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História Stay with me - Conhecendo


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Olás, voltei *-*
Espero que gostem do capítulo <3

Capítulo 5 - Conhecendo


Fanfic / Fanfiction Stay with me - Conhecendo

Seokjin estava na biblioteca do castelo, ao lado de Taehyung, que procurava um livro sobre gravidez.

— Para que quer esse livro, Tae? — Perguntou num tom sugestivo.

— Eu vou ter que dar um filho ao Jungkook, não vou? Por que não posso começar a pesquisar sobre isso?

— Ah Taehyung, por acaso você acha que-

— Não, hyung! Nada disso! Eu não acho nada. Apenas quero começar a ler sobre o assunto, para quando acontecer, eu não ser pego desprevenido.

— E qual informação exatamente você quer encontrar nesse livro?

— Ah hyung, tudo! Quero saber como que descubro que estou grávido e... ah, tudo!

— Taehyung, Taehyung, você não me engana! Não me engana! — Seokjin gargalhou e se sentou sobre a mesa. — Vem cá, me conte. O que está sentindo?

— Hyung, por favor, não misture as coisas — o príncipe resmungou. — E controle essa língua, por que se os reis ouvirem isso, eles ficarão no meu pé para saber das coisas, e eu não estou grávido.

— Tudo bem, eu vou acreditar em você. Mas por outro lado, não vou descartar a possibilidade de que vocês andam tentando bastante, porque além dessa conversinha toda de gravidez, aí, eu sinto bem forte o cheiro dele em você.

— Ah Seokjin, por favor? — Resmungou. — Eu-

— Olá —Jungkook chegou na biblioteca, o que fez o Kim mais velho sorrir de forma cúmplice e se levantar rapidamente.

— Alteza — se curvou diante do príncipe Jeon. — Bem, eu já estava de saída. Aproveitem o tempo a sós. — Piscou para Taehyung e fechou a porta.

O Kim definitivamente não fazia ideia de qual parte que ele tinha perdido, que fez seu irmão ficar tão solto assim.

— O que foi isso? — Jungkook riu e apontou para a porta. O ômega arregalou os olhos e fez uma careta, voltando a colocar na estante, o livro que tinha em mãos.

— Não queira saber. Seokjin ficou meio maluco depois que veio para Kita e eu realmente não sei o que está acontecendo com ele.

— Entendo — o alfa se aproximou e encostou na prateleira, para olhar seu ômega, que ainda buscava um livro. — Você confia muito nele, não é?

— Ah eu confio — sorriu. — Sabe, poucos sabem, mas Seokjin é meu irmão.

— Nossa! Um bastardo?

— Eu não gosto desse termo, mas sim. É filho de um caso que meu pai teve antes de se casar, e por isso, ele vive cuidando de mim, porque disse que tem que me ensinar a ser o príncipe que ele seria, se fosse um filho legítimo. Ele é chato, mas eu o amo.

— Eu acho interessante a amizade de vocês dois — Jungkook se sentiu mais leve para conversar com seu marido, sem usar todos aqueles termos formais, no qual era obrigado a usar, quando direcionava à palavra a alguém da realeza. — E ele definitivamente é aquele tipo de irmão que quer ser um tio, não é?

— Ah, sim! — Taehyung revirou os olhos. — Mas esqueça isso e finja que não entende as indiretas dele.

— Eu diria que são mais diretas do que indiretas — sorriu e capturou a atenção do Kim.

— Ele já falou alguma coisa com você?

— Não diretamente para mim, mas ele fala coisas do tipo “aproveitem o tempo a sós”, que nitidamente são para que nós realmente aproveitemos o tempo a sós.

— Ah que vergonha — o ômega escondeu o rosto entre as mãos. — Me desculpe pelas palavras ditas pelo meu irmão — olhou de soslaio por entre as frestas dos dedos. — Eu tenho vergonha dele, muitas vezes.

— Não fique. Ele apenas quer ver você feliz.

— Ah, ele é maluco — Taehyung voltou a dar atenção para os livros.

— O que tanto procura?

— Livros sobre gravidez — falou sem pensar, o que fez Jungkook gargalhar baixo dentro daquela biblioteca. — Ah meu Deus! Jungkook, não é nada disso que você está pensando.

— Eu não estou pensando em nada, Kim. Só achei engraçado você reclamar das fantasias do seu irmão, sendo que você mesmo as alimenta.

— Ah, por um instante eu pensei que você pensou que eu pudesse...

