_Não, você não vai entrar. –Cory falou serio.
_Como não?Ela vai entrar sim. –Kisu disse se levantando. –O único que não concordou foi você, então pelo voto, ela vai entrar sim.
Kisu falou ficando de frente para Cory. O clima tinha ficado pesado, mas logo foi desfeito por Hongseob. Jinhong que estava ao meu lado me olhou serio e sorriu falando baixo.
_Eu era contra no começo, mas assim eu posso passar mais tempo com você. –Sorri largamente, o deixando sem graça.
_Então eu estou dentro. –Falei me levantando.
_Bem vinda noona. –Hongseob foi o primeiro a me parabenizar.
_Mas não vai ser por muito tempo, ouviu. –Hui falou me encarando.
_Eu ainda sou contra. –Cory falou emburrado. O ignorei e cumprimentei o resto do pessoal.
Os meninos ficaram na sala e eu fui para a cozinha preparar alguma coisa para comer. Depois que conheci Cory naquela noite, eu sempre passava as festas de fim de ano com ele, mas esse ano foi diferente, tudo ficou diferente depois daquele dia, depois que levei um fora Cory fica no meu pé, com se ele não quisesse que eu me afastasse. Eu realmente não sei por que fiquei tão brava com Cory, talvez meu ciúmes doentio me fizesse delirar por algum tempo, mas ainda não vejo por que ter brigado com ele por causa da máfia, a vida era dele, por que ter ficado tão maluca?Ele apenas não confiou em mim, e isso é justo, afinal, tem muitas coisas que não contei a ele. E finalmente estou deixando de ser mimada ao ponto de ter tudo que quero em poucos segundos.
Mudanças às vezes levam um pouco de tempo para serem adaptadas, mas por que me sinto tão bem em ter deixado Cory?Talvez ele não me fizesse bem, talvez eu não fizesse bem para ele, ou talvez eu não precisasse dele de verdade. Agradeço por ter mudado.
Cory poderia ser meu melhor amigo, poderia ser a pessoa que mais me entende, mas agora não vai ser como antes, ele não vai ser como antes, eu não vou ser como antes. Assim como a minha aparência, eu também quero mudar minha personalidade, tentar coisas novas, se divertir e aproveitar minha juventude, porque cansei de ser aquela amiga possessiva, que quer ter alguém ao seu lado vinte e quatro horas nos sete dias na semana. Acho que eu era assim porque queria atenção, afinal não tinha dos meus pais, queria tanta atenção que desenvolvi uma paixão descontrolado por Cory, sim, era isso, e não amor.
Quem eu estava tentando enganar, eu gostava dele.
_Aish. –Baguncei meus próprios cabelos e parei o que estava fazendo.
Eu já tenho quase vinte anos nas costas, cansei dessa paixonite, hoje é o ultimo dia do ano, nada mais justo que começar diferente, amanha vai ser diferente. Eu sinto.
_Vai demorar mais?Eu estou com fome. –Hui falou parado na porta.
_Que susto menino. –Falei me recuperando do susto.
_Pensando em coisa errada. –Ele falou rindo.
_Não viaja não. –Falei pegando a bandeja mais pesada e entregando a Hui. –Pode levar.
_Você é preguiçosa hem. –Ele falou e foi para a sala, o segui pegando outra bandeja. A sala estava quieta e escura, já estranhei aquilo, eles queriam me assustar, sabia.
_Por que apagaram a luz, vocês tem problemas, não vou me assustar de novo não.
_ S U R P R E S A –Escutei alguém gritar e sair de trás do sofá,me assustando.
Todos começaram a aparecer com balões penduradas em fitas, chapéu de festa na cabeça e um bolo na mesa de centro. Ah aquela mesa.
_Vocês só podem estar de brincadeira. –Falei rindo. –Vão assustar as mães de vocês.
_Eu que dei a ideia, me agradeça. –Jeonguk falou alegre e veio me abraçar.
_Mas fui eu que paguei tudo isso. –Hui falou empurrando Jeonguk e me abraçando.
_Mas fui eu e o Hongseob que ajudou a organizar, então a Jenny que tem que me agradecer. –Changsun falou sorrindo.
_Ok, agora por que eu tenho que agradecer vocês? –Falei sem entender. –E por que desses chapéus?
_Vai falar que você esqueceu que dia é hoje. –Cory falou me encarando.
