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História Stole My Heart - Adorable


Escrita por: katelynxriggs

Notas do Autor


OII DESCULPA A DEMORAA

Capítulo 39 - Adorable


Fanfic / Fanfiction Stole My Heart - Adorable

Throwing lamps on people who need to lighten the fuck up.

 

Terça-Feira, 29/05, 16:12

Aula de Inglês. A professora entra na sala, e eu pego o meu material, porque tenho quase certeza de que ela vai passar outro texto gigante, que ocupa o quadro inteiro duas vezes.

-Abram os cadernos e comecem a copiar. – Abro o meu caderno, encarando o papel cheio de anotações. Sento na primeira mesa da fila do meio, então a professora tem total visibilidade sobre mim. – Você não, Alice. O senhor Reedus veio busca-la. Está te esperando na entrada.

Senhor Reedus veio me buscar? O Norman?!  Por que o Norman veio me buscar?

Assinto e guardo as minhas coisas o mais rápido possível.

-Tchau.. – Falo, saindo da sala. A Senhora Haeder sorri pra mim e vira para o quadro.

Atravesso o corredor e dou de cara com Mingus e Sophie.

-Oi, você sabe por que o seu pai veio me buscar? – Mingus da de ombros e fala que não sabe. Saímos do colégio e vemos o carro do Norman parado na frente da entrada. Caminhamos até lá e o encaro como quem pergunta: “Mas que diabos?!”.

-Não perguntem. Só entrem.

Obedecemos, e assim que entro na parte de trás do carro vejo Chandler. O encaro com um olhar severo por ele não ter ido na aula hoje. Sophie entra ao meu lado e Mingus na frente.

-Então, qual é a razão disso? – Mingus pergunta, pegando o celular.

-O pessoal do elenco resolveu ir lá pra casa pra jantar. – Norman fala, nos olhando pelo retrovisor. Não sei se está olhando para Sophie, para mim ou para o Chandler, por conta dos óculos escuros.

-A Gina sabe disso? – Pergunto.

-Sobre você ainda não...

-Isso é sequestro sabia? – Pergunto.

-Ah, vocês me conhecem.. Quanto drama...

Dou risada e assinto.

P.O.V. Luiza

18:10 p.m.

Que tarde CHATA. Deus amado, não tem nada pra fazer. A Emma e  o Thomas estão na casa da Ems arrumando o quarto dela, Lucy e Evan foram no cinema, a minha mãe e Henry foram fazer uma daquelas consultas de rotina por causa do bebe. Josh está dirigindo até Jacksonville para pegar umas coisas na casa da madrinha dele. Alice, Chandler, Sophie e Mingus estão na casa do pai do Mingus.

Ah, que saco. Mudo os canais da televisão sem procurar por nada, ate que paro em Friends. A campainha toca. Levanto do sofá em um pulo e corro até a porta. Abro a mesma, e Josh está ali, o que me é uma surpresa, porque era para ele estar na casa da madrinha dele uns 40 minutos atrás.

-Josh, o que..

-Assim, eu estava dirigindo, tinha acabado de sair de Atlanta, quando percebi, que já está mais que na hora de você conhecer a outra parte da minha família. – Sorrio. – Então, o que acha de ir até Jacksonville comigo?

-Ahn... A minha mãe..

-Já falei com ela, e tudo bem. Você vem?

-Tenho prova na quinta. – Falo, mas então penso um pouco. – Tá bem. Só preciso arrumar as minhas coisas. – Pego ele pela mão e o puxo para dentro de casa.

No quarto, pego uma mala pequena e coloco as minhas coisas. Olho para ele, ele olha para mim.

-Você é incrível, Joshua Matthew Moore. – Ele me beija.

-Você também é, Luiza Garcez. – Dou risada. – É serio, você é a primeira garota que me faz cair. – O beijo.

P.O.V. Alice

Estamos todos espalhados pela sala, uns no chão, outros no sofá, outros em puffs e etc.

-Então, vou dar uma de pai responsável e perguntar: – Jeffrey fala. – Como vai a escola?

-Bem. – Chandler, Mingus, Sophie, eu e Kate falamos ao mesmo tempo.

-O que querem dizer com bem? – Ele pergunta.

-Alguns lances... – Chandler fala, dando de ombros.