— Eu sei que não. Seu cheiro é puro e se mistura bastante, apenas com o meu.

— Ah — falou sem graça e sentiu o rosto queimar quando o alfa virou na sua direção e se aproximou lentamente.

— Mas você sabe que nunca poderá se entregar para ele, não sabe? Você não pode se deitar com outro alfa que não seja seu marido.

— Eu sei... — Taehyung falou baixo.

— Pois bem — Jungkook segurou sua cintura e o puxou para uma outra prateleira. — Os livros que procura estão bem aqui — apontou para os mesmos. — Aqui fala de toda essa relação entre alfas e ômegas, e também fala sobre gravidez e essas coisas. Sinta-se à vontade.

— Ah, obrigado — o Kim sorriu e pegou um dos livros. — Vou ter muito o que ler essa noite.

— Não irá dormir logo, para se levantar cedo amanhã e ir encontrar com o Min?

— Oh não, ele não poderá se encontrar comigo amanhã. Tem uma proposta de emprego temporária e vai resolver isto.

— Hum — o Jeon umedeceu os lábios e respirou fundo. — Então... será que amanhã você poderia me acompanhar num passeio pelos campos de uva do castelo?

— Hum, sim, claro — o Kim sorriu, e seu alfa fez o mesmo.

— Quando eu acordar, eu te chamo então. É bom que a gente desce juntos para nossos pais ficarem felizes.

— Tudo bem. Combinado. — Falou animado e apenas recebeu um sorriso maior do Jeon, que se afastou e saiu da biblioteca.

{...}

O príncipe Kim teria tido uma noite de leitura bem agradável e cheia de descobertas, se não tivesse sido interrompido por sua mãe, que correu até a biblioteca, logo após ver Jungkook saindo da mesma e indo se deitar sozinho.

A rainha praticamente expulsou o príncipe da biblioteca, dizendo que ele deveria por obrigação, acompanhar o marido dele, na hora de ir para o quarto. Para todos, aquele novo casal tinha uma vida sexual bem ativa, e deveria continuar, até que o ômega engravidasse; então, o rei Jeon poupou o filho de todo e qualquer trabalho dentro do reino, para que ele tivesse o dia livre, se quisesse ir para a cama com seu marido — o que obviamente não acontecia.

Taehyung foi para o quarto, xingando aos quatro ventos por não poder ficar lendo e tirando suas dúvidas sobre aquele assunto que o assustava. Ele realmente queria ficar por dentro dos assuntos, e saber mais um pouquinho sobre como era estar grávido.

Assim que chegou no quarto, Jungkook o encarou confuso, e viu que o ômega estava meio nervoso.

— O que aconteceu? — Perguntou.

— Ah, minha mãe essa mania chata de ficar falando que ômegas têm que servir a seus alfas na cama. Acha que ela me deixou ler? Me expulsou da biblioteca e mandou eu subir, porque minha obrigação é vir para o quarto com meu marido. — Bufou, o que fez o alfa rir.

— Venha se deitar — o Jeon bateu ao seu lado na cama e Taehyung obedeceu. — Não fique bravo, essas coisas acontecem mesmo. Meu pai fala comigo todo dia sobre como ele está ansioso para ser avô.

— E é exatamente isso que me irrita! Eles nos veem como máquinas de fazer bebê — o ômega se deitou, ainda resmungando, o que fez Jungkook rir mais um pouco.

Taehyung estava tão irritado, que ao menos percebeu que, ao se deitar, colou seu corpo totalmente ao corpo de Jungkook. Ele apenas se enfiou debaixo das cobertas, murmurou um  boa noite para seu marido, e dormiu, com raiva.

No meio da noite, o ômega acordou assustado. Sonhou que Yoongi havia se metido numa briga com um dos guardas do castelo, e que o guarda havia batido nele.

O ômega abriu os olhos assustado, e encarou a figura de Jungkook sentado, com a mão sobre seu peito.

— Está tudo bem — o alfa sussurrou. — Ele não está aqui. Foi só um sonho.

— Eu odeio acordar assustado — se sentou na cama e respirou fundo, afim de se acalmar.

O príncipe Jeon se ajeitou na cama, e pegou um copo com água que estava sobre seu criado mudo, para entrega-lo ao marido.

— Beba — ofereceu.

