eu guardava tudo dentro de mim. Tive crises severas de depressão, e diversas vezes tive de ser levado ao hospital por minhas irmãs após tomar altas dosagens de comprimidos para dormir. Eu tentei repetidas vezes me matar; sem sucesso. Elas sabiam quando eu estava planejando algo – pelo menos foi isso o que me disseram. Eu sempre me mantinha distante e frio; não as respondia quando falavam comigo, pois estava preso ao meu plano em dar cabo da minha vida. Então elas ficavam de olho em mim até eu fazer – ou tentar fazer – algo que pudesse causar o meu fim, e então me impediam.

Meu pai nunca soube disso.

E eu nunca diria.

Ele não era um homem violento, mas tinha um temperamento forte. Ele ficou extremamente irritado quando soube das agressões, quando eu fui culpado. Eu tentei desesperadamente lhe explicar que não tinha sido eu, que eu estava sendo injustamente acusado, mas o que a maioria pensa, acaba se tornando o que todos acreditam. Enfurecido, ele gritou, me ofendeu, e disse que eu era a desgraça daquela família. E, como muitas vezes antes, ele me bateu.

Não era algo que ele fazia com frequência, só o fazia quando considerava que eu tinha ido longe demais em desrespeitá-lo. Ele não era abusivo; ele só acreditava que eu precisava de algumas surras de vez quando, assim como ele precisou de algumas em sua adolescência. Mas quase sempre ele estava certo.

Não, ele nunca bateu em minhas irmãs.

E então, semanas mais tarde, quando o caso tinha sido encerrado sem ter uma conclusão, ele se desculpou por ter sido tão cruel comigo. Eu acredito que ele só tenha tomado essa decisão após uma longa conversa por telefone com a minha mãe que, com certeza, tinha o colocado em seu lugar.

E então, eu estava exilado e assustado. Por um ano e meio, ninguém falou comigo na escola. Meus professores falavam, claro, mas tentavam evitar qualquer tipo de comunicação possível. Os estudantes me olhavam onde quer que eu fosse; me encaravam quando eu passava nos corredores. Algum tempo depois, eu comecei a passar despercebido.

É claro que eles ainda sabiam que eu estava lá; todos conheciam quem “Jeon Jungkook” era. Todos conheciam, mas ninguém ligava. Aqueles que me conheciam, fingiam que nunca tinham visto meu rosto antes, e aqueles que não me conheciam, fingiam não ter nunca ouvido falar em meu nome.

Eu não tinha amigos, aliados, ou companheiros; nada. Ninguém para conversar ou contar como eu me sentia. É claro que eu ainda contava para minhas irmãs tudo o que podia – sendo assim, nos aproximamos cada vez mais – mas comecei a perceber que de tanto precisar delas, elas estavam começando a se cansar, eu tinha me tornado um peso, por isso parei de confidenciar meus sentimentos a elas também.

Por sete meses eu não falei com ninguém além de meus professores e, ocasionalmente, com a minha família em casa. Mas no geral, eu estava sempre quieto.

Ela entrou timidamente na escola no início do ano, olhando para os arredores de maneira hesitante. Ao contrário das outras garotas, ela usava o uniforme, parecia desconfortável em sua própria pele. Como ela não estaria? Metade das garotas da escola pareciam celebridades enquanto ela era a típica garota que mora ao lado. Mas foi isso o que me chamou a atenção nela, eu acho. Ela era diferente.

Ela se sentou sozinha durante as primeiras oito semanas durante o horário do almoço, e nos intervalos, ela pegava seus livros e ia direto para a aula seguinte. Eu a seguia pela escola, passando meu tempo a observando. Ela estava em minha aula de Ed. Física, e somente nessa, então aproveitava para admirá-la, deixando assim de participar das atividades físicas.

De repente, eu comecei a desejar estar sempre na escola. Comecei a desejar estar perto dela e passar meu tempo a observando. Eu acordava mais cedo para chegar à escola assim que os portões se abriam, somente para ter mais tempo de olhá-la. Eu a encarava o dia todo, e quando estava em casa, ficava ansioso para, no dia seguinte, repetir tudo de novo.

Eu a assisti quando Nayeon se aproximou dela, e também a assisti quando as duas se tornaram improváveis amigas, assisti a ela ser manipulada e usada pela amizade de Nayeon, para mim, não fazia sentido tê-la por perto. Eu comecei a odiar Nayeon por tratá-la com tanta crueldade. A odiei por ser rude com a garota por quem eu acordava cedo todo dia só para vê-la. Arrastava-me da cama, toda manhã, só para vê-la.

E tudo começou assim; uma paixão que me levou a querer observá-la na escola – e a querer ir para a escola, em primeiro lugar. Então, um dia, eu me convenci a finalmente ir falar com ela. Eu me aproximei dela, mas ela não me viu e foi embora. E eu fiquei lá, com uma mão erguida, os lábios entreabertos pronto para usar uma voz que eu não usava há semanas. Ela não tinha me percebido.

