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História Stay with me - Ferindo-lhe a alma.


Escrita por: wordsparrilla

Notas do Autor


Hey galeri, como vocês estão? Obrigada a todos que estão lendo e aos comentários que recebi tanto aqui quanto no twitter. Fico imensamente feliz por estar agradando com a minha história. Deixou vocês com mais um capítulo e vejo vocês lá embaixo. Boa leitura! :)

Capítulo 5 - Ferindo-lhe a alma.


Stay with me - 5º capítulo 

 

Delaware, Nova Iorque - 6:45PM

 

Regina atravessou a porta de seu bar com duas sacolas de mercado e os pensamentos bem longe dali. O que mais temia tinha acontecido e era difícil conseguir encaixar tantos sentimentos dentro do seu coração. Tinha a volta de Daniel, esse novo sentimento por Robin e a ferida que carregava consigo de uma grande desilusão. Eram muitos sentimentos misturados e sentia-se tonta ao tentar organiza-los. Lutou muito para evitar qualquer deslize em relação a sentimentos pelo novo policial, mas o que sentira hoje, após aquele beijo, havia aberto um novo caminho, onde ele se aproximava cada vez mais do coração dela. E estava tentando ser forte, mas a volta do seu ex-namorado tinha atingido sua dor em cheio. Doía muito vê-lo de volta, mas tinha desejado isso por tanto tempo que ainda era mais forte do que ela. 

 

A morena depositou as duas sacolas sobre uma das mesas e se sentou. Encarou sua frente e levou as mãos até o rosto, se segurando para não desabar emocionalmente  ali mesmo. Não iria correr o risco de algum cliente aparecer por ali e vê-la naquele estado. Precisava ser forte para as pessoas a sua volta. Regina respirou fundo, mandando embora qualquer chance de ceder às lágrimas.  

 

A dona do bar levantou, e carregou as sacolas para dentro da cozinha, guardando os produtos no estoque. Testaria novas misturas exóticas de bebidas, e apresentaria as novidades no dia seguinte, quando aconteceria Uma Noite Latina no Mill's. Regina caminhou de volta para o hall do bar, distraída com as receitas em sua mão. Não havia notado a presente de um par de olhos que a admirava, e assim que o viu, sentiu um grande desconforto tocar-lhe a alma.

 

– Daniel? - respirou fundo, se preparando para a conversa que teriam pela frente. – O que você quer? Já não basta tudo o que foi dito ontem?

 

– Eu quero você. 

 

O rapaz caminhou pesadamente até ela, a jogando contra a parede. Levou uma das mãos até o fino rosto de Regina, acariciando o local com delicadeza. Envolveu o braço pela cintura dela, trazendo-a para mais perto de si. Regina esforçou-se o bastante para tentar se soltar dele, mas Daniel era mais forte e com a ajuda do outro braço, a segurou firmemente para que não saísse dali. 

 

– Me solta, Daniel! - tentou driblar os beijos que o homem depositava em seu pescoço, se batendo nele para que lhe soltasse.

 

Ignorando seus pedidos, Daniel continuou a passar sua boca pelo rosto dela, como se tivesse certeza de que isso a faria ceder. Suas mãos massageavam os glúteos da morena, que não desistira de tentar se soltar. Batia os braços em seu peitoral e se remexia de um lado para o outro, fazendo força contra ele. Para Daniel, aquilo seria uma questão de tempo. Logo a mulher não resistiria e estaria entregue a ele, como a tempos atrás. Regina sentiu uma dor cessar em seu peito e lágrimas de raiva caírem pelo seu rosto. Sentia nojo, desprezo e raiva. Não o queria tocando nela dessa forma, se sentia invadida, desrespeitada. Não reconhecia mais o homem pelo qual um dia tinha sido apaixonada. 

 

Em um momento de descuido do rapaz, Regina conseguiu apoiar os braços no tronco de Daniel, empurrando-o para longe e com força. Se viu livre dos braços dele, que respirava com dificuldade e a olhava com posse. Regina se sentiu como um objeto em plena vitrine. O que tinha acontecido com o seu Daniel? Se é que um dia ele tinha sido realmente dela...

