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História Storybrooke - Capítulo 89 - Agora São Apenas Lembranças


Escrita por: 1AquarianaDoida

Notas do Autor


Quem está comemorando um ano? Sim, essa história! Aqui nessa plataforma, eu demorei alguns para começar a postar, então estou levando a primeira postagem da história na outra plataforma... Coincidência ou não, Storybrooke é aquariana kkk Exatamente a um ano atrás eu postei o primeiro capítulo de Storybrooke O.O Depois de 365 dias e 89 capítulos a história continua, queria ter chegado aos 100 capítulos nessa ano, mas não foi possível... Confesso que quando postei não achei que ela tomaria toda essa dimensão, mas fico imensamente feliz por isso. Eu tinha uma outra ideia inicialmente, mas que no decorrer da escrita foi se modificando e o resultado é o que temos hoje! Ainda não sei quantos mais capítulos teremos, só sei que ainda tenho muitas coisas para escrever!

Quero agradecer imensamente a todos que contribuíram com a história, seja em um comentário, em um favoritou, ou mesmo estão acompanhando dentro e fora da moita! Cada um de vocês me ajudou na construção da história e sou muito grata por isso! Gostaria de presenteá-los com capítulo duplo ou mesmo triplo, mas infelizmente eu mal estou tendo tempo ultimamente para escrever apenas um capítulo, mas cada capítulo é criado com muito carinho para vocês! As vezes quando estou escrevendo fico imaginando as reações de vocês durante as cenas.

Só lembrando que ideias e sugestões de nomes assim como dicas para os capítulos sempre serão bem-vindas. Críticas positivas também. Sei que estou em débito com o pessoal que já sugeriu nomes para os capítulos anteriores, mas não se preocupem, eu anotei todas as sugestões e assim que sobrar um tempinho a mais eu atualizo os nomes!!

Boa leitura e preparem o lenço de novo!! 😀

Capítulo 89 - Capítulo 89 - Agora São Apenas Lembranças


Prezados senhor e senhora Swan!

Não tenho o hábito de escrever cartas aos pais adotivos, mas nesse caso eu não poderia me calar.

Vou ser sincero! Em minhas mãos passam muitos casos de adoções! Então imaginem a minha surpresa ao ver pela quarta vez os papéis de adoção de uma mesma menina: Emma.

Mas as outras três vezes anteriores eu nem havia terminado de verificar toda a documentação, entrevistas e relatórios dos agentes, quando os mesmos chegavam até mim, me dizendo que o casal que queria adotá-la havia desistido. Sinceramente para mim isso é uma das maiores crueldades que um ser humano pode fazer ao outro. Dar esperança a alguém e depois arrancar essa mesma esperança sem piedade ou compaixão. É isso que esses três casais anteriores fizeram com essa pequena criança.

Do fundo do meu coração espero que vocês realmente tenham a intenção de amar essa criança como ela merece. Que vocês deem a Emma, a família que merece e todas as outras oportunidades que lhe fora negada por puro egoísmo pelos casais anteriores.

Que vocês a recebam de abraços e corações abertos. Pois não há uma melhor forma de se retribuir o bem do que fazendo o bem. Amar e ser amado. Em sua pequena vida Emma já sofreu muitas desilusões e eu quero acreditar que vocês serão os melhores pais para essa menina. Que estarão sempre ao seu lado, não importando a situação em que se encontrarem.

Pois é como sempre digo quando vou homologar a guarda em definitivo de uma criança aos seus novos pais: Uma família não é feita somente através dos laços de sangue. Uma família é feita por quem o coração escolhe. As almas se atraem e se encontram! Uma família é unida pelo inquebrável laço do amor! E desejo que em sua família tenha muito amor!

Um filho em nossa vida sempre é uma benção! Não importa se ele é de sangue ou do coração. Uma vez eu li um artigo muito bom sobre adoções e uma frase me marcou bastante, e desde então a uso sempre em meus vereditos:

“Para adotar uma criança antes de tudo é preciso preparar o coração, pois é verdade: ele será filho do nosso coração!”

Se você quer mudar o mundo comece a mudar o seu próprio mundo. E se você puder mudar o mundo de alguém se sinta bem-vindo. Traga a alegria e o amor para o mundo de quem precisa. Eu espero que vocês façam florescer novamente a esperança no mundo de Emma.

Desejo a vocês dois, não, a vocês três toda a sorte do mundo nesse novo ciclo que se inicia em suas vidas. Desejo muito amor e que ele seja forte o suficiente para enfrentarem todas as situações que aparecerem nesta nova jornada.

Termino essa carta com outra frase daquele mesmo artigo “Adotar é acreditar que a história é mais forte que a hereditariedade, que o amor é mais forte que o destino!” Que a sua história e seu amor sejam fortes o bastante para vencerem!

Emma limpou as lágrimas que desceram por seu rosto, enquanto lia a carta Ai que ontem e hoje está sendo uma montanha russa de emoções! Muitas memórias de sua infância percorreram sua mente. Momentos felizes e também alguns momentos tristes – Eu estou sem palavras... – murmurou terminando de limpar os vestígios de lágrimas do rosto Apenas sei sentir no momento!

- Esse juiz ele tem uma sensibilidade muito grande. – comentou Regina também limpando as lágrimas que haviam descido por seu rosto Suas palavras são muito emotivas! – Eu tenho certeza que todas as adoções que ele concedeu, cada criança foi e continua sendo muito feliz até hoje. – olhou com um imenso sorriso aberto para sua esposa Assim como você!

- Ah morena, eu posso garantir que apesar do que passei no orfanato, eu fui muito feliz ao lado dos meus pais, e claro que hoje sou muito mais feliz ainda, pois estou construindo a minha família ao seu lado. – sorriu ao se inclinar e depositar um beijo casto nos lábios de sua esposa – Eu te amo. – sussurrou assim que terminou o beijo Como te amo morena!

- Eu também te amo, meu amor. – se declarou Regina fazendo carinho no rosto de sua amada, com as pontas de seus dedos Que não tenho palavras para descrever!

Com um sorriso Emma se virou para colocar a carta sobre a mesinha ao lado da cama, então sentiu os braços de sua esposa a abraçando por trás – O que foi, morena?

- Hoje sou eu que quero te abraçar. – respondeu a advogada dando um beijo no pescoço alvo Hoje quero ser a pessoa a abraçar por trás! – Você deixa? – perguntou e sua resposta veio imediatamente. Emma se aconchegou melhor dentro do abraço, soltando um suspiro de contentamento Claro que deixo! Regina sorriu mais ainda, se ajeitou melhor atrás de sua esposa a abraçando carinhosamente. Não demorou muito para elas caírem no sono.

