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História Still Don't Know My Name - Capítulo Quatorze


Escrita por: AhPalasAthena

Notas do Autor


Oi, oi, oi, bolinhos! Vocês estão bem? Estou prontos para saber o que acontece com essa família estranha da nossa Emminha? Espero que sim!
Boa leitura, bolinhos!

Capítulo 15 - Capítulo Quatorze


 

 

Quando eu aceitei ir a fazenda Nolan’s, nunca imaginei que viveria o que eu vivi. Papai fez questão de me deixar ir em sua picape Q7 da Audi. Ele disse que não queria que eu dependesse de Emma para chegar até lá por motivos óbvios de: ‘Quando você quiser ir embora, você só entra no carro e vem, sem precisar pedir para ela te trazer!’. Errado ele não estava!

August foi comigo por precaução e insistência do próprio. Estava curiosíssimo para conhecer a família de Emma e ao mesmo tempo queria um barraco para alegrar sua estadia em Storybrooke. Eu não poderia julgá-lo também! Eu provavelmente faria a mesma coisa em seu lugar. Até porque eu iria defendê-lo com todas as minhas forças, fosse de quem fosse, onde fosse! Ele era o meu irmão de alma!

–Por que você não aceita o carro que seu pai quer te dar? Ia ser muito mais fácil para a gente poder viajar, Gina. – Ele tagarelou pela milionésima vez. Estava tão nervoso quanto eu.

–Porque eu não acho necessário, Gus. – Fui direta.

–Mas você dirige tão bem para desperdiçar esse talento… – Resmungou.

Gargalhei. Tudo para não dirigir mais nos nossos passeios… Esse garoto…

–Diz para mim que aquilo ali não é uma mansão no meio de vários pastos, Gina…  –Falou abismado assim que eu entrei numa estrada de chão.

Tanto eu quanto ele estávamos chocados. Eu tinha vindo poucas vezes à Nolan’s quando criança, por isso eu não tinha muitas lembranças dela. Todavia, as poucas que eu ainda tinha não se pareciam em nada com aquela mansão.

–Se a casa já é esnobe, imagina a dona! – Meu amigo comentou consigo mesmo.

Eu estaria pronta para entrar no covil do mal e conhecer cada um daqueles demônios? Emma tinha que me amar demais para compensar aquela situação. Minhas mãos coçavam para eu dar meia volta no carro e ir embora. Eu não precisava passar por aquilo, precisava? Precisava sim! Porque se eu queria cobrar de Emma uma postura em relação a nós, precisava dar exemplo. Droga! Droga! Droga! Que inferno!

A cada metro percorrido o meu coração se acelerava. Quando ficamos perto o suficiente para eu ver quem estava na enorme escadaria que dava acesso ao lado de dentro da mansão, vi Swan. Ela estava completamente agasalhada, igualzinha a um pinguim, coisa que eu achei adorável, inclusive. O quê? Ela ficava extremamente fofa daquele jeito. Eu tinha certeza que por baixo daquele casaco grosso e quentinho ela estava com uma das suas roupas de grife.

Nossos olhares se cruzaram enquanto eu estacionava meu carro ao lado do seu Audi na área coberta. Ela veio até nós, o sorriso nunca saindo dos lábios. Inferno de mulher bonita, né?

–Você está pronta? – Gus quis saber enquanto se desprendia do cinto de segurança.

Segurei em sua mão, olhando em seus olhos.

–Desde que você esteja comigo, eu estou pronta para qualquer coisa, Gus! – Fui sincera.

O sorriso iluminado do meu amigo me fez sorrir também.

–Então vamos ensinar para essa gente mesquinha como se brilha! – Falou animado.

Descemos do carro. Envolvi o sobretudo ao redor do meu corpo a fim de não congelar até entrar na casa de Emma. Nos braços um casaco mais quente para o caso de ela querer dar uma volta mais tarde.

–Se não é a minha namorada chegando na casa dos meus pais… – Ela brincou como sempre fazia.

A falta que aquilo tinha me feito só foi notada por mim após ouvir aquelas palavras. Corri até ela, a abraçando apertadamente.

–Oi, amor! – Falei antes de beijá-la.

–Oi, girassol. – Olhou nos meus olhos. – Está pronta para o dia mais bizarro da sua vida?