— Obrigado — Taehyung pegou o copo, bebericou a água e suspirou mais uma vez. — Desculpe por te acordar. Eu não queria que você passasse por isso — seu olhar foi de encontro ao do alfa, que sorriu mínimo e acariciou de leve a orelha do Kim.

— Não tem problema.

— Não, é sério. Me perdoe por te acordar e... por chamar o nome dele. Isso deve ser horrível, e eu juro que nunca faria isso em plena consciência.

— Taehyung, de verdade, eu não ligo. Agora beba sua água e volte a dormir, hm? Manhã teremos que acordar mais cedo.

— Tudo bem — o príncipe Kim bebeu mais um pouco de água, e quando não quis mais, devolveu o copo para o alfa que ainda esperava.

Ambos voltaram a se deitar, e o ômega puxou a coberta até o pescoço, reclamando que o ambiente ali ficava bem frio pela noite. Jungkook não respondeu nada, apenas se deitou e se aproximou do marido, afim de que o calor de seu corpo fosse passado para ele, e o mantivesse quente.

{...}

Durante o café, os olhares sugestivos dos reis e de Seokjin, pairavam sobre o casal. Taehyung já estava irritado com aquilo, mas não disse nada. Apenas terminou seu café, e depois correu para o quarto, para tomar seu remédio, pegar um casaco quente e um cachecol.

— Vamos? — Chamou Jungkook que o esperava na biblioteca.

O alfa encarou o ômega todo equipado contra o frio e sorriu, achando graça daquilo tudo.

Os dois saíram juntos, o que obviamente arrancou mais olhares maldosos dos mais velhos que ali estavam. Ambos foram até o estábulo pegaram seus cavalos, para logo galoparem na direção da plantação de uvas — assim como Jimin havia recomendado.

Pelo caminho, eles conversaram sobre coisas aleatórias. Qualquer coisa que surgia, servia para que um deles tentasse puxar assunto. O tamanho das árvores serviu como conversa, a classificação entre árvores frutíferas, os animais que viam correndo pelo meio do caminho; e até mesmo, o som dos galopes dos cavalos, foi um pretexto que um arranjou para puxar assunto com o outro.

Assim que chegaram no vinhedo, Jungkook desceu de seu cavalo e ajudou Taehyung a fazer o mesmo.

— Uau, aqui é grande mesmo — o ômega comentou, espantado com o tamanho da plantação de uvas. — Não que eu pensasse que fosse pequena, mas desse tamanho todo, eu não imaginei que fosse.

— E você acha que foi por qual motivo que seus pais deixaram você se casar comigo? — O alfa levantou as sobrancelhas.

— Está chamando meus pais de interesseiros, senhor Jeon? — O Kim brincou, fazendo o outro rir soprado.

— Estou, senhor Kim. Assim como falo, escrevo e assino em baixo, para confirmar que meus pais também são interesseiros. Eu já vi o tamanho da vinícola de Azuma. Sei que eles não “lutaram” para me casar com você, por causa dos seus lindos cabelos ondulados.

— Ah — Taehyung se sentiu sem graça, pelo elogio por marido. — Que coisa louca, não é?

— O quê, exatamente? — Jungkook puxou um cacho de uvas de uma videira e arrancou uma das frutinhas, antes de começarem a andar entre as vinhas.

— Essa coisa toda de casamento arranjado... — Pegou a uva que lhe foi oferecida. — Como será que acertaram tudo isso?

— Você não sabe? — O Jeon coçou a ponta do nariz e viu seu ômega negar com a cabeça. — Bem, eles fizeram uma reunião com os quatro reis alfas e começaram a oferecer coisas para seu pai, como garantia de que a aliança fosse interessante.

— Eu fui vendido — Taehyung reclamou, e pegou mais uma fruta.

— Nós dois fomos vendidos, e o pior, é que eu estava no dia dessa reunião, e tive que fazer um discurso enorme para seu pai, me garantindo como o melhor pretendente para você.

— Ah, você está brincando!

— Não estou, não. Eu tive que fazer e os outros príncipes também, mas acho que só eu consegui convencê-lo.

— E o que foi que você disse? — O Kim perguntou, mas sem ter certeza de que realmente queria saber.

— Ah, fiquei fazendo minha propaganda como o melhor alfa, dizendo que iria te proteger, que seria um bom alfa e um bom marido; disse que cuidaria de você e dos nossos filhos; falei que seria a melhor companhia que você poderia ter durante seus cios... essas coisas.

