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História Stand By Me - S1E01: Piloto


Escrita por: arizonah

Notas do Autor


╭₊*̣̥ৎ✰ Olá! Sejam bem-vindos à Stand By Me, minha primeira interativa aqui, que estou realizando com o apoio de algumas amigas mais experientes e que vêm me auxiliando nessa jornada até agora. Meu nome é Alice, mas podem me chamar de Allie e sem mais delongas, aí vêm o primeiro episódio de sbm:

Capítulo 1 - S1E01: Piloto


Fanfic / Fanfiction Stand By Me - S1E01: Piloto

Sioux Falls, South Dakota

22 de julho, 1999

Um pequeno avião de vôos domésticos zuniu pelo ar quente de South Dakota, quando Rowan Wilkins sentiu os cabelos sendo esvoaçados por uma ventania forte e revirou as orbes azuis para o pai. 

— Achei que a vovó viesse buscar a gente. — falou a menina, puxando as enormes malas atrás de si em direção ao carro que os aguardava nos fundos do aeroporto. 

— Sua avó não pode mais dirigir, esqueceu que ela quase foi presa no verão passado? 

Como esquecer aquele pesadelo? — murmurou Colton Wilkins, com as mãos enfiadas no bolso e os fones do Walkman enfeitando-lhe o pescoço nu. Seus olhos estavam vidrados nos tornozelos da irmã, lembrando da situação que passara com a avó a um ano. Ele ainda se recordava do sorriso amarelo da idosa ao ser parada pelo policial canadense perto da fronteira, pedindo para que a mesma se retirasse do carro antes que causasse algum acidente. Como sempre, Tina Wilkins estava "levemente" embriagada após os três martinis que bebera pela manhã. 

— Ah, filho, aquilo já passou… — Wren abraçou o filho, puxando-o pelo pescoço para perto e bagunçou seus cabelos negros. — Tenho certeza que sua avó está… melhor. 

Um atendente de cerca de dezenove anos os acompanhava até o veículo, com o rosto repleto de uma excitação aparente, muito empolgado de ter conhecido um ator de Hollywood, e entregou as chaves do Cavalier ao patriarca dos Wilkins. O homem sorriu galantemente, revelando os dentes brancos e alinhados, lhe estendeu uma nota de cinquenta dólares com sua assinatura - Wren sempre assinava as próprias cédulas - e o agradeceu pelo serviço. O garoto, então, passou pelo astro e piscou para Colton, se afastando da família. O rosto do californiano enrubesceu com o gesto. 

— Caramba, um Cavalier? Céus. Filho, vai ligando a geringonça, por favor. — o mais velho andou até a filha e a auxiliou a guardar as bagagens.

Shotgun! — gritou Rowie, empurrando o gêmeo para longe do banco de passageiro a que se dirigia. 

Colton revirou os olhos e se jogou na parte traseira, deitando sobre o acolchoado que cheirava a suor. "Vai ser uma longa viagem", pensou ele. Os três, então, partiram do Sioux Falls Regional Airport e seguiram a rota que os levaria ao estado vizinho. Entrando na Rota 90, os Wilkins conversavam sobre diversos assuntos, se lembrando de alguns acontecimentos que ocorreram na infância dos gêmeos quando visitavam Pipestone, rindo da vez em que a festa das Bodas de Prata dos pais de Wren acabou se tornando um show de discussões entre Tina e Dennis, o caçula da família. Lentamente as risadas se cessaram e o silêncio lhes invadiu. Colton se apoiou na porta, fixando os olhos na paisagem seca e bela da divisa dos estados. Os campos compridos de areia e terra se estendiam pelo horizonte, decorados por algumas plantas secas, o céu azulado cortava-o ao meio, trazendo uma sensação de conforto ao menino, acostumado com a paisagem, mas que já não via a dois anos. No verão anterior, por algum motivo, Wren havia decidido que preferia descer no aeroporto de Minneapolis, uma ideia absurda e sem sentido, haja visto que o de Sioux Falls se encontrava quase ao lado de Pipestone, sendo assim, tiveram de dirigir por mais de três horas, sob um Sol devastador. Colt piscou, tentando afastar o assunto de sua mente e pegou o livro de Pedra Filosofal que trouxera na mochila marrom, lendo sobre como Harry derrotara a Sonserina em seu primeiro jogo. O garoto revirou os olhos. 

— Não acredito que você está relendo o primeiro livro de novo, Tom. — falou Rowan, encarando-o pelo espelho retrovisor. Ela mascava um chiclete sabor melancia, que perfumava o carro. 

— Reler de novo é pleonasmo, Rowan, e eu só estou me preparando pro filme, ok? 

