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História Stand by You - I don't want you


Escrita por: chadaescrita

Notas do Autor


Olá amores ~ obrigada novamente pelos comentários anteriores e pelos favoritos!
Como prometido aqui está mais um capítulo =D
Por favor, não me matem.
Aproveitem a leitura!

Capítulo 8 - I don't want you


Fanfic / Fanfiction Stand by You - I don't want you

Assim que a conversa se encerrou os demais resolveram partir à procura de Jimin. Sabia que nenhum deles conhecia a região o suficiente para poder sair às cegas daquela forma, portanto não podiam se dar ao luxo de ficar enrolando e esperar que eles encontrassem o caminho de volta.

Jeongguk os seguiu sem falar nada. Ainda encontrava-se em um estado completamente atordoado, com a cabeça prestes a explodir. Não conseguia processar as informações adquiridas e tampouco formular uma resposta para a pergunta feita por Seokjin.

Talvez fosse melhor apenas… esperar.

Nem bem deram alguns passos e logo encontraram Jimin parado na esquina, apertando a tela do celular de forma desesperada e murmurando algo inaudível pela distância entre eles. Acabaram por se aproximar do mais baixo, ouvindo sua última tentativa de procura por Taehyung.

— Ele não atende o celular! Que merda! — bufou frustrado.

Yoongi se aproximou delicadamente de Jimin e o abraçou tentando passar algum conforto. Não adiantava se desesperar, afinal Taehyung era um garoto crescido e talvez precisasse ficar um pouco sozinho para espairecer e digerir tudo o que aconteceu naquele pequeno intervalo de tempo.

— Tenho certeza que ele não foi longe. Nós não conhecemos aqui, portanto ele não arriscaria se perder — murmurou.

— Vamos andar mais um pouco e ver se ele não parou em algum lugar aqui perto, ok? — Namjoon sugeriu e todos assentiram.

Seguiram sem rumo algum, apenas olhando para todos os lados a fim de localizar qualquer possível lugar que o amigo pudesse estar. Alguns muitos passos dali, felizmente, viram um belíssimo lago cristalino e, junto dele, avistaram Taehyung sentado em um dos bancos disponíveis, olhando para o nada.

Parecia completamente pensativo.

— Eu vou falar com ele. — Jeongguk se manifestou primeiro, dando passos na direção do mais velho, porém foi impedido por Seokjin.

— Acho que é melhor o Jimin ir. — Então, olhou para o mais baixo mordiscando o lábio inferior, mas que não hesitou em assentir. Sabia que precisava fazer isso, afinal havia falado mais do que devia. — Nós vamos esperar vocês perto da sorveteria onde o carro está estacionado ok? Demore o tempo que for necessário.

Seokjin tinha aquele olhar tristonho, quase como se pedisse desculpas por ter iniciado toda a confusão.

Jimin sorriu pequeno e assentiu. Depois, esperou seus amigos se afastarem até sumir do seu campo de visão. Respirou fundo e virou-se novamente na direção de onde estava Taehyung, ainda completamente imerso em pensamentos.

Precisava encará-lo. Eram acostumados a brigar por motivos de: Park Jimin às vezes falava demais. Todavia tinha noção de que o melhor amigo não ficava bravo consigo por muito tempo; era completamente mole quando o assunto era a amizade dos dois, e em outras circunstâncias eles com certeza teriam pedido desculpas juntos.

Sabia disso tudo, porém o sentimento ainda assim era aterrorizante demais.

Deixou de lado o seu medo e resolveu se aproximar a passos lentos do amigo sentado no banco. Contudo, seus pés pararam no instante em que viu uma figura se aproximando antes e, inclusive, falando com o Kim.

As pernas tremeram, seus punhos cerraram e sua face empalideceu no instante em que reconheceu quem era.

 

- B -

 

— Tae? — O garoto aproximou-se aos poucos e Taehyung olhou em sua direção como faria com qualquer outra pessoa que lhe chamasse de forma tão íntima. No entanto acabou ficando mais pálido do que já estava quando suas íris focaram no rosto familiar.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou ríspido e em claro sinal de defesa antes que sua voz começasse a falhar com a surpresa e o medo que logo o assolava.

— Eu poderia te perguntar a mesma coisa. — O garoto sorriu e sentou-se perto de Taehyung sem qualquer pedido para tal.

Jimin, que havia parado e estava observando o desenrolar da cena, acabou por entrar em pânico quando notou a proximidade repentina do outro e o modo com o corpo de Taehyung enrijeceu.