— Ah que horror! — Taehyung arregalou os olhos e roubou várias uvas das mãos do Jeon. — Sabe que para mim é horrível saber que falam dos meus cios como se estivessem falando do sabor do vinho? Eu tenho vergonha dessas coisas.

— Não fique.

— E também, você ficar se oferecendo... isso deve ter sido horrível!

— Não foi muito agradável, mas fico feliz por ter feito um bom trabalho. Os outros príncipes não seriam bons maridos.

— Eles são pessoas ruins?

— Não. Eles são pacíficos até demais. Namjoon é cheio de amores e não liga para o que a coroa pensa; e Jimin já foi apaixonado por um plebeu. Eles são bem malucos e provavelmente iriam te tratar como um alfa amigão deles.

— Talvez isso fosse engraçado — o Kim gargalhou, ao se imaginar sendo tratado como um alfa.

— Você quer que eu te trate como um alfa? — Jungkook franziu o cenho e encarou o ômega que ainda gargalhava. — Seria estranho. Não sei se conseguiria.

— Não, não quero que me trate como alfa — conseguiu falar.

— Eles não teriam um pingo de cuidado com você, e ainda o chamariam para ir tomar uma cerveja.

— Eles são assim mesmo, ou você está caçoando deles por ter conseguido se casar comigo?

— Eles são assim mesmo, Tae. Eu te garanto que eles são assim, porque nós somos amigos.

— Jura? São amigos?

— Somos — o Jeon riu soprado. — A gente se encontra um na cidade do outro, pelo menos uma vez por mês.

— Ah que legal! Quero conhece-los.

— Eu apresento vocês qualquer dia desses, tudo bem?

— Tudo bem — Taehyung falou animado, e por conta própria, pegou um cachinho de uvas para comer também.

O casal continuou ali, andando tranquilamente; roubando uvas e conversando sobre mais e mais assuntos que lhes vinham à cabeça.

Por fim, Jungkook se cansou de andar, e eles foram se sentar perto de onde tinham deixado os cavalos.

O príncipe Kim observou o horizonte, e sorriu, pensando que aquele era de fato um lugar bonito, com o qual ele não imaginou que pudesse ver, um dia.

— Aqui é completamente diferente de Azuma, não acha? — Comentou.

— Sim, é diferente. Azuma é lugar mais quente, mais florido e mais acolhedor do que Kita.

— Mais acolhedor? — Taehyung riu, querendo entender o que o Jeon quis dizer com isso.

— Quando eu cheguei lá, eu fui disfarçado para evitar de que me reconhecessem. E por onde eu passei, eu fui tratado bem — riu ao se lembrar. — Lembro que teve um feirante que me viu andando e puxando meu cavalo, e ele me parou no meio do caminho para oferecer água para mim e para que eu pudesse matar a sede do Magnus.

— As pessoas de lá são assim mesmo. Toda vez que eu saía na rua, eles me cumprimentavam e me davam algum presente, e mesmo que eu dissesse que não eram necessários tantos mimos, eles insistiam.

— Eu fui tratado bem por todos eles. Mas este, me conquistou mais, sabe? E depois disso, eu fiz questão de ajudar a loja, mesmo que indiretamente.

— O que ele vendia?

— Ah, ele fazia duas coisas: ele vendia frutas e fazia cestas. Enfeitava cestas com laços, fazia esculturas com as frutas... era bem interessante.

— Ah, jura? — Taehyung pareceu surpreso. — O pai do Yoongi faz exatamente isso!

— E é ele mesmo — Jungkook o encarou e sorriu de lado. — Todos aqueles enfeites de palha que usaram no nosso casamento, eu exigi que comprassem dele. As cestas, as bases para os buquês de cima da mesa, as tranças de flores... tudo mesmo.

— Então foi por sua causa que o senhor Min trabalhou tanto naqueles dias — o Kim gargalhou. — Ele é um homem trabalhador. Sempre trabalha sorrindo e fica muito feliz quando recebe uma encomenda grande, porque ele sustenta a casa sozinho, sabe? O Yoon ajuda ele na feira, mas é só aquele dinheiro que eles têm. Eu me orgulho muito deles.

— E seu Yoongi deixou ele sozinho e veio atrás de você — o Jeon levantou as sobrancelhas.

— Ele deixou o Yoon vir. Ele disse que era para o filho seguir o sonho.

— Entendo.