— O filme sai em 2001! 

— Filha, deixa seu irmão ler em paz… Vê se tem alguma rádio pegando aqui, vai.

A loira revirou os olhos, sorrindo, e apertou o botão acoplado ao painel do veículo, fazendo com que um alto som explodisse em seus ouvidos. Era a mais nova música de Jennifer Lopez, "If You Had My Love". Rowan soltou alguns gritos de animação e abriu a janela ao seu lado, apoiando o braço na porta, imitando o pai, e começou a cantar junto de J-Lo, mexendo as mãos conforme o ritmo avançava. Eles logo passaram por uma placa que indicava que Pipestone se encontrava a cerca de doze milhas de distância, ao mesmo tempo que avistaram a cidade de Jasper ao longe. 

Wren ria com a empolgação da filha com a música, mas seu sorriso logo desapareceu, ao ver que Colton chorava no banco de trás. 

— O que aconteceu?! Colton, o que houve, filho?!

— Eles levaram o Norberto, pai… — falou o garoto, em meio à lágrimas. 

Wren não poderia parecer mais confuso.

— O quê?!

— É o dragão do Hagrid, eles levaram ele embora. 

— Filho, quem é…

O mais velho foi então interrompido pelo intervalo do programa da rádio. 

Pois é, galera, estamos de volta aqui na MNR, para uma atualização do caso Wilkins-Mendel! Ontem mesmo, o investigador Hiram Park, responsável pela averiguação da polêmica hollywoodiana, alegou que o ator Wren Wilkins, famoso por seu papel como Brandon James no filme "A Vingança de Scarlett", foi descoberto sendo… — com agilidade, Rowie esmagou o botão de ligar e desligar do aparelho, olhando para o pai com cautela. O mesmo tinha os nós dos dedos esbranquiçados pela força que colocava no volante, olhando para a estrada com as narinas infladas e a testa repleta de rugas de preocupação. 

A loira o abraçou desajeitadamente, sentindo o cinto cortar-lhe o ombro, sabendo que, apenas ouvir as palavras da mídia sobre si, poderia deixar o pai ainda mais desconfortável do que já se encontrava. Ele sorriu amarelo, relaxando as mãos que antes tensionavam ao redor objeto. 

— Tá tudo bem, Annie. — Wren afagou os cabelos claros da filha e apontou para o hospital de Pipestone, que se aproximava conforme eles avançavam. 

Rowie se recostou de volta em seu assento e estendeu a mão para fora da janela, sentindo o vento pinicar sua pele fina e o cheiro de terra seca lhe invadir. Colton ergueu os olhos da página onde Rony era atacado pela peça de xadrez bruxo e sorriu de lado, vendo a placa da cidade, com seu letreiro branco dando as boas vindas àqueles que chegavam, lhes recebendo mais uma vez. Passaram pela entrada de Pipestone e então, puderam ver os enormes casarões que começavam a surgir por ali, dezenas de moradores passeavam pelas calçadas iluminadas pelo Sol e analisavam o carro dos Wilkins, sorrindo ao reconhecer Wren. O menino dos cabelos escuros olhava ao redor, procurando algum amigo, ou alguém que conhecesse, mas infelizmente não conseguira encontrar nenhum, sabendo que estes provavelmente se encontravam no parque de diversões, já que o mesmo seria encerrado em algumas semanas. Colton bufou e viu que as pernas mexiam involuntariamente, talvez pela ansiedade de rever a cidade que conhecia desde a infância ou de saber que sua avó lhe questionaria sobre sua vida amorosa, como se ignorasse todas as vezes que Tom lhe contara ser homossexual, provavelmente até pelo fato de que teria de aguentar as discussões familiares e impedir que o pai bebesse até dormir, após um dia intenso no clube. De alguma forma, aquela ansiedade não era exatamente negativa. Ele admitia internamente que sentia falta do clima aconchegante de Pipestone, ainda mais comparando-a com Los Angeles, um local ao qual o garoto não sentia fazer parte a algum tempo. 

— Já devo avisar vocês que amanhã vamos ter um jantar em família. — Wren olhou para ambos os filhos, sério. — E quando digo família, quero dizer todos os Wilkins. Seus tios, primos, avós… Já sabem, né?

— Sermos educados… — responderam os gêmeos em uníssono, entediados. 

— Pai, a gente faz isso todo ano, não precisa repetir toda vez! — falou Rowan, revirando os olhos e encarando o mais velho. — Honestamente, não sei nem a necessidade de avisar, é óbvio que vamos no comportar e tudo mais. 

— Não sei o que é “óbvio” depois do showzinho que você deu ano passado. Sua avó ameaçou te tirar da herança, sabia? 