Aquilo não era bom. Depois de tanto tempo encontrar ele ali, do nada, não era bom sinal. Então, saiu correndo na direção do amigo de forma afobada, atrapalhando-se nos próprios pés apenas para chegar mais rápido.

— TaeTae! — berrou ao chamá-lo.

O Kim olhou na direção da voz conhecida e viu Jimin correndo esbaforido. Uma onda de alívio passou por seu corpo quando notou que a situação péssima em que se encontrava transformava-se em algo mais suportável. Era seu melhor amigo prestes a ajudá-lo.

— Olá Jimin! — O garoto sorriu para o Park e bateu no espaço vazio ao seu lado no banco de madeira. — Sente-se!

— Aqui está bom. — Jimin se sentou entre o garoto de sorriso prepotente e Taehyung, tratando de deixar uma distância considerável.

— Sempre sendo o amigo protetor não é mesmo? — Bogum riu e cruzou as pernas, inclinando a cabeça para ter uma visão melhor dos dois. A cena era tão costumeira quanto conseguia se lembrar.

— O que você quer aqui, Bogum? — Jimin não tinha medo do olhar intenso e do sorriso de canto dado pelo garoto, porém sabia que o mesmo não se aplicava a Taehyung, completamente tenso ao seu lado.

— Ué, eu vi uma pessoa que achei familiar e vim verificar. Só isso. Por que eu preciso querer algo? — Bogum sorriu debochado.

— Porque com você nunca é tão simples — murmurou Taehyung.

— Sentiu minha falta, Tae? — Bogum virou mais o corpo para poder encarar melhor o Kim que apenas se escondia ao lado de Jimin. — Porque eu senti sua falta. Eu senti o tempo todo. Ainda sinto.

— Não, ele não sentiu. Ele não precisa de você e, além disso, Taehyung tem os amigos dele! — Jimin se levantou rapidamente e pegou o amigo pelo pulso, erguendo-o às pressas e dando as costas para Bogum. — Eles estão esperando já, Tae. Vamos!

— Vejo vocês outro dia. Vocês sabem que eu sempre volto. — Bogum acenou com um meio sorriso, algo que beirava entre a confiança e uma pontada de raiva. Depois, voltou a olhar para o lago, como se nada tivesse acontecido.

 

- B -

 

Jimin sentia-se tão atordoado que a única coisa que se passava em sua mente era continuar puxando Taehyung até afastá-los completamente daquele lago e ele não ter mais visão de Bogum. Porém, o Kim parou de repente, puxando o próprio braço do aperto do amigo, fazendo-o virar para olhá-lo.

— Tae? O que foi? Está se sentindo mal? — perguntou aflito, pois estava desesperado que o amigo começasse a ter um ataque, um surto, qualquer coisa semelhante ao que ele conhecia.

Taehyung estava similar ao garoto do passado; parecia extremamente vulnerável e quebrado. Desde que eles se mudaram para a capital e tudo havia, de certo modo, melhorado, é que ele não via o Kim desse modo. Estava pálido, sem brilho algum e completamente sem o costumeiro humor que fazia todos ao seu redor rirem ou apenas olhá-lo e apreciá-lo.

Parecia um corpo sem alma.

— Eu não sei. Está tudo errado Jiminnie… — A voz saiu embargada pelo choro e sequer conseguia completar sua frase com coerência em meio aos soluços e lágrimas. — Tudo... Jeongguk... Isso...

No entanto, ao ouvir o nome do Jeon, Jimin acabou estranhando. Quando Taehyung via ou ouvia falar de Bogum, normalmente, não existia espaço para mais nada além das lembranças dolorosas que supostamente ficaram no passado. Porém, agora, ele misturava tudo com o que havia acontecido mais cedo na sorveteria; algo que deveria ser empurrado para o fundo de sua memória nesse momento.

Jimin não errou quando disse que Taehyung realmente amava Jeongguk afinal.

— Desculpa pelo que eu falei antes, Tae. Foi mais do que devia. — Jimin mordeu o lábio inferior, apreensivo. Aquela não era a hora para se preocupar com Jeon Jeongguk e o relacionamento esquisito deles, porém precisava se desculpar pela burrada agora que o nome do mais novo havia sido mencionado por Taehyung. — Me perdoa, por favor!

