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História Strip - Discovery.


Escrita por: Sapphire-

Notas do Autor


Eu sei que eu demorei bastante, amores, e peço desculpas por isso. Aliás, creio que próxima semana não será Strip, por motivos de: últimas provas. Mas depois disso estarei livre e voltarei à postar normalmente. Me perdoem! ><

Capítulo 15 - Discovery.


Japão, Tokyo. 20:00. 

 

 

 

 

Oito horas.

Havia sido o horário no qual combinamos de nos encontrar. Eu sabia que deveria acabar com toda essa história de uma vez por todas, mas tudo em mim pedia-me arduamente para desistirve deixar para lá. Eu sinceramente não iria fazê-lo de bom grado, e não por odiá-la. Na verdade mesmo, Naomi já não fazia diferença alguma em minha vida, então para mim ela não importava muito. Afinal de contas, eu havia me apaixonado por Akio Fudou. Eu o amava, e somente ele. Porém, eu tinha de admitir que já estava mais do que na hora de tudo ser esclarecido. 

E lá estava eu, à sua espera, na sua cafeteria favorita. 

A mesma que eu levei o fora. Ó, uma bosta.

De repente, percebi a aproximação repentina de alguém, e suspirei fundo já ciente de quem poderia ser. Sem demora, virei-me para fitá-la; estava do mesmo jeito. Pareceu não ter envelhecido nada desde o dia em que nos vimos pela última vez. A face alva levemente rubra,os cabelos castanhos presos em um coque encantadoramente despojado. O vestido florido, simples e ao mesmo tempo elegante, combinado ao salto mediano de cor negra. Carregava consigo uma bolsa, e parecia não perder a mania de sempre estar acompanhada de um romance de John Green. 

Eu não me levantei. Na verdade, eu realmente não sabia o que fazer no momento. Deveria eu demonstrar desprezo? Demonstrar a raivavque senti por tanto tempo? Ou eu deveria simplesmente fingir que nada aconteceu e lançar-lhe um sorriso? O que mais me intrifaga era o fato de seu olhar ainda reproduzir o mesmo efeito sobre minha pessoa mesmo após bastante tempo; me sentia uma bagunça por dentro.

- Bem... Faz bastante tempo que não nos vemos, Kidou-kun. 

De repente fui tirado de meus inúmeros pensamentos ao ouvir sua voz. Ela sorriu, encarando-me, como se estivesse a me analisar e a observar o que havia mudado em mim durante este longo período de tempo. Eu suspirei fundo, permanecendo em silêncio por alguns segundos antes de respondê-la. 

- Sim, realmente faz tempo.

- Encontrei-me com Goenji hoje mais cedo. Ainda são grandes amigos?

- Somos. Inclusive, foi ele quem me deu a idéia de encontrar-me com você hoje. 

- Oh, foi? - Ela me fitou, um tanto surpresa. - E por acaso ele contou-lhe algo?

- Nada. Suponho que seja melhor que você conte-me pessoalmente. 

- Creio que hajam muitas perguntas para fazer-me, Kidou. E eu não o culpo. 

- Digamos que há sim. Está disposta à abrir o jogo dessa vez, Naomi?

Eu estava nervoso. Ansioso. Uma mistura de sentimentos indecifrável. Naomi fitou-me por um momento, em silêncio, sentando-se enquanto colocava o livro de John Green em cima da mesa, assim como a bolsa marrom. Ela não havia mudado em nada. O olhar profundo ainda o mesmo, assim como a calma e delicada feição estampada em sua face. 

- Pois bem. - Ela respondeu. - Aqui estou

Mais alguns segundos em completo silêncio. De repente, me viera a vontade de sair dali e não voltar mais. Mesmo namorando Fudou, aquele lugar e aquela pessoa à minha frente ainda faziam o meu coração doer. 

- Por acaso queres saber o motivo pela qual o trai? 

Meu peito apertou em resposta e eu nada consegui dizer. As palavras já não saiam facilmente de minha boca, e por um instante eu achei que já não conseguiria encarar aquilo de forma normal. Era tão... Intenso. Como advogado, eu conseguia resolver os demais problemas dos clientes, independente da situação. Mas em relação aos meus, eu de fato era um cagão que sequer conseguia olhar na cara da ex sem me sentir nervoso.

- Primeiramente, acho que deve saber o motivo pela qual decidi romper com você antes de nosso casamento. 

- ...

- Não foi pela traição, Kidou. No dia de nosso casamento, eu fui presa por suposta lavagem de dinheiro. 

Eu a encarei, perplexo. Não sabia se deveria acreditar em suas palavras piamente, mas tal frase me surpreendera, de fato; e havia sentido. Após a morte do pai, Naomi ficara encarregada de administrar a empresa no qual ele era dono. E por incrível que pareça, com ela no comando, a empresa crescera de uma forma impressionante. 