-Que lances?

-O lance da Alice ter descido o braço no ex dela. – Ele fala, como se não fosse nada. Caio na gargalhada.

-Alice fez o que?! – Andrew pergunta, quase cuspindo o refrigerante que estava bebendo.

-É, eu desci o braço e o Chandler desceu o cacete né...

-QUE?! – Ross exclama.

-É, por que vocês acham que ele ta desse jeito?

-Agora faz sentido! – Josh exclama.

20:00 p.m.

Estou no meu quarto, tocando violão, ensaiando uma musica que estava afim de aprender há um tempo, mas nunca tive tempo.

-Eu tento me erguer às próprias custas
E caio sempre nos seus braços
Um pobre diabo é o que sou
Um girassol sem sol
Um navio sem direção
Apenas a lembrança do seu sermão
Você é meu sol, um metro e sessenta e cinco de sol
E quase o ano inteiro os dias foram noites
Noites para mim
Meu sorriso se foi
Minha canção também
E eu jurei por Deus não morrer por amor
E continuar a viver
Como eu sou um girassol, você é meu sol

Sou interrompida pela porta sendo aberta. Paro de tocar e olho para a pessoa que abriu a mesma. Chandler.

-Hey... – Ele fala, entrando no quarto.

-Hi. – Falo, dedilhando as cordas do violão. – Que foi?

-Eu só queria pedir desculpas... Sabe, por hoje.. Eu fui bem babaca.

-Ah, não foi não.. Só que poderia ter me contado pra onde ia, fiquei preocupada com você.

-Desculpa, não foi a intenção.. E não foi nada demais, eu tinha que ir gravar.

-Eu sei... – Ainda estou dedilhando o violão. – Tudo bem então? – Ele faz que sim. – Ok, então vamos dormir? Tem aula amanhã. – Ele assente. Prendo o meu cabelo em um coque malfeito e levanto. Chandler me pega pela cintura e estala um beijo na minha bochecha, quase na boca, e depois outro na minha testa. Sinto as minhas bochechas ferverem. Ele sai. Arrumo o meu material e pulo na cama.

P.O.V. Chandler

Quarta-Feira, 27/05, 04:55 a.m.

Adivinha quem não pregou o olho nem por cinco minutos? Um garoto extremamente otário, que beija uma garota, pela qual está apaixonado, e depois se arrepende porque sabe que ela não quer nada, olha! Esse garoto se chama Chandler. Adivinha por que ele não pregou o maldito olho? Exatamente! Por causa da garota que ele beijou esses dias.

Ah não, pera! Sou eu.

Caramba, eu não dormi nem por cinco minutos, e quando pensava que ia conseguir, ela aparecia. Naquele espaço que tem entre o acordado e inconsciente. Ela aparecia, com aquele sorriso extremamente iluminado, que me faz cair. Que saco, faltam duas horas pra eu acordar, e não dormi nada. Nem vou, pelo jeito. Ela está me dominando. Quando não me enlouquece pessoalmente, enlouquece a minha consciência. Legal, Alice. Valeu mesmo.

Me reviro na cama pela quadragésima vez, e fico de barriga para cima, observando o teto. A cabeça recostada nas minhas mãos. A voz dela, aquele som melodioso, cantando aquela musica que ela estava ensaiando ontem a noite, a qual eu não entendo uma palavra sequer, por ser brasileira. Tento lembrar direito a letra, mas é complicado quando não dá pra entender nada.

07:10 a.m.

Como eu disse, não consegui dormir nadinha. Levanto da cama sem a mínima vontade, e quase morrendo de sono, e caminho até o banheiro. Tomo um banho rápido e desço pra preparar o café, antes disso, passo no quarto da minha mãe para dar tchau. Faço um café bem forte,  pego uma caneca e encho de café. Sento no meu lugar usual e começo a ler o roteiro pela vigésima vez essa semana. Gravar essa temporada ta exigindo demais. E agora tem a senhorita Alice pra ajudar.