— Você não teve culpa. E-eu… eu que não soube como reagir — disse baixinho, lutando para as lágrimas não caírem com ainda mais abundância.

— Esquece isso por enquanto, está bem? — pediu, colocando as mãos no ombro do amigo e apertando a região com carinho para que ele sentisse um pouco de conforto. Então, Taehyung ergueu o olhar, os cílios banhados por lágrimas e as maçãs de seu rosto levemente avermelhadas. — Eu quero saber em relação ao Bogum primeiro. Como você está? Sente-se bem?

— E-eu… eu... — As lágrimas, no entanto, voltaram a descer com intensidade e a frase foi interrompida pelo Kim.

Jimin se viu em pânico mais uma vez.

“Merda. Esse garoto é um inferno na nossa vida. Quando você vai deixar a gente em paz, Park Bogum?”, pensou Jimin ao ver o amigo se debulhando em lágrimas depois de tanto tempo.

— Tae, por favor, não chora. Você precisa se controlar agora, ok? Vamos voltar até onde os outros estão nos esperando — falou baixinho, limpando as lágrimas do amigo com o polegar e voltando a puxá-lo em direção ao carro. — Eles não precisam saber de nada por enquanto se você não quiser falar.

— N-não quero — sussurrou.

Após uma pequena caminhada Jimin avistou os demais esperando encostados no capô do carro; alguns conversavam, outros — como Jeongguk — apenas olhavam para o nada, pensando em algo que era impossível descobrir se fosse avaliar apenas a expressão em branco que sustentavam.

Taehyung sequer notou quando chegaram perto dos outros, concentrado demais nos próprios passos e impedindo que sua mente vagasse para lugares que não deveria.

Então, Hoseok viu Jimin se aproximando, porém seu sorriso se desmanchou quando seus olhos foram capazes de ler os lábios do Park se mexendo e dizendo mudamente “Bogum”. A visão de Taehyung atrás do menor apenas confirmou o que havia lido.

— Vamos voltar! — Hoseok falou sem qualquer emoção na voz e os amigos estranharam a mudança de humor repentina somada à chegada dos dois amigos que faltavam.

— O que houve? — Seokjin perguntou confuso, olhando para Jimin e Taehyung e depois para Hoseok. Não conseguia obter uma explicação plausível para o dito diante daqueles olhares.

— Agora não, hyung. Vamos apenas voltar para casa, ok? — A voz de Hoseok soava séria e Seokjin apenas assentiu diante do pedido. Ninguém via o Jung sem alegria daquela forma, então a situação parecia pior do que transparecia.

Jeongguk, no entanto, ousou abrir a boca para perguntar a Jimin o que estava acontecendo e como Taehyung se encontrava, visto que o mais velho sequer levantava o olhar. Todavia, foi interrompido friamente com um mover de lábios que simbolizava um belo “agora não”.

A cabeça do Jeon latejava e ele não conseguia se concentrar ou encaixar as peças. O que aconteceu entre a sorveteria e a conversa dos dois para causar tudo aquilo?

O clima estava tão tenso e Taehyung basicamente ignorava a presença de todos eles ali. Mesmo após entrarem na van e Jimin isolar o Kim de todos, sentando-se ao seu lado no fundo do automóvel, não houve uma vez sequer que o olhar alheio foi direcionado para algum lugar que não suas mãos em seu colo.

Algumas fungadas eram audíveis e o Park apenas acariciava as madeixas sedosas, puxando o rosto alheio para seu peito a fim de abafar o som. Aquilo, porém, apenas levantava mais dúvidas.

Yoongi suspirou diante da cena, no entanto não questionou. Passou a entender e respeitar a amizade dos dois desde que eles reiniciaram o relacionamento e, dada as circunstâncias anteriores, parecia o certo a se fazer no momento.

Aceitar e não perguntar; frustrante, mas necessário.

O caminho todo foi feito em um terrível silêncio. E, no momento em que saíram do automóvel e os portões da mansão de vidro se abriram, Taehyung foi direto para o quarto, fechando a porta sem proferir um “a” sequer. Não falou com ninguém, não olhou para ninguém.

Jimin, no entanto, o seguiu às pressas e, logo que entrou, percebeu que o Kim havia entrado no chuveiro. Assim, encostou a cabeça na porta, deixando que o corpo finalmente descansasse um pouco que fosse, embora ainda sentisse uma pontada em seu peito por não poder ajudar mais do que o que estava fazendo nesse momento.

