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História Stay Wild - Heaven and hell.


Escrita por: bigbadboii

Notas do Autor


Enjoy ~

Capítulo 3 - Heaven and hell.


Fanfic / Fanfiction Stay Wild - Heaven and hell.

Abro meus olhos de forma lenta mas acabo por os fechar de forma rápida após a luz bater contra os mesmos. Eu posso ouvir uma voz familiar, uma voz que ecoa como um choro. Tento abrir os olhos novamente e, após os mesmos se acostumarem a claridade, começo a olhar envolta. 

Estou em um quarto de hospital, meu corpo inteiro dói e eu não consigo mover nada além do meu pescoço. Meus olhos param no saquinho pendurado ao meu lado, dentro do saquinho havia sangue, o tipo de sangue que era compatível ao meu. Segui o caminho do tubinho pelo qual o sangue descia, e então, vejo a agulha atravessada na pele do meu pulso e só então percebo que meus braços estão totalmente enfaixados, assim como percebo, na ponta da maca, minha mãe debruçada e chorando.

— A quanto tempo está aqui ? - Questiono com a voz fraca e falha.

Minha mãe ergue a cabeça de forma rápida, como se levasse em um susto, e então, ela se levanta e, aos prantos, me abraça pelo pescoço me fazendo soltar um gemido alto de dor a fazendo assim me soltar e se desculpar diversas vezes.

— Para que tudo isso ? Até parece que eu estava à beira da morto. - Digo tentando me sentar mas acabei desistindo da ideia ao sentir meu corpo inteiro doer, fazendo assim, minha mãe me mandar parar. — Como vim parar aqui ?

— Suho te encontrou e te trouxe para o hospital, você estava coberto de sangue, sua respiração estava fraca, os médicos acharam que você já estava morto. - Ela responde com a voz embargada e então começa a chorar. — Sabe como fiquei preocupada ? Eu pensei que iria te perder.

— Eu fiquei inconsciente por um dia e a senhora já achou que iria me perder ? Até parece que não me conhece, esqueceu que eu sou forte ? - Digo sorrindo enquanto olho para ela e, aos poucos, o sorriso começa a desaparecer do meu rosto a ver a expressão séria no rosto da minha mãe. — O que foi ?

— Chanyeol, você ficou inconsciente por uma semana.

∴ Duas Semanas Depois

O despertador toca me tirando do meu sono profundo, meu braço se estica até o aparelho cujo o som já estava me irritando e, após algumas batidas no mesmo, consigo desliga-lo. Respiro fundo antes de me sentar na cama colocando as pernas para fora da mesma e apoiando os pés no chão. Estico meus braços para cima na intensão de me espreguiçar e acabo por sentir uma dor em meu ombro direito, dor esta que me fez abaixar o braço de forma rápida, levar minha mão ao local da dor e resmungar baixo, mesmo tendo se passado duas semanas desde que sai do hospital algumas dores em meu corpo ainda pareciam recentes.

Eu me lembro do médico me perguntando se eu sentia alguma dor enquanto tocava e apertava diversas partes do meu corpo, e eu, mesmo sentindo dores, algumas delas até insuportáveis, me controlei e disse que estava bem. Eu posso ter cometido um erro fazendo isso ? Sim, mas eu estava tão desesperado para sair daquele quarto branco e para deixar de comer aquela comida sem sal que eu decidi mentir e ignorar as dores. Antes de poder sair do hospital a polícia apareceu, eles me fizeram perguntas sobre o que havia acontecido, eu lhes contei tudo, mas na hora de descrever as pessoas que eu havia visto enquanto era espancado...eu não consegui descrever nenhuma delas, e naquele momento, as orbes negras e a pupila extremamente dilatada daquele garoto, o dando um ar forte de lunático, vieram à minha mente.

Aqueles olhos...