Ela não me notou.

Mas tudo estava bem; sua casa era no caminho da minha – eu descobri um dia em que estava voltando e a vi caminhando na minha frente – então eu poderia tentar falar com ela no caminho.

Eu treinava sempre um pequeno discurso, algumas frases sobre o tempo ou sobre a vida na escola; qualquer coisa que não entregasse que eu já a observava tinha um tempo. Mas quando estava quase a alcançando, ela entrou em um portão que assumi ser o da casa dela. Minha coragem desvaneceu aí, coloquei minhas mãos no bolso, encolhi meus ombros e segui o meu caminho.

Antes, esperei um tempo ali na esperança de que ela sairia de novo, e eu poderia fingir que só estava de passagem, então puxaria uma conversa. Mas ela não saiu.

No outro dia, eu a observei de novo, meu peito se encheu de coragem novamente, e eu me aproximei…

… E desisti no último segundo.

Eu não conseguia evitar; era difícil falar com alguém depois de tanto tempo, difícil dizer ‘oi’ para estranhos. Então, eu a segui até sua casa de novo, na esperança de conseguir algo desta vez. Na esperança de não me acovardar.

Mas falhei.

Eu me culpei tanto naquela noite após deitar em minha cama, sabendo que nunca teria coragem o suficiente para falar com ela.

Ela agitava meus pensamentos durante a noite, toda noite. Fazia-me perder o sono porque eu queria tanto falar com ela. Nos meus sonhos, nós nos encontrávamos em um café por coincidência, e então nós conversávamos por horas enquanto tomávamos um cappuccino, até que fosse tarde e que o estabelecimento fechasse. Toda noite, nossas conversas faziam parte de minha imaginação e pensamentos. Toda noite, terminava com ela dizendo que precisava ir para casa. Toda noite, por várias noites. Eu a levava até sua casa, me despedia e ia para casa pensando mais nela.

Até a noite em que meus sonhos começaram a se tornar algo mais. Em vez de somente lhe dar tchau quando o café fechava, eu entrelaçava meus dedos nos dela e me oferecia para levá-la até em casa. Ela não me rejeitava, e então nós caminhávamos juntos.

Na noite seguinte, além de entrelaçarmos nossas mãos, quando me despedi, eu lhe dei um beijo diretamente nos lábios. Ela sorriu e voltou a me beijar assim que eu me afastei, e então continuamos a nos abraçar e o beijo logo se aprofundou enquanto nos deixávamos levar por nossas emoções.

Na noite seguinte, eu estava em sua casa, em seu quarto…

E, nos meus sonhos, na manhã seguinte, eu acordava com ela em meus braços, sentindo o cheiro doce de seu perfume e um sentimento caloroso queimando em meu peito. De manhã, quando acordei, eu sabia que estávamos destinados a ficar juntos.

Almas gêmeas; nós tínhamos sido feitos um para o outro.

Na noite seguinte, às três da manhã, eu me encontrava do lado de fora de sua casa, próximo à janela de seu quarto, a observando dormir placidamente. Fui embora após duas horas terem se passado, jurando nunca mais ficar tanto tempo assim, e cheguei em casa antes que alguém acordasse.

E então na noite seguinte, eu voltei. Mais cedo dessa vez, às sete. Fui embora às oito e voltei à meia-noite. E saí de lá às quatro da manhã.

Observá-la tinha se tornado meu hobby; suas janelas eram as únicas coisa que me separavam de meu passatempo. E então, sem me dar conta do que estava fazendo, eu comecei a segui-la por todos os lugares, quase não dormindo devido à minha constante caçada. Eu comecei a realmente gostar dela, mais do que eu tinha imaginado; passei a conhecer sua personalidade. Ela tinha tudo o que eu queria em uma garota, ela era tudo o que eu precisava. E, o mais importante de tudo, ela tinha me salvado.

Eu não mais sentia vontade de me matar; não, eu já tinha me livrado dessas ideias. Agora, com a possibilidade de ter alguém ao meu lado, eu queria viver.

Eu ficava por trás das janelas a observando não importando o tempo ou com quem ela estivesse. Descobri seus pensamentos mais íntimos, conheci seu passado. Descobri que ela era, como eu, solitária.

E então, depois de meses a seguindo, observando cada passo que tomava, cada movimento meticulosamente, eu falei com ela.

Eu estava nervoso, mas assim que tivemos o primeiro contato… Todo o nervosismo se esvaneceu de meu corpo e foi substituído por um ímpeto de realizar tudo aquilo que antes eu só via em meus sonhos. Eu me inclinei sobre seu ombro, contemplando seu desenho, e lhe disse o quanto tinha gostado de sua arte. Ela ficou sem graça, tímida, em choque... E eu amei isso.