— Ele é um senhor incrível, de verdade. Admiro a força de vontade daqueles dois. — Taehyung fitou o céu e sorriu bobo. — Eu vou sentir falta de fugir para a loja dele e comer goiaba com os dois, escondido atrás da banca.

— Eu te levo lá qualquer dia.

— Jura?! Mas não seria estranho?

— Eu te deixo na barraquinha dele e vou para outro lugar.

— Não, não é justo, Jungkook.

— Não é justo eu chegar lá e ficar atrapalhando você e seu namorado.

— Ah — o príncipe Kim se sentiu incomodado com a frase proferida pelo marido. Era estranho ouvir o Jeon falando sobre o namorado dele; sem contar, que era estranho o jeito tão gentil que o alfa o tratava.

— Como é se apaixonar? — O Jungkook perguntou, pegando Taehyung se surpresa.

— Você nunca se apaixonou? — Arregalou os olhos e voltou a encarar o marido.

— Não — confidenciou. — Eu sempre soube que não poderia me casar com alguém que eu me apaixonasse. Então eu nunca me preocupei em sair daqui, para procurar alguém.

— Eu também não saí para procurar alguém. Meu namoro com o Yoon simplesmente aconteceu, sabe?

— E como foi?

— Você quer mesmo falar disso?

— Sim, por que não?

— Ah, pode ser desconfortável para você.

— Não, pode falar — Jungkook garantiu, o que fez o Kim dar de ombros e começar a falar.

— Bem, eu sempre fui uma pessoa meio desorganizada, e Seokjin sempre ficou no meu pé, me obrigando a ser um exemplo de príncipe. Com isso, eu era obrigado a arrumar meu quarto todos os dias — riu. — Ele falava que o fato de eu ser um príncipe, não tirava de mim, as obrigações que deveriam ser minhas, como por exemplo, arrumar meu próprio quarto.

— Seu irmão é engraçado — o príncipe Jeon gargalhou baixo, fazendo Taehyung o acompanhar.

— Pois bem, um certo dia, ele brigou comigo, porque eu tinha várias coisas fora do lugar, e disse que eu deveria organizar tudo em pequenas caixas, para não parecer uma desordem. Aí, neste dia, nós dois fomos até a feira, e eu encontrei o pai do Yoongi vendendo as caixinhas. Eu fiquei encantado com todas elas e comecei a pedir uma quantidade absurda de caixa — riu ao se lembrar. — E naquele dia eu comprei várias, e depois continuei pedindo mais e encomendando várias, para organizar até coisas que não eram do meu quarto; e toda vez que eu encomendava, era Yoongi que levava elas até o castelo.

— E durante esses vários encontros, vocês se apaixonaram — Jungkook deduziu e viu o ômega assentir.

— Eu não queria ter me apaixonado por ele; mas é que ele me tratava tão bem, sabe? Ele subia com todas aquelas caixas, as colocava no lugar que eu pedia, trocava de lugar quando eu pedia, e às vezes, ainda me ajudava a guardar coisas dentro delas, porque eu pedia — o Kim coçou o couro cabeludo. — Eu era bem exigente, mesmo que sem querer. Eu simplesmente ficava empolgado e começava a pedir ajuda para ele, e como eu o pagava depois, ele nunca recusava. Era o trabalho dele, claro. E aí eu comecei a perceber que as encomendas que eu fazia, não eram apenas pelas caixas, mas sim, para poder vê-lo.

— E quando foi que você percebeu que era recíproco? — Jungkook parecia bem interessado no assunto, e Taehyung se empolgava cada vez mais, para contar.

— Foi quando ele me beijou — o ômega sussurrou. — Naquele dia, nós estávamos ajeitando um baú que eu havia comprado para guardar alguns brinquedos que eu tenho desde quando era um bebê. E aí, em meio àquela arrumação, ele me beijou, sabe? E eu fiquei muito feliz por isso.

— Deve ser legal sentir esse tipo de coisa.

— Ah sim, você se sente alegre com qualquer coisa, fica doido para estar perto da pessoa, fica querendo ouvir os casos da pessoa que você gosta... – Riu. — Yoongi tinha muitas histórias para contar para mim e eu adorava ouvir todas elas.

— Ele trabalhava tanto e ainda tinha histórias para te contar?

— Ele contava histórias das coisas legais que ele já passou. Ele não viveu a vida inteira ajudando o pai na feira. Mas até mesmo depois de começar a trabalhar, ele tinha uma história ou outra.

