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História Stay With Me - Jar Of Hearts


Escrita por: chaespinky

Notas do Autor


Leiam com cuidado pra entender tudo direitinho, ok? Enjoy!

PS: A música do capítulo está disponível nas notas finais.

Capítulo 2 - Jar Of Hearts


 

You've lost the love I loved the most

I learned to live, half alive..

 

 

9 de outubro de 2003.

- Não, Chaeyoung. Espera só mais um pouquinho. – Disse cobrindo seus olhos com as duas mãos, enquanto andávamos de forma desajeitada.

- Ah, mas eu não aguento mais de ansiedade! Já tem horas que você me leva pra um lugar que eu não faço ideia onde é. E se você tiver me sequestrando?

- Como você é exagerada, Deus. – Não pude reprimir uma risada. – Não faz nem cinto minutos, amor.

- Eu sei, mas eu já tô cansada disso. – Ela resmungou com uma voz quase infantil, mimada como sempre.

- Tá bom, meu amor. Pode olhar. Chegamos!

Retirei a mão de seus olhos e imediatamente ela abriu um sorriso enorme, mas com uma indagação estampada no seu rosto de menina.

- O que é isso? – Os seus olhos brilhavam e ela girava pelo local tentando ver tudo ao mesmo tempo com uma expressão deslumbrada.

- Não sabe reconhecer um apartamento totalmente mobiliado quando está dentro de um? – Perguntei de forma divertida.

- Para de gracinha, Lalisa Manoban. – Me deu um tapinha no braço, sem tirar o sorriso do rosto. – Você entendeu muito bem minha pergunta.

- Claro, claro. A lerda aqui é você. – Levei outro tapa, dessa vez mais forte, porém só consegui rir. – Esse é meu presente de noivado pra você, bebê. – Revelei enquanto acariciava meu braço já vermelho de tanto tapa.

- Mas... Mas... Como você conseguiu? Com que dinheiro? – Chaeyoung estava em choque. Ela sabia muito bem que com meu salário de auxiliar administrativo eu jamais poderia comprar ou alugar qualquer coisa.

Eu fiz um suspense que só deixou minha noiva mais nervosa e ansiosa ainda. Eu sentia que ela estava prestes a me atacar com seus tapas novamente.

- Eu consegui um estágio remunerado na Columbus! – Gritei, eufórica.

Chaeyoung deu um pulo e veio pra cima de mim, mal tive tempo de abrir os braços e caímos juntas no sofá. Ela ficou me olhando, ainda incrédula.

- Isso é sério mesmo, amor? – Ela estava ofegante por toda a excitação do momento, com uns fios de cabelo caindo sobre o rosto e suas bochechas avermelhadas. Mesmo com todas as novidades na minha vida, ela ainda era o meu maior motivo de felicidade.

- Você acha que eu iria brincar com uma coisa dessas, Park Chaeyoung?

- Não, mas... É muito bom pra ser verdade, vida. – Ela disse fazendo sua vozinha de bebê de sempre, me enchendo de beijinhos.

- É, eu sei. A minha ficha ainda não caiu também. – Sorri, não só por tudo que estava acontecendo, como também pelo fato de Chaeyoung ter me chamado de vida, coisa que ela só fazia quando queria sexo ou estava muito feliz. Não sabia qual das opções era a melhor.

- A propósito, parabéns, meu amor. Você merece!

- Tudo que eu faço é pra você e por você.

Ela apenas sorriu e me beijou. As carícias que se seguiram fizeram com que estreássemos o apartamento ali mesmo, no sofá.

Na minha mente só o que havia era o sonho de que passaríamos o resto de nossas vidas assim, como estávamos naquele momento.

 ***

 

 

17 de janeiro de 2015.

Desci do carro já no estacionamento da Columbus Enterprise, a maior empresa de telecomunicações da Coréia, onde eu era a presidente. Me sentia zonza com tantas lembranças atormentando minha cabeça. Aquele dia seria importante e eu não conseguia me concentrar em absolutamente nada. No caminho até ali, por pouco não bati na traseira do carro a minha frente enquanto pensava nela.

