História Stockholm Syndrome - Epílogo

Três anos depois

11:10 A.M.

Sábado, 12 de Julho

Bora-Bora

Demetria sorriu animadamente ao ver a melhor amiga adentrando a pequena cerimônia na praia pelo gigantesco arco de madeira clara bem detalhado, a Lovato estava orgulhosa e extremamente emocional, Lauren estava linda, e ninguém podia negar, mas não era a beleza da melhor amiga que derretia seu coração. Lauren Jauregui estava se casando, e estava extremamente feliz por Lauren ter encontrado alguém que lhe fizesse feliz e que completasse seu coração.

A morena dos olhos verdes estava radiante e extremamente bonita, a noiva vestia um vestido perolado solto que ia até os joelhos, os cabelos negros estavam soltos e perfeitamente ajeitados para cair como longas cascatas em suas costas, mas a suave brisa da do mar fazia com que algumas mechas chicotearem livres, e havia uma bela e delicada rosa branca em seus cabelos, dando um ar angelical ainda maior para a menina, e a maquiagem leve e neutra dava um ar natural para a Americana. E assim que a mesma parou em frente a Camila, a cubana sorriu enquanto secava as pequenas lágrimas no canto de seus olhos, a mesma vestia uma calça branca simples, e uma blusa branca de botões femininas, e a gravata que Lauren havia implorado para que usasse. A mais velha sorriu e depositou um casto beijo nas costas da mão de sua noiva, e trocaram sorrisos bobos e apaixonados antes de pararem completamente para ouvir o Juiz de Paz.

O homem de meia idade olhou para o jovem casal com um terno sorriso antes de dizer belas palavras de união, onde dizia que o casal deveria se apoiar nos tempos mais difíceis, que deveriam ser fiéis e sobre como o amor não tem cor, raça, sexo, ou idade. Mas o foco de ambas pareciam distante das palavras, pois a Estrabão não conseguia tirar o doce sorriso de seu rosto. Demetria sorriu mais ainda, pois lembrava que Selena costumava lhe olhar daquela maneira, e secou timidamente a lágrima rebelde que escorreu por seu rosto ao lembrar da noiva, mas seus devaneios passaram longe da Marie ao perceber que a troca dos votos iria iniciar.

— Eu, Karla Camila Cabello Estrabao, prometo lhe dar uma vida cheia de amor. Eu prometo a ti minha fidelidade, meu respeito, minha preocupação e todo meu carinho. Prometo a ti minha dedicação por todos os dias de minha vida, prometo lhe tornar a mulher mais feliz do mundo, prometo ser tudo para ti e nossa futura família. E assim, eu a tomo como esposa. - Demi sorriu e deu um sorriso cúmplice para as gêmeas, que adentraram no altar carregando juntas a cestinha com as alianças, Camila e Lauren sorriram para as pequenas cópias de suas mães e a cubana pegou a aliança dourada com um pequeno diamante e as inscrições “Para Sempre” dentro do aro dourado.

— Eu, Lauren Michelle Jauregui Morgado, prometo lhe dar uma vida cheia de amor. Eu prometo a ti minha fidelidade, meu respeito, minha preocupação e todo meu carinho. Prometo a ti minha dedicação por todos os dias de minha vida, prometo lhe tornar a mulher mais feliz do mundo, prometo ser tudo para ti e nossa futura família. E assim, eu a tomo como esposa. - a mais velha deslizou o anel pelo dedo da esposa, que continha lágrimas de pura emoção em seus olhos castanhos.

— E com o poder investido em mim pelo Estado, eu as declaro casadas. Agora, vocês já podem se beijar. - o momento mais aguardado por todos havia chegado, Lauren puxou Camila para mais perto, as mãos da americana pousaram gentilmente na cintura de sua cubana, colando seus corpos com delicadeza antes de colarem seus lábios, selando a união de ambas. Todos ali presentes explodiram em aplausos e gritos de comemoração devido a união de um belo casal, e após a enxurrada de congratulações e elogios, o casal se separou e foi em direção das madrinhas de casamento, e ao chegar lá se deparou com Normani brincando com as longas mechas rebeldes de Mariah, enquanto a gêmea mais nova observava a mãe com a irmã no colo, fazendo cócegas na mesma e Gracie se debatia desesperada tentando escapar da mãe enquanto gargalhava alto.