- Lembra-se que viajei à negócios? Coréia do Sul, França, e em seguida Alemanha. Foi lá onde recebi uma ligação no qual avisaram-me sobre a falsa denúncia, sobre a possibilidade quase irreversível de ser presa. Eu entrei em desespero. Dois dias antes de viajar, sai com alguns companheiros amigos de lá. Foi onde descontei tudo na bebida e a traição aconteceu de forma no qual eu só realmente tive o conhecimento no outro dia. Claro, ainda assim não há justificativa para o ocorrido. Eu... Sinto muito...

De um momento para o outro, Naomi entristeceu-se um pouco. Em nenhum momento eu ousei atrapalhá-la e falar algo. Eu estava tentando absorvet tudo com calma, mas meu coração estava à mil. Nunca em minha cabeça passara a possibilidade de Naomi ter sido presa. 

- Sabe, foi difícil. Tempos atrás eu estava passando por dificuldades. Estava tudo muito... Intenso para mim. Nosso relacionamento ia bem, mas nos víamos tão pouco..

- Eu me recordo. 

- A responsabilidade aumentara de uma hora para a outra após a empresa ter desenvolvido-se tanto. E de repente me veio a tal denúncia e a notícia de que eu seria presa muito em breve... Eu me senti culpada. Eu não queria carregar esse fardo e dividí-lo com você. Já me bastava estar sofrendo, não queria deixá-lo da mesma forma. Não era justo que eu estragasse a sua vida e o nosso casamento sendo presa no dia do mesmo. E eu não seria egoísta ao ponto de pedí-lo para esperar por mim. Então eu... Decidi romper. 

Ela realmente estava abatida e eu... Eu não sabia ao certo como estava. De repente tudo me veio à tona, e logo percebi que a traição e o meu sofrimento foram o de menos maquela situação. Naomi decidira passar por tudo aquilo sozinha. Visando, de fato, o meu bem. Eu achei que ela havia feito tudo em prol de si. Achei, de fato, que tudo remetia-se à sua felicidade, e não a minha. Achei que o mundo conspirava em seu favor, e que eu havia sido destinado à sofrer pelo meu passado e por alguém que eu achei nunca ter merecido o meu amor, muito menos me amado em retribuição.

No fim das contas, ela não era a egoísta. Eu era. 

- Você... Deveria ter me dito. Deveria... Deveria ter me pedido auxílio, Naomi. - Eu murmurei, fitando-a, em um misto de tristeza e preocupação. Ainda sentia raiva pela mesma ter me traído, uma vez que para mim é um ato imperdoável. Mas também estava analisando os outros fatores da situação. 

- Oh céus, não. Estávamos felizes juntos, Kidou. Eu não iria fazer isso. Era melhor me afastar de você antes que tudo acontecesse. 

- Mas...

- Yu-kun. 

Ela chamou-me pelo apelido. Voltei minha atenção para ela, ainda um tanto desnorteado. Ela encarou-me ternamente, logo suspirando fundo. 

- Parte de si, no momento, preocupa-se comigo. Mas a outra parte deve odiar-me, e eu não o culpo por isso. 

- ...

- Sei o que pensa sobre traições e sei que agi de maneira imprudente. Mesmo que o resto se resolvesse, você com certeza viveria com este peso no coração, o peso de ter sido traido sem merecer.

- Naomi...

- Veja bem. Nós nos amamos muito no passado e cada momento valeu à pena. Mas o destino, vez ou outra, nos prega peças. Há males que vem para o bem, Yuuto, não importa qual seja a gravidade da situação. Sei que é difícil de aceitar, mas nós dois juntos... Não iria dar certo, mesmo que eu conseguisse provar minha inocência antes do tempo determinado pelo juíz.

E ela estava certa. Eu não conseguiria viver dessa forma. Não teria paz, não teria sossego. Minha vida não seria mais a mesma, muito menos a dela. 

- Eu sofri bastante. - Iniciei. - Eu realmente sofri. Achei que tivesse deixado de me amar de uma hora para outra e fosse viver feliz com o outro rapaz. 

- Perdoe-me explicar-lhe tudo tão tarde. Demorei para que o juiz finalmente comprovasse minha inocência retirasse a pena. Além de que não sabia ao certo onde encontrá-lo... E bem, acredita que eu não faço a mínima idéia de quem era o rapaz? 

- Oh? - Indaguei, curioso. 

- Eu estava bêbada. Sequer sei o seu nome, e me lembro vagamente de seu rosto. 

- Você e o seu péssimo hábito com bebidas... Tsc.

- Nem venha com essa. Tenho certeza de que ainda se afoga no vinho toda vez que se entristece. 

- Whisky. - Corrigi.

- Oh, trocou? Mas eu estou certa?

- Bem, não é que você esteja errada, mas...

- Ahá!

Não pude conter um mínimo sorriso, e nem ela. Independente do que havia ocorrido, de repente lá estava Naomi Tanaka; a moça calma, divertida e com gostos peculiares no qual me fez feliz durante um bom tempo.

