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História Strangers - Eldarya - Nevra


Escrita por: Eiffhel e _Alaskah

Notas do Autor


Hey, como estão? :3
Bom gostaria de desejar feliz natal e feliz ano novo, porém como essas datas já passaram, espero que todos eles ocorreram bem ;)
Agradeço a todos que favoritaram e comentaram a fic, aos leitores novos gostaria de dizer: sejam muito bem vindos! <3
Peço desculpas pela demora a postar, é que como era segundo semestre tinha que focar somente nos estudos.
Contudo, aqui está o cap!
Espero que gostem!
Boa Leitura!
Beijos.

Capítulo 4 - Nevra


Gwen seguia arrastada por Éris, não sabia para onde ela a estava levando. Por mais que uma pequena parte dentro de si gritasse para que ela não deixasse a “estranha” lhe guiar, pois não a conhecia o suficiente, outra parte dentro de si sentia que podia confiar nela. Até agora, somente Éris havia sido legal com Gwen, até impediu Nevra de arrasta-la de novo para a tal sala com o grande cristal.

Por um instante ficou pensando na forma como Éris havia falado com o moreno e como este falou com ela.

— O Nevra é seu namorado? — Perguntou em voz alta e no mesmo instante Gwen mordeu sua língua se arrependendo amargamente de sua pergunta mental, que infelizmente por estar distraída, ela saiu em voz alta.

Éris imediatamente parou de andar e virou a cabeça para trás, observando Gwen com uma sobrancelha arqueada e com os olhos na cor âmbar arregalados. A platinada parecia horrorizada com o que havia acabado de sair de sua boca.

— Não! — Exclamou de imediato. — Pelos Deuses! Que coisa mais... — Ela parecia tentar procurar as palavras. — Horrorosa! — Éris parecia tentar recuperar o ar de seus pulmões. — Nevra e eu... — Uma expressão de desgosto misturada com nojo havia se formado em seu rosto e em seguida um calafrio pareceu percorrer seu corpo. — Nunca mais insinue isso! Quase me fez meu coração parar. — Éris elevou a mão sobre o peito, com os olhos fechados, respirando fundo.

— Desculpe... — Gwen murmurou ainda se torturando mentalmente por ter feito tal pergunta.

Droga.

— Não precisa ficar assim... É que só imaginar Nevra e eu como um casal, seria totalmente bizarro! — Fez novamente uma careta, gesticulando as mãos balançando-as de um lado para o outro em negação. — Que os Deuses não permitem isso! — Os olhos âmbar de Éris olharam para o céu com as mãos juntas, como se fizesse um pedido silencioso para que aquilo que havia suposto não acontecesse de forma alguma.

Por um instante Gwen quis rir das expressões engraçadas da platinada, mas se conteve com apenas um sorriso com os lábios. Pelo menos Éris estava conseguindo faze-la sentir vontade de sorrir, pelo seu senso de humor. Isso era uma coisa boa, já que desde que chegara em “Eldarya” se sentia apenas assustada e com grande vontade de chorar.

— Até porque a Éris, prefere certo elfo com cara de nojo da absinto.

Gwen se sobressaltou alarmada pelo susto que havia levado ao ouvir tal fala que vinha detrás de si mesma. Ao se virar rapidamente pode observar a garota com os cabelos bicolor na cor rosa e preta, que reconheceu de imediato como a garota que ela havia impedido do Orc a feri-la.

— Cale a boca, Karenn! — Éris retrucou parecendo um pouco irritada. — Eu não sinto nada além de desprezo e ódio por aquele elfo diabólico do Ezarel! — Disse entre dentes cerrando um dos punhos, enquanto sua outra mão usava o indicador para apontar na direção da garota.

Gwen pode ver uma veia saltitar do pescoço de Éris, demonstrando quanto irritada ela estava. Então a garota chamada Karenn, levantou os olhos para o céu, suspirando fundo, antes de começar sua nova fala:

— Já ouviu falar que existe uma linha tênue entre o amor e o ódio?! Aposto que um dia vocês vão acabar casando! — Um sorrisinho implicante se formou nos lábios da garota ao se deparar com a expressão totalmente horrorizada de Éris, de uma forma bem pior do que quando Gwen havia suposto que ela e o Nevra tinham algo.