— Demi mulher, deixa a menina! Ela está vermelha de tanto rir. - Dinah comentou com uma falsa expressão de reprovação, pois não conseguia conter o sorriso ao ouvir a gostosa risada de Gracie, que era uma perfeita mistura da risada rouca de Selena e levemente escandalosa porém contagiante de Demetria. A dona dos cabelos castanhos franziu o cenho e parou com as cócegas assim que viu o rosto extremamente corado de sua filha, a pequena secou as pequenas lágrimas no canto dos olhos devido a intensa sessão de “tortura” e correu para os braços de Dinah. — Oh meu amor, mamãe está torturando você? - a pequena balancou a cabeca, como se confirmasse o que a madrinha havia dito, e ao ver o sorriso travesso no rosto da menininha, Dinah sussurrou algo em seu ouvido, causando gargalhadas na pequena Gomez-Lovato, e a mesmas se entreolharam de maneira cúmplice antes de colocar a garota no chão, e instantaneamente correu para a mãe, e assim que chegou perto da mulher, contou tudo que a tia havia lhe dito, pois Gracie sabia que não podia esconder nada de sua mãe. — Gracie! Não pode contar nossos segredos pra mamãe.

— Dinah! Não ensina essas coisas pra menina. - exclamou irritada com a amiga, e bufou revirando os olhos enquanto ouvia as gargalhadas da mesma misturada com a dos amigos, e continuaram a conversar com o casal e as madrinhas de casamento. As horas passaram enquanto o pequeno grupo de amigos conversavam animadamente, Gracie e Mariah brincavam na praia junto com Nicholas, enquanto Normani, Dinah, Camila, Lauren e Demetria conversavam sobre a lua de mel do casal. Laure havia dito que Camila não queria revelar onde iriam aproveitar a lua de mel, mas a única coisa que a cubana chegou a mencionar para Demetria que iriam aproveitar muito sob a luzes da cidade dos sonhos de Lauren, e a Devonne rapidamente entendeu o que a Estrabão queria dizer, iriam para Santorini, pois sabia que a Americana era apaixonada apaixonada pelo local, e considerava o mesmo um dos lugares mais bonitos do mundo. E a conversa continuou fluindo naturalmente, todos ali evitavam o assunto “Selena” e Demetria agradecia por aquilo, pois ainda não estava pronta para lidar com o tão repentino e chocante sumiço da noiva. Demi sabia que Selena não havia lhe abandonado, tinha certeza que sua porto-riquenha nunca faria nada do tipo, e tinha fé de que Selena não havia sido transferida para outra prisão em outro estado, a milhas dali, e para piorar, sabia que o estado da Califórnia era a favor da Injeção Letal, e raramente utilizava do método para se livrar de criminosos considerados “insanos” ou “mentalmente instáveis”. E pelo que sabia, Selena era considerada instável pelo governo após os detetives terem descoberto seu trabalho como assassina de aluguel e varios outros assassinatos que cometeu, e a menina Texana nao pode evitar de imaginar sua noiva, amordaçada e vendada, sentada em uma sala escura, com os pés e mãos imobilizados, enquanto esperava pelo seu fim, e não pode evitar de soltar um soluço baixo e desesperado.

“Demetria Devonne Lovato! Pare de cogitar a ideia de sua noiva ter falecido… E-Ela não morreu! L-Lena está bem, ela é forte, e-ela vai voltar pra mim e para as meninas! E-Eu tenho certeza disso.” — pensou consigo mesma, limpando as pequenas lágrimas que brotaram no canto de seus olhos, e torcendo para que ninguém houvesse percebido, mas suas filhas imediatamente captaram o ar de tristeza que pairava ao redor de sua mãe, e correram imediatamente para os braços da mulher.

— M-Mamãe?! P-Porque está chorando? - perguntou a pequena Mariah enquanto olhava para sua mãe com seus olhinhos castanhos esbanjando amor e carinho, iguais aos de Selena na noite em que havia lhe pedido em casamento.

— E por causa da Mamá Selena? - Gracie perguntou, obtendo um simples aceno de cabeça, e as pequenas meninas abraçaram a mulher com força, Gracie e Mariah tinham conhecimento que sua progenitora havia sumido e que Demetria sentia falta da mulher que havia lhe colocado no mundo, as gêmeas sabiam da aparência da mulher e adoravam ouvir a mulher falando da noiva, pois a Lovato costumava descrevê-la com um brilho único nos olhos, e usava adjetivos que nunca imaginou-se usando para descrever a perfeição de alguém, e as pequenas adoram saber mais sobre a mãe, mesmo não a conhecendo. — M-Mamãe, não chora. - pediu a pequena ao ver os olhos marejados da Devonne, a morena assentiu e deixou que as meninas ficassem ao seu lado, pois não queria chorar no casamento de sua melhor amiga por causa de sua noiva psicopata porém extremamente carinhosa e apaixonante.

