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História Stole My Heart - Girls Should Smile


Escrita por: katelynxriggs

Notas do Autor


OOOOOIIIIIIIIIIIIIIIIII AMOREEEESSS
DESCULPA pela demora, eu tive uns probleminhas, mas agora ta tudo bem!
Espero que gostem do capítulo.
Peter- Peyton Meyer
Tyler- Christian Akridge
Luiza: Liana Liberato
Zach: Hunter Rowland

Capítulo 14 - Girls Should Smile


Fanfic / Fanfiction Stole My Heart - Girls Should Smile

Alice’s P.O.V.

Acordo com o despertador, dizendo que são 05:42 a.m.

Caminho até o banheiro, entro no chuveiro.

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Depois de sair do banho, me sinto viva.

Saio do banheiro, caminho até o closet, fecho o mesmo.

Alguém bate na porta do quarto, Chandler provavelmente.

-Ta aberta. Quem é?

-Eu.- Chandler.- Cadê você?

-No closet... Não entra, espera ai fora.

-Ta bem.

Pego uma saia azul, uma blusa de alças branca e uma jaqueta jeans(1), me visto e saio.

-Diga...- Falo, enquanto sento na penteadeira, soltando meu cabelo.

-Só queria saber se você está bem...

Levanto e viro para ele, arqueando uma sobrancelha.

-Melhor que ontem...- Ele se reprime, escolhendo muito bem as palavras que usa.

-Estou muito melhor... Obrigada por se preocupar. –Sorrio, e dessa vez, é um sorriso de verdade.

-Que bom que está bem.

Calço um par de tênis brancos, e me olho no espelho.

Até minha aparência está melhor, então nem passo maquiagem.

-Vamos descer?- Ele assente.

06:45 a.m.

Pego minha bolsa e saímos de casa, o caminho está mais animado hoje. Estamos melhores. Mas, falo algo que o pega de surpresa:

-Então.. Eu estava pensando, em fazer algo, pra me distrair.

-Sei.. Tipo o que?

-Bom... Promete que não vai rir, ou fazer qualquer tipo de piada?- Ele assente.- É... Eu vi, ontem, que o time de basquete está precisando de jogadores, e...

Ele para.

-O que?- Pergunto.

-Nada, é que... Não tem time feminino.

-Não vai falar sobre a minha altura?

-Não.. Eu acho que conseguimos o que quisermos, se nos empenharmos. Mas, realmente não tem time feminino.

-Eu sei... É que, eu estava pensando em tentar entrar pro time masculino.- Ele para de novo.

-Que que é?

-É... Quer dizer, eu vou tentar. O que acha?

-O que eu acho? Eu... Acho incrível.

-Sério?

-Claro.. Quer dizer, se isso vai te fazer feliz, eu fico feliz por você. E te apoio de qualquer maneira possível.

-Obrigada!- Abraço ele rápido.

Na Escola...

Faltam 15 minutos, estou parada, encarando o anúncio que diz que o time de basquete precisa de jogadores. O cartaz fica ao lado da sala do treinador, e professor de Educação Física. Ele já sabe que estou aqui, só estou esperando ele me chamar.

-Srta. Farley, por favor, entre.- O obedeço.

-Então...- Ele senta na cadeira, e gesticula para eu sentar também.- O que lhe traz aqui?

-Bom.. É que... Eu vi o cartaz sobre o time de basquete e...- Olho para baixo. Como eu explico?- E.. Eu queria saber se eu poderia tentar.

-Fala sério?- Ele pergunta, e o encaro.

-Sim.

-Bom, teremos um teste amanhã, se realmente quiser, pode ir.

-É serio?

-Sim, eu já te vi jogando. É muito boa. E muita gente subestima as garotas, o que nos ajuda. Pode comparecer, lhe dou todo o meu apoio.

-Muito obrigada, treinador! Não vai se decepcionar.