E desde este dia, eu continuei a falar com ela, continuei a me aproximar. Em menos de uma semana, eu estava mais apaixonado do que nunca, e eu sabia que ela também gostava de mim.

E agora, sentado na poltrona próximo à janela com vista para uma das asas do avião, à caminho de um destino que eu antes não queria, eu me lembrava dela. E me dei conta de que ela não mais era minha. Eu sabia que tinha errado, sabia que a tinha assustado. A garota que mais amava, a que tinha me livrado da morte, eu lhe tinha recompensado com dor e medo. Como eu não percebi antes onde minhas escolhas levariam?

Na noite em que lhe confessei tudo, percebi hesitação em sua voz. Ela não queria mais ficar comigo, e eu entendia. Perfeitamente. Eu só fiz mal a quem só me quis bem.

Ela não teria coragem de dizer que não me perdoaria, eu sabia disso, ela era muito boa para me rejeitar dessa forma. Então decidi que quem deveria tomar uma atitude era eu. Eu deveria fazer isso pelo bem dela. E pensando nela, desapareci, sem me despedir, sem lhe dar explicações. Se eu tentasse, ela me convenceria a ficar e, dessa vez, finalmente, percebi que ficar era a escolha errada. Para ambos.

Ela precisava ficar sem mim, e eu precisava me desintoxicar dela. Precisava de um tempo para aprender a lidar com essa obsessão, com esse amor doentio. Eu voltaria um dia, com certeza, mas queria voltar sendo um novo Jungkook. Não sabia se um dia a mereceria, não sabia se um dia ela voltaria a querer ficar comigo... Mas precisava me livrar de alguns sentimentos nocivos, pois no momento, a única coisa que se passava em minha mente era que ela era minha, só minha. E se eu não poderia tê-la, bem...

Então ninguém mais poderia.


Notas Finais


Voltei, minha geeente, e vocês não esperavam por essa, né? Hahahaha!
Já tinha planejado escrever um epílogo com a visão do Jungkook já que, afinal, a Fanfic começou com a narrativa dele, então deveria terminar da mesma forma, não?

Enfim, aproveito esse último capítulo (dessa vez é verdade, é o último mesmo T^T) para esclarecer algumas coisas e também fazer algumas perguntas a vocês. Então vamos lá! (Espero que tenham paciência para ler e me responder, please ;-;)

1 - Sim, Stalker terá uma continuação, porém não sei quando. -_- Mas não se preocupem, espero não demorar tanto, o problema é que esta autora que vos fala não está mais na escola (como muitos imaginavam) e sim faz faculdade e trabalha, então arrumar tempo para escrever ultimamente tem sido... complicado. Mas não impossível! Então lhes prometo que teremos Stalker 2. ♥ Aliás, já tenho toda a trama em mente, só tenho de escrever e organizar algumas ideias mesmo.

2 - Estou no momento escrevendo uma outra Fanfic, mas dessa vez com o Taehyung como protagonista, ainda não a postei porque gosto de ter toda a história arrematada antes de começar a postar e muito possivelmente começar a me enrolar com a trama! Hahahaha!
Mas eis a questão: Mais uma vez a Fanfic será narrada pelo ponto de vista da protagonista, mas eu tenho uma certa dificuldade de escrever Fanfics com personagens 'N/A', e seu sei que muitas de vocês amam Fanfics assim. A pergunta que lhes faço é:
Vocês realmente preferem que eu escreva com uma personagem N/A, ou seja, um long imagine para vocês?
Pergunto isso porque a opinião de vocês, nesse caso, é muito mais importante que a minha, já que eu escrevo para vocês, néam! Então se me pedirem, vosso pedido é uma ordem! ♥

3 - Somente tenho a agradecer por tooodos os comentários, por todos que dedicaram alguns minutinhos de seu dia (e eu sei que mesmo sendo minutos, isso pode ser muito) para me deixar uma mensagem. Eu simplesmente AMEI escrever Stalker, e, como já disse diversas vezes, o que sempre me fez continuar foram os comentários de vocês. Sinto que ainda tenho muito a melhorar, e prometo que vou me esforçar mais ainda na próxima Fanfic! ^^

E é isso, amados de meu coração ♥, quando sair a nova Fanfic, lhes avisarei! E, por favor, comentem o que acham sobre ser um long imagine ou não, e o que acham do Taehyung ser o próximo protagonista? =)

Saranghae~ ♥

PS.: Tô sentindo que me esqueci de falar algo para vocês, mas caso tenha esquecido mesmo, volto aqui para comentar. xD

PS².: Eu vou responder aos comentários, juro! Mas como já disse, é falta de tempo, é a falta de tempo... E eu costumo ler tudo sempre com muita atenção e carinho, já que gosto de responder sempre à altura de vocês, porque os comentários de vocês são muito amor, sempre, sempre! Mas esse feriadão veio pra me dar uma trégua. ^^


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