No entanto a platinada pareceu se recompor rapidamente, para então devolver a provocação da garota.

— Isso também vale para você e o Chrome? — Éris rebateu num tom provocativo enquanto cruzava os braços sob o peito, com um leve sorriso cínico em seus lábios, que parecia se deliciar com o rubor que estava se formando no rosto pálido de Karenn. — O que seu irmão diria se soubesse que você anda atrás de um dos subordinados dele? — O sorriso da platinada aumentou mais ao se deparar com a expressão assustada e com medo da garota.

— Cale a boca, Éris! — Gritou Karenn.

Gwen se sentia completamente invisível e até mesmo um pouco desconfortável diante das trocas de infinitas alfinetadas entre Éris e Karenn. Elas pareciam duas crianças, sempre querendo disputar qual delas davam a melhor “resposta” na outra, mas preferiu não se intrometer, pois talvez se fizesse isso Éris — a única pessoa que estava sendo legal consigo. —, poderia ficar zangada.

No entanto, o barulho de sinos sendo tocados, mas uma vez foi ouvido por Gwen, que contorcia seu pescoço para todos os lados, curiosa, tentando encontrar a origem da melodia, porém não encontrou. Pode-se dizer que havia desperdiçados alguns minutos procurando o local da onde vinha o som.

— Gwen, você vem? — Ouviu a voz de Éris lhe chamar e só então percebeu que ela mais Karenn haviam parado de discutirem.

A garota com cabelos bicolor e olhos verdes lhe encarava precisamente e também a analisava de cima a baixo. Gwen engoliu o seco, sentindo a sensação de desconforto da mesma forma que havia sentido na sala com o grande cristal, quando todos lhe olhavam como um animal exótico. Éris pareceu perceber seu desconforto perante o olhar de Karenn e por isso partiu em sua defesa:

— Será que você poderia parar com esse olhar? Não está vendo que ela não gosta? — Questionou olhando seriamente para a garota, que revirou os olhos e bufou.

— Não precisa berrar nos meus ouvidos, cadáver! — Karenn parecia mais uma vez irritada e lançou um olhar sombrio para Éris. — É só que... Nunca vi um descendente de Frey, além do Robert...

— Espera, aí! — Uma careta indignada havia se formado no rosto da platinada, que uniu as sobrancelhas. — Você sabia que ela era uma descendente de Frey?! E eu não?! — Questionou ainda mais incrédula.

Karenn lhe lançou um sorriso malicioso e debochado.

— Não tenho culpa se na guarda de El eu sou mais importante do que você. — Alfinetou.

— Importância?! Você é só uma pirralha de dezesseis anos! — Rebateu. — Aposto que estava escutando tudo que a reluzente estava dizendo, atrás da porta mais uma vez com a Alajéa... — Respirou fundo. — Fofoqueiros são tão irritantes. — Éris levantou os olhos para cima, enquanto balançava a cabeça para os lados.

Karenn parecia estar pronta para retrucar Éris e começar outra interminável troca de alfinetadas, por isso Gwen resolveu intervir e questionar:

— Para onde vamos? — Questionou dando um largo passo ficando entre as duas, como forma de impedir outra discursão, olhando fixamente para Éris.

— Para o salão principal. — Disse a platinada. — Os sinos já tocaram... Vamos? — Éris começou a andar na frente.

Gwen pensou em questiona-la sobre o que seria esse lugar que a platinada havia se referido, porém se limitou apenas a suspirar aliviada por evitar mais um confronto. No momento em que ia seguir Éris, percebeu que Karenn também iria para o mesmo caminho que a Éris estava a levando. Pensou que a garota não iria lhe dirigir a palavra durante o percurso, porém se viu surpresa quando a viu fazê-lo:

— Obrigada por me salvar do Orc... — Ela começou, atraindo a atenção dos olhos azuis de Gwen. — Eu sou Karenn. — A garota lhe sorriu gentilmente.