P.O.V. Alice

Levanto e caminho até o banheiro. Tomo um banho rápido e caminho até o closet. Visto uma saia preta, uma camisa social branca, e um suéter cinza. Calço um par de botas, e deixo o meu cabelo solto, porque está liso. Pego as minhas coisas e desço as escadas. A noite foi um saco. Talvez eu tenha dormido por umas 3 horas apenas, porque fiquei pensando no Chandler, no beijo, no quase beijo. Ah, que merda, ele não sai da minha cabeça. Sonhei com ele essa noite, que ele falou que estava apaixonado por mim. Acordei com vontade de chorar, sabendo que não era verdade. E agora, lá está ele, sentado na bancada, fazendo o de sempre: Lendo alguma coisa, acho que o roteiro, e bebendo café. Ele levanta os olhos e me encara. Aqueles olhos azuis me deixam paralisada por uns segundos. Desço as escadas olhando para o chão. Deixo a bolsa e os livros em cima da mesa de jantar e entro na cozinha. Pego uma barrinha de cereal e sento na bancada, de frente pra ele.

Como a minha barrinha em silencio e olho pra ele quando termino.

-Você vai pra aula hoje? – Ele faz que sim.

-Preciso gravar hoje de novo. Só vou durante a manhã, a tarde vou ter que gravar até as 18h....

-Então vamos? – Ele assente, e saímos pela porta.

10:11 a.m.

Aula de História. O professor entra na sala. Fecho o meu livro “A lista dos meus desejos” e olho para o professor, ele joga os livros sobre a mesa de madeira, provocando um estrondo.

A classe inteira estava quase dormindo, e no momento em que o professor faz aquilo, pula num susto coletivo. Algumas pessoas (eu na vida) que são muito assustadas, gritam.

Sim, eu gritei.

-Todos calmos. – O professor aplica, entre risos. – Devem estar se perguntando o por que disso, e, na verdade, nem eu sei. Talvez porque eu esteja um pouco animado demais hoje, sei lá.. – Sim, o professor é bem informal. Encosto as costas na parede para conseguir olha-lo direito. Atrás de mim está Mary Elle, uma menina com lindos cabelos castanho-avermelhados, que vão até a cintura. Ela tem olhos azuis bem claros, e a pele é branca como as nuvens dos dias de verão. Sardas salpicam o seu rosto, e ela tem lábios extremamente vermelhos, apesar de nunca usar maquiagem. Acho que aquilo é natural. E ela sempre usa camisetas com logomarcas de diversas bandas estampadas. E ao lado dela está Sam, e atrás dele, Chandler. Olho para ela, e ela olha para mim. Seus lábios formam um sorriso bondoso. Os cabelos, que normalmente estão muito lisos, hoje formam vários cachinhos. Sorrio de volta. – Enfim, hoje não vamos trabalhar as historias que ensinam nessa montoeira de livros, vamos aprender sobre uma historia diferente. A nossa história... – Ele fala, e todos o encaram. E então, percebo que está escrito “O segredo da Vida” no quadro. – O segredo da vida!

Ele começa a andar pela sala, falando sobre tudo que envolve o segredo da vida. Entregando cartões para todos.

-A vida nos dá varias lições ao longo do tempo, não acham? Se pararem pra pensar, o segredo da vida é vago. Isso não quer dizer que seja indiferente, ou até desnecessário. É porque ele envolve algo muito maior. Lembram-se na semana passada, quando falamos sobre mudança de panos? Vimos que além dos planos, as pessoas também mudam. E ai esta o segredo mais básico da vida; pessoas mudam pessoas. Há muito mais ao redor disso, mas essa é a base. Temos a reação; os sentimentos; desafios; as consequências... – Ele para e olha para nós, ainda faltam duas fileiras para entregar o papelzinho. – Alguém sabe me dizer mais um fator que componha o segredo da vida? – Luke levanta a mão e fala “pessoas”. O professor o encara com uma cara debochada. – Além dos listados, Luke. – Ninguém parece saber responder, então levanto a mão. Essa é uma das únicas aulas que eu realmente gosto.

-Relações....? – Falo, meio em duvida. 

-Que tipo de relações, senhorita Farley? – Ele pergunta, caminhando pela sala e entregando os papeizinhos. Abaixo o olhar, achando que estou errada. – Vamos, continue.. Estamos chegando perto.

-A relação que temos com os outros. A relação consigo mesmo. Ser humano para ser humano... – Falo, e ele pede para que eu continue. – O senhor disse que.. Que; pessoas mudam pessoas. E só podemos mudar pessoas se nos relacionamos com elas.

