~ POV Narrador
Já era noite quando os dois chegaram em Nova Iorque. Finn e Jack atravessaram os estados trocando de trem a cada viagem. Os dois afinal estavam bem preparados: óculos estilosos, bonés, chapéus e toucas, por mais que tentasse os procurar jamais encontrariam. Poderia ser algo tenso, mas pros dois foi bem divertido sair viajando por aí sem nem se importar com o tempo, as vezes até paravam pra comprar alguns souvenirs de sua viagem, nada inesperado para dois jovens que nunca haviam saído de sua cidade natal e agora estavam atravessando o país...
Finn se sentia livre pra segurar a mão de Jack agora que chegavam em Nova Iorque, ao mesmo tempo estando mais carinhoso com o mesmo graças a esse toque de liberdade com o namorado. Jack fazia o mesmo, agraciado por cada gesto sutil do cacheado.
E então os dois assim que chegaram resolveram parar em uma lanchonete para fazer um belo e merecido lanche. A cidade era enorme, e logo de cara ao sair da lanchonete Jack mostrou-se deslumbrado com cada fachada. As lojas sofisticadas, as grandes e largas avenidas, o trânsito intenso, as luzes, os sons por todo lado... Tudo que ele não havia visto antes. Isso parecia inovador aos seus olhos, e portanto não perdeu tempo em puxar Finn para conhecer alguns desses lugares e usar o dinheiro que haviam trocado nas jóias.
O Wolfhard de início ficou um pouco retraído como ele costumava ficar em lugares tão cheios, mas logo aproveitou pra ser divertir com o outro até que ... Jack resolveu parar num salão de cabeleireiros.
— O que está fazendo? — Finn perguntou o parando.
— Eu não sei ainda. Mas acho bom mudar isso um pouco. — Ele disse sorrindo animado sem nem explicar o que seria o "isso" e deixou um beijo rápido nos lábios alheios antes de entrar. Finn olhou meio corado pelo vidro da fachada do local quando Jack atravessou a porta de vidro, onde dentro haviam várias pessoas distraídas e uma garotinha de 6 anos estava olhando os dois enquanto a mãe lia uma revista sentada ao lado. Ele riu sem jeito já que provavelmente ela já tinha assistido, e então foi disfarçando pra sair de cena quando a pequena fez uma careta confusa pra ele.
Por todo o tempo que Jack ficou lá dentro, Finn então ficou olhando as vitrines em volta, era até divertido ver toda a movimentação das pessoas e dos painéis de led mostrando propagandas das mais diferenciadas. A noite era agradável na cidade, mas por um momento ele desejou que não fosse tanto ao ponto de Jack querer passar o resto de sua vida por lá.
Quando Jack saiu, Finn o aguardava na calçada, mas não conseguia ver nada de diferente já que o cabelo de Jack estava quase inteiramente coberto pela touca.
— Gostei da mudança. — Finn brincou abraçando o outro pelo ombro antes de começarem a caminhar lado a lado.
— Dessa? — Jack desafiou tirando sua touca. As sobrancelhas de Finn se arquearam em um grande choque. Seus cabelos estavam loiros num tom claro, quase em todo o comprimento menos na raiz, aparados e ainda encaracolados como de costume.
— Uau. — Ele sorriu breve, parando um pouco e tocando os cabelos do outro enquanto o olhava. — Porque isso combinou tanto? — O garoto disse enquanto Jack sorria orgulhoso, gostava de estilos diferentes e agora resolvera unir o útil ao agradável ao ter uma mudança que pudesse o ajudar mais ainda a se misturar na multidão (ou nem tanto) esquecendo-se que era um Grazer.
— O seu também combina com você. — Ele respondeu bagunçando um pouco os cabelos de Finn que tentou desviar jogando a cabeça para o lado, rindo ao cambalear pro outro lado com isso. Mas graças a isso os dois perceberam que estavam em frente a uma loja de jogos, e enfim que aproveitaram a chance pra conseguir alguns videogames portáteis para levar para casa.
Mas afinal, que casa? Nesse momento já deveriam estar no endereço guardado da casa de Angela Lafever, mas o tempo havia passado tanto que ambos se convenceram de que deveriam procurar um local para dormir e no outro dia ir ao tal endereço.
Entretanto, os locais eram caros até demais naquele bairro, além de com grande ocupação em qualquer época do ano, então os dois tiveram muito a andar até achar um hotel menor e ainda bem confortável. No fim, conseguiram um quarto em um hotel mais distante, mas aquilo era o mais ideal para os dois: um quarto simples e bem decorado, numa torre não tão alta e com uma vista da janela para a ponte de Manhattan sobre o rio East.