Sorri da sua carinha ao dizer “bizarro”. Não era uma palavra do seu vocabulário.

–Prontíssima! Só estou preocupada se já deram um jeito de abduzir minha namorada porque ela nunca falaria “bizarro” na vida.

Nós gargalhamos alto.

–Alguém poderia me dar atenção? Desde já, grato! – Gus disse chamando nossa atenção.

Me separei de Emma. A loira abraçou meu amigo e logo nos dirigimos para a escadaria. Swan entrelaçou nossos dedos, respirou fundo como se estivesse criando coragem para o que estava por vir. Ela iria bater de frente com as três pessoas que mais amava. Não seria nada fácil.

–Eu estou do seu lado, sol. – Sussurrei.

Ela sorriu. Retribuí no mesmo momento. Entramos na casa dos pais de Emma e meu queixo caiu.

–Meu deus isso daqui é real mesmo? – Gus falou baixo, tão surpreso quanto eu.

A casa era linda. Os móveis num estilo clássico inconfundível, visualmente o ambiente era incrível, mas eu sentia uma coisa ruim ali dentro.

–Suas visitas já chegaram? – Uma voz nova, mas que eu julguei chata e nojenta soou por detrás de uma poltrona no centro da sala.

Eu não conseguia ver a pessoa, mas pela tensão de Emma tinha total certeza de que era a sua mãe. Ótimo! A primeira pessoa que eu vou ver vai ser a mulher que eu mais desprezo na vida. Tudo certo, amigos! Tudo certo!

–Sim, mãe. – Emma disse.

A mulher se levantou da poltrona com uma classe surreal. Os cabelos loiros estavam soltos, vestia uma calça de lã e um suéter, ambos em tons creme. Os olhos verdes eram bonitos, mas em nada se pareciam com os de Emma. As poucas rugas mostravam que ela gastava bastante dinheiro com tratamentos de beleza. Ela olhou rapidamente para August. Meu amigo não se intimidou. Logo os olhos verdes me analisaram minunciosamente. Eu estava muito bonita, sobre isso nunca poderiam discordar, mas eu sabia que nunca estaria bonita o suficiente para aquela mulher.

–Você é a garotinha que tem virado a cabeça de Emma? – O nojo na voz dela fez meu estômago revirar.

Abri a boca para respondê-la, mas Swan foi mais rápida:

–Não, mamãe. Regina é a minha namorada, e a senhora sabe bem disso.

A mulher mais velha revirou os olhos.

–Você sabe muito bem que eu não vou aceitar isso, Emma. Além do mais, o que essa menina tem para te manter entretida? Logo o fogo acaba.

–A menina tem duas graduações e um mestrado. Tem também educação, simpatia, inteligência, beleza, bom papo, boas ideias e é muito boa de cama. Uma combinação infalível. – Soltei debochada. – Talvez a senhora vá ter de se acostumar com a ideia de sua filha amar outro alguém e esse alguém ser bom o suficiente para ela!

Gus deu uma risadinha. A mulher estreitou os olhos. Emma teria de me perdoar, mas eu não iria abaixar a cabeça para aquela senhora. Não mesmo! Ela não tinha o direito de falar o que quisesse sem ouvir o que não lhe agradasse. Eu não iria me subjugar a ela.

–Senhorita Mills, eu só não lhe digo algumas verdades em respeito aos seus pais, que devem ter tentado lhe dar uma boa educação. – Falou.

Respirei fundo para tentar manter apenas o deboche em meu tom de voz:

–Mas eles conseguiram me dar a melhor educação, senhora Nolan. Em ambos os sentidos. Só que eles também sempre me ensinaram que eu não sou melhor, muito menos inferior a ninguém! E que uma pessoa recebe aquilo que ela dá aos outros! O primeiro turno de fala foi da senhora, então já sabemos quem deu e quem recebeu de volta o quê, não é mesmo?

Ela até diria mais alguma coisa se o senhor Nolan não tivesse entrado chamando por nós.

–Eu vi vocês chegando e vim até aqui para dizer oi! – Falou enquanto apertava a mão de Gus. Veio até mim e me abraçou. – É muito bom ter vocês aqui, Regina. Que bom que aceitou nos conhecer.

Eu sorri para ele. Mostraria à senhora Nolan que a minha teoria tinha total comprovação.

