História Stay With Me - KiriBaku - Problemas Acumulados

- Ah! Olha quem chegou! Se não é o meu mais novo funcionário oficial! - Anuncia Tenya ao ver Katsuki entrar em sua loja com uma cara tediosa, estava cansado só de pensar que teria de ficar de pé durante algumas horas atendendo pessoas que enquanto procuravam perfumes davam em cima dele.

- E aí chefe. Então finalmente resolveu me contratar de vez?

- Óbvio! Nunca vi tantos clientes prometendo retorno por causa de um funcionário!

Bakugou bufou. Ele iria precisar aguentar um bando de tarados dando em cima de si para conseguir o dinheiro pra sobreviver. Só de pensar em dinheiro lembrou de suas dívidas acumuladas e que estava devendo para Hanta os testes de gravidez. Que o fez engatar no problema descoberto recentemente: talvez fosse infértil ou tivesse problemas hormonais! Só de recapitular toda a sua desgraça o fez ficar mais cansado.

- Bom, coloque o uniforme e um sorriso na cara se quiser começar a trabalhar! - Disse Iida animado. Katsuki fez um sinal positivo com o seu polegar enquanto caminhava até a salinha de funcionários, que ficava ao lado do escritório do seu chefe. Trocou de roupa e esboçou o melhor que conseguiria de um sorriso naquela noite, e então voltou para a loja já percebendo alguns clientes.

- Com licença... - Chamou um garoto aparentemente pouco mais velho do que Katsuki.

- O que posso fazer por você? - Responde Bakugou o fitando com uma expressão calma, uma raridade.

- Bom... Você conhece um garoto chamado Izuku Midoriya? - Perguntou o garoto que era alto e tinha o cabelo dividido em duas cores: Branco e vermelho. Seus olhos também eram distintos e possuíam insegurança e curiosidade.

- Tu conhece o Deku?! - Foi a primeira reação do loiro com a pergunta. A expressão que antes estava calma havia mudado para surpresa e uma pontada de raiva.

- Bem... Sim. Eu preciso muito falar com ele e na nossas conversas as vezes ele falava de um tal loiro estressado que se chamava Katsuki. Ao saber que tinha um atendente assim nessa perfumaria pensei que não custaria nada tentar. - Disse se explicando.

- Okay, vamos começar do zero. Você quer conversar com o Deku. O que eu tenho haver com isso?

- Na realidade eu não sei ao certo... O Izuku está com raiva de mim até o último centímetro de seu corpo e eu só gostaria de me explicar. Pensei que pudesse me ajudar falando com ele? - Disse o bicolor meio sem graça. Katsuki pensou um pouco e um estalo veio em sua mente.

- Pera... Foi VOCÊ o Alfa que furou com ele na boate e depois veio chorar pra ver se ele te perdoava?

O garoto mais alto assentiu com a cabeça.

- Caralho, veio pra pessoa errada. Eu também tô com raiva de tu. Agora, você vai querer algum produto ou posso voltar a trabalhar?

O bicolor apenas fez um gesto como se indicasse que não iria querer nada e saiu cabisbaixo da loja.

O restante de seu período foi relativamente tranquilo, tirando umas cantadas bem podres dos clientes para si, coisas como "Se o teu cheiro já é uma delícia posso sonhar com o gosto". Saindo da loja se despediu de Tenya e rumou para o seu prédio. No caminho passou no mercadinho que ficava próximo para comprar algo para comer. Nas prateleiras  que ficavam perto do caixa encontrou algo que lhe interessou: "Motivos de Não-Gravidez no Cio". Era estranhamente conveniente para suas dúvidas e resolveu levar para verificar se era algo possivelmente sério ou uma besteira como algo que ingeriu.

Retornou ao seu humilde apartamento e botou a água pra ferver, faria um cup-noodle de legumes. Sentou-se no sofá de três lugares para se acomodar e resolveu ler um pouco da revista que havia comprado.

Nela tinha algumas informações óbvias, como: Caso tenha tomado remédios ou algo assim uma ou duas horas antes, ou, tivesse problemas com seus feromônios (como reprimi-los ou coisas assim). Mas também haviam informações menos comuns de s ouvir, como: Caso o Ômega tenha feito sexo muitas vezes durante a semana em questão talvez fosse menos provável, mesmo no cio. Também havia uma que era: Caso tenha tido uma crise alérgica forte... Nada que tivesse ocorrido com Katsuki. Resolveu que iria no médico no dia seguinte, pois estava relativamente preocupado consigo. E caso não tivesse nada de errado, era bom avisar o ruivo, mesmo que não gostasse muito de conversar com ele, isso é meio sério.