-Está certo, senhorita. Todos entendem o raciocínio dela?

Apenas Chandler, Mary Elle, Sam e uma menina que senta no lado oposto da sala levantam a mão.

-Ok, vamos do começo. – Ele finalmente chega na nossa fila. Passa por mim, deixando um papelzinho em cima da minha mesa. – Pessoas mudam pessoas. Correto? – Todos assentem. – Vocês entendem que quando digo que a reação é um fator que compõe o segredo da vida? – Poucos fazem que sim. –  Na vida, 10% é o que acontece conosco, e os outros 90% são como reagimos a esses acontecimentos. Certo? – “Certo”. – Sentimentos. Pensem nos sentimentos que vocês tem pelos seus amigos, sua família... Pensem em como se sentem quando os desapontam. Não se esforçam para mudar? – E então, ele volta para o meio da sala. – Está aí; pessoas mudam pessoas. – Ele bate uma palma. – Desafios. São aqueles que fazem a vida ser interessante, e cumpri-los torna a vida significante. O segredo da vida. Quando encontramos algo pelo qual vale a pena lutar não acham que a chance de obter êxito é maior? – Ele fala. – Pensem nisso... As consequências são a soma de todos os listados anteriormente. – Ele se apoia na mesa, para olhar para a sala inteira. – E as relações. Bom, simples. Como vamos descobrir pelo que queremos lutar quando não nos relacionamos com ninguém? – Respiro fundo, porque aquilo tudo realmente fez sentido. – Pessoas mudam pessoas... Pensem nisso, enquanto escrevem nesse cartãozinho, uma palavra que descreva a sua história. Passarei recolhendo em 10 minutos.

E então, olho bem para os cartõezinhos. São post-its. A palavra que escreverei, é mais que obvia para mim. Muitos acham que vai ser algo meio melancólico, por tudo que tenho passado, mas isso seria egoísmo. Tenho pessoas que estão aqui pra mim. Tenho pessoas que estão no Brasil pra mim. Não preciso de mais nada além de amor. Não tenho duvidas sobre qual palavra escrever, é uma palavra simples, porem, com um significado amável. É a palavra que representa o modo de como vejo o mundo. É simplesmente, a minha palavra favorita. Escrevo em uma letra caprichada, a palavra “adorável”.

10 minutos depois...

O professor passa para recolher os post-its.

-Ótimo. Vou colar todos nesse mural, e então vocês vão entender melhor a minha intenção ao fazer isso.

[...]

-Senhor Riggs? – O professor chama. Chandler está dormindo. – Senhor Riggs? – Sam vira para trás e cutuca ele. O mesmo levanta a cabeça e olha ao redor.

-Parece que a noite foi boa, hein, Riggs? – Luke fala, rindo, irônico. – Quem foi dessa vez? 

Olho para Chandler, que faz uma careta e manda aquela criatura irritante calar a boca. Fecho os olhos e respiro fundo, pensando na possibilidade dele realmente ter ficado com alguém no meio da noite. Olho para trás, e os olhos dele encontram os meus, e então se voltam para o chão. Então ele realmente ficou com alguém durante a noite. Minha nossa, eu sou a pessoa mais iludida da face da terra! Uma vontade de chorar passa por mim. Respiro fundo.

-Professor, posso ir até a enfermaria? Estou com dor de cabeça... – Pergunto, e o senhor Finn autoriza. Saio da sala e corro até o banheiro. Lá, deixo as lagrimas correrem, até que uma menina entra no banheiro. Limpo as lagrimas e saio de lá antes que ela fale algo. Quando estou na metade do caminho para a sala, dou de cara com Chandler. Ele segura os meus ombros e olha no fundo dos meus olhos. Me desvencilho das suas mãos e volto para a sala. Sento no meu lugar e volto a prestar atenção no professor. Chandler entra na sala e me encara. Mary Elle me cutuca e entrega uma folha de papel dobrada varias vezes. É a letra do Sam.

“Tudo ok? To aqui se precisar.” Escrevo três pontos de interrogação e passo para ele. Uns 40 segundos depois, Mary Elle me cutuca de novo. Pego o papelzinho sorrindo, meio envergonhada. Ela retribui o sorriso de maneira bondosa. “Você e ele. Não sou cego, Lice. Fala comigo por favor?” Escrevo “Depois” e passo pra ele.