- Emma! Venha! – chamou Ingrid – Hora de tomar banho. – sorriu ao ver a menina correndo em sua direção, parando a poucos centímetros de distância.

- Ah eu queria brincar mais um pouco. Estava tão divertido. – disse Emma esbaforida olhando para a mulher mais velha.

O sorriso dos lábios de Ingrid ainda continuava ali – Depois que tomarmos banho e jantarmos, você poderá brincar até a hora de ir dormir. – explicou a loira – Então depois cama que amanhã tem aula.

- Então eu posso chamar a Rubs para brincar aqui comigo depois do jantar? – pediu Emma fazendo olhos pidões.

- Hoje não. – respondeu mais uma vez e logo acrescentou ao ver a filha ficar triste – Mas amanhã você pode, inclusive se ela quiser ficar para dormir também pode.

- Oba! – comemorou a menina – Então a amanhã eu chamo a Rubs.

- Muito bem, então entre e vamos para o banho. – falou dando passagem para a filha entrar – O que foi? – perguntou quando viu a menina parar no meio do caminho para o banheiro.

- Eu vou tomar banho sozinha? – perguntou Emma receosa, olhando para algo muito importante no chão.

Ingrid se abaixou para ficar na altura da menina – Por que perguntou?

- Lá no orfanato com a minha idade a gente começa a tomar banho sozinha. – respondeu Emma ainda olhando para o chão.

Ingrid ficou alguns segundos pensativa – Eu posso te dar banho hoje? – perguntou e imediatamente Emma levantou a cabeça e seus olhos brilhavam em agradecimento. Sem pensar duas vezes ela assentiu com a cabeça – Ótimo! Hoje e em todos os dias eu irei dar banho em você... – então seus próprios olhos se arregalaram com a possibilidade – E vamos cantar na hora do banho.

- Cantar? – perguntou confusa.

- Sim. – pegou a mão da filha e foram para o banheiro Uma vez ali dentro Ingrid ajudou a filha a tirar a roupa e abrindo o chuveiro. Primeiro Ingrid lavou os cabelos de Emma com todo carinho. Vez ou outra Emma soltava algum suspiro de satisfação – Bom, o cabelo já está limpo, agora vamos lavar o corpo e começar a cantoria.

- Achei que você não estava falando sério sobre cantar. – comentou a menina a olhando curiosa.

- Eu estava falando muito sério sobre a cantoria. – respondeu Ingrid pegando a esponja e o sabonete.

- Mas eu não sei cantar. – Emma falou desanimada.

- Não tem problema, minha filha. – a mulher mais velha sorriu abertamente – Nos próximos banhos eu posso cantar novamente até você aprender e cantar junto comigo, o que acha?

- De você me dando banho sempre? – perguntou otimista.

- Também. – riu do jeito da filha.

- Eu vou adorar. – disse Emma com um sorriso aberto.

- Então chega de enrolação e vamos cantar. – disse Ingrid começando a passar a esponja sobre a pele da filha para limpá-la - Tchau preguiça... Tchau sujeira... Adeus cheirinho de suor... Oh... – a mulher mais velha ia cantando quanto ia ensaboando Emma, que somente ria – Lava lava lava... Lava lava lava.. Uma orelha uma orelha... Outra orelha outra orelha... – cantarolava enquanto fazia o que a música falava, tirando mais risadas da filha que estava adorando a nova forma de tomar banho – Lava lava lava lava... Lava a testa, a bochecha... – Ingrid foi ensaboando o rosto da filha – Lava o queixo... – passou sabão no queixo de Emma e notou a pequena covinha ali – Lava a coxa... E lava até... – Ingrid desceu mão até o chão e puxou devagar o pé de Emma que ria sem parar – Meu pé... Meu querido pé...  – usou o pé da menina como microfone – Que me aguenta o dia inteiro... Oh Oh... – devolveu e pegou o outro fazendo a mesma coisa, por fim fez uma leve cócegas da barriga da filha, que ria feliz com tudo aquilo – E o meu nariz... – passou a mão ensaboada no nariz – Meu pescoço... Meu tórax... – ia lavando o corpo da filha que continuava rindo sem parar – O meu bumbum... – lavou também – E também o fazedor de xixi... Oh... – as duas loiras riam. Ingrid terminou de enxaguar todo o corpo da filha e atirou debaixo do chuveiro. Pegou a grande toalha macia e envolveu sua filha nela - Hum... Ainda não acabou não... – começou a enxugar a filha na toalha – Vem cá vem... vem... Uma enxugadinha aqui... – enxugou todo o corpo – Uma coçadinha ali... – brincou que estava coçando algo. Emma somente ria achando graça de tudo – Faz a volta e põe a roupa de paxá... Ahh! – quando terminou de enxugá-la, começou a vesti-la, mas não parou sua cantoria enquanto penteava os cabelos juntamente com o secador acionado - Banho é bom... Banho é bom... Banho é muito bom... Agora acabou! – terminou a música assim que desligou o secador e dava os últimos retoques no cabelo seco da filha – Então o que achou da cantoria?

- Eu adorei. – respondeu Emma imediatamente – A gente vai poder fazer de novo?

- Quantas vezes você quiser, minha filha. – disse Ingrid dando um beijo nos cabelos loiros – Agora vá para seu quarto brincar que vou terminar o jantar. Portando um imenso sorriso Emma saiu em disparada para seu quarto deixando Ingrid ali com seu sorriso aberto.

-SQ-

 - Rubs! – chamou Emma correndo na direção de sua amiga que apenas a olhou – Chegou Rubs! Olha aqui! – mostrou as duas cartas em suas mãos – As cartas da universidade chegaram.

- Então dá aqui Loirão! – pediu Ruby abrindo um sorriso – Vamos ver quem nos aceitou.

- Toma! – entregou a carta de Ruby e imediatamente abriu a sua. Passou os olhos pelas palavras até finalmente chegar aonde queira. Esses mesmo olhos se arregalaram – Eles me aceitaram Rubs! – disse eufórica.

- Eu também, Ems! – disse Ruby comemorando ao terminar de ler a carta – Leia a sua carta primeiro, Loirão.

- Tudo bem, depois você lerá a sua. – disse Emma com um sorriso radiante – Prezada senhorita Emma Swan. Depois de analisarmos todo o seu histórico escolar, juntamente com sua carta de recomendação, além do teste feito pela senhorita. É com muito orgulho que lhe comunicamos que você foi aceita no curso de administração da Universidade de Nova Iorque. Estaremos lhe esperando ansiosamente no começo do ano letivo... – Emma interrompeu a leitura. Como se possível seus sorriso estava maior ainda – Eu vou para Nova Iorque. – disse feliz. Ruby também tinha um imenso sorriso – E você? Leia a sua carta.

