História Stranger? - Mina's Anger (And When It Finally Appeared)

Será que era errado estar nesse lado do espectro?, Mina se perguntava. O lado que rejeitava, o lado que dizia não?

Mas não era culpa sua. Ainda se sentia culpada, claro, afinal as palavras de Nayeon não estavam sendo enviadas para outra pessoa. Mas sabia que não era culpa sua, e sim das cartas. E da pessoa que as enviava.

Ouviu um barulho, e olhou para trás. Sua janela estava aberta, e o vento soprava as cortinas em uma dança fria e sem nenhuma graça. Não lembrava de ter deixado a janela aberta.

Se aproximou, e viu ali no parapeito, o envelope. Sua respiração parou de ter a regularidade de antes, ficando entrecortada. Não era um dia bom, e agora, havia ficado pior. Qual era a surpresa de agora? Quais eram as ordens ridículas que teria que seguir? Quem teria que machucar para manter sua família a salvo?

Todas essas perguntas flutuavam em sua cabeça.

Olhou para fora, procurando pela grama a pessoa que poderia ter deixado a carta. Nunca havia acontecido tão perto dela antes. Mina não gostava nada disso. Não encontrou ninguém, mas tinha certeza que aquelas fracas marcas na grama indicavam que alguém havia estado ali. Muito perto. Perto demais.

Sem cerimônia, abriu o envelope. Tinha vontade de rasgar a carta, mas se conteve. Já que era um dia ruim, talvez a carta seria boa?

Riu com a sua própria ingenuidade, e leu.

"Você está indo muito bem, Mina. Estou feliz de saber que está cumprindo minhas ordens direito. Continue assim, e nada acontecerá com você." Mina comprimiu os lábios com desgosto, a raiva dentro de seu peito apenas começando a surgir, uma onda pequena. Mas ondas pequenas poderiam causar um grande estrago. "Algo já aconteceu comigo." Murmurou, os olhos piscantes tentando se focar nas palavras.

"Agora, preciso que você me faça um favor, certo? Não vamos ficar descuidadas agora. Você pode começar a se afastar dela, com calma e lentamente. Você já abriu a minha porta, Mina, e eu lhe agradeço por isso."

"Seu trabalho aqui, ainda não está terminado, no entanto. Nada de escorregar! Eu preciso que você continue ao menos, próxima dela. Uma amiga, uma conselheira. Vai ser perfeito, não acha? Você, a salada do grande banquete. Hah, ha ha ha. Eu queria que você soubesse o quão alto eu estou rindo agora."

"Nada de movimentos bruscos agora, Mina. Os pescocinhos do seu papai e da sua mamãe estão na linha..."

Os olhos de Mina estavam injetados de sangue quando terminou de ler a carta. Nunca, realmente nunca, a crueldade daquela pessoa havia sido tão exposta em uma carta. Era inacreditável, e as mãos de Mina tremiam, deixando o papel cair ao chão. Memórias a atingiram em cheio assim como a sua raiva, deixando-a num estado semi-catártico enquanto lembrava de tudo, detalhe por detalhe.

Eu estou cansada de me esconder.

Você vai se arrepender por isso, Mina.

Eu não posso… sabe o que vai acontecer se os meus pais descobrirem!

Me desculpa…

Eu nunca vou te desculpar.

Você realmente quer fazer isso?

Não pode se esconder no armário para sempre.

Se eles souberem, vão me matar…

Só por hoje, deita aqui comigo.

Eu te amo, Mina. Eu sempre te amei desde que te vi.

Eu não acredito que confiei em você.

Você é tão linda.

Não, solta a minha mão. Se alguém ver…

Eu ainda não posso. Preciso de tempo.

Eu te dei tudo, Mina.

Eu te dei tempo o suficiente.

Por que não me mostra para os seus pais, Mina? Por que eu ainda não os conheço?

Eu te odeio.

Você vai se arrepender.

Me desculpa.