_Que dia é hoje? –Perguntei nervosa.
_Seu aniversario. –Escutei aquilo e fiquei pensando. Realmente era hoje, como eu esqueci.
_Não acredito que você esqueceu o próprio aniversario, em que mundo você esta vivendo? –Hui falou rindo.
_Até eu estou surpresa. –Comecei a rir feito louca, tinha que ter alguma coisa para fechar o ano com chave de ouro.
_Esse ano vai ficar para a historia. –Cory falou rindo.
_Ok, então, a todos que ajudaram,obrigado. –Falei rindo. –Mas o que eu quero mesmo é presente. –Falei encarando Jinhong.
_Eu trouxe um presente. –Kisu falou me entregando uma sacola media, que estava um pouco pesada. –Mas não abre agora. –Ele me deu um sorriso gentil e me desejou feliz aniversario.
_O meu presente sou eu, você sabe. –Jeonguk falou fazendo coração com os dedos.
_Ok, ok. –Falei mandando coração de volta.
_Agora apaga as velas. –Hui falou ascendendo as velas. –Mas antes faça um pedido.
Pensei na coisa mais difícil de cumprir, como trazer meus pais de volta, mas desisti e pedi uma vida nova. Assoprei as duas velas com cuidado e cortei o primeiro pedaço.
_Para quem vai ser esse primeiro pedaço? –Hongseob falou com os olhos brilhando.
_Para mim, obvio, estou morrendo de fome. –Falei comendo o bolo.
_Eu que merecia esse pedaço, eu que o paguei. –Hui falou fazendo bico, mas logo rindo.
O resto da noite foi tranquilo, exceto que Cory continuava a conversar comigo como se nada tivesse acontecido. Bebemos, fizemos brincadeiras e brindamos como se ano tivesse sido o melhor.
_Falta um minuto gente! –Hongseob falou apressado indo para o jardim.
_Preparamos uma coisa para você. –Jinhong falou puxando minha mão e me levando para o lado o jardim.
_Dez segundos! –Cory falou ficando ao meu lado.
_Feliz ano novo. –Escutei uma gritaria e fogos de artifício iluminar o céu.
_Feliz ano novo Jenny. –Jinhong e Cory falaram ao mesmo tempo.
_Jinhong, sai um pouco de perto da Jenny. –Cory falou chamando atenção. –Já basta o Jeonguk.
Olhei Cory com desgosto e segurei a mão de Jinhong, que me olhou nervoso.
_Vamos sair daqui Jinhong, acho que estamos incomodando alguém, ou melhor, alguém esta nos incomodando. –Falei e sai de perto de Cory.
Cumprimentei todos os meninos, os desejando feliz ano novo, e aos poucos todos foram ficando bêbados até eu já estava com dor de cabeça. Kisu bêbado é uma comedia, ele ficava atentando todos, principalmente Hui, e eu achava aquilo hilário.
_Kisu, esta na hora de parar. –Falei tirando o copo de suas mãos.
_Não, não. –Ele falou se jogando em cima de mim para pegar o copo. –Você ficou tão bonita loira, que toda vez que eu te olho me da vontade de te morder, mas lógico, no bom sentido.
Sua voz saiu rouca perto da minha orelha, fazendo um arrepio subir por todo o meu corpo. Ele mordeu minha orelha e beijou meu pescoço.
_Kisu, você já esta bêbado. –Falei tirando sua mão da minha cintura.
Escutei meu celular tocar no meio do som alto que estava no jardim, Kisu se afastou com um sorriso nos lábios e pegou o copo de minhas mãos.
Olhei o visor do celular e o nome da pessoa que eu menos esperava me ligar apareceu.
_O que foi Wonho. –Atendi saindo de perto do som alto.
_Assim, você não quer vir aqui na nossa festa de família?Estamos sentindo sua falta, eu em especial.
_Me poupe Wonho.
_Para de ser chata. –Ele falou rindo.
_Por que eu iria?E segundo você sabe que horas são?
_Duas horas da manhã. Por quê? –Ele falou com a voz rouca.
_Vai dormir Wonho.
_Mas agora serio. –Ele falou pausadamente.
_E você já falou serio alguma vez?
_Fica quieta e me escuta.
_Grosso.
_Chata. –Ele falou rindo. –Feliz aniversario atrasado.
_Ta o que você quer? –Falei rindo.