— Eles realmente nos deram isso — Jack dissera debochando quando entrou no quarto e tirou os sapatos, dando de cara com duas camas de solteiro bem acolchoadas ao ligar o grande abajour.
— Eu tenho uma ideia — Finn disse deixando as compras de lado e também tirando os sapatos ao trancar a porta, correndo até a cama e a empurrando até a outra para que ficassem lado a lado.
— Muito bem. Teste — Jack afirmou se jogando no meio das duas camas, assentindo ao ver que estavam bem as duas juntas mas ao tentar levantar acabou afundando no meio dos dois edredons e com as camas se afastando por causa disso.
Finn riu alto já que o considerava tão pequeno a ponto de não ser mais visto no meio de tudo aquilo, até que Jack pediu por ajuda e logo sendo puxado de lá, deixou vários socos de leve, ou não tão leves, por todo o tronco alheio. Finn continuou rindo enquanto pedia pra ele parar, se defendendo com as mãos, mas Jack apenas sorriu sádico e continuou fazendo aquilo enquanto ria e se jogava por cima de Finn numa das camas.
Finn gritou em meio as risadas e finalmente respirou um pouco, segurando as duas mãos de Jack e o jogando para o lado ao mesmo tempo que o prendia com uma das pernas no local.
— Eu te disse pra parar! Agora eu vou me vingar também — Finn dissera fazendo uma expressão divertida e se aproximando do rosto de Jack para morder sua bochecha rapidamente e outras pequenas partes abaixo, enquanto Jack tentava se esquivar sorrindo desajeitado com a vingança dolorida mas nem tanto, aquilo era na verdade totalmemte suportável para o garoto e até bom de sentir então ele não se sentiu revidado, mesmo assim tentando fugir dos pequenos ataques enquanto fazia uma careta boba em meio a agitação.
— JÁ TA BOM!! — Jack brigava com um sorriso determinado a agir, o empurrando pro lado e segurando as bochechas alheias. — FINN! Eu não posso aparecer pra minha "mãe" com a sua arcada dentária marcada na cara — O novo loiro brincou, mordiscando os lábios de Finn antes de um selar repentino, quando o outro apenas o observava com um olhar curioso.
— Você saiu ganhando assim!— Finn arqueou uma das sobrancelhas o fitando bobo. Uma das coisas que aprendeu em todos esses anos com Jack foi o jeitinho que ele conseguia fazer pra se dar bem quando queria mesmo, era até era engraçado quando ele realmente inventava coisas pra as pessoas, quase sempre en situações bobas.
— Você acha? — Jack o olhou de um jeito diferente, e subitamente se levantou conseguindo se soltar de perto do namorado. O mesmo pegou um dos edredons e cobertores, e sem falar nada jogou aquilo por cima de Finn, o cobrindo até a altura do peito.
— O quê... — Finn o olhava atentamente, sussurrando o questionamento para si mesmo até que Jack levantou a parte de baixo do edredom, se emaranhando em cima das pernas de Finn e por baixo daquilo tudo.
E quando finalmente Finn havia entendido o que o outro faria, sentiu as mãos quentes dele abaixarem todas as suas peças de roupa inferiores de uma vez e a boca dele fazerem todo o resto ali em baixo. Não sabiam porque mas o cansaço do dia havia ido embora completamente, o ambiente se tornou quente o suficiente para que os dois apaixonadamente se engatassem por um tempo a mais em meio àquela cama de solteiro..
Quando o dia amanheceu, Finn impediu que Jack entrasse no seu modo preguiçoso o forçando a se acordar na hora certa para irem buscar o endereço. O Grazer estava nervoso, mas quem não estaria num momento tão decisivo, pensou consigo. Além de saber quem era realmente sua mãe, o garoto iria descobrir o que mudou seu presente, o porquê de sua mãe ter ido embora naquele dia, cerca de 10 anos atrás.
E enfim, os jovens chegaram após encontrar um trem que levaria diretamente até o local, e infelizmente para Jack eles chegaram rápido e ele não teve muito tempo para pensar em desistir ou voltar atrás. Eles caminharam mais um pouco até o número 1086, uma casa simples no final da zona urbana, estrutura de um sobrado com uma árvore espessa e florida na frente escondendo um pouco da arquitetura.
Jack subiu a pequena escada na entrada da varanda frontal, e olhou para trás. Finn estava parado na parte de baixo, o fitando e incentivando com um olhar sereno de que tudo iria correr bem, apesar de estar nervoso e até talvez tanto quanto o outro. O Grazer voltou a olhar para a porta de madeira, fechada a sua frente: era chegada a hora. [...]
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