- Ai Loirão, era para lá que você queria ir, não? – perguntou a morena e Emma apenas assentiu – Fico muito feliz. Bom, vou ler a minha carta... Prezada Senhorita Ruby Lucas. Bla bla bla... – brincou ao pular toda aquela introdução – É com muito orgulho que lhe comunicamos que você foi aceita no curso de medicina veterinária da Universidade do Maine. – parou de ler – Ah isso é injusto, você vai para mais longe que eu. – brincou.

- Ah não reclama Rubs, pelo menos alguém te aceitou. – brincou Emma. As duas adolescentes estavam radiantes diante das notícias recebidas – Ai não vejo a hora de contar para meus pais. – comentou Emma e como se tivesse combinado a avó de Ruby apareceu a procurando.

- Emma! Emma! – Ainda bem que te encontrei. – disse Eugenia esbaforida.

- Bah, o que aconteceu? – perguntou a loira preocupada.

- Sua mãe, minha menina. – respondeu Eugenia – Ela passou mal e seu pai acabou de levá-la para o hospital. Vá imediatamente. – pediu a mulher mais velha. Sem pensar em nada Emma entrou em sua casa apenas para pegar a chave de seu fusca e saiu na direção do veículo amarelo – Vá junto Ruby. – pediu olhando para a neta que assentiu e saiu em disparada atrás da amiga.

Assim que chegou ao hospital Emma viu seu pai de joelho chorando feito uma criança – Pai? – disse ao se aproximar e se ajoelhar junto a ele. Sabia que algo grave havia acontecido. George apenas ergueu o rosto para olhar para sua filha, enquanto lágrimas continuavam descendo por suas bochechas – O que houve? – perguntou em fio de voz.

- Sua... Sua mãe... – ele começou a responder entre soluços – Passou mal e a trouxe... A trouxe correndo... – mais soluços – Para cá... – lágrimas desciam por seu rosto – Ela teve um ataque cardíaco e os médicos tentaram reanimá-la, mas tiveram sucesso... – soluços misturados com as lágrimas – Ela morreu.

Aquilo caiu como uma bomba sobre Emma. Ruby colocou a mão sobre sua boca em um claro espanto com a notícia. Os olhos verdes de Emma se encheram de lágrimas no segundo seguinte. Ali junto ao seu pai ela desabou em um pranto dolorido.

A loira tinha o sono inquieto. Movimentando-se sem parar na cama enquanto murmurava palavras desconexas e incompreensivas. Aquilo tudo fez Regina acordar de seu sono e olhar para sua esposa. Imediatamente a morena acendeu a luz do abajur do seu lado e se virou para sua esposa – Emma... – chamou baixinho. Como não obteve resposta abraçou fortemente sua loira – Sshh é apenas um pesadelo, minha loira. – tentou confortar enquanto Emma parecia ter sentido a presença de sua esposa e se aquietado um pouco.

Emma olhava fixamente uma foto sua e de sua mãe. Ela gostava daquela foto. Aquela foto havia sido tirada na casinha da árvore, Ingrid estava sentada no chão da casinha com Emma entre suas pernas. A mulher mais velha havia abraçado sua filha e as duas sorriam olhando uma para outra. A loira estava deitada em sua cama fazia alguns dias. Desde que havia voltado do hospital junto a seu pai, ela entrou em seu quarto e não saiu mais dali. Lágrimas ainda desciam por sua bochecha. Ao lado do porta-retrato a carta de aceitação na universidade. Com tudo aquilo que havia acontecido ela não teve coragem em dizer ao seu pai que havia sido aceita na universidade. Hoje era o enterro de sua mãe. Ela havia ouvido George e Henry conversarem. Mesmo assim ela não tinha coragem de ir ver sua mãe uma última vez. Em um ato de desespero, Emma se levantou, colocou uma roupa qualquer, vestiu suas botas e saiu de seu quarto.

- Loirão! – chamou Ruby ao ver sua amiga correr na direção do estábulo. A morena estava indo até a casa da amiga para conversar com ela, mesmo que fosse somente através da porta, como havia sido esses dias todos. Tentaria convencê-la a ir ao enterro de sua mãe, mas pelo visto seus planos foram por água abaixo sem mesmo ter a oportunidade em colocá-los em prática. Quando finalmente chegou ao estábulo deu de cara com Emma montada em um cavalo, saindo em disparada para área da fazenda que continha apenas árvores e muito verde – Droga Emma! – esbravejou Ruby frustrada. A morena deu meia volta e voltou pelo caminho que veio para avisar que Emma não iria comparecer ao enterro da mãe.

Emma entrou em sua casa era noite do dia seguinte. A sala parcialmente escura, sendo apenas iluminada pela luz da lua que entrava pela janela – Que bom que está em casa, minha filha. – disse George ao acender um pequeno abajur ao lado de sua poltrona.

- Ai pai... – foi apenas o que Emma conseguiu fazer. Seus olhos inchados pelo choro constante desses dias. Imediatamente ela se jogou aos pés de seu pai e escondeu o rosto em suas pernas, deixando o choro sair mais uma vez – Desculpa por não aparecer ao enterro, mas eu não consegui ir. – veio a voz abafada pelo choro e pelas pernas do homem.

Os olhos de George se suavizaram enquanto sua mão fazia carinho nos cabelos loiros da filha – Ah minha filha... – foi o que conseguiu e ali se deixou cair em outro pranto, agora de alívio por ter sua filha de volta em casa – Vamos fazer o seguinte... – quebrou o silêncio depois de alguns minutos – Vais tomar um banho e me encontre na cozinha que vou fazer chocolate quente para nós. O que acha?

Emma levantou o seu rosto e apenas abriu um pequeno sorriso, mas assentiu com a cabeça e se levantando caminhou na direção do banho. Ali Emma reviveu todas as lembranças dos banhos que Ingrid lhe deu quando criança.

- Aqui. – seu pai lhe entregou uma enorme caneca com chocolate quente, com chantilly e uma pitada de canela em pó por cima, ao vê-la entrar na cozinha muitos minutos depois.

- Obrigada! – agradeceu ao mesmo tempo em que recebia a caneca e se sentava no banquinho apoiando seus braços no balcão.

- Eu estou feliz que você esteja de volta em casa, minha filha. – comentou George quebrando o silêncio que havia se instaurado ali por alguns minutos – Você me deixou preocupado.

- Eu sei... Me desculpe, pai. – se desculpou a loira após um grande gole da bebida em suas mãos – Eu sei que não deveria ter te abandonado nessa hora, mas eu não tive coragem de encarar nada a minha frente. – pequenas lágrimas corriam por sua bochecha novamente – Eu sei que foi a hora que você mais precisou de mim e eu estive ausente... – soltou um soluço – Eu não soube como lidar com a situação, e pensei que fugindo eu conseguiria, sei lá, fugir de tudo, mas quando voltei o problema continuava bem ali a minha frente.

