História Star Tabby Interativa - 058 ;; I Wish Your Happiness

Seoul, Abril de 2016.

Harin estava naquele momento fazendo sua primeira capa para uma revista. Sua fama estava crescendo muito, do dia para a noite ela havia virado oficialmente o Primeiro Amor da Nação, graças ao seu filme, Architecture 101. Os coreanos haviam se apaixonado pela beleza inocente da Kim. Desde o lançamento do filme, ela havia fechado contrato com duas marcas e feito três photoshoots. O conceito do photoshoot dela era inocente, assim como a imagem que teria que segurar por algum tempo.

Assim que terminou de fotografar, agradeceu todos ali pelo bom trabalho e foi se trocar. Viu a hora e arregalou os olhos. Tinha combinado em ir à mesma cafeteria do outro dia com Baekhyun. Ele provavelmente já estava a esperando. Tinha perdido a hora. Kara não estava no país naquele dia e ela não queria pedir para a manager levá-la até o lugar, então foi até o ponto de ônibus. Fazia um certo tempo que ela não andava de ônibus, afinal as managers sempre levavam elas em todos os lugares. Isso a lembrava dos tempos de trainee e um sorriso surgiu em seu rosto. Pensando nisso, pouco tempo depois o ônibus chegou. Harin estava totalmente sem maquiagem e com uma máscara, esperava não ser reconhecida durante o trajeto. Entrou no ônibus amarelo, pagou a passagem e sentou-se em um banco.

Olhou pela janela em completo silêncio, o ônibus não estava tão cheia naquela tarde. Mas como tudo não é um mar de rosas, ela escutou alguns murmúrios. Olhou para o lado e viu duas garotas cobrindo a boca com a mão. Harin pressionou os lábios, elas haviam a reconhecido. Não queria parecer arrogante, então deu um sorriso para elas. Viu que as duas tiraram fotos e então apenas olhou para frente, esperando o ônibus chegar ao seu destino.

Olhou o horário no celular e depois abriu a câmera para ver se estava parecendo bonita. Arregalou os olhos quando se deu conta que estava sem qualquer maquiagem no rosto. Baek não pode me ver assim!, ela pensou. Procurou alguma coisa em sua bolsa, logo passou um batom rosa Etude que ganhou, afinal, tinha feito uma propaganda para marca. Depois, passou rímel, esperando que não parecesse que estava com o rosto praticamente limpo. Colocou novamente a máscara e quando pegou seu celular para mexer nele enquanto o tempo passava, chegou ao seu destino. Desceu do ônibus e lá estava a sua cafeteria favorita.

— Oppa, você esperou muito? — Perguntou, sentando-se na cadeira a frente de Baekhyun. Ele a mostrou um sorriso que foi retribuído.

— Não. — Mentiu. Ele já estava ali por algum tempo. Ficar no celular foi o seu passatempo enquanto ela não chegava. Temia até mesmo ser expulso da cafeteria por não ter pedido nada até aquele momento.

— Que bom. — Ela novamente sorriu. — Podemos fazer o pedido então?

Tokyo, Abril de 2016.

Olhou-se no espelho, admirando seu reflexo. Kara estava usando um vestido cor-de-rosa e saltos da mesma cor. Em pouco mais de uma hora ela frequentaria um evento da Shiseido em sua cidade natal. Agora, ela era o rosto global da marca de cosméticos. Sua fama dentro do país estava crescendo cada vez mais, não que já não fosse enorme. A aparência angelical fez com que ela aparecesse estampada em todos os jornais pelo mínimo movimento que fizesse. Não era de se chocar que ela possuía o título de primeiro e único Anjo do Japão.

— Por que não preferiu ficar em casa? — Keiko perguntou, sentada na cama do quarto do hotel de luxo do qual Kara estava hospedada.

— Não quero ouvir mamãe falar sobre o meu tal pretendente. — Respondeu, colocando os brincos Tiffany & Co. que ela havia comprado na última vez que foi a Nova York. — Não quero namorar agora. Nem tenho tempo para isso, Keiko. O trabalho toma o meu tempo.