A maior engoliu o choro e foi aproveitar o fim de tarde com as filhas na praia de Bora-Bora, pois ainda teriam que voltar para casa essa noite, já que fazia uma semana desde que estavam lá. Mariah e Gracie corriam na água enquanto eram perseguidas pela mãe e pelas madrinhas que haviam se juntado a brincadeira, e por lá ficaram até a noite cair, indicando que Demetria deveria ir ao hotel, pegar as malas e partir para o aeroporto. Os amigos seguiram a Lovato até seu hotel, ajudaram a guardar toda a bagagem no carro que havia alugado, e acompanharam as tres ate o aeroporto, trocando belas palavras de despedida com algumas lágrimas de tristeza vindas do casal Cabello-Jauregui, já que ambas insistiam que Demetria deveria ir junto a todos para Cuba, aproveitar um pouco do país natal de Camila, mas a Lovato insistiu que deveria voltar, já que havia uma reunião com alguns sócios querendo tornar o restaurante que comandava em uma grande franquia e tornar a mesma a presidente, e alegava que havia tirado férias no começo do ano para ir a Disney com as filhas. E após uma longa despedida recheada de lágrimas, a família Lovato embarcou no avião, e as três esperavam ansiosamente o retorno para sua casa em Los Angeles.

[...]

10:34 A.M.

Domingo, 13 de Julho

Los Angeles

    As três suspiraram cansadas após o longo voo de quinze horas, a mais velha estava extremamente exausta, não havia pregado o olho durante todo aquele longo período de tempo presa dentro do avião, então sentiu-se forçada a assistir algo em seu computador durante todo o trajeto, mas ao contrário da mãe, assim que as gêmeas sentaram nas macias poltronas, caíram no sono e dormiram pela maior parte do entediante voo de avião. Demetria sorriu de maneira cansada ao ver o pequeno sorrisinho nos lábios de Mariah, a garota parecia extremamente cansada para quem havia dormido mais do que deveria.

— Mamãe, eu estou com fome. - exclamou a mais nova com uma careta adorável, causando a mãe uma fraca gargalhada.

— Ok, vamos comer alguma coisa, princesas. - a Devonne mais velha bagunçou os cabelos das filhas antes de guiar o carrinho com as malas até o café mais próximo, e ao parar o carrinho com as malas próximo a uma mesa, sentou-se à mesa juntamente das gêmeas, e a maior começou a brincar com as filhas, que riam descontroladamente das piadas e caretas da mãe, mas as gracinhas de sua mae nao foram o suficiente para distrair as gêmeas, a atenção das meninas estava completamente focada em uma mesa, mais especificamente na loira que estava ali, na cabeça das pequenas meninas aquela mulher a poucos metros de distância era extremamente familiar, e só precisavam de uma confirmação, e quando a mulher fitou as garotinhas, se espantou no início mas rapidamente sorriu com os olhos marejados e acenou divertidamente. — O que vocês… - antes de finalizar sua pergunta, Demi reparou que as filhas não estavam mais sentadas e rapidamente levantou-se para ir atrás das meninas que corriam em direção a mulher loira. — Meninas o que eu disse a vocês sobre sair correndo da mamãe?! - Demi comentou tentando evitar o sermão que insistia em sair, e a mulher loira sorriu e gargalhou levemente ao ver a animação das pequenas meninas, e quando a Lovato fitou a mulher a sua frente que abraçava Mariah e Gracie com carinho, se espantou, não conseguia acreditar no que via.

Era ela. Só que diferente, pois estava loira, possuía alguns piercings em sua orelha e uma pequena e discreta tatuagem no pulso, mas continuava sendo ela.