Estava atrasada, como de costume, então andava a passos largos agradecendo aos céus pelo estacionamento estar vazio. Eu não suportaria ter que iniciar um diálogo falsamente cordial com quem quer que fosse.

Quando já me encontrava na frente do elevador, que me levaria direto pro corredor da minha sala, ouvi passos se aproximando acompanhados de risadas. Revirei os olhos, já cansada de uma conversa que nem havia começado.

- Bom dia, Srta. Manoban. - Uma voz familiar soou divertida ao meu lado.

Virei o rosto e dei de cara com as minhas duas melhores – e únicas – amigas, Jisoo e Jennie. Ambas em seus saltos, roupas sociais e portes formais. Eu achava aquilo realmente engraçado porque sabia que aquela pose de mulheres responsáveis não combinava em nada com elas.

Jennie era uma completa louca que adorava esportes, não tinha medo de fazer coisas insanas e, além de tudo, era uma conquistadora. Por onde passava, deixava corações quebrados, mas ela não parecia se importar. Outra coisa com que ela não se importava era com o gênero de quem conquistava. A morena exuberante era o tipo de pessoa que aproveitava tudo que a vida podia oferecer. Claramente, só aguentava aquele trabalho monótono porque sabia que se ficasse desempregada sua família iria às ruínas e ela jamais deixaria isso acontecer, mas estava longe de ser uma pessoa realizada profissionalmente.

Jisoo, por sua vez, era uma mulher mais pacata que apreciava as coisas simples da vida e valorizava cada coisa boa que surgia em seu caminho, sempre tentando se manter positiva. Era meu completo oposto e por isso me fazia bem, não permitindo que eu me entregasse aos meus demônios interiores. Minha melhor amiga era uma pessoa genuinamente boa e aguentava todas as minhas piadas sarcásticas e meu humor ácido. Amava mais que a mim mesma aquela tampinha.

- Ora se não é a mulher de negócios mais gostosa de Seul. – Disse Jennie, exagerada como sempre, pondo um braço por cima dos meus ombros.

Bufei, cansada. Eu amava aquelas duas, mas hoje estava sem paciência até pra elas.

- Vocês estão atrasadas. – Resmunguei ajeitando o relógio em meu pulso e conferindo o horário, nem me dando ao trabalho de olhá-las.

- Você também está, querida. – Retrucou Jisoo com um sorriso amarelo e uma falsa educação, ela não costumava ter paciência pro meu mau humor matinal.

- Sim. – A encarei retribuindo o sorriso forçado. – Mas eu sou a presidente dessa empresa, querida. Se eu quiser venho só a tarde.

- Uhhhhh. - Jennie riu achando graça da nossa troca de farpas, coisa que acontecia diariamente. - Depois dessa eu me demitia.

- Não é bem assim que as coisas funcionam. – A mais velha cruzou os braços logo abaixo dos seios, se sentindo frustrada porque viu que tinha perdido.

O elevador fez sinal e abriu.

- Não se esqueça que você só tem direito a esse estacionamento VIP porque é minha amiga, não me irrite senão coloco você pra estacionar na rua. - Ajeitei a bolsa no meu ombro e me afastei dos braços de Jennie.

A morena deu-me um tapinha leve nas costas e soltou uma risada baixa, enquanto entrávamos no cubículo prateado.

- Seu bom humor pela manhã é contagiante, Lisa.

Não esbocei nenhuma reação, apenas abaixei o rosto me sentindo cansada. Aquilo não era mau humor, era muito mais que isso.

- Hoje é um dia complicado... – Voltei a levantar o rosto, tentando manter meu porte inabalável. Há muito tempo não me deixava desmoronar e não pretendia ter uma recaída hoje.

Jisoo me analisou por uns instantes. Ela era minha melhor amiga há tanto tempo que nem me recordo, às vezes parecia me conhecer mais que eu mesma. Com certeza se lembraria o porquê do meu estado.

- Oh... – Ela se aproximou, enfim entendendo e pôs a mão no meu ombro, apertando suavemente apenas pra dizer... – Eu to aqui, Lisa.

- Eu sei disso... – Sorri fraco, olhando em seus olhos, porém foi máximo que consegui.