A principio Gwen retribuiu o sorriso gentil com os lábios, se sentia um pouco mais leve do que algumas horas atrás quando estava com aquelas pessoas estranhas, incluindo o Nevra, Ezarel e Miiko. Nenhum deles estava sendo legais ou muito menos estavam lhe dirigindo a palavra, fazendo com que se sentisse inferiorizada por eles.

Talvez a garota pudesse ser um pouco legal consigo, da mesma forma que Éris estava sendo.

Quando abriu os lábios para dizer seu nome, Karenn a interrompeu:

— Gwendoline... Eu sei... — Ela disse. — Você deu uma bela de uma mordida no pulso do meu irmão. — Comentou.

— Como é?! — Éris que estava andando um pouco à frente delas, parou de imediato, virando o corpo para trás para finalmente andar até elas. — Você mordeu o Nevra?! — A platinada voltou assumir sua expressão incrédula com um misto de surpresa.

Naquele instante, Gwen sentiu seu rosto arder um pouco, quando se lembrou do que havia feito para tentar se livrar do aperto do Nevra e se sentiu envergonhada quando ouviu que o mesmo era irmão de Karenn.

— Bem... — Estava tão sem jeito, que estava tentando procurar as palavras certas para se explicar da melhor forma possível. Não queria que nenhuma delas se voltassem contra si. Justamente as únicas pessoas dispostas a serem legais consigo. — Não foi como... — Foi interrompida por uma gargalhada estridente de Éris.

A platinada parecia rir como se Gwen houvesse contado alguma piada ou coisa do tipo. Entretanto, Éris parecia rir tão desenfreadamente que foi obrigada a apoiar suas mãos sob o joelho da calça colada que usava.

— Já parou com o espetáculo, cadáver? — Karenn cruzou os braços sob o peito, lançando um olhar reprovador para a platinada, que agora parecia limpar as lágrimas que escorriam pelos seus olhos âmbar.

— Não... — Disse entre as risadas, tentando recuperar o folego perdido. — Uma humana mordeu seu irmão! Justo o Nevra! Porque raios não estava presente nesse momento épico?! — Questionou balançando a cabeça para os lados. — Gwen acho que vamos nos dar super bem. — Éris disse olhando diretamente para seus olhos com um ar divertido.

 

 

Depois de percorrer o mesmo caminho de volta, para o lugar do qual havia se esforçado para sair correndo, Éris havia lhe garantido que nada de ruim iria acontecer consigo. Gwen não sabia se podia confiar nas palavras da platinada, mas mesmo assim, decidiu dar-lhe uma chance.

Durante todo o trajeto a garota Karenn tentava avidamente lhe perguntar diversas coisas, porém Éris sempre a repreendia e Gwen preferiu se manter calada, ainda sentindo o incomodo dos olhares curiosos de todas as criaturas que lhe observava, enquanto andava. Preferiu apenas cruzar os braços sobre o peito e olhar o chão, evitando qualquer contato visual com alguma daquelas criaturas tão estranhas que pareciam terem saído de um dos seus livros de faz de conta.

Após passarem pelo mesmo hall que Nevra havia a arrastado da enfermaria até a sala com o grande cristal; Éris atravessou uma grande porta do qual, Gwen podia ouvir perfeitamente as várias vozes que vinha mais a frente.

— Estou com tanta fome! — Karenn reclamou.

— Está com sorte, Karenn! Talvez Karuto prefira servir sua língua no prato de hoje. — Éris comentou virando a cabeça para trás olhando para a garota com um sorriso irônico em seus lábios.

E então Karenn e Éris começaram a andar um pouco a sua frente, mais uma vez discutindo, e cada vez que Gwen as seguiam, percebia que se aproximava cada vez mais da origem das diversas vozes que ouvia. Ao atravessar mais uma porta, os olhos azuis de Gwen encontraram um enorme salão que mais parecia um refeitório como na sua universidade, com diversas mesas e cadeiras.