— O-Oh m-meu De-Deus! É você. - exclamou com lágrimas nos olhos, e a loira entendeu e jogou-se nos braços da Lovato com um sorriso choroso, a mulher alta fungou e apertou o pequeno corpo da morena. — E-Eu senti tanto sua falta, Le-Lena! - fungou Demetria, escondendo seu rosto no pescoço levemente bronzeado, e aproveitou para inalar o doce perfume almiscarado de sua noiva. Fazia exatamente três anos desde a última vez que viu a mulher, mas lembrava-se perfeitamente do perfume viciante e inebriante da pele bronzeada. Todos que passavam perto do local se encantavam com a cena, pois o reencontro  era tão caloroso e amoroso entre duas almas gêmeas que se amavam incondicionalmente. A paixão, o amor, e o desejo sobreviveram a todos os desafios impostos pela vida e tudo resistiu a longa distância e o tempo, o que provava que ambas eram feitas uma para a outra.

— E-Eu também senti sua falta, Demz. - sorriu antes de quebrar o abraço, olhando para as filhas a sua frente. — E olha como essas princesas estão crescidas! - sorriu carinhosamente para as filhas, que não hesitaram em correr para o encontro da loira, puxando a mesma para um abraço em grupo, e a Lovato não pode evitar de sorrir com a cena, finalmente sua Selena estava de volta para seus braços. — E como estão minhas princesas?

— Com fominha. - exclamou a mais nova com uma careta emburrada e Gracie se juntou a irmã, causando gargalhadas em suas mães, Selena pegou a mais nova no colo e Demi fez o mesmo com a Valentin, carregando as mesmas de volta a mesa onde estavam sentadas e a maior fez questão de se juntar a noiva e tomar um café, e pagar por tudo, e insistiu para levar a família para casa, o que foi cedido por Demetria sem pestanejar. E quando finalmente chegaram na casa da Lovato, as pequenas estavam sonolentas demais, e Selena retirou Mariah de sua cadeirinha, pegando-a no colo e esperando pela noiva para abrir a porta e assim que a porta de entrada foi aberta, Selena adentrou no local timidamente, fazia anos desde que pisou ali pela última vez, mas o local não havia mudado quase nada.

— Pode deixa-las no meu quarto, esse você sabe onde fica. - sorriu de maneira doce para a mais velha, e a mesma levou a filha mais nova para o quarto da mãe, deitando o pequeno corpo em seus braços cuidadosamente na gigantesca cama de casal, tomando todo o cuidado para não acorda-la completamente, e para sua surpresa, Mariah segurou em sua mão e implorou para que deitasse ao seu lado, Selena não hesitou e retirou a jaqueta que usava juntamente dos sapatos que usava e deitou ao lado da pequena, que abraçou a loira e aninhou-se nos fortes braços da porto-riquenha. Demi fez o mesmo com a Valentin, e sorriu com a cena, a Devonne mais velha sentia-se completa, finalmente estava tendo os momentos com que sempre fantasiava, e não poderia estar mais feliz. — Eu te amo, Lena. - sussurrou a mais nova de maneira apaixonada antes de cair no sono ao lado das filhas e noiva.

— Eu também. - rebateu a mais velha, com um calmo sorriso ao ver a mulher e filhas adormecidas e uma paz indescritível tomou conta de seu corpo, aquela era o momento mais feliz de sua vida, e nada iria acabar com sua felicidade.

[...]

15:45

Domingo, 13 de Julho

A porto-riquenha se espreguiçou de maneira preguiçosa, e com um sorriso cansado no rosto. E ao perceber que não havia mais ninguém na cama, resolveu sair em busca de todos pela casa. Enquanto saia do quarto, Selena encontrou com Batman e Cinderella, que pulavam de maneira agitada ao rever a porto-riquenha após um longo tempo, e pegou os cachorrinhos no colo e continuou caminhando em busca da Lovato e filhas. E assim que percebeu que nao havia ninguem no segundo andar da casa, a maior desceu as escadas com cuidado, e quando se deparou com a sala de estar, o ar desapareceu de maneira mágica de seus pulmões.

Demetria estava deitada sobre o grandioso sofá da sala, com as pernas descobertas pelo robe negro e transparente, com os longos cabelos negros úmidos com um cigarro entre os dedos enquanto os lábios entreabertos deixavam a fumaça branca escapar. A forte aura sexual cercava a mulher e aquela cena que julgou ser sensual fez com que seu coração acelerasse e seu corpo congelou no lugar.