-Pelo amor de Deus, alguém acorda o Riggs por favor? – Senhor Finn pede.

Alguém taca uma borracha em Chandler, que se sobressalta. Todos começam a rir, menos eu, Sam, e Mary Elle. O encaro com desdém.

-Senhor Riggs, por favor, se concentre. – Senhor Finn pede.

-Desculpe...

Todos viram para frente e voltam a prestar atenção no professor. Apoio as costas na parede.

-Cara.. O que foi isso? – Sam sussurra. Ou tenta sussurrar, porque consigo ouvir direitinho.

-Eu não dormi nada hoje. Por causa... Você sabe... Dela. – Os dois olham para mim, e depois voltam a conversar. Dou de ombros e viro pra frente.

11:01 a.m.

Guardo as minhas coisas e levanto. Sam corre até mim. Vou até o armário, ignorando-o.

-Alice, olha pra mim. – Ele fala. Enfio as coisas que não preciso no armário e pego a bolsa com a roupa da educação física. – O que tá rolando? – Saio andando. Ele corre atrás. – O que aconteceu entre você e o Chandler?

Paro no momento em que ele faz essa pergunta. Viro para ele.

-Uma hora você ia precisar falar com alguém. E garotos tem um ponto de vista um pouco mais extenso quando se trata de outros garotos, porque , todos pensamos de maneira diferente, porem parecida. Pode falar comigo, por favor?

-Nada aconteceu, Sam. É sério. Eu só estou confusa, com algumas.... Coisas. 

-Eu te conheço. E conheço o Chandler melhor ainda. Não podem esconder isso pra sempre. – Ele fala. – Você não pode esconder pra sempre. – Desvio o olhar, e ele dá um passo na minha direção, e levanta o meu rosto fazendo com que eu o olhe nos olhos. – Tarde demais. Eu notei. Vocês dois tem agido de maneira muito estranha. A coincidência mais bizarra, é que vocês começaram a agir de maneira estranha a partir do mesmo dia. Por quê?

-Como você disse, Sam. É só uma coincidência. Nada aconteceu entre eu e o Chandler.

Atravesso a porta do banheiro feminino, e ele bufa.

-Essa é definitivamente a pior maneira de fugir dos problemas. – Ele fala. Olho pra ele.

-Não estou fugindo de nada, preciso vestir o uniforme de educação física. – Dito isso, entro no banheiro. Troco de roupa, prendo o meu cabelo e saio. Sam vem atrás de mim.

-Vai me explicar o que está acontecendo ou não?

Atravesso a porta do ginásio e ele vem atrás. Deixo as minhas coisas na arquibancada, e pego aqueles suportes, que me parecem mais daquelas estantes de biblioteca, cheios de bolas de basquete e arrasto até a cesta. Sam vem atrás de mim. Observo o gramado do lado de fora do ginásio, cheio de jogadores de futebol americano. Estão todos treinando. Ouço um barulho vindo da porta. Chandler entra na quadra como um raio e sobe até a ultima arquibancada. Lá, ele coloca o capuz e deita a cabeça na mochila. Começo a jogar as bolas diretamente no quadrado pintado no meio da cesta, acertando certinho todos os arremessos. Sam pega as bolas e as joga pra mim.

-Dá pra me explicar agora?............................. Alice!

-Não tem nada de errado comigo, Elica! – Grito. – É só que.. Garotos são confusos demais. Vocês são bipolares demais e... Eu estou prestes a jogar lâmpadas nas pessoas que precisam demonstrar a PORRA DO SENTIMENTO! – Grito a ultima parte para Chandler ouvir em alto e bom tom. – Porque quando vocês não se expressam eu não sei o que fazer. Não sei se devo deixar de lado e abrir mão, ou se eu devo seguir em frente... – Falo, quase irrompendo em lagrimas. – Eu não sei o que esta acontecendo, ou por que está acontecendo. Não sei se estou fazendo certo ou errado. Eu estou sem saída, Sammy! Não sei o que fazer... Vocês garotos me confundem! Parem de ser TÃO fechados! – Nisso, caio de joelhos no chão e começo a chorar. Sam vem até mim e senta ao meu lado. Caio para o lado e choro descontroladamente.