-Acredito que não. Então, até amanhã!

-Até!- Saio sorridente, encontro Chandler e pulo em cima do mesmo. Ele me gira no ar.

-Eii, e aí?

-Bom... Eu vou fazer um teste amanhã, o que é um bom sinal.

-Isso é muito bom, Lice!

-É.. Mas por favor, não comenta com ninguém até que eu entre.

-Te dou minha palavra.

Caminhamos até a sala, sentamos nos nossos lugares.

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11:50 a.m.

Saio da sala, sozinha, e na parede oposta, vejo Thomas e o resto do time de basquete, ele acena para mim, e sorrio. Continuo caminhando, até que sinto pessoas atrás de mim, não ligo, e continuo andando, até que trombo com um garoto, do time de basquete, a julgar pela camiseta que usa.

-Você é a Alice Farley?- Assinto, sorrindo, sem entender o que ele quer comigo.

-A garota que vai fazer teste para o time de basquete?- Ele faz questão de dar ênfase na palavra “garota”.

-Sim. Por que?- Pergunto, ainda sorrindo.

-Bom... Eu só queria saber, se perdeu no caminho do teste para líderes de torcida?- Meu sorriso se desfaz.

-Ahn... Não..?

-Ah não, espera. Me perdoe. Você tem certeza? Vai que quebra uma unha. Imagina se ficar suada!- Alguns garotos riem, olho por cima do ombro, e vejo Thomas e outros dois garotos sérios, fuzilando o garoto que faz piadas.

-Bom.. Eu não ligo para isso.

-Puxa vida. Tadinha, não vai acompanhar nem no primeiro treino,  acha que é durona? Acha mesmo?

Respira, Alice. Não respondo, fico calada para me controlar. Respira fundo. Não vou bater nele, não vou. Não vou, não vou.

-Sabe, você não é durona. E não vai durar no time. Sabe por quê?- Meus olhos ficam úmidos, fecho o punho para conter a raiva. Meus olhos ardem, querendo chorar.- Sabe por que?- Respira, Alice.- Porque não passa de uma garota. Uma garotinha fraca. Daquelas garotinhas que usam saias e vestidos e amam um shopping.

-Aprenda a respeitar uma garota.- O encaro com um fogo ardente nos olhos, tentando permanecer calma. Ele ri.

Os garotos atrás de mim não falam nada, olho por cima do ombro, e eles param de respirar. Me volto para o garoto.

-Olha, bonequinha, você acha que isso vai fazer você parecer durona? Eu entendo, mas olha só..- Ele apoia as mãos nos joelhos, para fazer com que o seu rosto fique de frente para o meu.- Você não me da medo, se você acha que me encarar com esse olhar fulminante vai me assustar, está bem errada. Você continua sendo fraca.

Respiro fundo, e acerto um soco na boca dele. O rosto do mesmo acompanha a pancada, e logo depois que ele se recompõe, percebo que o canto do lábio está sangrando. Ele ri sarcasticamente, e limpa o sangue com o dedão.

-A filha da puta é esquentadinha...-Ele resmunga enquanto volta a sua postura normal.

-VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE MIM! -Trovejo.- E, se você acha que esse discursinho machista e hipócrita vai me fazer desistir, você está bem enganado.

Ele dá um passo pesado na minha direção, com um olhar fulminante e ameaçador, como se fosse me bater, e fica lá, diante de mim. No início, me dá medo, admito. Mas não recuo, travo a mandíbula e fecho o punho. Permaneço ali, intacta. Se ele tocar em mim, não me responsabilizo pelos meus atos. Sua respiração está pesada, ele está com raiva de mim. Tenho certeza de que vai me bater. Ele me encara, seus olhos são como lâminas pegando fogo, um tom de caramelo vivo e mortal. Quando penso que ele vai me dar um tapa na cara, ele solta um suspiro, gira os tornozelos e sai andando na direção oposta a minha.