_Amanha vai ter um almoço aqui em casa, por que você e o Hui não vem?Ou é hoje?Ah, você entendeu. Almoço em família como sempre fazemos no primeiro dia do ano.
_Não, agora tchau. –Desliguei a chamada e senti alguém me puxar.
_Com quem conversava? –Jinhong perguntou acariciando meu rosto.
_Com um primo chato. –Falei passando minhas mãos em sua cintura. –Cadê o meu presente?
_Seu presente só vai chegar amanha.
_Por que só amanha? –Perguntei sem entender.
_Não vai falar que você esqueceu que meu aniversario é amanha. –Arregalei os olhos. –Você esqueceu.
Jinhong suspirou e virou o rosto.
_Em que mundo você esta vivendo?Não me importo de ter esquecido o meu aniversario, mas você esqueceu o seu. –Ele falou cabisbaixo. –Tem alguma coisa que esta te prendendo?Você vive no mundo da lua, demora a me responder.
_Não esta acontecendo nada, é apenas... Apenas é difícil para mim desistir de algumas coisas. –Falei puxando o rosto de Jinhong para me olhar.
_Essa coisa seria Cory? –Ele falou serio.
Como iria falar na cara de pau que era, que ele esta fazendo minha cabeça um inferno, não eu não queria magoa-lo e não vou.
_Meus pais, vida nova, sabe, é difícil. –Falei olhando em seus olhos.
_Eu vou te ajudar a não ser difícil. –Ele falou me beijando. –Mas eu sei que tem Cory nessa historia, e eu não ligo, você é minha agora.
_Sou? –Falei rindo.
Jinhong merecia todo o amor do mundo, ele é a minha nova paixão. Ou eu esqueço Cory por bem, ou por mal.
POV’s Jinhong
Se eu sabia que Jenny estava me usando?Sim, eu sabia, mas eu concordei com isso, eu queria isso. Ganhei o consentimento de Jeonguk. Meu maior medo era trair meu melhor amigo, mas ele entendeu, e isso é o bastante para ligar o foda-s**. Cory?Kisu?
Eles não são nada, agora que Jenny entrou para nosso time tudo ficou no seu lugar, só assim eu poderia a vigiar. Eu só espero que Kisu não tente nada com ela, nada a força. Porque se Jenny quiser, quem sou eu para impedir. Não estamos em um relacionamento serio. Isso mee frustra um pouco.
_Pensando em que? –Jenny falou se sentando na grama.
_No seu presente. –Me deitei em seu colo e fechei os olhos. –Mas então, você quer passar meu aniversario junto?O dia inteiro?
_Esse é o meu presente?Sua presença? –Ela falou mexendo em meus cabelos.
_E se for?
_Eu iria amar. –Sorri largo e me levantei. –Acho melhor eu ir dormir.
_Tão cedo? –Falei triste.
_Infelizmente vou ter que ir a um almoço em família.
_Ah, entendo. –Ajudei Jenny a se levantar.
_Até amanhã. –A vi entrar e fiquei conversando com Hongseob, que já nem sabia onde estava.
Ficamos até às quatro da manhã na casa de Hui, e decidi voltar para minha casa. Kisu preferiu ficar mais um pouco, para fazer nada.
_Ei ei. –Escutei alguém falar me virei e vi Cory vindo em minha direção. –Quero ter uma conversa com você.
_Vai em frente. –Falei o analisando. –Você esta bêbedo de qualquer forma, não vai lembrar.
_Quem é que esta bêbado? Hã? –Ele falou vindo para cima de mim.
_Hyung, eu estou com sono, então não enrola. –Falei sem animo.
_Eu quero que você fique longe da Jenny, você que fez a cabeça dela, agora ela quer entrar para a máfia.
_Eu? –Ri de lado. –Ela não quer entrar para a máfia, ela já esta dentro.
_Você gosta dela por caso? –Ele falou ficando nervoso.
_Sim, por que, não posso? –Cory me segurou pela gola da blusa e me olhava irritado.
_Fica longe dela, ouviu, não vou repetir uma segunda vez. –Ele falou me soltando, virou em direção à casa de Hui.
_Eu não tenho culpa que você não foi homem o suficiente para tentar protegê-la.
_O que você falou? –Cory falou se virando.
_Se você realmente gostasse dela, por que não ligou o fo*** e ficou com ela?
_Olha como você fala comigo. –Cory disse irritado.