— Entendo — o Jeon fitou o horizonte e suspirou. — Eu já quis me apaixonar. Já quis ter alguém para dividir minha vida, até que eu fosse obrigado a me casar, mas nunca deu certo. Parece que as coisas não tinham a mínima graça, porque eu sempre soube que na verdade, não seria aquela pessoa a ficar comigo.

— O que você sentiu quando seus pais disseram que o príncipe “vencedor” para se casar comigo, era você?

— Eu fiquei triste — ele murmurou. — Apesar de querer me casar e ter uma família, eu nunca quis ser obrigado a casar com alguém que não me amasse e que eu não amasse também. E depois de ir para Azuma e ver que você já tinha alguém, a situação piorou, porque eu estaria estragando a sua vida e impedindo você de ser feliz.

— Sabe, Jungkook, eu honestamente fiquei péssimo, quando me deram a certeza de que meu noivado já estava marcado. Eu quis fugir, quis brigar com todos; e no dia do noivado, que eu vi que você era uma pessoa muito séria, eu pensei que minha vida seria um inferno.

— E não está sendo? — Riu soprado.

— Não, não está. Você é gentil, me trata bem, me protege, me ajuda quando eu acordo de madrugada tendo pesadelos, me dá água para que eu fique calmo, me mostra onde tem os livros que preciso, me aquece de noite, me dá presentes para que eu fique feliz, me deixa ver o Yoongi... sabe, eu não sei como são os outros príncipes, mas eu acho que seu discurso que convenceu meu pai, foi realmente um belo discurso e que ele fez a escolha certa.

— Você acha?

— Eu acho. Eu sei que não sou o marido que você sempre sonhou, porque além de ter uma babá irmão mais velho inconveniente e chato, eu tenho outra pessoa na minha vida. Mas eu quero que saiba que independente do Yoongi, eu vou fazer o possível para que fiquemos bem e que sejamos amigos. Eu sei que a gente não se ama, mas eu não vou atrapalhar.

— Eu fico feliz com isso, Tae. Pelo menos nosso relacionamento não vai ser maçante.

— É verdade.

— E eu realmente sinto muito por você não poder ficar com a pessoa que você gosta. Se eu pudesse fazer algo, eu faria, mas infelizmente não está em meu alcance.

— Eu sei disso. Mas saiba que você já faz muito, hm? Acho que nenhuma outra pessoa me respeitaria como você respeita.

— O seu namorado não te respeita?

— Ah não, sim, ele respeita. Respeita até demais! Ele mal me toca. — Riu. — A gente brinca, mas nosso contato é sempre um abraço mais simples e os beijos nem... enfim. Mas eu digo é assim, como marido, se eu me casasse com outra pessoa, ela não seria tão gentil quanto você.

— É, definitivamente, suas palavras me deixam mais feliz. Eu tive medo de fazer alguma coisa errada e... — Riu soprado. — E sobre todas essas perguntas que eu te fiz, se me intrometi demais, peço perdão.

— Ah não, pelo contrário! Eu realmente me senti satisfeito por poder te contar tudo. Sabe, é ruim passar por algo que você gosta e não ter ninguém para conversar a respeito, porque Seokjin odeia o Yoongi e nem gosta de ouvir o nome dele. Mas eu gostei de te contar tudo, até porque, você conheceu um pouco mais de mim e não existe nada que possa ser considerado como se eu escondesse de você.

— Você não precisa esconder nada de mim, tudo bem? Eu não vou julgar você e estou aqui para te apoiar, assim como prometi ao seu pai.

— Obrigado, Jungkook, de verdade — Taehyung esticou a mão esquerda e segurou a destra do alfa, num aperto leve. — Obrigado por estar comigo.

— Não precisa agradecer — o Jeon retribuiu o ato do ômega e também segurou sua mão. — E obrigado por não me fazer sentir uma pessoa ruim.

— Você não é ruim, Jeon. Eu nunca faria você se sentir assim.

— Me chame de Kook — o alfa sorriu de um jeito doce. — Gosto quando me chamam assim.

— Tudo bem, Kook — o ômega riu de maneira fofa e se arrastou sobre a grama para se sentar bem próximo ao marido. — Mas então, e quanto a você? Quero te conhecer também.

— Ah, minha vida sempre foi sem graça. Eu vivo dentro do palácio o tempo todo e fico cuidando das minhas plantinhas. Gosto de plantar, sabe? Acho que nasci para mexer com terra, apesar de meus pais acharem estranho. Eu montei aquela estufa porque é algo que eu adoro fazer. Então eu passo um bom tempo ali, cuidando das flores, quando eu não tenho algum dever com meu pai.