 

- B -

 

Jeongguk arriscava dizer que há algumas boas horas ele já não entendia mais o que estava acontecendo; fosse consigo e seus sentimentos estranhos dentro do peito, fosse com Taehyung e tudo o que o envolvia.

Contudo, se havia algo que o Jeon entendia perfeitamente bem era que, definitivamente, não suportava ver Taehyung sem o seu sorriso característico no rosto. Sentia uma necessidade absurda de invadir o quarto e lhe perguntar o que o afligia apenas para poder ajudá-lo de algum modo.

Tinha ciência de que sua amizade com o Kim não era algo sem qualquer tipo de barreiras, afinal eles começaram a contar as coisas um para o outro aos poucos e, se fosse ser bem sincero e parando para pensar seriamente, apenas Jeongguk havia revelado um segredo seu. No entanto, não podia culpar Taehyung de sua atitude, pois não havia obrigação de lhe revelar algo que o incomodava, mesmo que, no fundo, se sentisse levemente magoado por soar como se o mais velho não confiasse em si.

 

- B -

 

Jimin deixou que Taehyung tomasse seu banho tranquilamente e, aproveitando os minutos que possuía, foi logo atrás de Hoseok para que pudessem conversar com certa privacidade ao puxá-lo para um canto qualquer da espaçosa mansão.

— O que houve?

— Quando eu fui falar com o Tae, o Bogum apareceu no mesmo instante — sussurrou e colocou a mão na testa fazendo movimentos circulares como se aquilo fosse aliviar a dor de cabeça que começava a incomodá-lo. — Parece que brota do inferno!

— O que ele está fazendo aqui? O que o Bogum disse? — sussurrou de volta com pânico aparente no timbre de sua voz. Preocupava-se tanto quanto Jimin e isso era mais do que visível.

— Eu não sei. Na hora que o confrontei apenas disse que havia visto alguém conhecido e se aproximou. Mas durante a “conversa”, ele perguntou se o Taehyung sentia sua falta e… Bom, disse que sentia falta do Tae e que nos veria depois, pois ele sempre volta. — Jimin suspirou, olhando de soslaio para ver se os amigos não estavam por perto a ponto de ouvir o que falavam.

— É incrível como ele não desiste nunca! — reclamou frustrado. Então, esfregou os olhos impaciente, apertando-os antes de focá-los novamente em Jimin. — E como o Tae reagiu?

— Estava assustado, claro, mas o mais estranho foi que, ao questioná-lo, ele perguntou primeiro do Jeongguk — disse, recordando-se do modo como Taehyung soava confuso e com medo. — Aí eu pedi desculpas pela merda que disse na sorveteria apesar de, claramente, eu estar certo. Depois, quando pedi para que ele colocasse isso de lado e me falasse sobre o Bogum, ele meio que travou e começou a chorar mais.

— Concordo, está mais do que óbvio que ele gosta do Jeongguk — murmurou com a voz cansada, cruzando os braços. — Além disso, Jin hyung também se culpa por isso; ele está bem arrasado. Percebeu que os dois se gostam e acha que piorou a situação ao revelar a verdade.

— Eu acho que o Jeongguk pode ajudar, mas não sei se o Tae irá aceitar. — Jimin soava desesperado demais a essa altura e Hoseok entendia completamente o amigo. — Ele não vai aguentar tanta pressão assim, hyung.

— Concordo. Acho melhor darmos um tempo para ele pôr as ideias no lugar — sugeriu com um olhar triste e medo evidente em seu rosto. — Vamos ficar de olho nele caso precise de nossa ajuda.

— Eu acho que não será como foi no passado, mas pode apostar que ele irá se fechar para o grupo. — Jimin suspirou e passou os dedos nos fios descoloridos. — E eu prometi que não contaria nada a eles, então é melhor manter segredo por enquanto, mas... Honestamente? Cedo ou tarde eles vão perguntar e eu não quero mais esconder o passado do Tae; eles têm o direito de saber.

— Eu sei... Além de ser difícil esconder isso o tempo todo. Se Bogum voltar e eles estiverem conosco, com certeza vão perguntar quem é. Não vai ter como esconder para sempre — falou, soltando um suspiro cansado.

— Eu concordo. — Jimin mordiscou o lábio e olhou para os lados, então, apertou de leve o ombro de Hoseok, dando um meio sorriso. — Eu vou ver como ele está.

— Ok.