18:50 p.m.

Estou no jardim, sentada na espreguiçadeira da piscina, lendo o meu belíssimo livro, que já passou da metade. Sinceramente, estou ficando preocupada com o quão rápido estou lendo ultimamente. Começo a pensar sobre o que falei para o Sam hoje. E sobre a garota que o Chandler supostamente ficou ontem a noite. Isso me deixa nervosa. Mas talvez seja um sinal, pra eu parar de ser iludida. Saio dos meus pensamentos quando...

-BU! – Dou um berro tão alto que Atlanta inteira deve ter escutado. Viro para trás irritada. 

-Nunca mais faça isso! – Grito, levantando e dando um tapa no braço dele. Ele cai na gargalhada.

-Desculpe...

-O... O que você quer, Chandler?

-Você sabe por que eu não dormi ontem né?

-Garota....?

-Sim...

-Brianna....?

-Não! Olha...

-Chandler, eu não ligo pra isso. Se você ficou com uma garota ou não ficou, que diferença isso faz? Somos amigos. Não tenho autoridade nenhuma sobre você. Se está fazendo isso porque está se sentido culpado por algum motivo. Não tem motivo. Portanto, não precisa se explicar...

-Lice.. – Ele começa. (Liguem a música “The Power of Love” da Gabrielle Aplin)

-Não, Chandler. Olha, se você está bem assim, então está ótimo pra mim. E, sim, eu gosto de você, e, sim, eu só quero você feliz. E se você estiver feliz com essa garota, seja lá quem for, então ta ótimo. Isso dói pra caramba em mim, porque estou deixando o garoto pelo qual sou apaixonada, ir. Pra deixa-lo ser feliz. Mas, se você for olhar bem, lá no fundo, não tem diferença, porque a única coisa que me importa é a sua felicidade. E eu não estou mentindo. Sabe por quê? Porque eu não minto. Porque estou cansada de mentiras. Eu odeio mentiras. Estou cansada de segredos. Mas principalmente, estou cansada de gostar de um garoto que não liga pra mim. Você entende? Então, talvez eu esteja mesmo apaixonada por você. Mas isso não importa mais, porque tem a outra garota. – Falo tudo isso, enquanto ele não entende nada. Obvio, falei tudo em português. Respiro fundo.

-Bom... Tenho a vaga impressão de que você me xingou bastante. – Ele ri fraco. Nego.

-O que eu quero dizer, é que... – Respiro fundo. – Sem ressentimentos. Pra provar isso, vou te dar um abraço super hiper mega fodástico. – Falo, abrindo os braços. Ele ri e me abraça. Quando nos separamos, ele pega o meu queixo e o levanta. Ele está me provocando, que bonitinho. Ele olha nos meus olhos. Tá bom, Chandler. Você que pediu. Agarro a cintura dele e o puxo para perto. Nesse espaço de tempo, mordo o lábio inferior, e tiro a carteira dele do seu bolso. Quando ele se aproxima mais, me afasto um pouco, e mostro que peguei a carteira dele e saio correndo. Ele sai correndo atrás de mim. Começo a rir da situação, assim como ele. Damos varias voltas no quintal, até que ele agarra a minha cintura e me abraça por trás. Suas mãos vão parar no meu quadril e ele me vira, fazendo com que olhe nos seus olhos.

-Provocar homem é pecado. – Ele sussurra no meu ouvido, causando arrepios.

-Provocar mulher é pedir pra ser provocado. – Falo, dando uma risada.

-Provocar homem é pedir pra ser beijada. – É, dito e feito. Ele me beija. DE NOVO! Alice, o que tem de errado com você?!

Quando nos separamos, olho para ele, e ele olha pra mim. Abaixo o olhar e passo a mão no cabelo. Murmuramos um “desculpa” ao mesmo tempo. Saio, e subo correndo para o meu quarto. Deus amado, o que está acontecendo? Pego o meu celular e ligo para Katelyn.

-Oi, loira! E aí?

-Ta ocupada?

-Não... Só estou deitada em casa, olhando pro teto...

-Tem como você vir aqui? Tipo.. Agora?