— Lena, venha aqui. Por favor. - pediu a morena com a voz rouca, e Selena engoliu a seco enquanto — forçava — seu corpo a caminhar na direção da morena, e ao chegar lá, Demi colocou-a sentada no sofá enquanto aconchegou-se no colo da noiva. — Eu senti tanto a sua falta, bebê. - sussurrou dando uma leve tragada no cigarro e rebolou provocativamente no colo da maior, e o membro de Selena começou a endurecer rapidamente, Selena gemeu guturalmente e tombou a cabeça para trás, dando acesso para a morena mordiscar seu pescoço. — Eu passei tanto tempo querendo sentir você novamente. Eu passei tanto tempo querendo lamber e mordiscar sua pele bronzeada, querendo sentir você dentro de mim, querendo provar do seu gosto novamente. - comentou a mais nova enquanto buscava incessantemente o ponto sensível da noiva. — E eu não pude evitar de criar várias fantasias libidinosas com você, mmmh. - gemeu enquanto tirava a camiseta que a loira usava, deixando o sutiã negro de renda exposto juntamente com a marca deixada pela bala que havia lhe acertado. — O que é isso? - perguntou curiosa enquanto jogava a bituca do cigarro no cinzeiro da mesinha de centro.

— Uma cicatriz de uma troca de tiros no dia que tentei fugir. - Selena deu de ombros, como se o fato de ter sido atingida por uma bala não fosse algo tão grandioso, Demi soltou um sorriso malicioso e deu um beijo cálido no local e retirou o sutiã da maior, e levou as mãos até os belos seios de sua noiva, e apertando-os com volúpia.

— Hmmm, tentativa de fuga?! - indagou a morena e a loira assentiu, e no mesmo instante sua mente começou a imaginar Selena com o macacão laranja aberto até sua cintura, com respingos de sangue em seu corpo sarado, com os músculos tensos devido a adrenalina e o risco de vida, com o suor escorrendo de seus poros, segurando uma arma enquanto mantinha a expressão séria, e não pode evitar o gemido de pura luxuria ao imaginar a cena. — Hmmm Lena, eu consigo imaginar perfeitamente. Esse seu lado negro é tão excitante! Só de imaginar você, eu já estou encharcada. - a menor gemeu de maneira manhosa enquanto rebolava e apertava os seios macios em suas mãos atrevidas.

—Uh, Demetria… Mhmm, p-pare com isso! A-As meninas estão e-em casa. - implorou a Marie, por mais que quisesse passar a tarde fazendo amor com Demi, não queria que suas filhas presenciassem a cena íntima do casal.

— Não se preocupe Lena, as meninas estão com minha mãe. Disse para ela que precisava de um tempo mais… íntimo com minha mulher. Agora aproveite e me foda com força. - sorriu de maneira depravada antes de puxar Selena para um longo beijo, fazendo com que a maior sentisse o doce gosto da boca misturado com o marcante sabor da nicotina, a mistura era perfeita e extremamente viciante, e a Gomez adoraria sentir os lábios da mulher com esse gosto novamente, mesmo que fosse contra o pequeno vício da Devonne. As mãos quentes passeavam pelos corpos sem pudor ou vergonha enquanto o viciante beijo ia esquentando com o passar dos segundos, mas devido a maldita falta de ar, o casal teve de se separar.

— Eu odeio o fato de você fumar, mas tenho que admitir que o gosto da nicotina misturado com o adocicado sabor de seus lábios é divinamente sensual e viciante.

Demetria nada disse e retirou a calça e a cueca da maior, deixando o membro completamente inflado livre, e num movimento rápido, Selena tirou o robe negro e extremamente transparente da noiva, e encantou-se ao realmente reparar que a mesma não vestia nada por baixo, a Devonne sorriu e puxou o corpo musculoso de sua namorada, fazendo-o chocar-se contra o seu.

— Puta que pariu! O tempo na prisão te fez bem para caralho. - exclamou encantada ao ver o abdômen tanquinho, os braços musculosos e bem definidos e o bumbum durinho de sua noiva. — Hmmm, você está tão musculosa. Deus! Que braços fortes. - ronronou de maneira sensual enquanto sentia os braços musculosos lhe rodearem.

—  Sim, os exercícios eram exaustivos, tive que usar bastante meus braços, principalmente pra me aliviar. - a morena sorriu com malícia ao ouvir o comentário libidinoso da porto-riquenha. — Agora, você está pronta pra mim?! - indagou de maneira lasciva enquanto se posicionava entre as coxas da mulher de seus sonhos.