Arrastou-se até o quarto do amigo, receoso do que encontraria mesmo que, no fundo, soubesse que o máximo seria um Taehyung choroso encolhido por entre os lençóis.

— Tae? — chamou ao bater na porta com uma mísera fresta aberta, permitindo que ele tivesse visão mínima da cama. Viu o amigo deitado no colchão fitando o teto sem graça do cômodo.

Para o Kim sua mente estava completamente vazia e a tristeza cumulada com a mágoa do passado acabou por preencher completamente o seu peito. Qualquer resquício de felicidade que ele obtinha durante aquela viagem foi levado pela água daquele lago cristalino.

Então, finalmente ouviu a voz de Jimin o chamando e se levantou sem forças para um gesto muito maior do que aquilo. Arrastou-se, um passo de cada vez até chegar à porta e abri-la de fato, permitindo que o amigo entrasse.

O Park o olhou com tristeza, pois conhecia aquele olhar de Taehyung como ninguém; o olhar vazio e desprovido de qualquer felicidade que Jimin jurou que nunca mais veria.

Infelizmente não deu certo, pois Bogum ainda tinha influência sobre Taehyung, mesmo que não fosse como antes.

— Como você está? — A pergunta soava retórica porque a resposta parecia mais do que óbvia a seu ver, porém não custava nada perguntar e torcer para obter algo diferente do costumeiro de anos atrás.

— Um lixo. — Foram as palavras que Taehyung conseguiu proferir antes de se arrastar novamente para a cama. Sua garganta estava seca, seus olhos ardiam e seu peito doía; não sabia, porém, qual era exatamente o motivo de sua dor. — Como o Jeongguk está?

Jimin ergueu uma sobrancelha diante do questionado.

“E lá está a minha confirmação de novo. Ele está perguntando do Jeongguk. Talvez ele tenha mesmo um papel importante em ajudar o Tae a se livrar desse encosto chamado Park Bogum”, pensou ao umedecer os lábios.

Resolveu, então, se aproveitar do fato de que Taehyung parecia se importar com algo mais além da própria dor pela primeira vez desde que toda essa confusão com Bogum havia acontecido.

— Confuso com tudo o que está acontecendo — falou e viu que Taehyung o olhou espantado. — Ele não sabe de nada ainda, Tae, não se preocupe. Só que se o Bogum aparecer novamente, eu vou contar tudo a eles, quer você queira, quer não.

— Talvez você tenha razão — murmurou e soltou um suspiro cansado.

— Sobre o quê? — perguntou confuso.

— Sobre tudo... Eu... Ele… Meu passado… — As palavras saiam com dificuldade ao serem proferidas. Taehyung parecia fraco mesmo que umas horas atrás ele estivesse ótimo e em perfeita disposição.

— Não se preocupa com isso agora, ok? Foque apenas em ficar bem novamente — murmurou ao abraçá-lo, acariciando os fios alheios.

— Eu vou me afastar dele, Jiminnie — sussurrou, soltando um soluço logo depois.

Tomar aquela decisão era dolorido, no entanto sabia que era o necessário a se fazer nesse momento. Perderia Jeongguk de um jeito ou de outro, portanto que fosse logo antes que as raízes crescessem mais.

— Por que isso, Tae? Se ele te faz bem por- — Todavia, Taehyung o interrompeu antes de completar sua frase.

— Porque é assim que tem que ser! — Algumas lágrimas ousadas rolaram silenciosamente pelas bochechas de Taehyung e Jimin apenas o abraçou mais forte, não insistindo no assunto.

“Merda. Isso não vai funcionar se o Tae se fechar pro Jeongguk... O que eu faço?”, pensou agoniado. Queria apenas gritar e esmurrar a parede mais próxima.

Então, apenas ficaram naquela posição por longos minutos até Taehyung se acalmar novamente.

Inclusive, Hoseok estava do lado de fora, encostado próximo à porta e acabou por ouvir a conversa na íntegra. Sentiu um nó se formando em seu peito ao ver o amigo naquele estado novamente. Se pudesse pegar toda a dor que Taehyung sentia para si, ele o faria sem nem pensar duas vezes.

Jimin resolveu deixar Taehyung descansar mais um pouco e, então, deixou o quarto do amigo algum tempo depois. Acabou encontrando Hoseok do lado de fora, cabisbaixo e olhando para os próprios pés como se apenas o esperasse para que pudessem sair logo dali. Trocaram olhares cúmplices pelo momento e pelo passado, ciente de que o Jung havia escutado tudo e não era necessário dar maiores explicações.