- Ah minha filha, eu não estou lhe cobrando nada... Sei que essa situação é dura para você também... – comentou George ao ver a dor e tristeza em sua menina – Ninguém nunca está preparado para encarar a morte de um ente querido, e cada um reage de um jeito... – tomou um gole de sua bebida também – Mas estou feliz que esteja em casa novamente. – sorriu, fazendo Emma sorrir antes de tomar outro gole de sua bebida.

- Eu também. – comentou Emma ao saborear a sua bebida preferida.

George soltou um suspiro – Por que você não me disse? – perguntou olhando para sua filha. Emma apenas o olhou, confusa – Sobre a carta. – respondeu.

Agora fora a vez de Emma soltar um suspiro cansado – Ah pai... Tudo aconteceu ao mesmo tempo, e não achei justo lhe contar. – respondeu – Eu não quero te abandonar... – murmurou por fim – Mais uma vez...

George deixou sua caneca sobre o balcão e foi até sua filha, a abraçando fortemente – Muito pelo contrário, é muito justo saber que foi você aceita em uma das melhores universidades desse país. – deu um beijo no topo da cabeça da filha – E você nunca irá me abandonar.

- Mas agora isso não importa mais. – comentou Emma assim que se soltou do abraço de seu pai. Ele apenas esperou ela continuar – Eu perdi o prazo para fazer a minha matrícula.

Os olhos de George se arregalaram – Não se preocupe, amanhã mesmo ligarei na universidade e conversarei com eles.

- Ah pai, não precisa se incomodar com isso...

- Me incomodo sim, esse é o seu sonho, minha filha... – interrompeu o homem – E vou fazer de tudo para que você vá e o realize. – mais um beijo em sua filha, só que agora na bochecha.

Alguns dias haviam se passado, e como George havia dito no dia seguinte ele havia ligado na universidade e com a ajuda de Henry, conversou com o reitor que aceitou o motivo pelo qual Emma havia perdido o período de inscrição no curso. Então o reitor havia dado mais alguns dias para Emma se apresentar e se matricular no curso. Ela estava em seu quarto arrumando as malas para viajar.

- Por meus botões, George! Você foi ver essa sua tosse? – perguntou Eugenia ao amigo, os dois estavam na cozinha da casa principal – Ela está cada vez pior.

- Eu estou bem Eugenia, é apenas uma tosse, nada que um xarope não resolva. – ele respondeu ao colocar a mão sobre a boca e tossir novamente.

- Eita George que tosse é essa? – perguntou Henry ao entrar na cozinha.

- Apenas isso, uma tosse. – respondeu com cara de dor.

- Venha que vou te levar ao hospital para checar isso. – ordenou Henry – Uma tosse dessas não pode ficar assim.

- Já disse que não é nada. – ele respondeu com certeza dificuldade em respirar.

- Emma sabe que você está assim? – perguntou Henry ao ver o amigo piorar.

- Não e nem pode... – respondeu tentando recuperar o fôlego – Ela está arrumando as malas para ir para a universidade, eu não posso estragar isso novamente. – botou a mão no peito – Droga! – murmurou – Por favor, não contem nada ela. – ali ele não viu mais nada além de escuridão.

- Emma! Emma! – gritou Eugenia ao entrar na casa da loira. Emma saiu correndo do seu quarto.

- O que foi Bah? – perguntou, mas era como se a história estivesse se repetindo mais uma vez em tão curto tempo.

- Seu pai, minha menina. – falou tomando fôlego – Henry o levou para o hospital. – disse, e mais uma vez o mundo de Emma desabou. Sem pensar duas vezes pegou a chave de seu carro e foi até o veículo com Eugenia ao seu lado. Ruby já havia partido para o alojamento da faculdade.

- Henry! Meu pai? – perguntou a loira ao avistar o homem que tinha como segundo pai.

- Se acalme minha querida, os médicos estão examinando o George. – respondeu ao abraçar a loira, que tremia de medo e horror.

Minutos se arrastaram até completar pouco mais de uma hora sem notícias de seu pai. Henry e Eugenia se mantinham ao seu lado ali na sala de recepção. Quando estava para se levantar pela enésima vez e ir perguntar sobre notícias de seu pai, a porta finalmente se abriu e dali saiu um médico.

- Família de George Swan? – chamou. Prontamente Emma surgiu a frente do homem de branco, assim como Eugenia e Henry.

- Meu pai, como está? – perguntou Emma aflita.

O médico soltou um suspiro aliviado – Ele agora se encontra bem, mas a situação dele é um pouco delicada... - respondeu – Ele está com quadro de pneumonia avançada. – aquilo fez Emma arregalar os olhos temerosos – Ele terá que ficar internado por alguns dias, enquanto tratamos da doença. Quando ele estiver fora de perigo e bom o suficiente, nós daremos alta.

 - Quanto tempo ele terá que ficar internado? – quis saber Emma.

- Pelo menos uma semana. – respondeu o médico – E também, temos que levar em conta a evolução de sua melhora nessa semana.

- Eu posso vê-lo? – perguntou em um fio de voz.

- Claro. – assentiu o médico – Mas agora ele está dormindo, efeito a medicação que precisamos ministrar com urgência assim que descobrimos. – explicou o médico e indicou o quarto que ele estava. Emma agradeceu e o médico voltou para dentro do hospital. Ela juntamente com Henry e Eugenia foram ver o amigo. Os três ficaram ali por um tempo, até acabar a hora de visita.

A loira bateu o pé e disse que dali não sairia até seu pai acordar e ela ver com os próprios olhos que ele estava vivo. Apesar dos aparelhos atados a ele indicarem que ele estava vivo. Henry e Eugenia se despediram da loira prometendo que no dia seguinte bem cedo estariam de volta.

Emma havia puxado uma cadeira para perto da cama de seu pai, e envolveu sua grande mão nas suas. Começou a fazer carinho – Não me abandone também, meu pai... Eu já não tenho mais mamãe ao meu lado, não quero ficar sem você também. – ali deitou a cabeça sobre a cama e deixou o choro sair mais uma vez. Acabou adormecendo daquele jeito.

Aos poucos Emma foi abrindo os olhos, enquanto sentia leves carícias em seus cabelos. Uma dor no pescoço a lembrou que havia dormido de mau jeito. Então tudo voltou a sua mente como um raio, levantou sua cabeça para ver que seu pai estava acordado, e lhe sorrindo amavelmente – O que a senhorita está fazendo aqui e não em Nova Iorque neste exato momento? – perguntou George com um leve tom de repreensão.