Respiro fundo e sinto uma mão no meu ombro direito. Viro para trás, Thomas.

-Oii, mocinha.

-Oi.

-Ficamos sabendo pelo treinador que vai fazer um teste para entrar no time de basquete.

-É, eu percebi. O que você quer?

-Nada. Só queria me desculpar pelo Zach. Nem todos são assim. E também queria te desejar boa sorte. Alias, esses são Peter,- um garoto com o cabelo castanho claro, (ou loiro, não consegui identificar), e olhos verdes.- E Tyler- Um garoto loiro, com olhos verdes também.

-Oi..- Os dois falam.

-Olha, não liga para o Zach, ele é meio barra pesada mesmo. Mas tenho certeza que o time vai te aceitar quando entrar.- O tal do Peter fala com um sorriso acolhedor estampado no rosto.

-Obrigada.. –Sorrio de volta.

Nisso, o meu celular toca. Chandler.

-Bom, eu tenho que ir... O Chan deve estar me procurando.. Foi um prazer conhecer vocês, e muito obrigada pelo “boa sorte”!

Dou um beijo na bochecha de cada um, e antes de sair, pergunto para o Thomas:

-Vai no aeroporto hoje? Buscar a Luiza?

-Vou, você vai?- Assinto.- Bem, até hoje a tarde, e então.

-Tchau...- Os três falam, eu viro e começo a andar na direção da porta.

Em casa...

-Oi, Chan! Cheguei.

-A Hana vai para Nova York.- Ele fala, sem intenção de comunicar algo.

-Ah, olha pelo lado bom, pelo menos a gente não vai mais trombar com ela.

-É.. Na verdade, não tem lado ruim nisso, quer comer?

-Não to com fome, valeu.

-Tá bem...- Subo para o quarto, antes de entrar falo:

-Vou sair com o Charlie hoje a tarde, ta?

-To sentindo uma pegação...

-Quieto, eu e os amigos dele vamos buscar uma menina no aeroporto. Luiza, que eu me lembre..

-Sei, ela é brasileira, sabia?

-Aham.

Caminho na direção do banheiro, tiro a roupa e tomo um banho.

Saio do banheiro, ainda enrolada na toalha, e sigo para o closet. Pego um macacão preto, e uma jaqueta da mesma cor.(2) 

Visto os mesmos e saio. Seco o cabelo, e faço chapinha.

Termino de me arrumar, e começo a fazer as atividades que os professores passaram.

17:25 p.m.

Estou sentada, lendo o meu livro, até que, Charlie manda uma mensagem:

“Oii, to aqui em baixo.”

Respondo:

“To descendo.”

Antes de sair de casa, entro na sala e aviso ao Chandler:

-To indo, ok?

-Okay...- Ele está jogando videogame, então, nem me encara direito.

-Vou usar drogas, e me prostituir...

-Se divirta...- Continua jogando.- Espera.... QUE?!- Não consigo evitar uma gargalhada.

-Tá bem, volto umas 19h, ok?

-Ok.. Mas, por favor, sem drogas ou prostituição...

-Eu tava brincando..- Continuo rindo, e saio de casa.

-Oi.- Sorrio.

-Oi...- Ele me dá um beijo na testa.

Chegando no Aeroporto... (17:50 p.m.)

Atravesso as portas do aeroporto, e logo vejo Emma e Thomas. Caminho até eles.

-Oii..- Emma fala, me dando um abraço.

-Oi.- Thomas me da um beijo na bochecha.

-Bom, a Lulu chega daqui 10 minutos, vamos para o local de desembarque?– Charlie pergunta, assentimos.

Emma e Thomas começam a caminhar de mãos dadas. Eles são um dos casais mais fofos que eu já vi.

Sentamos nas cadeiras esperando a menina que, para falar a verdade, nem sei como é.