_Eu só falei a verdade, e agora é minha chance de fazê-la feliz.
_Você?E você lá tem idade para fazer uma mulher feliz? –Ele falou com deboche.
_Eu tenho coragem pelo menos, diferente de certas pessoas. –Falei colocando as mãos no bolso.
_Sai da minha frente, antes que eu fique louco. –Cory falou com a mão na cabeça.
_A bebida já esta te deixando com dor de cabeça? –Assim que falei me virei e fui embora. –Você perdeu Cory.
POV’s Jenny
Acordei com uma leve dor de cabeça, olhei as horas e voltei a deitar. Mas me incomodei com o silencio e resolvi levantar. Tomei um banho rápido, afinal, estava muito frio, me agasalhei bem e tirei meu celular do carregador. Sai do meu quarto e fui em direção ao quarto do Hui. Bati de leve na porta e entrei.
_Hui, acorda. –Falei batendo em seu corpo.
_Que foi. –Ele falou se virando para o outro lado.
_A mãe do Wonho nos chamou para ir ao almoço de família, que vai ser na casa deles.
_E eu com isso. –Ele falou puxando a coberta para cobrir seu corpo inteiro.
_Não estou de brincadeira Hui, levanta. –Falei puxando a coberta.
_Vai você, eu não quero ir.
_E você acha que eu quero?Vamos, anda. –Falei batendo de leve em sua cabeça.
_Vai você primeiro. –Ele falou abrindo os olhos.
_Se você não for eu faço picadinho de você. –Falei saindo do seu quarto.
Voltei ao meu quarto para pegar um cachecol e sai de casa. Andei até uma parada de ônibus e fiquei esperando. Olhei as horas no relógio do celular, e marcava 12:45, já era tarde,guardei meu celular e sentei no banco que tinha.
Escutei alguém suspirar varias vezes, e isso me incomodava. Era um rapaz, não muito alto e nem muito baixo, ele estava apenas com uma blusa de manga cumprida, seu rosto estava pálido e tinha alguns hematomas em seu pescoço. Voltei a pegar o celular e coloquei na previsão do tempo, onde marcava -7°C.
Esse cara era louco ou precisava de ajuda. O obversei por mais um tempo,e um ônibus chegou,olhei e não era o que estava esperando, e as pessoas que estavam no ponto entraram. Deixando apenas eu e o cara estranho. Ele percebeu que estava o observando e me olhou. Ao olhar fixamente em seus olhos, um arrepio surgiu.
_Que olhar triste. –Falei baixo e desviei o olhar.
Mas a possibilidade de o cara estar precisando de ajuda me meio a cabeça. Aish, porque você sempre fica com o coração na mão, heim Jenny.
_Er... Moço, você esta precisando de ajuda? –Perguntei na maior cara de pau. Ele virou novamente para me olhar e sorriu.
_Se você tiver disposta a me ajudar. –Ele falou com um sorriso tímido. –Eu estou com fome e frio.
Fiquei o olhando pensativa, como iria o ajudar. –Você quer ir a uma cafeteria? –Ele concordou imediatamente e se levantou.
Em cada esquina tinha uma cafeteria, então entrei na primeira que apareceu, o garoto olhava tudo como se fosse à primeira vez que via um estabelecimento como aquele, ou fazia muito tempo que não via um.
_Pode pedir o que quiser. –Falei apontando para o cardápio que estava em cima da mesa.
_Qualquer coisa? –Ele perguntou com os olhos brilhando.
_Assim, não peça muita coisa, porque eu sai com pouco dinheiro. –Ele concordou e pegou com cuidado o cardápio e virava as paginas lentamente.
_Não vou pedir muita coisa, porque não sei o que pedir. –Ele falou desistindo de olhar.
Chamei a garçonete e pedi dois cafés americanos para a viajem e um Brownie de Chocolate meio amargo.
_Eu ainda não sei seu nome. –Falei puxando um pouco a conversa.
_Pode me chamar de Eu ou de K096 –Ele falou olhando as pessoas do café.Ele era louco enfim. –E o seu nome?
_Pode me chamar de Doutora Jen. –Falei colocando as mãos no bolso. –Ele arregalou os olhos e se levantou.
_Ei, aonde você vai? –Falei o segurando. –Coma antes de sair, eu não vou fazer nada.
Ele puxou a manga da sua blusa a fazendo subir, e em seu pulso estava escrito “096”. Deixei de puxa-lo e fiquei pensativa.