Entretanto, não pode deixar de perceber que no momento que cruzou a porta daquele refeitório, as diversas vozes que ouvia se calaram de imediato e Gwen havia se tornado o centro das atenções dos olhares de todas as criaturas ali.

A sensação de desconforto havia voltado, sentiu seu corpo ficar petrificado diante da atenção exacerbada que recebia, queria sair dali, mas a rigidez e a tensão que seu corpo emanava, impedia lhe.

— Ei! O que estão olhando?! Vocês não tem mais o que fazer?! — Gwen despertou assim que ouviu Éris gritar e vir em sua direção com passos firmes. — Continuem a comer! — Advertiu a platinada segurando sua mão com precisão, para guia-la entre as mesas do grande refeitório.

Ao mesmo tempo em que era guiada mais uma vez por Éris entre as mesas com outras criaturas com aparência estranha, Gwen, sentia ainda alguns olhares sob si, como se fosse literalmente uma aberração e pensar que no seu mundo aqueles que lhe olhavam tão curiosos e até mesmo confusos; seriam as verdadeiras aberrações na Terra. Muitas daquelas criaturas faziam diversos comentários sobre si, alguns eram maldosos e até mesmo cruéis.

“Então a última descendente de Frey, possui uma parte humana imunda?”

“Ela não vai durar muito aqui.”

“Sinto o cheiro podre humano dela.”

“Humanos... Como se não bastassem terem nos expulsado, agora temos que conviver com uma?!”

“Robert envergonhou toda dinastia Frey! Ele sujou o próprio nome!”

“Ela é uma inútil totalmente para as funções da guarda! Mas a observando melhor... Talvez possa ser útil em meus lençóis.”

Ao ouvir tais comentários, Gwen sentiu seu sangue ferver, poderia estar no lugar do qual pertencia, porém isso não dava nenhum direito daquelas criaturas lhe deferirem tais palavras rudes. Por reflexo, cerrou os punhos e sem perceber apertou forte a mão de Éris, que se assustou ao sentir sua mão ser apertada.

— Todos vocês, calem a boca! — Gwen ouviu alguém gritar e um estrondo forte de algo se chocando, havia lhe assustado, despertando de sua raiva pelos comentários, quando olhou para procurar o dono daquelas palavras, se surpreendeu ao ver Nevra de pé em frente a uma das mesas com o punho fechado sob a madeira da mesa, onde Ezarel e o rapaz platinado estava. — Robert deu a vida por Eldarya e por todos nós! Ele foi um herói! Lavem bem a boca antes de falarem qualquer coisa sobre ele ou sobre sua filha! Mesmo que ela seja humana temos a obrigação de cuidar e proteger ela, assim como Robert fez por todos nós! — Um grande silêncio havia se instalado no refeitório, todos aqueles que lhe olhavam e soltaram tais comentários haviam abaixado a cabeça juntamente com o olhar, pareciam refletir sobre o que Nevra havia dito. — E podem ter certeza que se ouvir mais comentários do tipo, os autores desse tipo de coisa serão severamente punidos! — Alertou, antes de voltar a se sentar na cadeira, sem dirigir o olhar para Gwen, voltando a comer.

Depois que Nevra havia dito aquelas coisas, todas as criaturas que antes lhe lançavam olhares e comentários depravados, voltaram a comer e conversarem entre si, como se ignorasse sua presença e Gwen agradeceu mentalmente por isso. Entretanto quando as palavras de Nevra sobre seu pai ainda ecoavam pela sua mente.

Deu a vida por Eldarya...

Então talvez esse fosse o motivo para Robert a abandonar?! Morrer por criaturas tão estranhas e que ainda lhe dirigiam comentários rudes?! Quando ele partiu e nunca mais voltou... Foi porque sabia que ia morrer?! E que nunca mais veria sua família?!

Gwen sentia uma súbita raiva crescendo dentro de si se misturando com a dor que carregava todos esses anos com o desaparecimento de Robert. Sabia que estava sendo injusta por estar furiosa com seu pai por lhe esconder tantas coisas e principalmente por abandonar ela e sua mãe para morrer por um mundo de contos de fadas idiota! Apertava com tanta força seus punhos, que seriamente pensou que poderia os feri-los com suas unhas. As lagrimas mais uma vez insistiam em cair, mas Gwen tentava ser forte para segura-las e não chorar mais uma vez, pelo menos não na frente daqueles estranhos.

