História Stories - Melhor Amigo

Desci as escadas e me joguei ao lado do meu melhor amigo, sorrindo e deitando minha cabeça no seu colo.

— O que vamos fazer? — Questionei, mordendo os lábios e olhando para a TV, que estava passando um programa aleatório qualquer.

— O que você quer fazer, huh? — Revirei os olhos e virei minha cabeça na direção do rosto dele, vendo que ele me observava atentamente enquanto fazia carinho no meu cabelo.

— Não responda minha pergunta com outra pergunta, idiota. Se eu soubesse o que fazer, não perguntaria. — Expliquei, dando de ombros.

— S/A, você anda muito grossa esses tempos. — Zombou, apertando meu nariz e rindo.

— Para com isso! — Reclamei, irritada. — É sério. Eu não sou muito boa com programas de amigos.

— Então… — Ele pareceu pensar um pouco, colocando a mão que não estava na minha cabeça, no seu queixo. — O que acha de assistirmos séries? — Seus olhos se fixaram nos meus, esperançosos. Ele amava séries.

— Não quero.

— Um filme?

— Talvez. Qual? — Voltei a olhar para a TV.

— Esquadrão suicida?

— Ah, não. Outro.

— Velozes e Furiosos 8?

— Também não. — Suspirei, quase desistindo de escolher alguma coisa pra fazer.

— E um soco, você quer? — Brincou, me fazendo olhá-lo e rir. — Você é muito chata, S/A. Desisto de tentar assistir alguma coisa com você. — Disse, revirando os olhos e relaxando no sofá.

— Não sou chata. — Me defendi, vendo seu olhar de descrédito em minha direção. — Só sou exigente.

— Aham. — Ele pegou o controle e colocou em uma série médica que eu não sabia o nome. — Já que você não sabe o que quer assistir, eu sei. Vamos assistir Chicago Med.

— Eu poderia retrucar, mas não tenho nada melhor em mente, então… — Suspirei, olhando para a TV e tentando entender por que a mulher estava chorando com uma criancinha no colo. — Por que ela tá chorando? — Questionei sem tirar os olhos da tela.

— Por que a mãe da menina morreu. — Ele explicou.

— Morreu? De quê? — Perguntei.

— Ela sofreu um acidente de carro, S/A.

— Mas e essa mulher aí? Ela também vai morrer?

— S/N, pelo amor de Deus, dá pra você calar essa boca e prestar atenção na história?! Ninguém merece. — Ele se irritou, causando meu riso. Pensei em continuar minhas perguntas, mas sabia que iria irritá-lo mais e ele irritado não era a melhor coisa do mundo.

Ficamos assistindo aquela série por umas 3 horas, comigo deitada no colo dele e ele fazendo cafuné em meus cabelos. S/E era o melhor tipo de amigo que alguém poderia querer. Trazia doces quando eu estava irritada, me consolava quando eu estava frustrada e me divertia quando eu estava triste. Não fazia a mínima ideia do que seria de mim sem ele. Ah, e devo lembrar que ele também é muito bonito. Muito. E eu sou completamente apaixonada por ele.

Han, o quê? Isso mesmo. Eu sou apaixonada pelo meu melhor amigo. Triste? Talvez.

— S/A? — Ele me chamou, parando seu carinho no meu cabelo. — Tinha uma coisa pra falar com você mais cedo, mas esqueci e só lembrei agora.

Sentei-me no sofá e suspirei, olhando na direção dele com uma expressão curiosa.

— Sou toda ouvidos, querido.

Ele coçou a nuca. Parecia nervoso ou envergonhado com o que falaria. Aquilo me deixou mais curiosa do que antes.

— Anda, vai, fala. — O incentivei, sorrindo minimamente. — Eu estava brincando quando disse que era toda ouvidos então, agiliza. — Brinquei, ouvindo sua risada nervosa.

— Então… — ele começou. — Ah, eu queria falar pra você me ajudar em uma coisa. — Ele olhou em meus olhos fazendo meu corpo inteiro estremecer. Não crie esperanças falsas, S/N, por favor.

— Ajudar no quê, exatamente? — Perguntei, disfarçando meu nervosismo e desviando meu olhar do dele por alguns instantes.

— Bom, é que eu tô gostando de uma garota. — Ele deu uma pausa, pensando se continuaria ou se pararia por ali. — Ela é incrível.

— Ahn, ok… — Murmurei, estranhando aquela conversa. — E por que você está tão nervoso pra me contar isso?

— Ah, é que é difícil contar isso pra você. — Soltou uma risada fraca, fazendo-me prender o ar por alguns instantes. Céus, não podia ser! — Você é minha melhor amiga e…

— Desembucha, baby. Vai logo. — Ri fraco, ansiosa pra saber quem era a garota.

— Tá, tudo bem. — Ele riu. — Ahn… É, você… — Meu coração parou por milésimos de segundo com esse pequeno incidente de palavras. — Você não vai ficar com raiva?

— Para de enrolar, anda. Fala. — Bufei irritada e revirei os olhos.

— É a Victoria.

Três.

Dois.

Um.

…

Eu juro que ouvi meu coração fazer essa contagem e parar de bater. Antes tivesse parado.

Victoria... Victoria era minha melhor amiga. Ele se apaixonou pela Victoria, não por mim.

— S/A, você está bem? — Pisquei algumas vezes e vi sua expressão preocupada na minha direção. Apenas assenti, ainda perplexa. — Tem certeza?

— Ahn, claro. — Sorri forçadamente, me levantando e ajeitando minha camisa.

— O que achou? — Perguntou, apreensivo.

— Acho que vocês combinam. Vão dar certo juntos. — Sorri novamente, passando a língua pelos lábios e olhando para a cozinha. — Eu vou pegar um pouco de água, esse episódio me deu sede. — Aprende a mentir melhor, S/A, por favor.

Girei meus calcanhares e fui em direção à cozinha, revisando tudo que ele tinha dito. Ah, é claro que era ela.

— S/A? — Ele me chamou, porém não dei ouvidos. — S/A? — Ele segurou em meu pulso, me fazendo parar de caminhar rapidamente. — Sabe o que também combina comigo? — Ele deu mais uma pequena pausa. — Você.

— O-o quê? — Perguntei, o olhando e vendo seu sorrisinho de canto.

— Você é muito idiota, sabia?

— O quê? Mas o que… — Ele me interrompeu.

Me interrompeu com os seus lábios nos meus.

E, céus, eu nunca poderia imaginar que seria tão bom.