Emma parece impaciente, mas do nada ela pula da cadeira e sai correndo, só a vejo parar quando pula em cima de uma garota de cabelos castanho-claro e lisos, e que... Parece a Liana Liberato?

Todos levantamos, em direção a ela. Quando a garota se recompõe, cumprimenta Thomas, e depois Charlie, ela para na minha frente e pergunta:

-Oi, e você é??- Um sorriso meigo e acolhedor se estampa em seu rosto.

-Alice Farley, mas pode me chamar de Lice.- Sorrio de volta.

-Oi, sou Luiza, mas, pode me chamar de Lu.

-A Lice é brasileira também..- Charlie pousa a mão sobre o meu ombro.

-Sério? De que cidade você é?- Ela pergunta em português.

-Florianópolis, Santa Catarina. E você?- Respondo em português também.

-Do Rio.. Já estive em Floripa, é lindo.

-ALOOOOO, não sei se vocês lembram, mas a gente não fala português.-Thomas fala.

-Desculpa.- Dou risada. Lu ri junto comigo.

Saímos do aeroporto, Thomas, Emma e Luiza estão andando um pouco rápido, eu e Charlie estamos atrás deles.

-Fiquei sabendo que bateu no Zach hoje..

-Bati, e bateria de novo...

-Calma...- Ele pousa a mão sobre o meu ombro de novo.- Sabe, você fez bem.

-Fiz?

-Sim, ele é um babaca.

-Ah...

08/02, Quarta-Feira 19:30 p.m.

Chego em casa, abro a porta e subo para o quarto. Entro no banheiro para tomar banho.

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Saio do banheiro, e visto um pijama. Desço para pegar um copo de água, mas não deu nem o tempo de eu sair do quarto, que já trombei com o Chandler.

-Ai...- Ele diz, rindo um pouco. Dou uma gargalhada por causa do “Ai”.

-Foi mal.

-Então, como foi conhecer a Luiza?

-Ah, ela é legal. É bom ter alguém que, sabe? Fala a minha língua... Literalmente.- Desvio o olhar.

-Que bom... Sabia que ela já foi muito amiga minha?

-Sério?

-Aham.. Mas ai do nada, ela se afastou...

-Se você quiser, eu falo com ela.. E.. Eu tava pensando, nunca pensaram em falar com o Charlie e os outros?

-Que?

-É que... A Sophie e a Lucy falaram que parece que ele não gosta de vocês...

-Ah, sei lá, Lice... Não tenho nada contra nenhum deles.

-Posso resolver isso...

-O que vai fazer?

-Vai ficar sabendo logo logo...

-Aii, Alicee...

Dou risada e desço as escadas, pego um copo de água e volto para o meu quarto para dormir.

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05:40 a.m.

Acordo, um pouco animada, mas com medo. Hoje tenho teste no time de basquete. Ainda estou um pouco receosa pelo jeito que me trataram ontem. Levanto, caminho até o banheiro. Tomo banho, lavo os meus cabelos, e saio.

Já dentro do closet, pego uma calça jeans rasgada, um moletom rosa, cinza e branco e um tênis rosa.(3) Pego também, um short de academia e uma blusa(4), para o teste de basquete hoje.

Saio do closet, já vestida, e sento na penteadeira para arrumar o meu cabelo.

06:48 a.m.

Desço e ,como de costume, Chandler está sentado tomando um copo de suco.

-Vamos?- Pego uma maçã, e o puxo para fora da cozinha.

Gray normalmente pega carona com um colega dele ou vai de ônibus, enquanto Gina está viajando.

-Então, o seu teste é hoje, né?

-É...- Digo sem esconder o nervosismo, enquanto olho para o nada, com as mãos um pouco trêmulas.

-Vai dar tudo certo, não fique nervosa.- Ele pousa sua mão no meu ombro.

-Como sabe que estou nervosa?- Ele para.

