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História Start Over- Camren - Picnic


Escrita por: ffharm

Capítulo 5 - Picnic


 

“O encontro inesperado, as situações inusitadas, o que não foi combinado, mas tinha que acontecer. ” - Rubem Alves

 

Naquela madrugada, Lauren acordou se sentindo sufocada pelos pesadelos, sua roupa estava molhada de suor e seu coração parecia correr mais rápido que o seu pensamento.

Levantou da cama e olhou no relógio da cabeceira da cama, ainda marcava 3h da manhã, mas não conseguiria voltar a dormir ou fazer qualquer outra coisa além de correr naquele momento, e foi o que fez, tomou um banho, vestiu sua roupa e colocou seus fones e correu no quarteirão até se sentir preenchida pela exaustão.

Estava se dirigindo ao Cabello’s Coffee quando lembrou de que naquele domingo o café não iria abrir, se praguejou por não ter lembrado antes, aquela era uma cidade pequena, mas ela não tinha se dado o trabalho ainda de procurar por outro café, caminhou um pouco até encontrar um supermercado aberto, não sabia cozinhar, mas ela percebeu que teria que tentar.

Caminhou pelos corredores do supermercado procurando por algo que pudesse comer e que fosse simples de se fazer, encontrou apenas cereais e leite, outra coisa iria exigir que ela usasse a cozinha, coisa que ela não saberia como.

Comprou algumas caixas de cereais, leites e sucos, para caso quisesse comer sem ter que ir ao café, passou no caixa e foi para sua casa, estava faminta e iria devorar uma caixa de cereal.

Chegou em casa, colocou o cereal e o leite em um pote e se jogou no sofá, sem se importar em tomar banho antes, se ela fizesse aquilo no sofá de sua mãe, dona Clara provavelmente acabaria por surtar, mas não estava mais na casa de seus pais, ficou triste com esse pensamento, a saudade de sua família estava batendo cada vez mais forte.

“Preciso de uma TV” esse pensamento passou novamente por sua cabeça, precisa de coisas para ocupar a mente enquanto estivesse em sua casa, e já planejava comprar uma TV, adorava assistir jogos com seu pai e filmes com Taylor, queria ter um pouco deles consigo.

Eram 9h da manhã quando Lauren se levantou do sofá e se encaminhou para seu banheiro, como sempre, se arrumou, pegou um livro e saiu de casa a caminho do parque para passar o restando do dia.

Sentou em seu banco habitual, era um banco um pouco mais afastado no parque, não era escondido, mas não era tão a vista como os demais. Estava concentrada em seu livro quando sentiu duas mãozinhas na sua perna, se apoiando para ficar em pé.

– O que está fazendo aqui cerejinha? – Estranhou ver a cerejinha ali sozinha, mas sua expressão de surpresa se desfez assim que ouviu a voz familiar de Camila.

– Você só pode ter enfeitiçado minha filha – disse risonha logo atrás de Hope.

– O que posso dizer? Sua filha já me ama – brincou deixando o livro que tinha em mãos de lado no banco e pegando Hope no colo.

– Ama é? – Debochou.

– Sim, isso e também porque você sempre deixa ela sozinha – zombou rindo da cara de indignação de Camila.

– Para seu governo, Jauregui – disse com as mãos na cintura – eu não deixo minha filha sozinha, ela que sempre foge de mim quando te vê, essa traidorazinha – disse olhando para Hope que ria no colo de Lauren enquanto brincava com as pontas do cabelo da morena.

– Eu tenho um imã de bebês, não é mesmo cerejinha – disse levantando Hope que ria contente.

– O que faz aqui, Lauren?

– Venho aqui todo dia para ler – disse apontando para seu livro que estava no banco – E vocês duas?

– Estamos fazendo piquenique com umas amigas – Camila apontou para um ponto atrás de si, onde tinha um grupo de amigas sentadas em uma toalha xadrez vermelha em baixo de uma árvore.

Lauren apenas assentiu com a cabeça e continuou a brincar com Hope que ainda estava em seu colo, vendo que a morena tinha dado a conversa por encerrado, Camila continuou.

– Gostaria de se sentar com a gente, Lauren?

– O que? – O convite inesperado lhe tirou a atenção de Hope.

– Sentar com a gente, Lauren – disse como se fosse óbvio – lá com as meninas.

– Oh – Lauren estava surpresa – não acho que seja uma boa ideia.

– Vamos Lauren, você sabe que essa bolinha não vai sair do seu colo, não me faça parecer uma mãe desnaturada – disse brincando querendo convencer Lauren a se juntas a ela e suas amigas.

– Tudo bem, Camila – riu – tudo por minha cerejinha não é mesmo? – Disse balançando a pequena no ar.

As três seguiram em direção ao grupo de amigas, Lauren já conhecia as amigas de Camila, Dinah ela conhecia do café, Normani era a noiva de Dinah e a responsável pelo contrato de sua casa e ela identificou Ally pela foto dos e-mails que trocaram antes de se mudar para Belfast, não seria tão estranho quanto ela imaginou.

– Então quer dizer que é você que ta roubando a atenção da minha afilhada? – Lauren mal teve tempo de sentar e já bombardeada por Dinah furiosa com falta de atenção de sua afilhada.