–Tudo bem com o senhor? Eu que agradeço pelo convite e por vocês nos receberem. Inclusive a casa é linda! Adorei a decoração.

Aproveitei para conversar sobre arte com ele, citando a própria casa em que estávamos. De soslaio, notei que a mãe de Emma estreitava os olhos cada vez que eu soltava uma informação nova.

–Aposto que vocês ainda não tomaram café da manhã, certo? – David disse.

–Nós já tomamos café da manhã sim, senhor Nolan. Sabe como Cora Mills é, não sabe? Seus filhotes não colocam o pé para fora de casa sem um café da manhã reforçado antes. – Falei.

Ele gargalhou, assentindo.

–É muito bom saber que a minha filha será bem cuidada assim. Me alivia a alma, porque essa menina não come bem, e você sabe disso.

Olhei para Swan. Era tão lindo ver o sorriso que ela dirigia ao pai. Ali sim a gente podia ver uma relação de amor verdadeiro. A forma com que ele a chamava de menina do jeito mais doce e coruja do mundo… Ah! Ele era um pai incrível para ela!

–Nas vezes em que eu vim até Storybrooke com Regina ou que os pais dela foram para Portland, dona Cora realmente cuidou muito bem de mim. Um certo alguém até ficou com ciúmes. – Emma pegou no meu pé.

–Que calúnia, Swan. – Falei, os olhos estreitados.

–Calúnia nada, Regina! Sua mãe gosta muito mais de nós dois que de você, apenas aceita! – Gus compactuou.

Olhei para ambos indignada.

–Senhor Nolan, o senhor não teria um lugar aí para mim, não é mesmo? Ficarei sem meus pais na cara dura!

Todos nós gargalhamos, exceto Kathryn.

–Eu gostaria muito de ter uma pessoa tão incrível como você por aqui, Regina. Mas temo correr risco de vida se lhe der abrigo. Ninguém toca na filha de Henry Mills sem arcar com as consequências!

Olhei para os outros dois ao meu lado e falei:

–Gravem bem isso na memória, amados.

 

***

 

Durante a maior parte da manhã ficamos apenas nós três pela casa, conhecendo cada cômodo. As filhas de Swan só apareceram na hora do almoço e sequer dirigiram uma palavra para nós três. Até Emma estava sendo ignorada. Eu percebia como ela estava se sentindo mal com aquilo, mas infelizmente era necessário. Se ela não se impusesse agora, não o faria nunca mais.

Depois do almoço, delicioso inclusive, o senhor Nolan nos convidou para algumas partidas de Truco. Ele era muito bom, muito bom mesmo! Mas estava jogando com August, que não era tão bom assim. Emma cortava o baralho de forma perfeita e eu o embaralhava muito bem. No final nós ganhamos. Foi apertado, mas ganhamos.

Próximo do lanche, as filhas de Emma vieram até a sala de jogos. Pediram para a mãe alguns minutos a sós. O senhor Nolan engatou numa conversa com Gus e eu resolvi ir até o quarto de Swan para pegar meu celular que tinha ficado lá. Eu só não esperava ouvir o que ouvi no caminho:

–O que vocês estão me pedindo… – Emma não conseguiu completar.

–Termine com ela e a mande embora daqui. Corte qualquer vínculo com ela. Já conversamos com a vovó e ela concordou em fazer de um tudo para nós vivermos felizes, do jeito que você quer, mãe. A senhora só precisa terminar com Regina.

Houve silêncio. Meus olhos se encheram de lágrimas. Ela iria ser covarde novamente, não iria? Antes mesmo de ser chutada dali eu iria embora. Dei um passo à frente e uma mão em meu ombro me parou. Era Gus, insistindo para eu ouvir tudo. Era errado? Era! Mas era de mim que estavam falando. Era sobre a minha vida que estavam decidindo.

–Hannah, eu lamento, mas não vou fazer isso! Eu não vou deixar que vocês façam isso comigo novamente. – Emma disse. – Eu a amo de verdade. Ela me faz bem. Ela é incrível e vocês deveriam ficar felizes por eu ter achado alguém tão incrível assim!

O meu sorriso foi imenso. Ela não tinha se acovardado.

–Mãe, pelo amor! O que ela fez com você para preferir ela a suas próprias filhas?