-Olha..- Ele pega a mão que está segurando a maçã ,que eu deveria ter comido inteira, delicadamente. – Você nem conseguiu comer a maçã inteira..

-Ah..- Falo dando uma risada..- Foi mal...- Mordo a maçã.

-Como eu já disse, você vai se sair bem. É muito boa, melhor que eu..

-Chandler,- olho para ele- você é péssimo.

-Shhhh....- Ele fala, rindo.

Chegando na escola...

Atravessamos a porta, e logo avisto os meus amigos. Pena que eles não andam todos juntos... Nos aproximamos da Lucy, Sophie e Maggie, e do Sam, Mingus e Gray. Cumprimento todos, mas logo me afasto para ir falar com Charlie, Thomas, Emma e Luiza.

-Oii- Eles falam em coro.

-Oi... Então, como estão?

-Bem... Eu acho.- Charlie fala.

-Bom... Eu também.-Emma fala.-  Tirando o fato de ter que entregar aquele trabalho de biologia...-Ela resmunga, completando.

-É....- Thomas fala.- Aliás.. Boa sorte hoje. Se eu falar na frente do time, eles cortam a minha cabeça fora... E eu, particularmente, prefiro seguir a minha vida com a cabeça grudada no pescoço...

-Valeu...- Falo rindo.

-Ahn... Eu não fiquei sabendo de trabalho nenhum...

-Ah.. A Sra. Hills vai te dar um tempo pra fazer, acredito.- Emma fala, meio desinteressada.

-Lu... Posso falar com você, rapidinho?- Falo, e ela assente.

Ao nos afastarmos, jogo a bomba no colo dela.

-Por que você se afastou do Chandler?- Falo, delicadamente, porem firme.

-Eu?? Mas ele que... Aff.  Bom, tecnicamente, não fui eu que me afastei, e nos afastamos por causa de uma terceira pessoa nessa historia.- Ela fala, olhando para os próprios pés.

-Quem?

-Hana.- Ela me encara.- Bom, eu...- Ela percebe a minha expressão confusa, então trata de me explicar.- Eu.. Já fui amiga da Hana, mas.. Eu era mais amiga do Chandler do que dela, e digamos que não confiava muito nela...

Como é que é?

-É que.. Eu sabia que ela queria sair com ele, mas não porque ela gostava dele ou coisa do gênero. Ela queria, por nada, só pelo fato dele ser famoso. Era isso que ela queria. E eu sempre soube, e sempre tentei avisar ele. Mas, acho que você já sabe, ele não escuta quem precisa, quando precisa. Não o culpo, Hana sabe enrolar muito bem as pessoas, e eu não o culpo porque já aconteceu comigo.

Em que ponto ela quer chegar?? De novo, ela nota a minha confusão, e por um momento, acredito que ela saiba ler a minha mente, pois responde o que penso antes mesmo de eu perguntar.

-Chandler não me escutou, e começou a sair com ela. E eu sabia que no momento em que ela não precisasse mais dele, o jogaria fora. E também sabia que não conseguiria suportar ele saindo com ela... Ela, aquela coisa fez com que ele se afastasse de mim. Só que ele não percebeu, e eu também não fui atrás, entendi bem o recado: Ele não precisava mais de mim.

Eles eram melhores amigos, e Hana destruiu isso também.

-E não, eu nunca gostei dele além de amizade. –A encaro com uma expressão que fala que não pensei nada disso.- Caso passasse pela sua cabeça.- Ela complementa. Apenas assinto.

-Não sente falta dele? Quero dizer, ontem mesmo, ele me disse que já foram amigos e que sente falta da sua amizade.

-Também sinto...- Ela fala baixo, mas ainda assim consigo ouvir.

-Mas você quer voltar?

-Não depende só de mim...- Seus olhos marejam, o que serve como um “Quero mais que tudo”.

-Posso dar um jeito nisso.- Ela me encara, e na hora, percebo que ela segura o choro com facilidade.