_Você veio me buscar, não é mesmo? –Ele falou com o olhar furioso.
_Não, ta maluco. –Voltei a me sentar à mesa e deixei que ele fosse embora. –Pode ir embora, mas tome esse café.
Ele me olhou furioso e voltou a se sentar.
_Você tem medo de médicos? –Perguntei curiosa.
_Sim, um pouco. –“K096” falou me olhando fixamente.
_Aqui o seu pedido, cliente. –A garçonete chegou com uma bandeja e colocou o meu café em minha frente, e o Brownie na frente do “K096”
_Eu vou indo. –Falei me levantando e indo em direção ao caixa, paguei com o dinheiro que tinha e fiquei observando aquele maluco comer. Ele estava desesperado.
Fui em direção à porta e senti um vento muito forte e frio em meu rosto. Virei novamente e tirei o casaco azul escuro que estava e coloquei nos ombros daquele jovem estranho.
_Hum? –Ele se virou me olhando.
_Não precisa me devolver, e não acho que vai servir perfeitamente. –Dei um tchau para ele e sai definitivamente do café.
Voltei ao ponto de ônibus que estava e fiquei esperando infinitamente aquele ônibus, que provavelmente já tinha passado. Aquele homem era tão estranho, ele precisava de ajuda de verdade, ajuda psicológica.
Depois de esperar 42 minutos o ônibus chegou, sentei no fundo, perto da porta e fiquei mexendo no celular. Não tinha uma alma naquele ônibus sem ser eu e o motorista, era normal?Talvez por ser dia 1. Fiquei vendo a rua para ver se eu não ia esquecer-se de descer, mas andar de ônibus me faz ficar com sono. Cochilava vez ou outra, até que reconheci o bairro que estávamos. Apertei aquele negocio de parar e desci do ônibus.
Achei facilmente o apartamento de Wonho, apertei o interfone e entrei no prédio. Esperei o elevador chegar ao lado de um garoto extremamente alto, eu me sentia uma anã perto dele, ele estava de cabeça baixa e serio. Parecia que estava triste, ou era impressão minha.
Assim que o elevador chegou esperei o garoto entrar primeiro, porem ele fez um gesto com a mão para que eu entrasse. Assim fiz e ele entrou em seguida. Pelo menos era educado, ele apertou o botão do 8 andar,e estranhamente era o mesmo que eu ia.
_Não vai apertar? –O moço alto perguntou se virando para mim.
_Eu vou para o mesmo andar. –Ele apenas fez sim com a cabeça e ficou olhando para o nada.
Sai do elevador primeiro e fui em direção ao apartamento destinado. Apertei a companhia e fiquei esperando.
_Ah, você veio ser a namorado do Wonho hoje?Não me estranha, você é bonita. –O cara do elevador falou atrás de mim.
_Eu o que? –Perguntei bufando.
_Você veio alegrar ele hoje, não é? –Ele perguntou sem expressão alguma. –Você é muito bonita para ele, não devia se misturar com ele.
_Olha aqui... –Assim que ia dar uma boa resposta para esse garoto, alguém abre a porta, me assustando, como sempre.
_Priminha. –Wonho falou sorrindo. –Oi Hyungwon.
_Priminha? –O tal do Hyungwon falou surpreso.
_Dois idiotas. –Falei esbarrando em Wonho e entrando.
_Oi querida. –A mãe de Wonho falou me cumprimentando.
_Hum, oi. –Olhei em volta e vi Hui sentado no sofá me olhando furioso.
_Onde você se meteu?Saiu primeiro do que eu, e chegou quase uma hora depois que eu, faz sentido isso?
_Eu vim de ônibus. –Falei me sentando em um banco perto da bancada que separava a cozinha da sala.
_Mas mesmo assim. –Hui falou se sentando ao meu lado.
_Hui, vem aqui me ajudar com esses copos. –Escutei Hui bufar e sair do meu lado.
_Fico feliz em te ver Jenny. –Wonho falou vindo em minha direção com um sorriso cínico.
_Não digo o mesmo. –Falei desviando o olhar.
_Mas enfim, eu tenho um presente para você. –Ele falou baixo.
_Então traga para mim.
_Não estou com vontade, mas esta lá no meu quarto.
_E você acha que eu vou ir ao seu quarto? –Falei rindo.