Sacudo minha cabeça levemente para os lados tentando afastar aquele pensamento da minha cabeça, afinal, por que eu estava pensando naquilo ? Tsc, talvez as dores estivessem começando a me deixar louco. Me levanto da cama e vou até o banheiro fazer minha higiene matinal e tomar um banho, depois de banhado e de ter vestido o uniforme do colégio, uma camisa social branca por baixo de uma espécie de terno cinza levemente escuro, uma gravata vermelha e uma calça social levemente apertada da mesma cor do terno. Eu nunca gostei de uniformes, mas aquele de certa forma me agradava.

Eu havia perdido duas semanas de aula, três se eu contasse com o tempo em que passei inconsciente no hospital, era uma surpresa não terem me tirado da lista, talvez minha mãe tivesse mexido alguns pauzinhos, ou talvez a escola estivesse esperando algo que justificasse minhas faltas já que, após sair do hospital, um atestado médico foi entregue a mim e uma ordem de entregar aquilo na secretaria da escola foi me dada.

Após verificar se os livros que minha mãe havia comprado e que estavam em minha mochila estavam corretos, se o atestado estava em meu bolso, e se não faltava nenhuma roupa na minha mala, eu desci as escadas até a cozinha.

— Olha só, meu filho está tão lindo, aposto que irá arrumar alguém assim que colocar os pés no colégio. - Minha mãe diz após me ver descendo as escadas.

— Eu ficarei feliz se eu apenas conseguir entrar no colégio. - Digo e ela ri se aproximando de mim após eu terminar de descer a escada.

— Eu deveria dizer o mesmo, mas só eu sei o quanto meu coração está doendo em ver você partir. - Ela acaricia meu rosto e meus cabelos com a sua destra.

— Pare com isso, não vou partir pela eternidade, sabe que poderei vir passar os finais de semana e feriados aqui, sem falar que, se eu conseguir arrumar um emprego, poderei sair para trabalhar nos dias normais da semana e assim a senhora poderá ir me ver. - Sorrio vendo ela sorrir também e concordar levemente com a cabeça.

— Você tem razão, mas depois daquilo...eu tenho medo de deixar você sozinho novamente. - Ela diz de forma triste, o sorriso desaparece de seu rosto e meu coração se aperta.

— Não se preocupe, eu vou ficar bem, aquilo está no passado, então devemos esquecer o passado e nos concentrar no futuro, e no futuro eu estarei seguro no colégio. 

Ela volta a sorrir e concorda com a cabeça novamente, e, somente depois de muitos abraços, beijos, apertos e palavras de afeto, ela me deixa sair pela porta de casa e pegar o táxi.

∴ Colégio Kira*

Meu dia estava sendo ótimo, eu havia chegado no colégio em segurança, e, após entrar nele, eu me perdi no meio dos diversos corredores, por que esse colégio precisava ser tão grande ?

Eu não me lembrava de ter feito a prova para entrar no Colégio Kira, e sinceramente, eu me surpreendi por ter sido aceito, afinal, é um dos melhores e maiores colégios de Seoul. Na entrada, após passar pelos portões cinzas, havia uma área livre cheia de árvores e alguns lojas onde vendiam comidas e bebidas para os estudantes, o caminho que rodava por todo o colégio era cheio de plantas e árvores para todos os lados, aquele lugar parecia até mesmo um parque. Em um certo ponto o caminho se dividia em três. O caminho da esquerda levava ao prédio das salas de aula, atrás desse prédio havia a quadra de futebol, um campo de grama baixa e bem verdinha, do outro lado da quadra de futebol havia um quadra fechada, lá era onde acontecia os jogos de basquete, a natação e outros esportes. O caminho da direita levava ao prédio onde ficavam os professores, lá ficava também a diretoria, a secretaria e a coordenação, e, atrás desse prédio havia um outro prédio, era o prédio de aulas de artes, porém, o mesmo estava abandonado pois logo entraria em reforma. Seguindo reto havia o prédio dos dormitórios, era um prédio bonito e bem cuidado, não que os outros fossem mau cuidados, mas aquele parecia ter um cuidado especial.