Assim como eu.

-Mas, só se você estiver disposta a tentar.- Ela assente.

Nisso, o sinal toca. Seguimos para

a sala de aula, e sentamos.

A professora de Biologia mal chegou na sala, e o diretor entrou, para dar um aviso:

-Bom dia para todos. Sentem-se por favor! Tenho um comunicado; Ellie entregará um papel falando sobre o assunto. Mas eu explicarei pessoalmente, e esclarecerei qualquer duvida. – Ellie entrega o tal papel, e o diretor retoma.- Bom, como muitos já sabem, todo o ano, fazemos um evento para ajudar a acolher melhor os alunos novos. E dessa vez, foi sorteado e decidido que o evento do ano será uma espécie de “Festa do Pijama”. Os alunos poderão  passar a noite no colégio. No comunicado impresso tem todos os dados concretos. Alguma pergunta?- Ninguém fala nada.- Ótimo, qualquer pergunta, estarei na minha sala.

Ele caminha para fora da sala, e a Sra. Hills já retoma a atenção da turma, que por hora está distraída por conta do comunicado.

-Atenção, todos!- Ela fala alto, fazendo com que sua voz fique mais fina. Meus ouvidos latejam com a sua voz. Ai.- Quero que entreguem os trabalhos, por ordem das filas. Primeiro a fila da Srta. Monroe.

Todos entregaram o trabalho, a fila onde estamos: Sabrina, Mingus, Chandler, Mathew, eu e Emma é a ultima. Logicamente, Emma é a última a entregar, porque é a última da fila.

A pobre garota mal senta, e a professora já a chama:

-Srta. Adams, não pude deixar de notar, que seu trabalho é um tanto quanto mau preparado. –Ela grasna, sem tirar os olhos azuis e gélidos do papel.

-A sua letra, está desorganizada.- Ela fala, provocando-a friamente.

-Bem.. A culpa não é minha, se a senhorita nos passa trabalho na primeira semana de aula.

-Primeiro, o correto seria senhora. Se usa “senhorita” para mulheres solteiras, no caso eu sou casada.

-Que pena dele...- Ela solta, encarando as próprias mãos, sem dar muito interesse ao que a professora está falando.

-Esperava um pouco de respeito vindo de uma aluna.

-Que pena...

A mulher, com a pele pálida e enrugada já tomada pela idade, e olhos azuis congelantes e penetrantes, respira fundo, e prossegue:

-Mesmo assim, você, deveria ser organizada, e ter a letra impecável. Assim como a grande maioria das garotas.

-Bom... Nem todas as princesas usam coroa, não acha?- Ela fala, sarcástica, enquanto revira os olhos.

-No caso, eu sou a rainha aqui. Você tem o dever de me respeitar. Eu sou a autoridade aqui. Aliás, havia chamado os seus pais para uma conversa ontem a tarde, e você me assegurou que eles viriam, porém, nenhum deles apareceu.

Emma estremece quando ela fala “nenhum deles”, e sei porque.

-Ahn....- Isso a desarma completamente.

-Cadê o seu pai?

-Ai, ele está em uma reunião em Washington....- Ela desvia o olhar.

-E a sua mãe?

-TAMBÉM QUERIA SABER!- Ela levanta e fala, alto e em bom tom, acho que pela primeira vez, porque todos parecem surpresos. A mesma caminha até a porta da sala, e pega a maçaneta.

-Emma, eu... Sinto muito.

-É... Eu também.- Ela sai da sala, já com lagrimas nos olhos.

Thomas levanta na hora, e sai atrás dela. Charlie também, eu e a Lu trocamos olhares, e quando ela vai se levantar, a professora ruge, feroz:

-Se mais alguém sair dessa sala, será suspenso!- Isso a faz recuar.