— É o que você mais gosta de fazer?

— Sim. Eu gosto muito mesmo de flores — riu soprado e coçou o couro cabeludo. — Sabe, algumas pessoas me acham um príncipe meio... fraco, por ser um alfa e agir da forma em que ajo.

— Ah, não ligue para essas pessoas, hm? O que importa é que você é uma ótima pessoa e com um coração enorme. Se gosta de flores, plante.

— Obrigado — o Jeon sorriu bobo e mexeu na orelha esquerda do Kim. — Quando falarem algo assim, eu vou dizer que meu próprio esposo me incentiva a plantar.

— E se eu ouvir alguém falando isso de você, pode deixar que eu mesmo te defendo! O que há de mal em plantar, oras. É um gesto bonito. Eu confesso que não sei plantar, mas acho lindo e admiro quem sabe.

— Eu te ensino, se quiser — Jungkook olhou nos olhos do ômega e pode jurar que os viu brilhar.

— Claro que quero! Seria ótimo — Taehyung sorriu de maneira animada. — E assim, ficamos os dois, devendo ensinar algo um para o outro. Você me ensina a plantar e eu te ensino a dançar Tinikling, o que acha?

— Eu topo.

— Então, está combinado! — O Kim levantou o mindinho direito, e o Jeon fez a mesma coisa. Ambos entrelaçaram os dedos e selaram silenciosamente, o combinado.

{...}

Depois de conversarem bastante, e se conhecerem mais, Jungkook chamou Taehyung para que passeassem por outros cantos fora do castelo, e assim, ambos subiram em seus cavalos e galoparam pela área verde externa, e foram até à praça da vendinha.

Quando chegaram lá, todos reconheceram os príncipes e acenaram em sinal de respeito, o que fez Taehyung ficar com vergonha, mas extremamente grato por ter sido bem recebido no novo reino.

— Parece que as pessoas gostaram de você — Jungkook murmurou, quando aproximou seu cavalo do cavalo de seu marido.

— Eles são gentis — o Kim sorriu e acenou para uma criança que gritou príncipe Kim. — Eles parecem ser legais.

— E eles são — o alfa sorriu para os súditos também. — Venha, quero te comprar uma coisa. — Ele levou seu cavalo em outra direção, e Taehyung o seguiu.

Quando chegaram em outra extremidade da praça, Jungkook desceu de seu cavalo, ajudou seu marido a fazer o mesmo e segurou sua mão, para leva-lo a uma lojinha de artesanato.

O senhor da lojinha os atendeu com um sorriso enorme estampado no rosto.

— Altezas, sejam bem-vindos à minha humilde loja — curvou-se em sinal de respeito, mas o Kim o impediu de continuar, por perceber que o homem era velhinho demais para se curvar diante deles.

— Não precisas fazer isto — usou seu tom majestoso para falar com o senhor, que sorriu e agradeceu.

— Em que posso ser útil aos meus senhores? — Perguntou com sua voz senil, fazendo com que o ômega quisesse leva-lo para casa para lhe dar sopa e ouvir histórias de quando era mais novo.

— Eu quero um desses — Jungkook apontou para uma das paredes, que tinha vários objetos pendurados.

— Ah sim, o apanhador de sonhos! E qual quer? — O senhor perguntou, quando se aproximou da parede.

— Qual você quer? — O alfa perguntou para o Kim, que franziu o cenho e observou atento.

— O que são? — Perguntou.

— Escolha um, depois eu te conto — o Jeon segurou sua cintura e o levou para mais perto da parede. — Qual deles que você mais gostou?

— Eu gostei daquele branco — o ômega apontou para um deles. — É delicado e dá uma sensação de tranquilidade.

— Então será aquele — Jungkook avisou ao velhinho, que pegou o objeto na parede.

— Uma ótima escolha — falou docemente, enquanto ia até atrás do balcão para pegar uma sacolinha de papel.

Taehyung estava curioso. Tinha ouvido o senhor dizer que era um apanhador de sonhos, mas ele não sabia exatamente como funcionava. Talvez fosse um enfeite para pendurar na porta, não sabia.

O velho trouxe a sacolinha, Jungkook o pagou pelo pedido, e quando iam saindo, o vendedor os chamou e foi andando até a eles, devagar, como sua disposição física permitia.