 

– Você é minha, Regina! De mais ninguém! E eu te quero, aqui e agora! - bradou, com o tom de voz firme e decidido. Regina olhava incrédula para ele.

 

– Você não vai encostar mais nenhum dedo em mim. Eu quero distância de você! - virou rapidamente e agarrou uma garrafa que estava em cima do balcão. – Ou você sai daqui agora, ou eu a quebro na sua cabeça! 

 

Daniel soltou uma gargalhada, como quem tivesse ouvido uma grande piada. Em um ato brusco, tomou a garrafa da mão de Regina e a arremessou na parede mais próxima. A mulher engoliu em seco, mas não iria baixar a cabeça.

 

– Você vai fazer o que agora? Vai gritar e um super herói irá aparecer para te socorrer? Só temos eu e você aqui. Ninguém para nos incomodar. - a segurou pelo braço, beijando novamente o seu pescoço.

 

Mesmo sem ter certeza de que daria certo, Regina segurou nos braços dele e com toda a sua raiva, empurrou-o contra a parede. Daniel bateu com as costas no mármore, sem cair no chão, e antes que a morena pudesse tentar sair de lá, ele agarrou seu cabelo com força, o puxando para baixo até uma certa altura em que Regina já não conseguia se manter em pé. A morena caiu de joelhos no chão, ao lado dos cacos de vidro da garrafa. Daniel estava consumido pela raiva, olhando para a mulher em sua frente como quem olhasse para um inseto asqueroso. O homem a puxou pelo braço, fazendo-a ficar de pé novamente e sem pensar no que estava fazendo, a arremessou contra as garrafas do balcão, observando a mulher bater com tudo na fileira de bebidas que o enfeitava. Regina caiu no chão, sobre todas aquelas garrafas quebradas. Seu nariz, lábios e mãos tinham sido cortados, despejando sangue em sua volta. Hematomas já se faziam visível por todo o corpo dela, e agora, ela já não tinha mais forças para levantar. Lágrimas escorriam lentamente pelo seu rosto, misturando-se com o sangue. Sentia uma grande dor em vários pontos do corpo e lhe faltava ar para pronunciar uma mera palavra se quer. 

 

Regina conseguiu ver o homem caminhar em sua direção, parando na frente dela. Teve a impressão de que ele iria pega-lá pelo braço outra vez, quando a porta do bar se abriu e duas figuras adentraram o estabelecimento com rapidez. Não conseguiu enxergar quem eram, escorando-se com dor pelo chão. Tentou manter seus olhos abertos, mas sentia-se muito tonta. Se viu sendo carregada e depois disso, uma grande escuridão a tomou. 

 

➵  P.O.V Robin Locksley on  ➵

 

Eu estava em mais uma das minhas rondas, quando ouvi um garoto gritar e acenar com os dois braços em minha direção. Estacionei o carro e desci, indo até ele.

 

– Boa tarde, posso ajudar? - perguntei, estranhando seu jeito esbaforido.

 

– Eu preciso de ajuda, por favor! Tem um cara brigando com a minha mãe dentro daquele bar. - o menino estava claramente nervoso.

 

Fui com ele até a porta do tal bar e quando vi que se tratava do estabelecimento de Regina, senti um nó prender a minha garganta. Eu não fazia ideia de que ela tinha um filho, nunca o vira com ela antes. Olhei para o menino e antes que eu pudesse perguntar qualquer informação sobre o que acabara de me falar, ouvimos um barulho de vidro quebrando e foi o suficiente para que eu arrombasse aquela porta e corresse para dentro. 