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A última aula antes do recreio está quase acabando, e nada da Emma aparecer, estou começando a ficar preocupada com ela. Eu e a Lu trocamos vários olhares durante as aulas, e Chandler a encara com um olhar pesado e doloroso, e a mesma retribui. Sentem falta um do outro.

O sinal finalmente bate, e eu e a minha mais nova amiga disparamos para fora da sala, procurando a Emma.

Depois de alguns minutos, correndo pelos corredores do colégio, finalmente vemos Thomas atravessar a porta, um pouco desajustado.

-Onde ela está?- Luiza pergunta.

-Ela está bem?- Pergunto também.

-Como ela está? Está sozinha? Em casa? Está com Charlie? Ligaram para o pai dela? Jessica está sabendo?- Ele não responde nenhuma das perguntas, está nervoso. Demora para processar tudo.

Jessica é a mãe do Charlie, madrasta da Emma, e se desempenha o máximo que pode no papel de mãe, mas, é claro que nem tudo é perfeito. Jessica não é a mãe dela.

-THOMAS!- Agarro seus ombros e os balanço, tentando chamar a sua atenção. Parece funcionar.

-Está em casa, não está nada bem... Aquela vadia tinha que mencionar a mãe dela. Charlie está com ela, o pai dela não pode fazer nada, só conseguirá sair de Washington semana que vem, Emma não queria incomodá-lo, liguei mesmo assim. Jessica está indo para casa.

-Tá bem... Menos mau.

Os olhos do garoto estão marejados, sua pupila dança por todos os cantos da íris azulada, demonstrando o seu nervosismo.

-Eu devia ter feito alguma coisa. Devia ter feito aquela monstra parar de falar.. Eu poderia ter impedido... A minha namorada está cada vez pior... E a culpa é da mãe dela, alguém que ela nem conhece, e também não consegue culpar.- Lágrimas começam a rolar pela sua bochecha, não são de tristeza, e sim de preocupação.

O abraço, tentando acalmá-lo.

-Vai ficar tudo bem, ela vai superar tudo isso, eu sei que vai. -Sussurro para ele, tão baixo que só o mesmo pode ouvir.

-Tenho medo que ela desista.- Ele sussurra de volta, no mesmo tom.

-Ela não vai. Ela é forte demais, corajosa demais. Já passou por tanta coisa, não vai ser agora que desistirá.

-Ela já tentou uma vez, uma semana antes de começarmos a namorar. Só eu sei disso, desculpa...

O sinal toca, e Luiza fala:

-Gente, vamos...- A ignoramos.

Estou preocupada com Thomas, Luiza nos deixa sozinhos.

Ele tem que ser forte agora, para dar apoio à Emma, tem que ser forte para ajuda-la, tem que permanecer forte, por ela.

-Desculpa pelo que?

-Agora temos que dividir o fardo, guardar segredo...

-Thomas, agora ela tem você. Antes ela não tinha ninguém. Mas, enquanto ela estiver mau, você tem que ser forte por ela. Para dar apoio à ela. Ela não vai desistir.

-Obrigado..

Entramos rápido na sala, graças a Deus, o professor não entrou ainda. Sento no meu lugar, e fico lá esperando o professor.

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11:50 a.m.

O sinal toca, levanto e saio da sala. Caminho até o meu armário, ao abrir sinto alguém me abraçando.

-Quem é??

-Adivinha.- Olho para trás. Chandler.

-Oi... Tudo bem?

-Tudo, e você?

-Sim.. Fora a Sra. Hills ter falado aquele monte de merda pra Emma, eu to bem.

-Bom, hoje você não vai voltar comigo, né?- Assinto.- Então.. Queria te desejar boa sorte, e.. Queria te entregar uma coisa também...

Ele hesita um pouco, mas retoma:

-Duas na verdade...

Fecho a porta do meu armário ele pega minha mão com delicadeza e me guia para fora da escola, sentamos em um banco que fica do outro lado da rua.

-...

 


Notas Finais




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