- Eu não tenho nada para fazer em Nova Iorque com você deitado em uma cama de hospital. – respondeu Emma dando um beijo em seu pai – Estou tão contente por você estar melhor.

- Emma...

- Não pai, eu não vou para lugar nenhum até eu ter certeza de que você está ótimo e fora daqui. – cortou a outra repreensão de seu pai – Eu não posso perder você também. – falou em um fio de voz, os olhos úmidos novamente.

- Vem aqui. – George abriu um sorriso e os abraços para receber a filha, que no instante seguinte já estava dentro do abraço reconfortante de seu pai. Desde esse dia eles nunca mais conversaram sobre a universidade ou qualquer assunto que fosse relacionado a isso.

-SQ-

Emma estava em um campo verde aberto. Estava sozinha. Olhou ao redor e não viu ninguém. Nada. Girou novamente sobre seus calcanhares e nada. Então ao longe avistou uma figura caminhando tranquilamente em sua direção.

Seus olhos se arregalaram imediatamente quando reconheceu a figura. Seus pés criaram vida própria e saiu em disparada na direção dessa figura. A cada passo que dava sua pessoa alternava entre sua pessoa quando criança e agora sua pessoa quando adulta – Mãe! – sussurrou assim que envolveu seus braços ao redor de sua mãe. A paisagem começou a girar ao redor das duas mulheres. A cada tomada de cena, Emma ainda alternava entre quando criança e agora adulta. Ingrid sempre permanecendo a mesma das lembranças de sua filha.

- Minha filha! – disse Ingrid ao se soltar de seu abraço e pousar suas mãos sobre o rosto adulto de sua menina – Como você cresceu. – disse sorrindo entre as lágrimas – Está tão bonita!

- Ah mamãe, que saudades de você! – disse Emma entre as lágrimas também. Deu novamente outro abraço em sua mãe.

- Eu também, minha menina. – disse Ingrid fazendo carinho nos cabelos loiros da filha – Muitas saudades, mas estou tão feliz da mulher que você se tornou. Da mãe de família que você é agora. – se afastou do abraço mantendo suas mãos sobre o rosto de Emma.

- Ah mãe, minha família é a coisa mais linda desse mundo... – comentou Emma com um imenso sorriso orgulhoso – Queria que você pudesse conhecê-los... Com certeza você iria se apaixonar por cada um... – fez uma pausa, enquanto sua mãe limpava as lágrimas que desciam por sua bochecha – Henry com seu imenso coração e sua paixão por cavalos igual a mim... – sorriu por entre as lágrimas, assim como Ingrid – Culpa do avô Henry. – brincou e Ingrid gargalhou.

- Eu não duvido disso, conhecendo Henry do jeito que conhecia, aquele era apaixonado por cavalos também. – comentou Ingrid e deixou Emma continuar seu relato.

- Júlia ao mesmo tempo em que tentar ser dura sua parte doce a amolece, ela é uma menina fantástica. – continuou Emma – E Thomaz? A esse te ganha na primeira arte, pois é impossível resistir. Todos são crianças fantásticas. Adoram a musiquinha do banho.

- Aposto que sim. – concordou Ingrid sorrindo amorosamente para sua filha – Quem não gosta daquela musiquinha, minha criança?

- E minha esposa, Regina? Não tenho palavras para descrevê-la, apenas que já não sei mais como viver sem ela. – confidenciou Emma.

Ingrid apenas sorriu com a confissão – Eu estou muito orgulhosa de você, minha filha... – fez mais um carinho no rosto da filha – Lembre-se que eu sempre te amarei, e sempre estarei ao seu lado... – sorriu. Emma sorriu também - Tchau preguiça... Tchau sujeira... – elas começaram a cantar e a imagem de Ingrid começou a desvanecer no ar.

- Mãe! – murmurou Emma ao se sentar inesperadamente na cama. Seu peito arfava com dificuldade. Em seu rosto vestígios de lágrimas. Então sentiu os braços de sua esposa a abraçarem e um cálido beijo na lateral da sua cabeça. Emma segurou o braço que estava em peito e apenas fechou os olhos enquanto lágrimas ainda desciam por sua bochecha. Ao mesmo tempo em que tentava fazer sua respiração voltar ao normal Lembranças tão vívidas!

- Calma Emma, estou aqui... – disse Regina balançando sua esposa vagarosamente em seus braços – Estou aqui agora... – dizia enquanto salpicava beijos na lateral da cabeça de sua esposa Sempre estarei aqui! Ficaram assim por alguns minutos, apenas o silêncio e o barulho do pequeno choro de Emma – Está melhor? – perguntou Regina ao perceber que sua esposa já não chorava mais e nem tremia mais Não gosto de te ver assim!

- Sim. – veio a resposta rouca de sua esposa Ah mamãe! – Desculpa te acordar assim.

- Tudo bem, meu amor. – disse a morena, fazendo com que Emma a olhasse – Quer me contar com o que sonhou?

Um longo suspiro saiu dos lábios da loira – A carta do juiz engatilhou lembranças já guardadas e esquecidas... – respondeu – Me fez lembrar o meu primeiro banho com minha mãe, aonde ela cantou a mesma musiquinha que eu canto para nossos filhos... – sorriu diante da lembrança Ela tinha o sorriso tão feliz! fazendo Regina abriu um pequeno sorriso também – Então veio  a lembrança quando eu a perdi na mesma época que havia sido aceita na Universidade de Nova Iorque, e na sequência quando meu pai ficou muito doente.

- Ah meu amor, mas é como você disse são apenas lembranças... – comentou Regina fazendo carinho nos cabelos loiros – Lembranças felizes e outras que ainda doem, mas estou aqui ao seu lado. – deu um selinho nos lábios de sua esposa – Sempre estarei!

- Sim, eu sei... Então tive esse estranho sonho com a minha mãe... Estávamos em um campo aberto, extremamente verde, ali eu pude abraçá-la uma última vez... – lágrimas desciam por sua bochecha mais uma vez – Conversamos, falei da minha linda família e por fim quando começamos a cantar a musiquinha do banho ela sumiu na minha frente. – terminou com um soluço Apesar de ter sido um sonho, foi maravilhoso!

- Ah meu amor... – disse Regina abraçando bem forte sua esposa. Emma retribuiu o abraço. Segundos depois Regina se deitou com Emma sobre seu peito, e ali ficaram acordadas até o dia começar a raiar novamente.

- Você me acompanha? – perguntou Emma ao levantar a cabeça do peito de sua esposa Por favor!