 

Dei de cara com uma das piores cenas da minha vida. Regina tinha sido arremessada contra o balcão, repleto de garrafas de vidro, copos e enfeites, levando todos consigo para o chão. Um homem alto e forte, estava de costas e parecia transtornado. Ele se virou para mim e subitamente eu segurei o garoto que estava ao meu lado. O vi correr pela porta dos fundos, enquanto o menino tentava se soltar de mim para ir ao encontro da mãe, que estava caída sobre o chão. O segurei com mais força, não podia deixá-lo se aproximar dela naquele estado, e para a minha salvação, uma mulher loira e bem vestida entrou no mesmo instante. O menino agarrou a tal mulher e os dois se abraçaram. Ela me olhava com uma feição apavorada e o garoto chorava desesperadamente em seu colo.

 

Eu mesmo estava abismado com o que acabara de ocorrer. Tudo tinha acontecido rapidamente e num piscar de olhos aquele homem tinha desaparecido. 

Corri até Regina e muito cautelosamente, tentei retirá-la do meio daquela vidraça. Ela apagou em meus braços e eu decidi levá-la para o hospital mais próximo. Seus ferimentos pareciam ser bastante graves e ela estava perdendo sangue.

 

– Vou levá-la ao hospital mais próximo. Por favor, tente encontrar os documentos dela o mais rápido. - falei com os dois que me olhavam, e vi eles agirem rapidamente.

 

– O que foi que aconteceu aqui? - um outro rapaz apareceu, e se espantou quando me viu com Regina no colo.

 

– Killian, leva o Henry para a minha casa e só o deixa sair de lá quando eu mandar. Estamos levando a Regina para o hospital. - a mulher falou, entregando-lhe uma chave.

 

– Eu quero ir com vocês! Eu quero ficar com a minha mãe. - o garoto disse aos prantos. A mulher lhe deu um abraço carinho e voltou a olhá-lo, com as mãos em seu rosto.

 

– Eu te prometo que vai ficar tudo bem com a Regina. Mas você não pode ficar lá com a gente, então vai com o Killian, por favor. Eu dou notícias. - depositou um beijo rápido em sua testa e passou em minha frente, abrindo a porta para que eu saísse com Regina.

 

Entramos em seu carro e ela nos levou até o hospital da cidade, onde conseguimos uma maca para colocar Regina e levá-la para dentro. Alguns enfermeiros vieram nos dar assistência e nós seguimos até a recepção, dando entrada com os documentos dela. Em questão de minutos, fora anunciado que era uma emergência e dois médicos apareceram, cruzando a porta da mesma sala que Regina tinham levada. Só nos restava sentar e aguardar por notícias. Olhei para a moça que tinha se sentado em uma das cadeiras da sala de espera e a vi ceder às lágrimas, parecendo ter se segurado até aquele momento. Me aproximei devagar e me sentei ao seu lado.

 

– Você é da família dela? - quis saber.

 

– Não exatamente, a Regina é como uma irmã ou mais do que isso até, entende? Ela cuida de mim e do Henry desde que chegou na cidade. Ele a considera como uma mãe. - respondeu, encarando o chão.

 

– Vocês dois são irmãos? - ela me olhou, limpando as lágrimas.

 

– Somos. - voltou a fitar o chão gélido da sala. – Você conseguiu ver como isso tudo aconteceu? Quando eu cheguei, encontrei o seu carro parado na porta e corri para ver o que estava acontecendo, mas entrei no momento em que ela já estava caída no chão.

 

– Eu não sei o que acontecei de fato, mas o seu irmão veio me pedir ajuda, dizendo que havia um homem brigando com ela. Quando chegamos lá, só deu tempo de vê-la caindo sobre todas as bebidas e copos do balcão. - fechei os olhos, tentando espantar a imagem daquela cena de minha cabeça.

 

– Quem seria capaz de fazer isso com ela? A Regina sempre foi muito adorada por todos dessa cidade. - me olhou, na esperança de que eu tivesse a resposta.

 

– Eu não consegui vê-lo direito. O rapaz fugiu pela porta dos fundos e eu tive que deixá-lo ir, era ele ou a Regina. 