- Aliás, se você quiser a gente pode ir de novo naquele bar que você adorou, lembra? – Sugeriu Jennie animada, ela era sempre a que tentava melhorar qualquer ambiente.

- Essa é uma ótima ideia, Jen.

Elas desceram no quinto andar e eu continuei meu caminho ao topo do prédio onde se localizava a sala da presidente, ou seja, eu. Bastava eu pôr o pé dentro da empresa que todos pareciam ficar nervosos e agindo de forma estranha. Na verdade, eu gostava de ser temida, achava divertido ver todos correndo feito baratas tontas para as suas mesas ou gaguejando na hora de falar comigo. Mas naquele dia, nem isso tirava aquela nuvem negra sobre a minha cabeça.

Chegando em frente à minha sala, vi a secretária se levantar, nervosa. Ela, automaticamente, veio em minha direção com seu bloco de anotações e respirei fundo pra não perder a cabeça.

- Bom dia Srta. Manoban, hoje é a reunião de incorporação do novo vice-presidente e...

- Agora não, Irene. – Estendi uma mão pedindo pra que ela parasse. – Eu acabei de chegar. Aliás, eu sei exatamente que hoje temos essa reunião. Eu sou a presidente, esqueceu?

- Me desculpe. – Disse ela com a voz trêmula, dado o nervosismo.

Continuei andando, a fim de entrar em minha sala. Não via a hora de estar sozinha novamente. Eu não era sociável há muitos anos, mas naquele dia estava sendo impossível ficar perto de outras pessoas sem querer matá-las de forma cruel.

- Me traga uma aspirina, urgente! – Disse em tom autoritário e entrei na sala respirando fundo.

Sentei em minha grande e confortável poltrona de couro e me permiti relaxar por um momento. Eu só queria que aquele dia terminasse logo. Não queria ser a presidente de uma das maiores empresas do país naquele momento. Não queria ter tantas responsabilidades. Só queria ficar sozinha e sentir a minha dor.

Suspirei por saber que aquilo não era possível.

Ouvi batidas na porta e a vi abrir-se devagar e minha secretária aparecer, temerosa, com uma bandeja na mão. A moça entregou-me um comprimido e um copo d'água e tratei de engolir logo pra dar fim àquela dor insuportável na cabeça, já que a do coração nada poderia tirar.

Irene me serviu uma xícara de chá e agradeci mentalmente pela eficácia de minha funcionária que sempre sabia o que eu queria, mesmo quando eu não pedia. Sorvi o líquido extremamente quente sentindo uma pontada de prazer com a dor que provocava em minha pele sensível da boca. Fechei os olhos e degustei por um momento.

- Srta. Manoban, a reunião é daqui dez minutos. - Disse a secretária em tom baixo e receoso.

- Eu já sei, Irene. - Abri os olhos e coloquei a xícara de volta na bandeja, sentindo toda minha irritação voltar. - Precisa repetir a cada cinco minutos? – Cuspi as palavras pondo a mão na cabeça que ainda latejava.

- Eu sei, mas... - Ela abaixou o olhar procurando as palavras certas pra usar.

- Mas nada. Saia já daqui. - Disse firme. - Não vê que estou tentando relaxar?

A mulher saiu da sala rapidamente e voltei a tomar meu chá indiferente a tudo a minha volta e refletindo sobre o rumo que havia tomado a minha vida e a empresa.

Ser presidente da Columbus estava me exigindo naquele momento todas as energias que eu nem sabia que tinha. Hoje, mais precisamente na reunião que sucederia dali a pouco, decidiríamos mais um grande êxito; a fusão com o KJ Group, um dos maiores grupos de empresas na área de telecomunicação e mídia do mundo. Seria acertado o contrato junto ao nosso novo vice-presidente, Kim Jonghyun. O rapaz acabara de herdar todo império de seu pai se tornando um dos homens mais ricos e influentes da Ásia.

Novamente ouvi batidas na porta e Irene se fez presente com uma cara que demonstrava que preferia estar no inferno a ter que me chamar outra vez.

- Senhora, já estão lhe chamando na sala de reuniões.

- Eu já estava indo, Irene! – Resmunguei indo em direção à porta – No dia em que eu lhe promover a minha babá você será avisada, ok?