_Acho, porque tem uma coisa que você quer saber lá no meu quarto. –Ele falou com um meio sorriso.
_Que coisa? –Perguntei curiosa.
_Sobre a “morte de seus pais” ou sobre o Hui. –Ele falou se sentando ao meu lado. –Bom, não sei, mas você pode ver o que é.
_Você é uma desgraça. –Falei me levantando e indo para o quarto de Wonho.
Abri a porta com raiva e vi uma caixa em cima da cama.
_Pelo menos tem alguma coisa. –Falei indo pegar a caixa, que mais parecia baú. Porem ela estava trancada.
_Achou que eu ia dar isso de mãos beijadas para você? –Wonho riu e encostou a porta.
_Eu não achei nada. –Me sentei na cama e esperei Wonho falar o que queria. –O que você vai querer?
_Terminar o que comecei da ultima vez, ou...? –Ele falou serio.
_Ou?
_Ou você me ajuda com uma coisa.
_Que coisa? –Falei sem entender.
_Eu preciso ir para a China, mas não sei como, entende. –Sorri estranhando essa ajuda.
_Okay, eu te ajudo, mas agora me de a chave.
_Não, não. –Ele falou rindo. –Só depois que você me ajudar, dai assim você vai ir comigo para a China.
_Como é? Porque eu iria? –Perguntei sem entender.
_Não falei nada. –Ele saiu do quarto me deixando sem entender nada.
_O que será que tem aqui? –Olhei bem a caixa e não vi nada de diferente,era apenas uma caixa normal.
Assim que sai do quarto me deparei com o menino do elevador.
_O que você fazia aqui dentro? –Ele falou me olhando serio.
_Procurando uma coisa que não te interessa. –Sai de sua vista e voltei para sala.
Assim que cheguei à sala, vi Lay, sorri ao vê-lo e aceno para que me note. Ficamos conversando em chinês por um bom tempo, assim ninguém iria entender. Adorava fazer isso, pois só assim Wonho não se intrometia na nossa conversa. Almoçamos já tarde, quase hora do lanche da tarde e conversamos sobre diversos assuntos.
_Então agora que Jenny tem vinte anos, vocês já podem abrir o segundo testamento. –A mãe de Lay falou chamando a atenção de todos.
_Temos que esperar Hui fazer 22. –Falei concentrada em minha sobremesa.
_Mas vocês já podem abrir se quiser. –Escutava tudo atentamente, e ai rolou as indiretas, como “Vocês precisam falar o que tem nesse testamento”.
_Nos vemos no ano novo chinês então. –A mãe de Lay falou sorrindo. Nem parece que só veio na reunião de família por interesse.
Saímos do prédio e Hui foi até o carro que era do meu pai. A saudade bateu hoje.
_Não vai vir? –Escutei ele falar.
_Preciso comprar uma coisa antes. –Falei apertando o cachecol.
_Só não se perca por ai. –Ele falou e entrou no carro. –Vai comprar o que?
_Presente para o Jinhong. –Falei sorrindo e comecei a andar.
Coloquei as mãos no bolso e fiquei cantando uma musica da Hoody baixo. Andei por diversas ruas de compras, e não achava nada bonito ou que me chamasse à atenção.
Peguei um metro e fui para Hongdae, afinal,se eu não achasse nada de legal lá,não iria achar em nenhum outro lugar.Parei para ver um grupo cantar,eram quatro pessoas,tocavam um pop muito bom. Escutei mais alguma musicas e fui atrás do presente ideal para Jinhong.Sapato,roupa,objetos,tudo passava pela minha frente,mas nada me agradava.
Desisti e fui comer alguns bolinhos de arroz que tinha em uma barraca perto da ultima loja que estava. Comi rapidamente e entrei em uma loja de artigos para casa. Tinha todos os tipos de objetos para decorar a casa, mas uma estatua de um super herói me chamou a atenção.
_Vai ser esse aqui mesmo. –Falei sorrindo e pedi para a vendedora que iria levar.
Com uma sacola um pouco pesada fui me divertir um pouco, afinal, já estava aqui mesmo. Em uma pequena multidão estava alguns rappers, e decidi ficar por ali. O som era bom, e cantava às vezes aquele refrão chiclete.
_Em todos os lugares, por que você esta aqui? –Escutei alguém falar,e me virei para ver quem era.
_Você aqui? Esta me perseguindo,só pode.
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