— Gwen?! — Ouviu ser chamada por Éris que colocou a mão no seu ombro, fazendo-a despertar de seus pensamentos. — Se usar mais força, acho que pode quebrar minha mão. — A platinada comentou atraindo seus olhos azuis.

— Desculpe. — Murmurou, enquanto soltava a mão de Éris, desviando o olhar para o chão.

— Eu sei que esta confusa e a procura de respostas... — Começou. — Você terá suas respostas, Miiko irá te contar tudo, tem minha palavra! — Disse com uma voz amigável, pegando seu queixo e virando sua cabeça para olhar diretamente nos olhos âmbar de Éris. — Mas você vai precisar estar de estomago cheio, para poder digerir tudo que ela vai te dizer. Tudo bem? — Sorriu.

Engolindo contra vontade o grande nó que novamente havia se formado em sua garganta, Gwen espremeu os lábios e assentiu para Éris, colocando duas mechas do seu longo cabelo preto atrás da orelha. Depois de um longo suspiro, decidiu seguir a platinada até um balcão, onde ela lhe entregou uma  e pegou outra bandeja com comida.

Ao observar o que continha naquele prato, Gwen foi pega de surpresa ao se deparar com uma espécie de sopa de legumes e pedaços de carne, algo tão comum do seu mundo. A verdade é que esperava alguma comida que jamais havia visto, como alguma espécie de larvas com olho humano, coisas bizarras do gênero que era muito comum nos filmes que assistia.

Ainda surpresa, Gwen continuou traçar o mesmo caminho que Éris entre as mesas, equilibrando a bandeja com suas mãos tentando o máximo não deixar a sopa que havia no prato cair. Estava tão concentrada em não deixar a bandeja cair, que não percebeu que Éris estava indo na direção da mesa onde Nevra, Ezarel e o outro rapaz platinado estavam.

— Bom cavalheiros, cheguei para tornar o dia de vocês mais feliz! — Éris disse colocando sua bandeja no meio de Ezarel e do rapaz que ainda desconhecia o nome.

— É mesmo? Pensei que ceifeiros tornam dias de todos infelizes e miseráveis. — O elfo comentou num tom sarcástico e carregado de ironia, sem dirigir o olhar para Éris.

— Oh... Ezzz!!! — A platinada mudou seu tom de voz para um fino, fazendo uma espécie de bico com os lábios. — Você partiria meu coração, claro, se eu tivesse um. — Disse logo puxando a cadeira para se sentar.

Quando colocou sua bandeja sob a mesa, Gwen percebeu que só existia um lugar entre Nevra e o elfo. Não havia muita escolha, então se sentou. Sem receber nenhum olhar do moreno, que se concentrava em comer. A verdade era que preferia se sentar ao lado de Éris, pois era só ela e Karenn que estavam sendo legais com ela.

Ao olhar um pouco mais a frente, Gwen viu a garota com o cabelo bicolor, sentada um pouco mais a frente com outra garota, que possuía dois coques e uma parte dos fios azuis soltos e pele bronzeada com orelhas peculiares. Durante a confusão dos comentários, não havia prestado atenção para onde Karenn havia ido. Entretanto a garota assim que percebeu que estava a observando, acenou com a mão direita, fazendo com que a garota que estava com ela virasse a cabeça para trás curiosa, então Gwen percebeu que a garota possuía olhos na cor rosa e suas orelhas se assemelhavam a barbatanas de um peixe.

Preferiu ignorar o olhar da garota e decidiu retribuir o aceno de Karenn com um leve sorriso com os lábios, para logo abaixar o olhar para seu prato.