O suspiro de frustração de ambos foi audível, fazendo-os seguir para a sala onde os demais provavelmente estavam com um sorriso forçado no rosto.

 

- B -

 

Taehyung demorou um pouco, mas finalmente conseguiu se acalmar a ponto de deixar o quarto. Aparentava uma melhora fisicamente falando, no entanto não esboçava nenhuma emoção característica como nos dias anteriores. Tratava-se de uma casca completamente vazia; os olhos sem vida e sorriso inexistente.

Ignorou todos a sua volta e foi automaticamente atrás de Hoseok, grudando no amigo como uma criança tímida que não sai da barra da saia da mãe em festas familiares. Estava ciente de que não deveria atrapalhar Jimin e Yoongi nas primeiras férias juntos depois de todos os problemas que, se ele bem se lembra, foram causados por sua causa por motivos quase que semelhantes ao que estava passando no momento.

Seus amigos já haviam feito demais por si, portanto deveria retribuir de algum modo.

No entanto a mudança repentina de Taehyung alarmou os demais, principalmente Jeongguk. Ver aquilo apenas levantou o questionamento mais óbvio na mente do mais novo: o Kim não iria falar consigo?

Então, tentou se aproximar do mais velho para estabelecer alguma comunicação que fosse, afinal precisavam conversar de um modo ou de outro. Todavia, todas as vezes foram um verdadeiro fracasso; Taehyung se afastou antes sequer do Jeon proferir alguma palavra.

Jeongguk começou a se irritar com aquela reação ridícula do mais velho, pois não fazia o menor sentido para si. Era compreensível ser tratado daquela forma quando eles não se suportavam, mas agora? Depois dos beijos, dos toques mais ousados, da possibilidade de o que tinham virar algo ainda mais… confuso? Depois de tudo o que passaram juntos?

Foi assim dia após dia.

 

Na segunda-feira:

— Tae! — Jeongguk o chamou pela milésima vez, mas, como esperado, foi apenas ignorado.

 

Na terça-feira:

— Taehyung, fala comigo, por favor! — implorou.

 

Na quarta-feira:

— O que diabos eu te fiz, Kim Taehyung? — falou frustrado.

O ciclo apenas se repetia conforme os dias se arrastavam e a frustração apenas o dominava.

Jeongguk podia aparecer na frente de Taehyung quantas vezes fossem, mas o mais velho simplesmente ignorava sua existência e caminhava até Hoseok como se mais ninguém ali dentro importasse.

 

- B -

 

— É sério que ninguém vai me explicar o que está acontecendo? — bufou falando para o nada. Queria apenas desaparecer dali o quanto antes. Sentiu uma vontade imensa de retornar para como as coisas eram antes de Taehyung, simplesmente para não sentir aquele vazio em seu peito.

Ninguém explicava para Jeongguk o que diabos ele havia feito para receber aquele tratamento.

Entretanto, não era como se alguém além de Jimin e Hoseok soubessem do ocorrido. Na verdade todos estavam tão perdidos quanto o mais novo, com a diferença de que eles tentavam dar espaço e respeitar, pois por mais preocupados que estivessem, bom, eles não tinham sentimentos para desbravar como Jeongguk possuía.

O Jeon, no entanto, sentia-se apenas um inútil de ver o mais velho daquela forma e não poder fazer nada. Queria ajudar e entender, não ser ignorado daquela forma.

Iria pirar a qualquer momento.

Doía demais e se fosse ser sincero pareciam que estavam lhe usurpando o ar aos poucos. Yoongi era seu melhor amigo e depois dele Taehyung tinha se tornado a pessoa mais importante na vida do Jeon, mesmo com todas as provocações, irritações, discussões que possuíam; ele via no Kim uma pessoa em quem confiar, compartilhar, dividir, tudo.

Todavia Taehyung claramente insistia em empurrá-lo para fora da sua vida de uma hora para outra, sem motivo aparente. Pois, fosse pelo que Jimin disse na sorveteria ou qualquer outro motivo, Jeongguk tinha direito ao menos de ter uma conversa e ouvir da boca alheia o que ele pretendia fazer com o que eles tinham.

Jimin observava diariamente Taehyung ignorando Jeongguk daquela forma e ficava com o coração apertado, pois sabia que o mais novo era alguém que seria capaz de ajudar o Kim. No entanto, fazia-se necessário que o Jeon soubesse ao menos os motivos de ser afastado tão repentinamente da vida alheia daquela forma.