— Você sabe que eu sempre estou! Agora me possua Lena. - a Devonne grunhiu em antecipação, queria sentir sua noiva dentro de si e queria agora. E atendendo seu pedido, Selena entrou completamente dentro de seu centro num movimento rápido, fazendo a Texana choramingar de puro prazer. — Ahh! L-LENA,  é tão b-bom ter vo-você dentro de mim no-novamente!

— E  é tão bom estar dentro de você! Agora aproveite, nossa tarde será longa. - sussurrou baixinho antes de começar a se movimentar. Dando início a uma longa tarde recheada de prazeres carnais e luxúria. E após longas horas de amor, Demetria caiu cansada sob o corpo da loira, e sorriu ao ver que após a longa e excitante tarde, Selena estava adormecida, e a Devonne pegou seu celular e tirou uma pequena “selfie”, onde somente mostrava o sorriso da Lovato, e o rosto da maior estava escondido na curva do pescoço da menor e a cabeleira loira estava extremamente bagunçada. Demetria estava extremamente feliz, e nada poderia acabar com aquele sentimento.

[...]

Um ano depois

20:45

Sexta-Feira, 24 de Dezembro

Texas

— Mamãe?! Onde está a Mamá? - indagou a pequena Gracie com aquele sotaque extremamente fofo toda vez que falava a palavra em espanhol, se divertindo ao máximo enquanto caminhavam calmamente pelas ruas cobertas de neve, a Gomez-Lovato mais velha brincava animadamente pelas ruas de Dallas, enquanto a irmã e a mãe gargalhavam de maneira fofa. E as mesmas sorriram ao parar na frente da casa que haviam comprado no Texas após seu pequeno casamento. A cerimônia havia sido extremamente pequena e reservada, limitando-as a somente invitar pouquíssimos amigos e seus familiares, e isso incluía os amigos de longa data do Texas, Marissa, Matthew, Kelsey, e Sirah, e o casal Cabello-Jauregui confirmaram presença na cerimônia de união da família Gomez-Lovato, mesmo que Lauren soubesse de tudo que Selena havia feito, a Jauregui gostava da Gomez, pois achava muito cavalheiro da parte da mulher assumir as filhas e casar-se com a Lovato.  Todos que compareceram ao local para ver o casamento de duas belas mulheres se emocionaram com todo o amor que a família esbanjava e não havia nada que iria separá-las.

— Mamá está aqui, meu amor! - exclamou a porto-riquenha animada, a mulher estava tão animadas por finalmente realizar seu sonho, ter uma bela família, casar-se com uma doce mulher, e mudar-se para um cantinho quieto para conseguir sua felicidade com sua vida perfeita. A mulher mais alta carregava várias sacolas com vinhos e outras comidas para a ceia de Natal que dariam em sua casa para suas famílias e amigos, a loira estava sorrindo de maneira doce enquanto observava a casa lotada e bem decorada. — Uhm, v-vamos entrar, estou com frio. - comentou para a esposa que soltou um doce sorriso enquanto adentrava na casa, sendo recebida pela mãe, padrasto, irmã e seus sogros, que conversavam animadamente sobre o quão maravilhosa era a casa onde a família morava. — Agora que temos os vinhos e as bebidas para as crianças, podemos dar início a ceia de Natal. - Demetria assentiu e guiou todos a bela sala de jantar, que era perfeitamente iluminada por um caríssimo candelabro de cristal.

— Agora que estamos todos aqui, eu queria propor um brinde. -  a voz sonora e terna da Lovato ecoou pelo local enquanto a mesma levantava a taça de cristal. — Um brinde a família e amigos. - todos repetiram o que a Devonne havia dito antes de tomarem um gole de suas bebidas.

— E um brinde a mais feriados perfeitos como esse. - sussurrou a porto-riquenha, com as mechas loiras polvilhadas pela neve branquinha que caia do lado de fora. — Eu te amo Demz. - sussurrou a maior, aproximando seus lábios aos de sua amada, que não hesitou em capturá-los em um casto selinho, todos sorriram ao ver a cena e as mulheres trocaram doces e simples sorrisos que valem mais que mil palavras ou uma belíssima declaração de amor.

— Eu também te amo, Lena. - respondeu sua esposa enquanto fitava todos no cômodo bem decorado aproveitando da farta refeição, a bela cena foi o suficiente para confirmar que Demi e Selena possuiam uma vida pacata porém feliz, e nada seria capaz de destruir tudo aquilo que haviam lutado tanto para conquistar.