— Gwen! — Sobressaltando da cadeira devido ao susto, olhou de imediato para Éris. — Bom deixa eu te apresentar, você já conhece o Nevra então... Esse aqui é o Valkyon, meu meio-irmão mais velho. — Disse passando o braço envolta do pescoço do platinado e o puxando para perto do seu rosto com um sorriso enorme, enquanto o rapaz que agora sabia que o nome era Valkyon parecia impassível diante da ação de Éris. — Somos parecidos não?! — Sorriu ainda mais, como se estivesse se preparando para alguém tirar uma foto sua.

E de fato os dois se pareciam. Possuíam quase as mesmas características; olhos na cor âmbar, o cabelo platinado e a pele bronzeada, apesar de Éris ser um pouco mais morena que Valkyon.

— Éris, por favor... — O rapaz lhe repreendeu se livrando do envolvimento do braço de Éris sobre seu pescoço. A platinada apenas lhe mostrou língua num ato infantil, que fez Valkyon revirar os olhos.

— Voltando às apresentações... — Disse revirando os olhos e os focando em Ezarel que também a encarou. — É... Não! Ele não é importante. — Fez uma careta desgostosa para o elfo que se sentiu ofendido.

— Como não sou importante?! Eu sou a peça fundamental para que o QG funcione! Já você é desnecessária! — Disse alfinetando Éris.

— Acho que a desnecessária aqui, deveria cortar e vender suas orelhas de elfo para os trolls! Daria um belo saco de moedas de ouro! — Éris disse visivelmente irritada.

Gwen se assustou ao ver o belo rosto de Éris assumir uma nova forma. Ao redor dos olhos âmbar estavam muito profundos e sua pele muito enrugada e flácida como de uma pessoa mais velha e uma parte bem grande de sua bochecha faltava mostrando completamente uma grande parte de sua mandíbula superior e inferior, com os dentes e uma gengiva completamente negra exposta. Éris parecia verdadeiramente...

— Um cadáver... — Murmurou pensando mais uma vez em voz alta, ainda se sentindo em choque, pelo o que seus olhos estavam vendo. Éris a olhou nos olhos.

Parecia realmente um cadáver igual àqueles que sempre estudava nas aulas de anatomia na faculdade, porém um cadáver num alto nível de decomposição. Então de súbito seu rosto havia voltando ao normal, porém, Gwen ainda se encontrava petrificada.

— Que foi? — Éris a questionou sem entender sua reação de choque.

— Ela é uma humana, cadáver! Não está acostumada a ver sua cara feia de ceifeiro. — Ezarel respondeu, fazendo com que a platinada revirasse os olhos.

— Eu sou uma ceifeira, Gwen. — Disse ignorando completamente o comentário do elfo. — Acho que na Terra somos conhecidos como zumbis... — Gwen arregalou os olhos. — Ei, ei! Calma, não precisa ter medo! — Gesticulou com as mãos.

— Zu-zumbi?! — Questionou incrédula. — Você então se alimenta dos cérebro das pessoas?! — Após questionar isso, Gwen pode ouvir em alto e bom som risadas na mesa.

Foi então que percebeu que todos os quatro ali, estavam rindo, até mesmo Nevra que quase se engasgou com o liquido que havia bebido, devido às risadas coletivas.

Éris então recuperou o folego e disse:

— Não! — Respondeu de imediato. — Quero dizer, podemos sim, ser canibais, mas é raro fazermos isso, principalmente quando possuem uma dieta balanceada. Normalmente gostamos mais de decapitar coisas e queimarmos as cabeças. Somos deuses da morte. — Éris deu de ombro e começou a comer sua sopa. — Não sei de onde vocês, humanos, tiraram que comemos cérebro... — Revirou os olhos.

— Eles inventam muitas coisas... — Murmurou Valkyon.

Gwen se encontrava imersa em seus pensamentos e tentava digerir o fato de sua possível amiga ali, fosse literalmente um zumbi. Era tudo tão bizarro aquele lugar e pensar que quando era criança seu sonho era vir para um lugar assim, mas agora, isso parecia mais com um pesadelo do que com um sonho.

Esforçava-se ao máximo para manter a calma e naturalidade perante ao circo de horrores que sua vida havia se tornado ao vir para cá. Éris disse que logo teria respostas para suas insaciáveis duvidas, mesmo não sabendo se podia confiar nela, Gwen se agarrou a pequena fagulha de esperança, que a platinada estava sendo sincera.