Aquilo era enlouquecedor.

 

- B -

 

No fim, Taehyung esquivando-se de Jeongguk daquela forma acabou levando o mais novo ao seu limite. Já estava há dias em outro quarto, sentindo a frieza do espaço vazio ao seu lado, passando as noites em claro e rolando na cama ao tentar pôr as ideias no lugar.

Sua paciência havia se esgotado e ele não aguentava mais toda aquela situação. Era insustentável demais para si mesmo, portanto tomou uma decisão drástica, porém necessária: ou ele se resolvia com Taehyung de uma vez por todas, ou pegaria o primeiro avião de volta para casa e danem-se suas férias.

Estava decidido. Soltou um longo suspiro e chutou as cobertas que envolviam seu corpo, pressionando o travesseiro macio contra a própria face.

— Eu vou pirar se esse garoto não falar comigo! — berrou com toda a voz que podia deixando o som ser abafado pelo travesseiro.

 

- B -

 

Naquela tarde Jimin estava na sala jogando cartas com Yoongi, Namjoon e Seokjin. Hoseok, como vinha acontecendo ultimamente, estava com Taehyung na varanda observando a paisagem bela que obtinham dali.

O clima ainda era esquisito, mas eles acompanhavam o ritmo aos poucos.

Taehyung estava com a cabeça encostada no Jung olhando o agradável pôr-do-sol. Era reconfortante ter ao menos aquela bela vista para contemplar diante de tanta tristeza. Hoseok passou o braço em volta do Kim e o trouxe mais para perto, acariciando seus fios desbotados enquanto mantinham-se quietos, embalados apenas pelo som das ondas do mar.

— Para mim já chega! — Jeongguk falou irritado ao chegar perto dos amigos e se jogar no sofá espaçoso da sala.

Os quatro ergueram o olhar e Yoongi franziu a sobrancelha com a atitude repentina, afinal ele sequer estava jogando carta com eles para dizer “chega” a algo.

— Chega do quê? — perguntou sem entender.

— Eu não aguento mais ele se esquivando de mim. O que foi que eu fiz? — perguntou irritado e então apontou na direção da varanda. — E, sério, aquilo é para me deixar feliz?

— Jeongguk? — Jimin o chamou de repente, fazendo o Jeon virar-se na sua direção com o cenho franzido pela irritação. — Você está com ciúme?

— Ciúme? Eu? N-não… não! Por que eu estaria com ciúme? — bufou acanhado.

— Porque você gosta dele e queria estar no lugar do Hobi agora — retrucou Yoongi.

Jeongguk abriu e fechou a boca algumas vezes, encarando o amigo. Não conseguia despejar os vocábulos corretos para responder; aquilo era a mais pura verdade. Tudo o que o Jeon queria era estar no lugar de Hoseok naquele momento, afinal, ele tinha esse direito; tinha o direito de estar perto do Kim.

Não tinha?

— É claro que gosto dele, oras, igual eu gosto de vocês. Ele é meu amigo! — disse tentando soar convincente, mas claramente mostrando que apenas mentiras saíam de sua boca naquele momento.

— Você gosta dele mais do que como amigo — disse Seokjin, largando as cartas na mesa e analisando o rosto de Jeongguk com cuidado. — E eu arrisco dizer que gostar não é a palavra correta aqui.

— E-eu... eu não... Por que isso é importante? — As palavras se perdiam e ele começou a ter dificuldade em pronunciá-las.

— Desculpa pelo lance da sorveteria, Jeongguk. Se eu não tivesse falado nada talvez- — Seokjin respirou fundo e abaixou a cabeça, envergonhado.

— A culpa não foi sua, hyung — falou com um meio sorriso tentando acalmar o amigo.

— Eu piorei tudo. E-eu… — Seokjin não conseguia se expressar e Namjoon o puxou para mais perto, abraçando-o de lado.

— Não se culpe por isso, hyung. Eu e o Tae erramos e… Bom, de certa forma estou arcando com as consequências disso — murmurou olhando para o mais velho na varanda, tão perto de si e ao mesmo tempo tão distante.

— O Tae não está em um bom momento, Jeongguk. Você precisa descobrir primeiro o que sente antes de tentar falar com ele. — Jimin estava com a expressão triste olhando para o mesmo lugar que o mais novo ao sussurrar aquilo.