– Eu não tenho culpa de sua afilhada gostar de mim e não de você – brincou, o que foi uma surpresa para ela mesma, ela não era de fazer brincadeiras.

– Mas que desaforada – Dinah estava indignada, mas as outras apenas riam do jeito exagerado de Dinah.

– É um prazer finalmente te conhecer, Lauren – Ally se pronunciou para distrair Dinah.

– Eu adorei a casa que você conseguiu para mim, Ally.

– Normani me contou do seu encanto pela casa – disse rindo.

– Então, está gostando da cidade Laur? – Normani a chamou por um apelido e aquilo não passou despercebido por ela, mas já sabia do jeito da negra, sabia que ela era assim mesmo.

– Se da cidade você diz o parque, minha casa e o café de Camila e agora o supermercado – disse rindo – então sim, estou gostando bastante.

– Eu sei do que da Camila você está gostando – Dinah estava se mostrando uma bela inconveniente naquela tarde, esse lado Lauren não tinha conhecido no café ainda.

– Dinah! – Camila a repreendeu.

– Eu quis dizer a “Cerejinha” – fez careta ao usar o apelido dado por Lauren à sua afilhada.

– Não precisa de ciúmes, Dinah – Lauren disse rindo – tem cerejinha para todo mundo, não é mesmo cerejinha? – Disse fazendo cosquinha em Hope que ria em seu colo.

Lauren achou aquela tarde com as meninas e sua cerejinha bem mais agradável do que a tarde que planejava ter, estava gostando de sair da rotina por Hope. Correu por todo o parque com Hope em seus ombros, a pequena fazia de Lauren seu parque de diversão particular, e Camila estava achando lindo o jeito que Lauren tratava sua pequena, como se ela fosse única, e ela realmente era.

Lauren se deitou cansada perto de Camila com Hope em sua barriga, a olhou de baixo para cima, que era como a posição que estava lhes permitia, e estranhou uma coisa, se aquele era o dia dos pais como Camila havia lhe dito, porque Hope não estava com seu pai para comemorar?

– Camila? – A chamou, que logo a olhou, percebendo que tinha a atenção da menor em si, continuou – posso fazer uma pergunta? – Tinha medo de ser invasiva e Camila achar e acabar a proibindo de ver a cerejinha.

– Claro, Laur – as meninas já se sentiam mais próxima de Lauren para lhe chamar por um apelido.

– Onde está o pai da cerejinha? – Camila abria a boca para responder, mas nada saia, a pergunta de Lauren a pegou de surpresa e Lauren percebeu isso – desculpa, não precisa responder, eu só estranhei por hoje ser o dia dos pais – se justificou.

– O traste, pai da bolinha, sumiu assim que soube que Camila estava grávida – quem respondeu foi Dinah.

– Eu sinto muito, Camila – disse segurando a mão de Camila que estava próximo a sua cabeça na toalha xadrez.

– Não precisa sentir, Laur – Camila apertou sua mão – estamos melhor sem ele, não é mesmo cerejinha – usou o apelido que Lauren deu, o que a fez rir.

Hope apenas ria com toda a interação dos adultos, saiu de cima de Lauren pela primeira vez no dia, para a surpresa de todos, já que a mesma não saiu do colo de Lauren nem mesmo quando Camila a chamou para dar papinha, e foi andando meio desengonçada até Camila, subiu no colo de sua mãe e segurou seu rosto com as duas mãozinhas pequenas e gorduchas.

– Mama – tentou falar mas saiu meio embolado.

A fala pegou Camila e suas amigas de surpresa, era a primeira vez que Hope falava qualquer coisa, ela já havia levado a pequena até na fonoaudióloga, achando estranho sua filha com 2 anos não falar nada ainda, apenas balbuciar coisas sem sentindo, mas a médica apenas disse que era normal algumas crianças demorarem a falar.

– Repete bolinha – pediu Camila.

– Mama – disse rindo – Mama – repetiu batendo palminhas, sendo acompanhada por Camila que batia palmas alegre.

– Ela não tinha falado nada ainda, Camila? – Lauren que assistia toda aquela interação estava curiosa.

– Não, é a primeira vez – Camila falava com lágrimas nos olhos.

– Então a cerejinha resolveu falar afinal de contas? – Lauren já tinha sentado e estava acariciando a cabeleira de Hope, que estava no colo da mãe.

O final da tarde já chegava e Hope já dava sinais de cansaço pelo longo dia de brincadeiras com Lauren e suas titias. Camila e as amigas se despediram de Lauren, já estava tarde e Hope precisava descansar, e Lauren também, foi o que Camila falou, mas a verdade é que Lauren não queria ir embora, não queria que o dia chegasse ao fim, isso indicava que ela teria que dormir, e ela não queria ter mais pesadelos.

Lauren se demorou mais um pouco no parque lendo o livro que estava mais cedo, queria evitar chegar em casa e ser tomada pelo cansaço que a faria dormir, sabia que no momento em que se descuidasse, as lembranças tomariam conta de seu sono.

Foi naquele momento, que lembrou de sua cerejinha e decidiu que iria procurar ajuda psicológica, talvez ela conseguisse fazer os pesadelos parar, finalmente.



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