Sugou todo o ar para dentro de seus pulmões, para então poder pegar o talher da sopa em seu prato. Com uma careta, colocou os grandes pedaços de carne em um canto do prato.

— Por que essa careta feia?! — Ouviu alguém lhe questionar e se pegou surpresa ao ver que era Ezarel quem lhe dirigia a palavra. — Não gosta de carne?

Gwen espremeu os lábios e encolheu os ombros ao se sentir mais uma vez o centro das atenções na mesa.

— Eu sou vegetariana... — Se limitou a dizer.

— Vege... O quê? — Éris a questionou. — Isso faz parte da cultura dos humanos?!

— É um humano que se alimenta exclusivamente de vegetais e não come carne. — Nevra disse.

Gwen se surpreendeu ao vê-lo respondendo por ela. Desde que ele a arrastou da enfermaria e continuou a arrastando até um enorme roxo se formar em seu pulso, a estranheza dele e de até mesmo Ezarel, que pela primeira vez, começou um diálogo consigo diretamente.

Um sorriso radiante e ao mesmo tempo carregado de intenções havia acabado por se formar nos lábios do elfo, cujo olhar se alternava entre Gwen e Nevra.

— Você está muito quieto, Nevra. — O azulado começou. — Faz um bom tempo que a mestiça está sentada ao seu lado e você ainda não usou umas das suas táticas, o que foi? Nem ao menos parece que você ia direto na enfermaria ver a bela adormecida ai... — Seu tom era extremamente provocativo e carregado de intenções.

Por um momento, se deixou levar pelas palavras do elfo e ficou se questionando.

“Ia direto na enfermaria?”  O que Ezarel queria insinuar com aquilo?

Seu olhar instintivamente se focou em Nevra, o analisando, esperando que ele dissesse algo. Mas ele parecia impassível.

— Não sei se lembra, mas a Miiko me deu a obrigação de ser babá dela, fazendo perder meu tempo, enquanto podia sair caçando entre suas recrutas... — Nevra rebateu em um tom extremamente sarcástico e provocativo. — Aliás, vi que uma delas é extremamente deliciosa. — Passou a língua pelos lábios, umedecendo-os.

A expressão do elfo após ter sua provocação devolvida, não era uma das melhores. Ele estava completamente incrédulo e ao mesmo tempo sem ao menos saber como responder o vampiro a altura. Então, Ezarel apenas se limitou a apontar o dedo indicador para o moreno.

— Não ouse se aproximar dos membros da minha guarda! — Alertou.

O moreno se manteve calado, como se estivesse ignorando o que Ezarel havia dito. Gwen poderia estar errada, mas pela linguagem corporal de Nevra, ele parecia bastante irritado. Então depois de alguns longos minutos de silêncio, o moreno terminou sua refeição e se levantou da mesa, deixando o local onde estava.

— Sério! O que deu nele, hoje?! — Éris questionou. — Ele está com um péssimo humor.

— Parece que houve um problema com algum dos membro da guarda dele, que saíram para a última missão. — Valkyon a respondeu.

Após ouvir o que eles haviam dito e não entender quase nada com o que eles queriam dizer, Gwen não resistiu olhar para trás e acompanhar cada movimento dele pelo salão, até que ele atravessou a porta da qual Éris, Karenn e ela haviam passado para entrar naquele refeitório. Contudo nesse exato momento, seus olhos azuis capturaram imediatamente a garota que estava sentada com Karenn se levantar rapidamente e parecia ansiosa para sair dali o quanto antes. Não queria se precipitar, porém no fundo tinha uma quase certeza que ela havia ido atrás do Nevra.


Notas Finais


Bom eu deixo aqui nas notas finais um link de uma fic que postei no fórum de Eldarya:
https://www.eldarya.com.br/forum/t2169,1-v%C3%A1rios-winter-is-coming-por-gweendy.htm
Espero que gostem! :)
Beijos e até a próxima ;)


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