Lembrou-se, porém, que havia mentido sobre a noite na balada. Se tocasse nesse assunto, teria que contar a verdade. Por um breve momento torceu para que o problema fosse consigo, mas algo afastou esse sentimento: Bakugou queria ter filhos. Desde que se aceitou como Ômega, uma batalha difícil para seus psicólogos e amigos, resolveu que queria ter uma família. Pensou melhor, terminou seu macarrão instantâneo, pegou sua quase vazia carteira e chamou um táxi.

- Para onde? - Perguntou o motorista.

- Hospital mais próximo.- Respondeu o loiro. Aquela curiosidade ele queria matar o quanto antes.

Chegando lá contou por cima o que aconteceu para a recepcionista, que disse para que o loiro se sentasse. Sua senha era 284, e estava na 283. Era tarde então fazia sentido estar vazio. Esperou um pouco até ser chamado. Quem o atenderia era uma doutora chamada Emi Fukukado.

Entrando na sala sentiu-se meio claustrofóbico. Era bem pequenina.

- OOOOLÁ! Tudo bem com você, jovem Bakugou?! - Começou a doutora animada. Katsuki já percebeu que não iria curtir aquela consulta. Ao fazer cara de desgosto a mulher começou a rir. - AHAHAHAHAHA!!! A sua cara diz tudo, não gosta de pessoas animadas, não é? Me perdoe.

- Nah, eu só queria saber se tem algo errado comigo.

- Por...?

- Eu... Fiz sexo com um Alfa numa balada. Eu estava bêbado e no cio, e a outra peça também. Acabamos fazendo sem camisinha. Um amigo meu ficou preocupado e me fez fazer uns testes de gravidez, mas todos deram negativo. Não que eu esteja afim de ser pai agora, mas achei melhor verificar se o problema está comigo. - Falou Katsuki já deixando a história completa para que não precisasse ficar dando adendos. A mulher ficou pensativa por um momento mas logo começou, com uma expressão um pouco mais séria.

- Que bom que resolveu vir. Se o problema estiver com você talvez seja grave. Vamos fazer alguns exames, ok?

E então se iniciou uma pequena sequência de exames. Bakugou teria os resultados o quanto antes, de acordo com Emi. E assim o loiro voltou para casa exausto.

-Nunca mais vou tão tarde no médico! -Exclamou entrando no chuveiro. PRECISAVA de um banho depois daquele dia.

Começou a refletir sobre sua vida enquanto a água morna caía sobre seu corpo exausto. Começou a trabalhar faz apenas dois dias e já está de saco cheio de homens e mulheres aleatórios lhe enchendo o saco. O que lhe motivava a continuar era a pilha de contas que se acumulava em cima de sua mesa, o que estava lhe deixando maluco. E aqueles avisos de prazo deixados em sua porta quase como uma forma de expulsá-lo antes da hora haviam se multiplicado. Onde ficaria se fosse despejado? Com seus pais não era uma opção já que fugiu de casa apenas deixando um bilhete rebelde para trás quando tinha seus bons e velhos 16 anos. Talvez com Denki ou Hanta? Mas se lembrou das peculiaridades dos mesmos. Sero era uma opção viável mas só se fosse passar uma noite. Aquele cara tinha fome de sexo, por Deus. Apesar de só Katsuki saber disso, já que uma vez flagrou o moreno, que acabou revelando que tinha um diferente praticamente de segunda a sexta. Denki era barulhento de mais então também não era uma opção. Mina? Menos ainda! Seus pais odiavam o loiro com cada milímetro de seus âmagos. Momo, talvez? Nah, não aguentaria ficar numa casa daquele tamanho por mais de dois dias. Ele gostava de espaços médios e preenchidos de forma organizada. 

Decidiu que apenas ficaria ali enchendo o saco do gordo que lhe alugou aquele lugar o afirmando que o pagaria quando recebesse.

Saiu do banho e recebeu uma mensagem de um número desconhecido. Quando leu não conseguiu segurar uma bufada irritadiça.

999**-**4*: Hey! Tudo bem? Aqui é o Eijiro. O Kaminari me deu o seu número, podemos conversar?

Continua...