A garota saiu sem dizer uma palavra e eu a segui apressada. Queria logo conhecer aquele tal magnata de que tanto se comentava a respeito e mostrar quem iria mandar dali em diante. Eu não aceitaria nenhum filhinho de papai tentando cantar de galo no meu território.

Entrei na sala de reuniões e nem me dei ao trabalho de cumprimentar quem quer que fosse. Todos já conheciam meu temperamento. O barulho do meu salto contra o piso era o único som presente naquele ambiente hostil e gélido.

Sentei no "trono da rainha cascavel", como vulgarmente era conhecida minha cadeira pelos corredores da empresa, e fiquei esperando o tal almofadinha aparecer.

- E então... - A minha voz soou assustando alguns dos homens que estavam sentados ao redor da mesa. - Alguém pode me dizer quanto tempo vou ter que esperar a alteza dar as caras?

Todos se entreolharam, mas nenhum daqueles velhos babões se dignou a me responder. A minha paciência, que há anos já não era a mesma, fez com que eu me levantasse exaltada, pronta pra sair daquela sala de reuniões, que mais me parecia um asilo. Mas antes que eu pudesse realizar meu desejo de me livrar de tudo aquilo, Yoona entrou na sala com o seu porte aristocrático de sempre, a fim de anunciar a chegada do mais novo vice-presidente da Columbus.

Voltei a sentar e respirei fundo. Apesar do meu ar despreocupado, eu estava nervosa. Aquela empresa era minha vida e eu temia que a minha decisão pudesse interferir em tudo que conquistei em todos aqueles anos.

- Senhores, tenho a infelicidade de informar que o Sr. Kim Jonghyun está muito enfermo e não poderá comparecer a essa reunião, mas...

- Era só o que me faltava! – A interrompi bruscamente dando um tapa forte na mesa que fez minha mão doer. – Isso é inadmissível! Eu sei que ele está doente, mas ele não podia quebrar com o nosso acordo!

- Desculpe lhe interromper, Srta. Manoban, mas é que na verdade, o Sr. Kim fez a gentileza de nos enviar uma representante.

- Isso não diminui a minha irritação, mas tudo bem. - Passei a mão em meus cabelos na intenção de me recompor. - Cadê essa tal representante? Eu não tenho tempo pra ficar perdendo com ladainhas. – Indaguei ainda me sentindo irritada.

- Ela está aqui. É sua esposa, Park Chaeyoung. - Aquele nome saiu como uma sinfonia do diabo da boca da mulher à minha frente.

Não consegui raciocinar direito naquele momento. Ela havia falado Park Chaeyoung? Será que poderia haver outra Park Chaeyoung além da que um dia foi minha?

Não tive muito tempo pra pensar sobre isso porque logo vi, em toda sua beleza e glória, Park Chaeyoung entrar majestosa porta a dentro.

Ela já não era a mesma. Definitivamente. Tinha um rosto amadurecido, um semblante sério de mulher poderosa, os olhos já não tinham a pureza de antigamente, seus passos eram firmes e determinados e em nada faziam lembrar a garota ingênua e insegura que sempre procurava abrigo em meus braços.

- Bom dia, senhores e Sra. Manoban. - Ela sorriu e eu senti meu coração parar de bater por milésimos de segundos. - É um prazer estar aqui.

Era ela. Park Chaeyoung. A minha Chaeng. Após mais de 8 anos e muito sofrimento, ela estava na minha frente de novo.

***

 

 

 

 

I wish I had missed the first time that we kissed

Cause you broke all your promises

And now you're back

You don't get to get me back

And who do you think you are?

Running around leaving scars

Collecting your jar of hearts

And tearing love apart

You're gonna catch a cold

From the ice inside your soul

Don't come back for me

Don't come back at all

 

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Me contem o que acharam e se entenderam tudo que aconteceu kkk É complicado, eu sei.

Twitter: @parkchaelisa
Playlist Stay With Me: https://open.spotify.com/user/nandatumblr1/playlist/3fc2Rbb1VNjHTLJ3yyDQ1d
Jar Of Hearts: https://www.youtube.com/watch?v=8v_4O44sfjM


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