 

– Obrigada. A Regina é uma pessoa muito importante para mim e para o meu irmão e sem a sua ajuda, a situação poderia ter sido pior ainda. Eu não sei o que faria se alguma coisa pior acontecesse a ela... - novas lágrimas desceram pela face da loira.

 

 

– Não tem porque agradecer, esse é o meu trabalho. - pus uma de minhas mãos em seu ombro, em solidariedade. – E não pense nisso. Ela é forte, logo estará boa.

 

Eu tinha dito aquilo para mim também. Queria acreditar que ela ficaria bem, apesar de sentindo um aperto no peito. Eu podia ter deixado aquele cara ir, mas aquilo não ficaria por isso mesmo. Eu iria descobrir quem ele era e iria fazê-lo pagar por isso! 

 

– Você vai querer denunciar o ocorrido? 

 

Perguntei. Tinha que perguntar, afinal, era o meu trabalho. Gostaria de deixá-la respirar um pouco e organizar sua cabeça, mas o que tinha acontecido não era simples. Se descobríssemos quem era esse tal cara, ele seria preso. E era exatamente o que eu desejava. Não o deixaria sair impune, não enquanto eu trabalhasse em Delaware.

 

– Sim. Assim que eu tiver notícias da Regina, irei acompanhá-lo até a delegacia. Podemos tentar as câmeras do Mills'. - a loira limpou o rosto, parecendo estar mais calma.

 

– Perfeito. Como preferir... Desculpa, mas eu ainda não sei o seu nome.

 

– Emma. Emma Swan. - estendeu a mão para um aperto.

 

– Robin Locksley. - retribui o cumprimento. 

 

Esperamos por um tempo e nada de alguém sair para nos dar alguma notícia. Eu estava apreensivo e já tinha bebido quatro copos de água. Nunca gostei de hospitais e aquela espera infernal me agoniava. Parecia que quanto mais você desejava que o tempo passasse depressa e uma notícia chegasse, mais devagar as coisas aconteciam.

A porta da sala se abriu e meus olhos involuntariamente seguiram até lá, na esperança de ser algum médico. Mas infelizmente não era, uma mulher ruiva entrou na sala, com os olhos vermelhos de tanto chorar. Ela não me era desconhecida, mas eu não estava conseguindo lembrar de onde a conhecia.

 

– Boa tarde, alguém tem alguma notícia da Regina? Regina Mills é o nome dela. - parou na recepção, falando com uma das atendentes. – Como ainda não tiveram notícias? Ai meu deus do céu! 

 

– Oi, com licença. Você veio ver a Regina? - me aproximei da mulher, que levou os grandes e bonitos olhos azuis até mim.

 

– Sim! Você não é o novo policial? - perguntou, me olhando melhor.

 

– Sou. - me esforcei a lembrar dela. – Você é aquela mulher que foi até minha casa pedir a minha ajuda para achá-la, não é?

 

– Sim. Zelena - me cumprimentou. – Desculpa, eu estou tão nervosa que quase não te reconheci. Foi você quem a trouxe para cá? O que aconteceu com a minha amiga? Como ela está?

 

– O menino, Henry, me levou até o bar dela, onde uma briga estava acontecendo. Quando entramos ela estava caída sobre as garrafas de vidro quebradas no chão. Assim que a tirei de lá, a trouxéssemos para cá e ela já estava desacordada. Até agora não tivemos notícias de estado dela. - tentei resumir, sem os detalhes.  Claramente ela estava muito nervosa e saber de tudo só pioraria as coisas.

 

A ruiva cobriu o rosto com as mãos, chorando. Fui rapidamente até o filtro e peguei um copo d'Água para ela. A mulher bebeu, tentando se manter a calma. Realmente era difícil não ficar preocupado naquele momento. E era ainda mais agonizante à espera por notícias. A amiga de Regina sentou-se ao lado de Emma e voltamos a aguardar pelos médicos. Parecia que estávamos ali a horas, até que finalmente, um médico adentrou a sala, vindo em nossa direção.