— Tem certeza que você não quer namorar? Ou apenas não encontrou o garoto ideal? — A mais velha sorriu e Kara olhou para ela. — E o Luhan? Vocês combinam. — Kara deu um riso anasalado e Keiko comentou: — Adorei os brincos.

— Lu e eu somos apenas amigos. — Kara afirmou, voltando a se olhar no espelho. — E obrigada. Um dia você tem que viajar comigo, vou te comprar um desses.

— O trabalho toma todo o meu tempo. — Keiko retrucou. Era uma das maiores advogadas do Japão e fazia muito bem seu trabalho. Desde que Kara tornou-se uma modelo, Keiko fez questão de se tornar sua advogada particular.

Kara sorriu. Mais tarde, participou do evento da Shiseido e o total de pessoas que foram vê-la no fansign a deixou chocada. Não passava tanto tempo no Japão, mas a quantidade de fãs que ela tinha no país era quase absurda.

Voltou para o quarto de hotel depois que dar uma passada em sua casa, estava cansada demais e não estava vendo a hora de dormir. Ligou o ar condicionado e pouco tempo depois estava dormindo feito um anjo.

Paris, Abril de 2009.

Adeline deu um longo suspiro, abrindo novamente seus olhos. A imagem de sua mãe num caixão ainda estava muito viva na sua mente. Mesmo que fizesse quase um ano, ela e seu pai não tinham superado, e provavelmente isso não aconteceria tão cedo. Ela estava esperando seu voo, seu pai decidiu que seria melhor que eles se mudassem para a Coreia do Sul, seu país, afinal apenas passar pelas ruas daquela cidade o fazia lembrar de sua amada esposa.

Tombou a cabeça para baixo, sem dizer uma palavra sequer. Naquela semana, ela havia terminado com Benjamin, seu namorado. Não queria continuar o namoro enquanto morassem em continentes diferentes. Ele era um namorado incrível para ela. Seu primeiro amor da adolescência. Amava-a e esteve com ela quando ela mais precisou. Deixá-lo era difícil para ela. Eles estavam partindo para caminhos diferentes e sabiam que em breve estariam vivendo outros amores. Mas ignorá-lo completamente ainda a machucava. Desde o término, eles se viram algumas vezes aleatoriamente na rua, mas apenas desviam o olhar como se fossem estranhos.

Ela voltou a olhar para a janela do grande aeroporto. No final, eles eram jovens demais e não entendiam o amor.

Lembrou-se da despedida. Adeline tentou ser o mais suave possível. “Eu te amo, Ben, e desejo sua felicidade. Mas agora precisamos dizer adeus”, foi sua última frase, em meio a lágrimas que ela não conseguiu conter. Ela tinha que superar logo isso, tinha que seguir em frente.

A imagem de sua mãe veio novamente em sua cabeça. Ela estava tentando não pensar tanto naquilo, já fazia quase um ano. Ela era tão jovem, por que isso tinha que acontecer?, pensou, pressionando os lábios e tentando não chorar naquele aeroporto. Ela sempre amou tanto os pais, eles eram tudo para ela. Mas agora sua mãe não estava mais ali, ela não tinha mais alguém para ouvi-la e dar conselhos, para ser sua melhor amiga e confidente. Ela só queria que aquela mulher linda sorrisse para ela enquanto Adeline e os pais estivessem indo tentar a nova vida na Coreia, os três juntos, unidos e felizes.

Seu pai, percebendo seu estado, deu um abraço apertado e demorado na filha, que molhou seu casaco com lágrimas.

— Eu... só queria que ela ainda estivesse aqui. — Sussurrou para que apenas o pai ouvisse e ele, em resposta, a abraçou mais forte. Também estava sendo muito difícil para ele.

— Eu também, minha filha. — Foi o que ele disse, tentando conter as lágrimas, queria parecer forte em frente a sua filha.

O voo havia sido anunciado, ela rapidamente secou as lágrimas que insistiam em cair de seus olhos e pegou suas malas, levantando da cadeira e seguindo seu pai para uma nova vida em um país totalmente diferente.