[...]

Seis meses depois.

03:45

Terça-feira, 4 de Julho

Texas.

    Demetria não conseguia entender o que estava acontecendo, a horas atrás estava deitada em seu sofá, abraçada a sua noiva e filhas curtindo um filme da Disney, e agora estava em uma sala escura, sem ter uma ideia do que fazia ali. A mulher não se sentia confortável naquela situação, não sabia onde estava sua noiva, e não tinha a mínima ideia de como suas filhas estavam.

— O que diabos está acontecendo aqui?!- indagou furiosa enquanto procurava por algum sinal de vida, e para atender seus desejos, um homem de meia idade adentrou a sala e fitou a mulher com pena no olhar, Demetria não entendeu o porquê do olhar cheio de do e pena, e continuou questionando-se sobre tudo isso. — Onde está minha noiva?! Onde estão minhas filhas?

— Não se preocupe madame Gomez-Lovato, suas filhas estão em segurança com sua mãe e seu padrasto. E sobre sua noiva, creio que temos que conversar sobre a senhora Gomez-Lovato. - o mesmo suspirou e pegou um charuto e um isqueiro, acendendo-o e tragando levemente o mesmo. — A senhora tinha conhecimento dos crimes hediondos de sua esposa? - Demi assentiu enquanto sentia seu coração acelerar e um calafrio percorrer sua espinha. — Certo, e a senhora deve ter consciência que Selena está sendo vigiada pelo governo, vinte e quatro horas por dia, certo? - Demetria negou, não tinha conhecimento sobre aquilo, e se questionava internamente sobre o porquê da Marie nao lhe informar sobre a vigilância do governo.

— Mil perdões por lhe interromper, mas eu gostaria de saber o porque de minha esposa estar sendo vigiada pelo governo.

— Sim claro. A senhora Gomez-Lovato estava sendo vigiada pois estava trabalhando para o governo.

— C-Como?! - Demi indagou com o cenho franzido, não conseguia entender nada, por que diabos Selena estaria trabalhando para o governo? E que tipo de servicios prestava? A cabeça da mulher estava pesada devido às milhares questões sem respostas que assombravam sua mente, ela queria tentar entender o que estava acontecendo, mas algo em seu interior lhe dizia que aquilo não terminaria bem.

— Selena trabalhava para o governo em troca de liberdade, o único objetivo da Marie era nos entregar os piores criminosos, vivos ou mortos. - Demi assentiu fingindo normalidade, mas no interior, a Devonne queria gritar. Sua esposa trabalhava matando pessoas, sua Selena matava pessoas. A Lovato não entendia do porque de estar tão chocada com o simples fato que sua namorada matava pessoas, já havia visto Selena coberta de sangue, com o olhar negro e com um brilho diabólico e maligno, e um sorriso psicopata brincava em seus lábios naquela noite na qual havia recebido a primeira punição de várias durante o longo período que passou em sua casa. — Eu entendo que seja difícil entender, Sra. Gomez-Lovato. Mas era uma troca justa entre a liberdade de Selena para viver ao seu lado e das filhas e pagar pelos hediondos crimes que cometeu e pela tentativa de fuga.

— Certo, mas porque estou aqui?

— Bom, a senhora foi convocada a essa reunião particular devido ao fato de sua esposa ter um cometido um crime repugnante e cruel que compromete a segurança da nação, algo cometido recentemente sob a vigilância do governo. - Demi pigarreou incomodada, e como se entendesse o significado do ato da mulher mais jovem, o homem lhe informou que não podia lhe contar o que era, pois era algo estritamente confidencial, mas podia ser descrito como “Extremamente cruel e desumano”.

— C-Certo, m-mas e a-agora?! O quê i-irá acontecer?