 

– Vocês são os acompanhantes da paciente Regina Mills? - olhou em sua prancheta para confirmar e voltou a nos olhar.

 

– Sim. - Emma e Zelena falaram juntas. Continuamos a olhar para ele.

 

– Bom, ela teve alguns cortes profundos e que precisaram de pontos. Retiramos os pedaços de vidro que perfuraram a pele, fizemos os curativos nos cortes superficiais e precisaremos fazer um raio-x para ver se não houve alguma lesão na cabeça. Com a pancada que foi descrita, pode ser que tenha fraturado algum osso, então é bom averiguar. Ela está com alguns hematomas pelo corpo, mas que irão sumir com uma pomada que passaremos para ela. A amiga de vocês teve muita sorte, porque a quantidade de vidro que a cortou, poderiam ter perfurado o pescoço e isso seria fatal. 

 

Soltei a respiração, aliviado. Todos na sala vibraram por ela estar bem, mas um silêncio voltou a reinar quando a última frase foi dita pelo médico. Era horrível pensar nessa possibilidade, então afastei-a dos meus pensamentos e me concentrei na conversa das mulheres com o doutor, que ainda acontecia.

 

– E quando a Regina terá alta? - Emma perguntou.

 

– Nós já podemos vê-la? - Zelena tentou.

 

– Calma, creio que amanhã à noite ela já poderá ir pra casa, mas precisará ficar em repouso. E assim que o exame terminar, vocês poderão entrar para visitá-la. Pedirei a enfermeira que venha lhes acompanhar até o quarto, e peço que entrem de dois em dois. 

 

Todos concordaram e o doutor voltou para o ambulatório. Senti uma vontade imensa de poder olhar para aqueles olhos brilhantes e castanhos. Queria vê-la, ter certeza de que estava bem. Claro, eu deixaria com que as duas fossem na frente, mas meu coração batia mais forte só de pensar em encontrá-la.

 

➵  P.O.V Robin Locksley off  ➵

 

                   •• ☾  ☾  ☾ ••

 

♕  P.O.V Regina on ♕

 

Abri os olhos e não consegui reconhecer o lugar onde eu estava. Voltei a fechar os olhos, sentindo uma forte dor martelar em minha cabeça. Ouvi o barulho da porta fechando e tentei manter meus olhos abertos, para que eu pudesse ter alguma noção de que lugar era aquele. Avistei Zelena e Emma se aproximarem lentamente da cama onde eu estava, com expressões de choro em seus respectivos rostos. Tentei me ajeitar na cama, mas uma insuportável dor me impediu, e finalmente eu pude ver que meus braços estavam repleto de ataduras. Afinal, o que tinha acontecido comigo? Forcei minhas lembranças e tudo pareceu vir como uma enxurrada de água descendo por uma cascata. O Daniel, seus braços me segurando e sua boca em meu pescoço, a garrafa sendo arremessada longe, suas costas batendo contra a parede e eu sendo lançada contra o balcão, caindo em seguida sobre as garrafas e copos.

 

Tentei ajudar meu pulmão a puxar o ar para dentro, mas eu estava sem forças. Meus olhos se encheram de lágrimas no canto do olho e senti as mãos de Emma e Zelena segurarem na minha.

 

– Regina! O que está acontecendo? Você está se sentindo bem? - minha amiga começou a se desesperar, me abanando com um gesto de mão. Comecei a sentir oxigênio voltar e respirei fundo, voltando ao normal.

 

– Você quer que eu chame a enfermeira? - Emma perguntou, com a feição amedrontada.

 

– Não. - consegui dizer. – Está tudo bem. Já passou. Já passou. – repeti para mim mesma, tentando esquecer aquela cena.

 

– Você consegue lembrar o que aconteceu? - a loira, que estava do lado direito da cama, passou a mão pelo meu cabelo, me olhando.

 

– Não. - menti. Não queria voltar a recordar aquele momento. Queria esquecê-lo e não iria contar a ninguém o que tinha acontecido de fato. 