-Claro! Chego aí em vinte minutos.

-Valeu, beijos..

Desligo o telefone e fico olhando a janela. Alguém taca alguma coisa na varanda. Caminho até lá, e pego. É um papel enrolado numa pedra. Olho ao redor, mas não tem ninguém. Desenrolo o papel. É uma reportagem, e tem algumas palavras sublinhadas com canetinha vermelha. A manchete inteira está sublinhada. Garota de 16 anos é assassinada” Deus. “Na segunda-feira (24/05/14) a adolescente Barbara Devries desapareceu, e, três dias depois, nesta quinta feira (27/05) foi encontrada morta no meio de um matagal próximo a uma fazenda em Gaffney, que é uma pequena cidade conhecida por ter sido aterrorizada por um serial killer em 2009, que matou seis mulheres e um homem. Logicamente, não foi o mesmo homem, pois este está morto. A policia está investigando o caso.” Largo a folha em cima da cama. Isso foi definitivamente bizarro. Enfio a pedra e o papel na gaveta do criado-mudo quando ouço a voz de Katelyn lá embaixo. Abro a porta do quarto quando ela está prestes a bater. Puxo-a para dentro.

-Oi...? – Ela cumprimenta, confusa com o meu ato repentino.

-Eu vou enlouquecer. Eu não entendo ele. Não sei o que fazer Kat, me ajuda!

-O que? Quem?

-O Chandler! – Exclamo baixinho, com medo dele escutar.

-O que ele fez?

-Primeiro, ele chega todo fodido em casa. E depois, me beija. No dia seguinte, fala que não devia ter me beijado. E então, supostamente, fica com outra garota durante a noite inteira.... – Faço uma pausa. – E parece que foi bom, porque ele dormiu durante a aula de historia inteira. E então, hoje ele me beijou de novo. É difícil gostar de alguém quando esse alguém é confuso assim...

-Então você gosta dele?

-Dã.. É claro que eu gosto dele. Seria mais impressionante se eu não gostasse dele.

-Alice, você é muito lerda, filha. É claro que ele gosta de você também. Só que ele é um garoto. Garotos são orgulhosos, e confusos, e complicados. Mas, você precisa falar com ele. Você acha que ele ficou com uma garota durante a noite inteira? Pois eu acho que ele ficou pensando em você.

-Como você tem tanta certeza?

P.O.V. Katelyn

-Intuição. – Dou de ombros. Óbvio que não é intuição. Eu to servindo de conselheira pra esses dois lerdos e orgulhosos desde a primeira vez que eles se beijaram. Mas, poxa, tá difícil. Eu to tendo que jogar um verde por eles.

-Você acha que ele gosta de mim?

P.O.V. Alice

-Sim, Alice. Ele gosta de você.

Eu ia falar alguma coisa, e contradize-la, mas sou interrompida pela porta sendo aberta.

-Quem gosta de quem? – Chandler pergunta, entrando no meu quarto.

-Ninguém. – Corto o assunto. – Enfim, tem uma coisa que eu quero mostrar pra vocês dois. – Tiro da gaveta a porta e a folha de papel. Chandler senta ao lado da Katelyn, que está de frente pra mim. Lhes entrego o papel. Os dois leem com atenção.

-Lice, você não acha que pode ser aquele cara né? O cara que provocou tudo isso.... Ou acha? – Chandler pergunta, ainda com os olhos no papel.

-Eu não sei.

-Você acha que é o mesmo cara? – Katelyn pergunta, abaixando a folha e deixando-a sobre a cama. Ela olha para ele. – O mesmo?

-Você não acha que é o mesmo? – Chandler olha para ela.

-O que você quer dizer com isso? – Pergunto, confusa.

-E se... E se isso envolver uma coisa muito maior? – Ela olha para mim, e depois para Chandler. – E se não for só um cara, e sim muitos caras?

-Eu nunca parei para pensar nisso... – Falo.

Chandler pega a folha e olha a parte de trás. Fica encarando por uns segundos, tentando entender seja lá o que esteja escrito, até que desiste e entrega para mim.

-Alice, o que tá escrito no verso?


Notas Finais


Roupa da Alice:http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_447/set?id=219320005
Até quinta que vem amoress, e feliz páscoaa!❤❤


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