- Para onde? – perguntou por perguntar, pois Regina iria acompanhar sua esposa para onde quer que fosse. E a última vez que ela acompanhou sua esposa, como resultado elas tinham mais dois filhos além de Henry.

- Quero visitar o túmulo da minha mãe, faz muito tempo que eu não vou lá. – disse Emma se sentando - Na realidade essa será a terceira vez que irei lá desde que foi enterrada.

Regina sorriu e fez um carinho no rosto de sua loira É, dessa visita não resultará em mais um filho! Mas vamos para Boston semana que vem e espero que essa visita resulte em mais um filho! – Claro que vou. – depositou um beijo nos lábios de Emma e saiu da cama para começar a se vestir. A loira também se levantou e começou a se vestir.

Minutos depois estavam dentro da pick-up indo na direção do cemitério da cidade. Emma estacionou a pick-up e olhou para fora através do para-brisa dianteiro, soltando uma longa respiração É agora ou nunca! E tem que ser agora! Força Emma!

- Se você quiser, podemos deixar isso para outro dia, Emma. – disse Regina colocando a mão sobre a de sua esposa, que ainda mantinha na direção.

A loira piscou algumas vezes – Não! – falou junto com o aceno de cabeça – Eu já fiquei muito tempo sem vir aqui... Eu preciso fazer isso. – disse olhando para sua esposa e sorriu Eu devo isso a minha mãe! – Vamos?

- Claro! – sorriu e desceu da pick-up. Emma também desceu e esticou a mão para sua esposa que a segurou no instante seguinte. Sem dizerem nada, caminharam tranquilamente até o local da lápide de Ingrid. O local estava deserto, principalmente para aquela hora da manhã.

 Emma parou em frente da lápide de sua mãe, se sentou no gramado. Trouxe sua perna direita para perto de seu corpo, a dobrando junto ao chão. Enquanto a esquerda também se dobrou, mas continuou apenas com o pé no chão. O braço esquerdo de Emma envolveu essa mesma perna, e ali a loira deitou sua cabeça olhando fixamente para a lápide de sua mãe Se você quiser me encontrar, olhe para dentro de você. Sinta seu coração bater forte... Eu estou aí, dentro de seu coração! Ingrid Swan amada mãe e esposa. Lentamente Emma passou o dedo indicador sobre as letras do nome da mãe – Eu sei que faz muito tempo que vim aqui pela última vez... – começou, sua voz não mais alto que um murmuro – Mas você me conhece bem, e sabe que nunca fui boa para esse tipo de coisa... – deixou uma lágrima descer por seu rosto – Essa noite sonhei com você... – soltou um suspiro – Fazia muito tempo que não sonhava com você, mãe. – seu dedo não parava – Nesse sonho eu pude abraçá-la e foi tão reconfortante... – outra lágrima desceu por seu rosto, então sentiu Regina sentando atrás de si e abraçá-la – Falei para você da minha família e de como você se apaixonaria por todos... – levantou a cabeça e olhou para sua esposa por sobre seu ombro e sorriu Não tem como não se apaixonar por eles! Eles são a minha razão de viver! – Essa é Regina, minha esposa, filha de Henry... Mas eu acho que ele já deva ter conversado dela para você, quando vocês se encontraram recentemente. – riu.

- Oi! – disse Regina – Não se preocupe, eu vou cuidar muito bem de sua filha, e dos nossos filhos. – comentou a morena sorrindo, mas seus olhos úmidos pela emoção – Eu os amo demais. – depositou um beijo no ombro direito de Emma.

A loira sorriu e voltou sua atenção para a lápide – Eu sei que já se foram muitos anos, mas ainda sinto sua falta minha mãe... – comentou quando mais uma lágrima desceu por seu rosto – Ah verdade nesse sonho me lembrei do primeiro dia que você me deu banho e cantou a musiquinha... – abriu um sorriso em meio as lágrimas – E toda vez que eu dou banho nos meus três filhos eu faço a mesma coisa... Eles adoram. Quem não adora?

- Quem não adora, Emma? – perguntou Regina também sorrindo – Até eu adoro aquela música.

- Está vendo mãe, agora preciso ensinar minha morena a cantar a música para dar banho em nossos filhos. – brincou Você tinha razão! Quem não adora?

- Eu já sei quase toda a letra. – respondeu Regina brincalhona – Eu gosto daquela parte que o Tom sempre repete.

- Mas ele repete a letra toda, ainda não memorizou a música. – disse Emma confusa.

- Justamente é essa parte que eu adoro, quando Tom repete a letra errada ou não, e quando nossos três filhos canta junto a você. – confessou Adoro esse momento descontraído no banho! Aliás, adoro qualquer momento com a minha família!

Emma olhou para a lápide – Está vendo mãe, não tem como não amar essa mulher que é dona do meu coração. E meus filhos que é a fofura em forma de criança. – fez uma pequena pausa, olhando ao redor e viu que ainda o cemitério estava deserto – Bom, agora eu preciso ir... Tenho que levar as minhas fofuras em forma de crianças para a escola... – se levantou e ajudou Regina a se levantar – Até qualquer hora... Prometo não demorar tanto para te visitar da próxima vez.

Sem dizerem mais nada as duas mulheres caminharam de mãos dadas, fazendo o caminho de volta sem muita pressa – Morena, você quer ir ao local do túmulo de seu pai? – perguntou Emma quebrando o silêncio.

- Não minha querida, hoje já foi emoção demais pra um dia que mal começou... – disse limpando os vestígios de lágrimas que haviam descido por sua bochecha – Outro dia nós voltamos. – Emma assentiu. Subiram no veículo e partiram de volta para a fazenda.

-SQ-

- Bom dia Bah! – cumprimentou Emma ao ver a senhora na cozinha preparando o café da manhã. A loira depositou um beijo na bochecha da senhora.

- Oi menina Emma. – disse Eugenia toda carinhosa e retribuindo o beijo – O que aconteceu? – perguntou ao ver o rosto inchado da neta.

- Oi Bah! – cumprimentou Regina também dando um beijo na senhora.

- Oi menina Regina. – retribuiu o cumprimento e o beijo – O que aconteceu? – perguntou preocupada Só me digam que não foi nada sério!

Emma soltou um suspiro – Nada grave Bah, apenas que tive um sonho com a minha mãe essa noite. – respondeu, e acabou recebendo outro abraço de Eugenia – Mas agora está tudo bem. – disse retribuindo o abraço – Regina me acompanhou até o cemitério e agora está tudo bem. – explicou assim que se soltaram do abraço Agora está tudo bem! Minha morena está ao meu lado!

- Você sabe que se precisar de alguma coisa eu estou aqui, não é? – perguntou mais aliviada.

- Sim, eu sei... – respondeu a loira, então abriu um sorriso sapeca Vamos falar do casamento! – E eu estou mesmo precisando de sua ajuda.