 

– Não é hora para pensarmos nisso, não é? - Zelena fitou Emma, que concordou com a cabeça. – Conversamos com o médico e ele explicou que você teve alguns cortes profundos, mas a maioria foi superficial. Você recebeu alguns pontos e fizeram curativos também. Alguns roxos ficarão por uns dias, mas eles irão receitar uma pomada para ajudar a sumir logo. O pior já passou, graças a Deus não aconteceu nada mais grave que isso.

 

Assenti e forcei um sorriso as duas, que me olhavam sutilmente. Estava feliz por tê-las ali comigo, mas odiava a sensação de estar preocupando-as com a minha vida. Afinal, elas tinham problemas demais para estarem ali, naquele estado. Era óbvio que tinham chorado, seus olhos avermelhados não deixavam mentir. Só desejava sair logo daquela cama de hospital e ir para a minha casa, onde eu poderia me cuidar sozinha. 

 

– Regina, eu preciso ir lá fora fazer uma ligação. Fiquei de dar notícias ao Henry, ele está muito preocupado com você, mas não permiti que viesse até aqui. - Emma falou, ainda acariciando a minha mão.

 

– Sem problemas, vai lá e diga a ele que estou bem. Que logo estarei de volta e logo não se verá livre de mim. - ri, e eu meu corpo respondeu, me causando um incômodo. – Diga que o amo muito.

 

A irmã mais velha de Henry abriu um sorriso e depositou um beijo em minha testa, saindo em seguida. Voltei meus olhos a Zelena, que me olhava com carinho. Antes que pudéssemos falar alguma coisa, a porta se abriu novamente e eu não esperava ver aquela pessoa ali, naquele momento. 

 

– Licença, posso entrar? - pediu, entre o vão da porta. Zel assentiu e ele entrou, fechando a porta.

 

– O Robin que te trouxe pra cá, Gina. O Henry conseguiu encontrá-lo na rua e ele o ajudou. - sorriu, olhando para ele.

 

– Ah... muito obrigada. - fui curta, encarando o lençol que me cobria.

 

– Como você está? - deu um passo cauteloso e simetricamente calculado, em direção à cama.

 

– Estou bem. Com dor, mas bem. - olhei em seus olhos pela primeira vez até aquele momento.

 

Eu estava me sentindo desconfortável. Tinha receio dele ter visto Daniel, e por mais que eu estivesse desejando que ele sumisse de Delaware, não queria que ninguém descobrisse que tinha sido ele o causador disso tudo.

 

Robin abriu um sorriso terno, e estava prestes a dar outro passo para mais perto de nós, quando avistei Henry entrar correndo pela porta do quarto. Um imenso sorriso contornou o meu rosto quando o rapazinho se aproximou de mim.

 

– Mãe! - me abraçou com um pouco de entusiasmo demais e não contive um gemido de dor. – Desculpa, não queria te machucar.

 

– Meu amor, não ligue para isso. Eu estou bem, e precisava desse seu abraço para me sentir cem por cento boa. Agora já estou até pronta para sair dessa cama. - ri, fazendo com que ele não se sentisse culpado pela minha dor.

 

– Eu tive muito medo de perder você. - seus olhinhos se encheram de água. Passei a mão carinhosamente em seu rosto, admirando seus traços.

 

– Eu não vou te deixar, eu prometo. Aconteça o que acontecer comigo, eu voltarei sempre para ficar com você, tá bom? - o recebi para mais um abraço e dessa vez, sem dor, apenas com todo o amor que eu precisava.

 

– Desculpa incomodar vocês, mas só é permitido duas pessoas por visita. Irei precisar que dois de vocês se ausentem. - uma simpática enfermeira apareceu atrás de Emma, Zelena e Robin. – Como o horário já está para encerrar, amanhã abriremos novamente para as visitas e vocês poderão voltar.