— E se eu já souber? — perguntou dessa vez encarando Jimin.

— Se você já souber e me garantir que é real e que não vai magoar o Taehyung, então você tem a minha bênção — respondeu e encarou o mais novo de volta com a mesma intensidade.

Jeongguk suspirou. Ele sabia; há muito tempo sabia o que sentia, mas era difícil colocar isso em palavras ou até mesmo aceitar. Eles começaram se detestando, depois com uma mentira, depois negando tudo. Como poderia ser capaz de entender o turbilhão de emoções que possuíam?

No começo, Jeongguk tem que admitir, parecia apenas atração, mas aí eles desenvolveram para uma amizade que decolou de forma rápida e se fortaleceu de um jeito que ele não sabia mais explicar. Era difícil ficar sem Taehyung por perto e depois passou a ser insustentável não o ter ao seu lado.

Inclusive, esses últimos dias com o mais velho o ignorando parecia que Jeongguk estava vivendo no verdadeiro inferno. Parecia que estava de volta à América, desesperado para retornar a sua casa na Coreia do Sul, onde as coisas estavam normais para si.

Era um sentimento horroroso.

Sendo sincero, tudo o que o Jeon queria era seu coração de volta. Começava a se questionar quando foi que Taehyung pegou aquele órgão estúpido e guardou em uma caixinha da maneira mais egoísta possível, deixando-o vulnerável e tão dependente daquela forma.

Sequer viu quando tudo isso aconteceu.

Não desejava ser o namorado falso do Kim como antes. Queria o Taehyung que sorria por causa dele, por ele, com ele. O mesmo Taehyung que o provocava, que o abraçava do nada, que o irritava e que fazia as coisas mais esquisitas do universo como se fossem as coisas mais normais sem se importar com o que os outros fossem dizer.

Ansiava pelo Taehyung que ele conheceu e, mesmo que soasse egoísta, desejava-o apenas para si próprio.

Então, com aqueles pensamentos em mente, Jeongguk se levantou abruptamente e foi em direção à varanda sem hesitar.

— O que você vai fazer? — Yoongi berrou levantando-se para ir atrás do amigo e impedi-lo de cometer uma besteira.

— Resolver isso de uma vez por todas — disse ao parar na porta da varanda. — Se não der certo, volto para casa hoje mesmo no próximo voo.

— É bom você estar certo disso! — Jimin berrou.

Jeongguk ouviu bem, mas optou por ignorar. Com isso, ele apenas abriu a porta envidraçada, entrando logo em seguida antes que a coragem se esvaísse por entre os seus dedos.

Hyung, será que eu posso conversa com o Tae? — A voz era trêmula, porém decidida.

Taehyung se encolheu na cadeira no instante em que ouviu a voz alheia. Não queria conversar com Jeongguk e, sendo sincero, sequer sabia como olhar para o mais novo novamente. Sentia medo, vergonha, um misto de coisas.

— Eu não acho que seja uma boa ideia — respondeu nervoso, olhando do Jeon para o amigo encolhido ao seu lado.

— É importante, por favor. Prometo que será rápido e, bom, se não der certo hoje mesmo estou voltando para casa. — Jeongguk não fazia ideia do que estava fazendo mais, apenas que sua mente dizia que aquilo era o correto a se fazer. Normalmente ele era racional, mas as emoções o controlavam nesse momento.

— Está bem. — Hoseok suspirou e se levantou. Então, deu uma última olhada para Taehyung por garantia. — Você vai ficar bem?

Taehyung respirou fundo e apertou os olhos. Sentiu uma pontada no peito com o pensamento de Jeongguk retornar para casa por sua causa, mas forçou-se a assentir para o Jung, mantendo os olhos na praia.

— Não se preocupe comigo, hyung. Pode ir — murmurou.

Hoseok assentiu e afastou-se, passando por Jeongguk e colocando a canhota em seu ombro.

— Muito cuidado com o que você vai falar para ele, por favor — sussurrou.

Então, o Jung fechou a porta envidraçada da varanda, deixando Jeongguk e Taehyung sozinhos pela primeira vez em dias desde toda a confusão.


Notas Finais


Sei que o capítulo foi um pouco depressivo, mas foi necessário.
Prometo fazer a próxima atualização em breve.
Btw, eu amo o Park Bogum e me corta o coração inseri-lo na fic dessa forma, MAS haha ele foi a bola da vez.
Comentários e favoritos são bem vindos <3


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