- O que você está querendo aprontar, porque eu conheço esse sorriso arteiro. – brincou Eugenia, feliz por ver Emma mais animada, apesar do acontecido.

A loira olhou para o relógio e viu que Ruby não desceria por pelo menos mais uma hora ainda Colocar plano em ação! – Bom, você sabe que Regina e eu fomos para Boston fazer os documentos de nosso filhos, não?

- Sim. – ela respondeu ao terminar de arrumar as coisas para começar a preparar o café.

- E conversamos com o juiz que fez nosso casamento... – continuou e a senhora apenas escutava Por meus botões, fale de uma vez! – Então marcamos uma data para nossa festa...

- Sinto que tem um algo a mais nessa história. – disse Eugenia sorrindo.

- E tem. – agora foi a vez de Regina se inserir na conversa Realmente arquitetar planos está no sangue dos Mills! Ah Regina disso não tenha dúvidas! – Emma e eu queremos dar um casamento surpresa para Ruby e Katy.

Eugenia quase deixou cair a panela com a água que ia colocar no fogo para esquentar – Por meus botões! – exclamou surpresa – Como vocês farão isso?

- Simples... – começou Emma – Nós realmente vamos fazer a festa do nosso casamento, assim não levantaremos desconfiança... E quando o juiz fizer os nossos votos, chamamos Ruby e Katy para o altar também, o juiz já aceitou fazer parte do nosso plano.

- Tudo bem, eu ajudo, o que vocês precisam de mim? – perguntou se virando para as duas mulheres enquanto a água esquentava no fogo.

- Que nos ajude a manter segredo e preparar tudo para o casório. – disse Regina.

- E claro me ajudar com Ruby. – brincou Emma sorrindo marotamente.

Eugenia sorriu – Para quando vocês marcaram a data?

- Para não esse fim de semana, no outro. – respondeu Emma coçando a parte de trás da cabeça.

- O que? – exclamou Eugenia mais que surpresa – Por meus botões menina Emma, como vamos planejar um casamento em menos de duas semanas?

- Quanto a isso não se preocupe, nós temos tudo planejado. Mentira! Quieta mente! Não minta na cara dura assim, Emma! – disse a loira - Eu só preciso que você me ajude com Ruby, posso contar com isso?

Eugenia suspirou – Claro que pode.

- Obrigada Bah. – agradeceu Emma abraçando a senhora mais uma vez. Então as duas mulheres mais nova saíram da cozinha para irem chamar os filhos para se aprontarem e irem para escola.

Eugenia continuou ali preparando o café da manhã do pessoal, e balançava a cabeça em negativo vez ou outra, mas em seus lábios havia um imenso sorriso – Ah minha neta Ruby, que quero ver sua cara quando ver tudo.

-SQ-

- Minha filha! Como você nos conta somente agora que marcou a data da festa do casamento para tão perto assim? – perguntou Cora surpresa.

- Ah mamãe, na realidade também não sabemos, mas marcamos e eu preciso de sua ajuda... – pediu a morena mais nova Acho que estou deixando Emma me influenciar demais nesses acontecimentos surpresas! olhou para John – E sua ajuda também.

- Por que? – questionou John curioso.

- Porque essa festa não será apenas minha e de Emma... Nós vamos dar um casamento surpresa para Katy e Ruby. A nossa festa será uma camuflagem, o casamento será nosso presente para elas duas. E eu preciso da ajuda de vocês a manter segredo sobre isso, e mamãe além dessa ajuda, eu preciso que você me ajude a convencer Katy a comprar um vestido de noiva para ela. – explicou.

- Eu posso ajudar com isso também. – falou John.

- Ai tio, toda ajuda é bem-vinda. – comentou Regina sorrindo abertamente Mais uma parte alcançada com sucesso! – Mas lembrem-se é segredo o casamento delas.

- Sem problema quanto a isso... – comentou Cora animada – Quando você irá para Boston, junto com Emma?

- Começo da semana que vem. – respondeu Regina – Eu vou me encontrar o senhor Blanchard e depois fazer a outra transferência. Então estaremos liberadas para aprontar tudo.

Cora pensou por alguns segundos – Ótimo! Podemos nos encontrar no dia seguinte e já esquematizamos tudo que iremos precisar, assim como convencer Katy a comprar um vestido para ela.

- Também podemos contratar aquela empresa de buffett, assim como os fotógrafos do aniversário de Henry. – disse Regina acrescentando mais coisas para sua lista mental Vai anotando mente! Pode deixar que estou fazendo isso mesmo!

- Ótimo! – disse John – Venham, vamos nos sentar e preparar o casamento, afinal estamos numa corrida contra o tempo. – os três assentiram e se sentaram a mesa no escritório e ali começaram a bolar os planos para o casamento. Claro que depois a advogada iria conversar com Kathryn para que a loira também pudesse ajudar no preparo da festa.

-SQ-

- Loirão! Vocês são doidas? – exclamou Ruby surpresa Só pode! – Como você marcar para fazer uma festa de casamento para menos de quinze dias?

- Ah Morenão! Você sabe que eu sou pouco convencional com isso. – brincou a loira Estávamos tão felizes que finalmente achamos um presente para Katy que não pensamos direito na data! – Mas na realidade eu e nem Regina havíamos pensado direito em nada, apenas marcamos e pronto!

- E pronto! Nem falo nada sua loira. – sorriu feliz pela amiga Coisas de Emma Swan-Mills! – Mas é claro que eu te ajudo nessa festa!

-SQ-

- Regina! – exclamou Kathryn espantada – Como assim você marca a festa de seu casamento para daqui a uma semana? – perguntou espantada – Como você irá arrumar tudo a tempo?

- Ah Katy, isso é apenas um mero detalhe. – comentou Regina Mero? Quero ver quando você ficar noites acordada para terminar os preparativos da festa! Quieta mente! – Você irá ajudar? Eu já tenho algo esquematizado e queria que você ma ajudasse.

Kathryn balançou a cabeça em negativo, mas em seus lábios tinha um imenso sorriso – Claro que vou te ajudar, Rê! – pegou os planos das mãos da amiga – Me deixa ver o que você já preparou. – comentou percorrendo os olhos nos planos do casamento Muito bom, mais uma parte do plano concluída! As coisas fáceis já foram, agora vem as complicadas! Mas como Emma sempre diz, tudo dará certo no fim! Sim!

-SQ-

A pick-up havia estacionado em frente ao abrigo animal. Regina desceu e esperou por sua esposa parar ao seu lado – Vamos!

- Sim. – deram as mãos e entraram no abrigo. O barulho de animais era constante Quantos animais!!