 

Minha amiga disse que poderia ceder seu lugar para os dois que tinham acabado de chegar e o policial logo se pronunciou também. Olhei em seus olhos pela segunda vez e senti meu peito apertar. Ele me parecia tão feliz e aliviado em me ver bem e eu nem havia lhe dado atenção. Recebi um gesto carinhoso de minha melhor amiga e um sorriso meio sem jeito de Robin, vendo-os saírem em seguida. 

 

♕  P.O.V Regina off  ♕

 

Robin parou na calçada da rua, em frente ao carro de Emma, lembrando-se que deixara seu carro no Mills' bar. Tinha saído do hospital sem se despedir de ninguém. Estava se sentindo um grande nada pela forma que ela havia o tratado. Tinha feito tanto por ela e mesmo assim a mulher não deixava de ser turrona. Bastava ele se aproximar que ela se afastava com dois passos longos para trás. Estava cansando de fazer papel de bobo, como se estivesse correndo atrás dela, sem nem ao menos ter reconhecimento por suas ações. Há poucas horas tinham se beijado pela primeira vez, mas parecia que nada tinha acontecido. Ela tinha o tratado como fazia sempre, com frieza e distância. Estava começando a se arrepender por ter se deixado levar, tentando abrir seu coração para uma nova possibilidade. 

 

– Robin - foi tirado de suas lamúrias pela ruiva dos olhos azuis. – Já está de saída?

 

– Já sim. Tenho que voltar para o trabalho. 

 

– Eu sei que você está sentido mal pela forma que a Regina te tratou lá dentro. Eu tenho uma boa percepção, uma habilidade de infância. Mas eu peço que não se abale por isso, a minha amiga é dura na queda. Ela é mesmo complicada, mas ainda sim é uma das pessoas mais incríveis que eu conheço. Sei que ela não fez por mal, é uma forma de se manter em defesa, sabe? Ela já sofreu demais nessa vida.

 

– Olha, Zelena, a sua amiga realmente é durona, mas uma hora as pessoas cansam de tentar quebrar esse muro que ela carrega dentro de si. Eu não conheço a história dela, mas eu conheço a minha. E te digo que já sofri demais nessa vida também. Batalhei muito para conseguir chegar onde cheguei. Não estou querendo diminuir o sofrimento dela, longe disso, mas se ela não quer me ter por perto, não irei insistir. 

 

– Eu te entendo. E agradeço demais por tudo o que você vem fazendo por ela e por mim também. Por toda a sua ajuda. Eu sei que o que eu vou pedir é um pouco demais, mas eu não tenho com quem mais contar. Amanhã ela receberá alta e eu estarei na boate, já que é dia de fiscalização. Cairá bem no mesmo horário em que estarei lá e até pediria a Emma que viesse buscá-la, mas ela também estará no trabalho. - fez uma pausa, hesitando em continuar. – Você não poderia vir buscá-la? 

 

Robin respirou fundo e tentou pensar rápido numa boa desculpa para dar. Amanhã estaria de folga durante o dia e só trabalharia a noite, então não poderia usar o seu trabalho para sair dessa, já que seria ele quem faria a fiscalização, caso estivesse em horário de trabalho. Se viu sem saída, e mesmo se sentindo cansado do jeito de Regina, ainda não se sentia desligado dela.

 

– Tudo bem, eu venho. - se rendeu, encarando o chão.

 

– Muito obrigada. Sei que você não queria isso, e entendo o seu lado, mas eu juro que será o meu último pedido. Amanhã te ligo avisando o horário da alta. - abraçou carinhosamente o policial e voltou para dentro do hospital. 

 

Robin viu até o momento em que a ruiva entrou de volta no hospital e respirou fundo, tentando limpar a alma. Seguiu até onde seu carro estava e iria para a delegacia, encerrar o seu turno.

                  

 

 

 

                

 


Notas Finais


Bom, esse foi um capítulo forte, não? Regina não merecia passar por isso! Espero que vocês não me matem por isso hahaha, mas foi preciso para as próximas coisas que irão acontecer na história. Desejo uma boa noite a cada um e até o próximo capítulo. Beijocas!


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