— Bom, a condenada já foi julgada e o veredito dado pela Suprema Corte dos Estados Unido foi a pena de morte. - Demi soltou um soluço baixo e sofrido, Selena estaba destinada a morte. Sua amada iria morrer, aquela que lutou tanto para cuidar de sua família estava destinada a ir para um caixão. Demetria estava arrasada, ela havia lutado tanto para apagar as memórias ruins de Selena e focar no seu futuro, que agora não seria compartilhado com sua porto-riquenha. — A Senhora possui alguns minutos antes de aplicarem a Injeção Letal. Gostaria de despedir-se?! - a morena ainda tonta, assentiu de maneira trêmula e foi guiada pelo homem até a sala onde Selena estava sendo mantida e ao pisar no local, Demetria teve de engolir o choro com todas as suas forças, Selena estava deitada em uma maca, devidamente vendada e com todos os membros amarrados, impossibilitando a fuga, suas roupas estavam cobertas em sangue — que aparentava não ser seu, já que não possuía sinais de cortes ou outros ferimentos — e sujeira.  A maior não se debatia, o que Demetria estranhou, pois sabia que Selena odiava a sensação  de estar imobilizada, e cogitou a ideia de Selena ter desistido de lutar, pois dessa vez não havia escapatória. — Você tem exatamente meia hora para se despedir. - comentou o dono dos cabelos grisalhos e Demetria agradeceu, mesmo sabendo que meia hora não seria o suficiente para o último adeus.

— D-Demi?! O-O que faz aqui? - indagou a mulher amarrada a maca, Demi questionou Selena sobre como ela havia descoberto e a morena sorriu largo ao ouvir sua resposta. — Seu perfume doce lhe denunciou. Agora por que veio?

— L-Lena, eu… E-Eu n-nao posso d-deixar vo-você par-partir… - a Texana tentou o máximo que pode para balbuciar o resto da frase, mas não conseguiu já que as lágrimas e o soluços não davam espaço para a mesma falar. A mulher vendada queria ter força sobre-humana para escapar das amarras que lhe imobilizavam e abraçar sua noiva, não gostava de ver demetria chorando, muito menos quando chorava por sua causa. — L-Lena…

— Shhh, Demi. Eu não posso dizer que vai ficar tudo bem, mas eu peço para que seja forte, mantenha a cabeça erguida, e não olhe para trás. Eu errei, e preciso pagar por meus erros, mesmo que me machuque profundamente por não estar a seu lado para o resto de sua vida. - sussurrou a maior, a mesma já não segurava o choro. Estava realmente arrependida de tudo que havia feito, mas não havia maneira de voltar atrás, e teria que encarar a tão cruel consequência de seus crimes. Demi não se controlou e abraçou a mulher deitada na maca, e não pode evitar de se entregar ao choro, não queria perder Selena, mas não poderia arriscar em ajudá-la a fugir, pois os agentes do governo sabiam onde suas filhas estavam. — E existe uma chance bem pequena de que eu escape.

— P-Por favor, n-não faça promessas. - insistiu Demi, e Selena negou e repetiu a frase novamente, querendo convencer a mulher a ser mais positiva.

— Se eu escapar, prometo lhe procurar. - sussurrou Selena no ouvido da mulher e a mesma assentiu e continuou abraçando a esposa.

— L-Lena… Q-qual e seu u-último desejo? - questionou a morena, vendo que os trinta minutos estavam quase no fim.

— E-Eu q-queria d-dizer a m-minhas filhas o quanto eu as amo… E f-ficaria f-feliz com um beijo. - a morena acariciou o belo rosto da esposa, gravando cada pequeno detalhe do mesmo em sua memória antes de colar seus gélidos lábios aos da esposa, deixando as lágrimas escorrerem enquanto trocavam seu último beijo. O pequeno contato não durou muito, pois Demetria fora brutalmente afastada da mulher, e levada para uma sala que tinha uma visão perfeita da sala de execucao, e seu coração errou uma batida ao ver as seringas com as três substâncias químicas. Uma das pessoas presentes no local explicou como funcionava, como se Demetria estivesse interessada em saber o que iria tirar a vida do amor de sua vida. Mas pelo que prestou atenção, iriam aplicar o tiopentato de sódio primeiro — o que conduziria a vítima a um coma —, e depois injetariam o brometo de pancurônio — a substância paralisaria o diafragma e os pulmões —, e por último aplicariam o cloreto de potássio — a substância que paralisaria o coração.  Demi fechou os olhos assim que viu um dos homens de jaleco caminhando para dentro da sala de execucao carregando as seringas, ela não queria estar ali, ela queria ir embora, mas o homem que havia lhe informado sobre a situação — trágica — de sua noiva disse que teria que ficar ali até que o processo acabasse. E após longos minutos, a mulher abriu os olhos e deparou-se com o corpo sem vida de sua noiva, e não pode conter o grito desesperado que escapou dos lábios. Ela havia perdido Selena de vez, e agora não havia forma de retornar.