— Eu tenho um presente para os dois — murmurou, enquanto trazia um colar de tamanho bem peculiar. — Vejo que gostam de objetos que trazem sorte, então, este daqui vai como um presente.

— Oh! — Taehyung parecia surpreso.

— Este colar é para vocês jovens, recém-casados, que agora irão trilhar um caminho enorme juntos — sussurrou, enquanto levantava os braços e colocava o colar sobre as cabeças de ambos os garotos. — Se repararem bem, verão que ele pode ser separado em dois, mas eu aconselho que o usem juntos, quando um precisar do outro, hm? É o colar da união, o colar que os deixará mais próximos. — Terminou sua fala sorrindo, quando Jungkook e Taehyung se viraram para ver o colar, e perceberam o quão perto estavam um do outro.

— Obrigado, senhor — o Kim murmurou e sorriu; mas era um sorriso que não foi direcionado ao velhinho que acabara de presenteá-los.

— Eu espero que fiquem bem — o vendedor se afastou, e deixou com que saíssem juntos da loja.

O Jeon ficou sem graça com a situação, mas mesmo assim, não queria tirar aquele colar.

— Vamos andando? — Perguntou, e se sentiu radiante quando viu seu ômega sorrir e assentir.

Ambos começaram o caminho de volta para casa, caminhando lado a lado e puxando seus respectivos cavalos.

Eles estavam em silêncio, e por mais que quisessem muito conversar, não tinham coragem de abrir a boca para falar nada. Estava estranho, e divertido, ao mesmo tempo.

— Hm, rm, então, gostou do passeio de hoje? — Jungkook finalmente abriu a boca, quando entraram nos campos do palácio.

— Eu adorei, de verdade — Taehyung respondeu baixinho, mas sorridente.

— Que bom — o alfa também sorriu, sem demonstrar demais a animação.

Os recém-casados guardaram os cavalos — um por um para evitar de tirarem o colar —, voltaram para dentro do castelo e foram para o quarto.

— Então, rm, seu presente — o Jeon tirou o apanhador de sonhos da sacolinha entregou a Taehyung. — Isto aqui é um filtro dos sonhos. Dizem, e eu acredito que seja verdade, que ele... como o nome já diz, filtra seus sonhos, apanhando os ruins e te deixando só com os bons.

— Oh, jura?

— É o que dizem — deu de ombros. — E muitos dizem que para funcionar, você precisa ganhar um de presente, assim como deve acreditar no seu poder. Então, espero que acredite e espero que não tenha mais pesadelos. Eu sei como é ruim sonhar com algo desagradável e como é ruim acordar assustado.

— Obrigado, Jungkook. Quer dizer, Kook — riu. — Obrigado, de verdade! Eu tenho tantos pesadelos que... — Suspirou. — É sério, muito obrigado — o ômega sorriu sem graça, e suspirou. — Ninguém nunca se preocupou se eu acordava aos berros de madrugada. Seokjin só me xingava, quando ele dormia comigo.

— Mas eu me importo — Jungkook olhou nos olhos do marido. — Eu prometi ao seu pai que cuidaria de você, e se isto implica em te proteger dos seus pesadelos, eu farei.

— Obrigado — Taehyung deu um passo à frente e abraçou a cintura do seu alfa, fazendo com que o outro ficasse um pouco relutante, mas depois, retribuísse o ato.

O ômega respirou fundo e inalou o cheiro forte de almíscar que exalava de Jungkook. Aquele cheiro o deixou tranquilo e ele se sentiu seguro, como nunca havia sentido com a preseça de menta de Min Yoongi.

O abraço era apertado e ele desejou ficar ali por muito tempo, curtindo a sensação quente e protetora de seu alfa.

O Jeon virou o rosto e inspirou fundo quando seu nariz se infiltrou entre os pequenos cachos do ômega.

— Eu sempre gostei do aroma de mel e baunilha — murmurou, fazendo com que o Kim sorrisse envergonhado e escondesse o rosto na curvatura do pescoço do alfa.

— Fico feliz em ouvir isso — conseguiu sussurrar minimamente, fazendo com que Jungkook sentisse sua vergonha e sorrisse. Ele achava deveras fofo, quando o ômega ficava com vergonha, e naquele momento, não podia negar que havia gostado da reação de seu marido.


Notas Finais


É, sei não, em kkkk sei não.
Espero que tenham gostado.
Beijos de mel.


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