O que me surpreendia ali era que, todos os corredores sem exceção, tinham placas com setas indicando para onde tal corredor levava, e, mesmo com tantas placas e setas, eu consegui me perder no prédio dos professores.

Após longos minutos parado no meio do corredor, um homem aparece caminhando ao lado de uma mulher, ambos analisado um papel que a mulher tinha em mãos.

— Com licença, desculpa atrapalhar mas...vocês sabem chegar a secretaria ? - Questiono e o homem ri baixo antes de mandar a mulher seguir em frente e dizer que conversaria com a mesma depois.

— Para você ter se perdido aqui com todas as placas espalhadas por esse lugar você deve ser um novato, estou certo ? - Ele questiona e eu, após rir envergonhado, concordo com a cabeça. — Muito bem, venha comigo, levarei você até a secretaria. - Eu apenas agradeço e o sigo, eu realmente espero que meu primeiro dia de aula fiquei melhor.

∴ ∴ ∴ ∴ ∴ ∴

Eu estava irritado, não com alguém ou algumas coisa, mas comigo mesmo, por que ? Porque eu havia passado sete vezes em frente à secretaria e não me dei conta disso.

O homem de meia idade e cabelos levemente grisalhos sentado a minha frente lia o atestado enquanto mordia a tampa de uma caneta. Após poucos minutos lendo, ele coloca o papel sobre a mesa, o assina e olha para mim.

— Ainda que você não ficou mais uma semana afastado, mais um dia de ausência e seu nome seria retirado da lista. - Ele diz enquanto pega uma pasta em uma das gavetas que havia em sua mesa e a entrega para mim. — Seus horários de aula, documentos para o cartão de alimentação escola, cartão de acesso ao dormitório, lista de regras que diminuem a pontuação da sua turma e lista de materiais necessários estão aí. As regras são simples, se suas notas forem boas você permanece aqui, se forem ruins você é enviado para outro lugar ou simplesmente é chutado daqui, você precisa de pelo três notas A na maioria das matérias para se manter bom. Se você se meter em alguma confusão dentro do colégio seus pais poderão ser convocados, se for algo grave você vai para o conselho e eles decidem se apenas tirarão pontos da sua turma ou se você levará suspensão, se for algo extremamente grave você vai direto para o diretor e com certeza será expulso. Alguma pergunta ?

— Hã...como assim pontos da minha turma ? - Questiono em um tom baixo e o homem apenas solta uma risada soprada e me manda sair da sala.

Afinal, o que aquele negócio de turma significava ? E aquilo de regras que podem diminuir a pontuação da minha turma ? Nada disso fazia sentido para mim.

∴ ∴ ∴ ∴ ∴ ∴

Eu estava caminhando em direção ao prédio dos dormitórios, eu ainda estava me questionando sobre aquele negócio de turmas. Eu estava tão perdido em meus pensamentos que acabei me assustando ao ter um braço envolta do meu pescoço, braço este que logo percebi pertencer a Suho, ele estudava aqui ?

— E então, como foi a sua primeira vez com o cabeça dura ? - Ele me questiona de forma animada enquanto eu o olho sem entender nada.

— Eu não sei...foi estranho, ele ditou as regras para mim como se eu estivesse entrando em uma cadeia ou algo assim, foi realmente estranho. - Solto uma risada soprada. — Mas você...desde quando estuda aqui ?

— Minha mãe me colocou aqui a dois anos atrás, e como alguém que está a bastante tempo nessa prisão, posso dizer que você vai ter que se acostumar com a estranheza desse lugar. - Ele ri e bagunça meus cabelos.

— A propósito...o que é esse negócio de turmas ? - Questiono e, como se eu tivesse perguntado algo grave, Suho fica sério e se separa de mim caminhando ao meu lado com as mãos nos bolsos da calça.