–Nada, Grace! Ela não fez nada porque eu não estou preferindo-a, estou escolhendo a mim primeiro! Estou escolhendo me livrar desse fardo que vocês insistem em colocar em mim e que eu sei que não é meu! Se não podem ficar felizes por mim, okay. Apenas respeitem. Eu não vou machucá-la novamente, nem irei me machucar só porque vocês não conseguem me ver feliz.

–Era o que me faltava! Se a senhora preferir aquela garota a nós, pode nos esquecer!

Meu coração doeu. Aquilo não era algo a se falar para os pais…

–Vocês nunca estiveram por perto para eu ter algo pelo que escolher, Hannah. – Foram as palavras de Swan.

Eu e August escutamos passos vindo da direção dos quartos. Rapidamente nós fomos em sentido contrário e nos escondemos. Era a senhora Nolan. Ela adentrou na sala em que as outras três estavam, deixando a porta aberta.

–O que está acontecendo aqui? – Indagou.

–Ela prefere a garota a nós, seu próprio sangue. – Uma das gêmeas disse com voz de choro.

–O meu próprio sangue nunca me amou. Por que eu deveria escolher quem só me machuca? – Emma soltou, a tristeza em sua voz era gritante.

Eu não queria deixá-la sozinha com aquelas três, principalmente com a senhora Nolan.

–Você nunca fez nada certo para merecer nosso amor, Emma. – A mulher falou.

Uma lágrima escorreu por minha bochecha. Que tipo de ser humano era aquele? Era a filha dela! Como ela era capaz de falar daquela forma?

–Como você tem coragem de me dizer que eu nunca fiz nada para merecer o amor de vocês se a minha vida toda tudo o que eu fiz foi tentar ser a melhor por vocês? – Emma disse, a voz embargada.

Ela provavelmente estava segurando as lágrimas. Eu não poderia deixá-la sozinha ali!

–Eu vou entrar. – Sussurrei para August.

Ele me olhou preocupado. Estava tão divido quanto eu!

–Okay! Vou chamar o senhor Nolan. Acho que seria bom. – Sussurrou de volta.

Assenti e caminhei em direção a porta. Eu tinha dito a ela que iria estar ao seu lado para tudo, e eu de fato estaria.

–Amor, tá tudo bem aqui? – Perguntei entrando sem ao menos ser convidada.

Me coloquei ao seu lado, entrelacei meus dedos aos seus, afagando sua mão com meu polegar.

–A conversa é entre família, menina. – A senhora Nolan disse.

–Ela é a minha família, senhora Nolan. – Emma disse em meio às lágrimas.

Kathryn olhou para a filha com um sentimento tão próximo ao ódio que eu me arrepiei. Aquela mulher não conseguia amar nada nem ninguém. Era isso que ficava cada dia mais claro para mim.

–Você não me disse isso, Emma Swan. – Falou entredentes.

–Falei sim, senhora Nolan. Porque além de papai e das funcionárias daqui, ninguém mais me acolheu como família. A senhora nunca me chama de filha, a senhora nunca me deu um abraço, a senhora nunca me elogiou, nunca me deu amor. Eu sempre fiz mais do que eu podia apenas para poder ganhar um pouco da sua atenção, mas em retribuição a senhora me batia, me colocava de castigo, me humilhava de todas as formas! E a única coisa que eu queria saber era o motivo de você me odiar tanto. – As lágrimas de Emma desciam como cascatas por seus olhos. A dor de uma vida toda sendo externada naquelas palavras. – O que foi que eu te fiz? Por que uma mãe odeia tanto uma filha a esse ponto?

A senhora Nolan estava tão transtornada, tão cheio de raiva, de ódio, que apenas gritou:

–Porque você não é minha filha, Emma Swan! O meu sangue não corre em você! Eu lhe fiz um favor te aceitando dentro dessa casa! Você nada mais é que uma filha bastarda, fruto de um relacionamento fadado ao fracasso! Você é só a minha lembrança diária de que seu pai nunca me amou como amou aquela mulherzinha, que eu não posso ter filhos. Você é a desgraça dessa família, Emma Swan! 

 


Notas Finais


E então? Vocês estavam prontos para isso? Só eu quero colocar a Emma num potinho e proteger de todo mal do mundo? Falem comigo, bolinhos, por favor! Até mais!


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