- Oi boa tarde, em que posso ajudá-las? – perguntou uma das moças que era voluntária ali no abrigo.

- Oi... Nós queremos ver os cachorros, pois queremos adotar um. – respondeu Regina Na realidade vamos adotar um para nossa amiga!

- Claro! Por aqui! – falou a moça levando as duas mulheres para a ala canina. Ao entrar os olhos de Emma se arregalaram diante de tanto carinho e amor pelos cachorros Ai será que a minha morena irá reclamar se eu levar mais uns três para nós? Ela talvez fale algo, mas quem realmente irá reclamar será Lola! Ok! Vamos pensar em um cachorro para Ruby! Ali havia vários tipos de raça, tamanho, cores de cachorros. Desde novos cachorros até cachorros já de idade avançada.

Andaram pela área olhando os cachorros até que finalmente Emma achou um que era a cara de Ruby Perfeito! – Achei! – disse parando em frente a uma jaula com vários cachorros novos, não chegavam a serem filhotes, mas também não eram adultos completos.

- Qual? – perguntou Regina ao parar ao lado de sua esposa e olhar para dentro da jaula dos cachorros.

- Aquele husky ali no canto. – respondeu e apontou o cachorro.

Os olhos de Regina se arregalaram – É perfeito! – disse abrindo um sorriso Bem a cara da Ruby!

- Podemos levar aquele? – pediu Emma sorrindo abertamente.

- Claro. – respondeu a moça entrando na jaula e indo pegar o cachorro – Oi mocinha. – disse assim que pegou a cachorra e saiu da jaula entregando o animal para a loira – Aqui!

- Ah por meu chapéu. – disse Emma assim que pegou o animal no colo Posso ficar com ele? Emma! Está bem mente, é para a Ruby! Imediatamente o cachorro começou a lamber a mão da loira. Regina estendeu a mão para fazer carinhos no animal, que recebeu sem nenhum problema.

- É muito dócil. – disse Regina sorrindo abertamente Será que posso fica com ela? Regina! O presente é para Ruby! Tudo bem!

- Sim, ela é. – respondeu a moça sorrindo também – Ela tem um pouco mais de um ano. Perdeu sua mãe com poucos meses de vida. Ela estava muito velha.

- Uma menina. – disse Regina sorrindo para a cachorra – Mais uma para equilibrar as coisas em casa. – riu.

- Vacinas? – perguntou Emma fazendo carinho embaixo da cabeça do animal.

- Todas em dia. – respondeu – Vamos até o escritório que lá temos a carteirinha dela e vocês assinam os papéis de adoção consciente dela.

-SQ-

- Ruby! – chamou Emma ao entrar no consultório e não ver sua amiga ali em sua mesa Perfeito! Fez sinal para sua esposa lhe trazer a cachorra Agora é fazer a surpresa!

- Aqui no estoque. – veio a resposta abafada pela sala.

- Vem aqui, por favor! – pediu enquanto estava segurando a cachorrinha no colo Aposto que ela irá adorar o presente!

- Tudo bem! – falou caminhando de volta para sala. Emma assim que escutou as botas batendo no piso frio, soltou a cachorra que saiu correndo na direção da morena de mechas vermelhas – Hey! – Ruby disse ao ser recepcionada pela cachorra quando saiu da sala do estoque. Ela se abaixou para fazer carinho no animal – Quem é você? – disse sorrindo abertamente assim que a cachorra se deitou e mostrou a barriga para a veterinária fazer carinho Caí de amores por você já! – Ah como você é sem vergonha. – fazia carinho por todo o corpo do animal - Que coisa mais gostosa você.

- Pelo visto, vocês já se tornaram amigas. – disse Emma ao se aproximar.

- É menina? – perguntou olhando para a loira que apenas assentiu – Ela tem nome? – quis saber ao voltar sua atenção para a cachorra que ainda recebia os carinhos da veterinária.

- Só está esperando você arrumar um nome para ela. – respondeu Regina ao se aproximar também Então qual será?

Os olhos de Ruby se arregalaram surpresos – Como?

- Ah Morenão, ela é nosso presente para você. – disse Emma entregando a carteirinha de vacinação – A moça do abrigo falou que está tudo em ordem, mas acho que você é mais capaz de dizer se está ou não, e ela tem um pouco mais de um ano.

Ruby pegou a carteirinha ainda emocionada e surpresa – Ah vocês duas são demais... – disse assim que percebeu que tudo era realidade Ai que felicidade, agora eu tenho uma cachorra! – Mas por que husky?

Emma sorriu Porque eu acho que tem tudo a ver com você! – Porque é a raça de cachorros que eu acho que mais se parece com os lobos... – sorriu para a amiga – Loba!

O sorriso aberto nos lábios de Ruby denunciava o quanto ela estava emocionada com o gesto. Inesperadamente abraçou sua amiga loira com um braço e sua amiga morena com o outro braço – Muito obrigada meninas, eu adorei o presente. – agradeceu e a cachorra começou a pular nas pernas de Ruby – Sim, eu já te amo também. – disse a veterinária ao soltar as amigas e pegar a cachorra no colo e a erguer acima da cabeça – Ainda não tenho um nome para você, mas logo eu terei. – disse assim que a abaixou e abraçou em seu colo.

- Aqui também estão todos os papéis de adoção que fizemos dela. – disse Regina entregando a Ruby – Hey menina, sei que você será bem cuidada. – disse fazendo um último carinho na cachorra.

- Você pode ter certeza disso. – confirmou Ruby fazendo carinho na cabeça da cachorra Minha filhotinha!

- Bom, vamos morena que está quase na hora de nossos filhotes saírem da escola. – disse Emma olhando o relógio na parede do consultório. Regina apenas assentiu e as duas mulheres saíram, deixando Ruby e a cachorra ali.

- Obrigada. – agradeceu mais uma vez antes das amigas sumirem porta afora – Bom, vamos que vou te examinar e ver como você está. – disse indo na direção da mesa de exames.


Notas Finais


Ta dá! Finalmente Ruby ganhou sua cachorra! Emoções e mais emoções com a carta que o juiz escreveu para George quando adotou Emma. Essa mesma carta engatilhando lembranças guardadas e esquecidas em Emma. Uma visita a sua mãe e uma pequena conversa. Confesso que o maxilar travou várias vezes enquanto escrevia as cenas de Emma e sua mãe... Finalmente o casamento está começando a sair do papel huhuhu

Próximos capítulos teremos a alegria de volta! \o/

Para quem quiser dar uma olhada na cachorra que Emma e Regina deram para Ruby:

http://www.ideiasedicas.com/caracteristicas-da-raca-rusky-siberianos/lindo-filhote-de-husky-siberiano/


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