— Aqui nesse colégio existem duas turmas, a primeira, cujo você pertence, é a azul, são os alunos mais, digamos assim, educados, que levam as coisas aqui a sério, que dão o máximo para se manter nesse lugar e passar de ano. A segunda turma é a vermelha, são garotos trazidos de outra escola, na maioria das vezes eles também são educados, porém, eles não levam as coisas tão a sério como nós. A sua turma ganha pontos a cada boa nota que você recebe em aulas práticas e teóricas, e às vezes em acontecimentos surpresas. Se você desobedecer uma regra como a de brigar dentro do colégio ou até mesmo a de quebrar uma janela, a sua turma perde pontos, se a sua turma perder todos os pontos, todos nós somos transferidos para outro colégio ou simplesmente chutados daqui. - Ele explica tudo de forma séria enquanto entramos no prédio dos dormitórios e subimos as escadas. — Apenas se mantenha longe de confusão e com boas notas e tudo ficará bem. 

Isso era estranho, como um colégio podia ser assim ? Como pessoas de outro colégio podiam ser trazidas para cá ? Eu realmente estava achando isso muito estranho.

Após chegarmos ao topo da escada dou de cara com dois corredores, um totalmente azul, paredes azuis com detalhes brancos, portas azuis, chão azul, tudo azul. E o outro totalmente vermelho, paredes vermelhas com detalhes pretos, portas vermelhas, chão vermelho, tudo vermelho.

Suho aponta para o corredor azul e, após dizer que meu quarto era por ali, ele desce as escadas me deixando ali, sozinho entre o céu é o inferno. Caminho pelo corredor azul parando em frente à porta de número 415, eu a abro, entro no local e fecho a porta. O quarto era bonito e espaçoso, tinha duas camas separadas no meio por um criado mudo, no centro do quarto havia um sofá com um mesa de centro em frente a ele, do lado direito da porta do dormitório havia uma estante cheia de livros, e do lado esquerdo havia uma porta que certamente levaria ao banheiro.

Caminho até as camas, e, após notar que a cama do lado direito possuía algumas roupas encima, deixo minha mochila e minha mala encima da cama do lado esquerdo antes de me sentar na mesma, respirar fundo e deixar que meu corpo tombasse para trás.

— Já estou sentindo saudades de casa. - Sussurro suspirando baixo em seguida e então, o barulho de uma porta sendo aberta me faz sentar rapidamente na cama.

Um garoto de cabelos loiros sai de dentro do banheiro trajando uma calça preta e uma camisa branca enquanto seca os cabelos com uma pequena toalha. Ele para no meio do caminho ao me ver, parece ter levado um susto.

— Você-- - Ele teria dito mais alguma coisa se gritos e passos pesados não tivessem vindo do outro lado da porta do dormitório o fazendo ir até a mesma e eu o seguir.

Ao abrir a porta havia diversos garotos saindo de seus dormitórios e descendo as escadas correndo enquanto diziam que alguém havia chegado fazendo a curiosidade que havia em mim e no garoto loiro aumentar, e assim, nos fazendo descer as escadas. Após descermos as mesmas e sairmos do prédio vemos uma multidão de garotos conversando entre si enquanto olhavam para algo. Passo junto ao garoto loiro em meio à multidão e, após estar na frente de todos, vejo uma van preta estacionada em frente ao dormitório.

A porta da van se abre, meu coração se acelera assim que aqueles garotos começam a sair de dentro da mesma, sinto meu coração parar e minha respiração diminuir após o último garoto sair de dentro da van, ele trajava uma calça jeans, uma blusa de moletom cinza e tinha uma máscara cobrindo seus lábios e nariz, mas mesmo com parte do rosto coberto, eu conhecia aqueles olhos.

Aqueles olhos...


Notas Finais


*Eu usei "Kira" como o nome de um colégio porque eu particularmente gosta da palavra japonesa que significa "assassino" c:


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