— Tanto faz…

Annie fechou o rosto em uma carranca e cruzou os braços, se afundando no assento e encolhendo os ombros ao redor de si mesma. Wren riu do bico que se formou nos lábios da filha e virou o volante, fazendo com que o carro imbicasse na entrada da mansão Wilkins, então buzinou para o portão.

— Céus, qual o problema do William de deixar essa merda fechada? Toda vez, porra… — Wren saiu do veículo e abriu o portão. Ao retornar, bufou e os levou para dentro.

Colton fechou seu livro e o guardou na mochila, se endireitando. 

— Sei lá, você sabe que o tio tem medo de alguém de east invadir a casa. — disse ele, encarando a estrutura branca à sua frente. 

A mansão era realmente deslumbrante, com três andares espaçosos e um jardim frontal bem cuidado, repleto de flores e arbustos que, segundo Rowan, pareciam ter sido podados por Edward Mãos de Tesoura. Uma pequena fonte adornava o centro e o cachorro da família, Barney, corria por entre os sprinklers, molhando o pelo dourado. Quando estacionaram, Colton rapidamente saltou do veículo, esticando as pernas compridas que haviam sido basicamente esmagadas pelo banco da frente, e sorriu ao ser repentinamente atacado pelo golden retriever. 

— Ei, garoto, como vai, meu lindão? — o menino depositou um beijo na ponta do nariz molhado do cão e rolou pela grama, sujando grande parte de suas roupas. 

— Ó, por Deus, Colton! Saia do chão! — berrou Tina, segurando um copo de whisky e encarando o neto com desgosto.

Wren colocou seus óculos escuros e retirou as malas do carro, caminhando até a mãe, com um sorriso disfarçadamente contente. A mulher o olhou de cima a baixo e torceu os lábios, dando um gole em sua bebida. 

— Você está gordo, Wrenald. 

— Sempre bom te ver, mamãe. — o loiro depositou um beijo na bochecha da mulher e entrou na casa. 

— Eu sempre esqueço que o nome do papai é esse. — riu Rowan, arrastando a mala pelo caminho de pedras no jardim enquanto o irmão tirava o máximo de sujeira das vestes que conseguia. 

O menino sorriu com a testa franzida pelo Sol e pegou seus pertences, seguindo Annie na direção da matriarca dos Wilkins. A idosa deu sua melhor versão de um sorriso e segurou o rosto da neta com as mãos frágeis, analisando as sardas de seu rosto. 

— Como vai, Rowena, querida? Você está mais… — ela pausou por um segundo, procurando por alguma espécie de adjetivo. — bronzeada! 

Rowan deu um sorriso nervoso e agradeceu, logo saindo do alcance da avó e se juntando ao pai no hall de entrada. Colton se aproximou cautelosamente. Devido ao crescimento excessivo que tivera desde o ano anterior, o garoto já se encontrava quase um palmo mais alto que a avó, tendo que se abaixar para que a mesma pudesse lhe beijar as bochechas, como gostava de fazer. Tina beliscou a pele do menino e deixou-lhe uma marca vermelha de seu batom logo abaixo de sua maçã do rosto.

— Ah, Colton, você está cada vez mais lindo — pode-se dizer que a avó o considerava seu neto favorito. — e alto! Aposto que tem várias namoradinhas na Califórnia! 

— Vovó, eu sou gay

A senhora fez um gesto de descaso com a mão e deu-lhe as costas, indo até o filho. O garoto deu uma risada anasalada e a acompanhou, até que se encontraram no hall de entrada. Rowan já havia subido ao quarto, que a avó havia decorado especialmente para ela, com seus pertences e Wren parecia falar com o ex-produtor no telefone, então Colton deu um beijo na avó e fez o mesmo que a gêmea, chegando ao local que costumava passar suas férias. O menino sorriu ao ver seus pertences ali, alguns livros que ganhara da família paterna ou CD’s autografados que alguns amigos haviam lhe comprado, todos lhe dando uma forte sensação de nostalgia. Ele deixou as malas num canto e foi até a janela, sentando-se no banco que ficava abaixo desta, onde passou a observar a cidade pacífica, pensando em como gostava dali, mas que agora, a ideia de que aquele seria seu lar permanente, certamente o assustava.


Notas Finais


Espero que tenham gostado da história e simplesmente por me darem uma chance! Todas as informações necessárias estarão no jornal da fanfic, mas sinta-se à vontade para tirar dúvidas pelo comentário destacado ou por mensagem privada, ou até mesmo pelo discord, cujo link estará mais pra frente. Novamente agradeço todo o apoio que recebi na criação de sbm e estou ansiosa para continuá-la!

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