Após algum tempo na cafeteria conversando um pouco, nós saímos parando lado à lado na calçada. Eu a fitei, observando-a suspirar fundo enquanto observava o céu estrelado. Naomi sempre tivera uma certa obsessão por estrela. Ela as adorava.

- Precisa de carona? - Perguntei, ainda a observando. 

- Oh, não não. O hotel onde estou hospedada é aqui por perto. 

- Hotel?

- Eu irei me mudar, Kidou. Amanhã à tarde.

- Está falando sério? - Perguntei, curioso. 

- Sim. Meu irmão assumiu a empresa enquanto eu estive ausente, e permanecerá assim. Eu pretendo viajar por ai e trilhar meu próprio caminho. 

- Começar do zero. 

- Isso. O tempo na cadeia serviu-me para refletir um pouco. A empresa... Ali não era meu lugar, Kidou. 

- Eu a entendo. É bom que livre-se mesmo e tente começar a fazer o que realmente gostar. 

- Sim. - Sorriu. - Ah, aliás... Goenji contou-me que está namorando. Isso é bom. 

- Contou? - Perguntei, sem jeito. - E ele lhe disse com quem?

- Não, apenas me disse que se amam muito. 

- É um amigo de longa data...

- Um homem? Oh! - Ela sorriu largo. Eu assenti, meio desconcertado. 

- Digamos que me descobri bi. 

- Digamos que isso é incrível, Yu-kun. Apenas arrase, sim? Você merece.

Sorri em resposta, vendo-a fazer o mesmo. Ela fitou o seu relógio no pulso, em seguida dando uma última olhada no céu estrelado, logo voltando-se para mim. 

- Eu preciso ir. 

- Tem certeza que não quer uma carona?

- Não precisa, Kidou. Muito obrigada, sim? 

Ela logo virou-se, passando a caminhar lentamente pela calçada. Eu a observei afastar-se um pouco, dando uma última olhada em seu vestido florido, seu salto mediano, seu cabelo castanho preso em um coque. Naomi Tanaka... Uma mulher de grande potencial e um charme irresistível. Infelizmente, não fomos destinados à vivermos juntos para sempre, como assim pensávamos; mas foi eterno enquanto durou. E pensar que eu achava que iria odiá-la para o resto de minha vida... Se fosse como antigamente, só de ouvir seu nome o meu coração apertaria em ódio.

- Naomi! 

Ela virou-se repentinamente, observando-se, enquanto esperava por mais alguma palavra. E, naquele momento, eu realmente desejei que tudo em sua vida desse certo, diferente de antes, no qual eu lhe desejava todo o mal do mundo. Eu a entendi. Eu pude entender o seu lado, mesmo que alguns dos pontos não me agradassem. 

- Me prometa que será feliz. Por favor, seja feliz. 

Disse-lhe, enquanto sentia a brisa fria beijar-me a face suavemente. Não ouvi resposta alguma, sequer um ruído saindo de sua boca; mas pude contemplar o seu sorriso, doce e largo, uma última vez. E para mim, não havia resposta mais sincera e clara do que esta. Ela virou-se novamente, voltando a caminhar lentamente pelas ruas de Tokyo, afastando-se cada vez mais.

E Naomi Tanaka desaparecera, deixando-me para trás novamente.

Mas dessa vez, eu estava sorrindo. 

 

 

×××××× 

Japão, Tokyo. 17:20. 

 

 

 

 

Na noite anterior, eu havia contado tudo para Goenji assim que pisei em casa. O cara só faltou desmaiar de tanta curiosidade esperando-me chegar em casa e, quando finalmente adentrei o local, lá estava ele sentado lindamente no sofá com um suco de uva do lado e um saco de salgadinho na mão. Após contar-lhe tudo e cada detalhe, eu finalmente fui dormir. E pela primeira vez em tempos, eu dormi leve como uma pluma. Pareceu, de fato, que eu havia descarregado todo aquele peso das costas e agora estava livre de qualquer problema. 

Eu nunca estive tão contente em minha vida. 

A manhã de trabalho fora tranquila e a manhã á tarde eu já estava livre. Tirei esta folga, obviamente, junto à meu namorado; assistimos filmes, séries, comemos, transamos - Fudou e Kidou não é Fudou e Kidou sem aquela transa gostosinha. -, enfim. Nos divertimos bastante. Porém, nem tudo é um mar de rosas; decidí naquela tarde que iríamos organizar todos os caixotes de mudança de Akio, o que o fez ficar todo dengoso, querendo livrar-se do trabalho. 

Não deu outra. Coloquei One ok Rock para tocar às alturas enquanto fazíamos a limpa naquela casa que permaneceu desorganizada por tanto tempo. 

Vocês aí do Brasil fazem faxina ouvindo Raça Negra que eu sei.

Já havia passado-se meia hora. Fudou já estava literalmente desmaiando, o que só o fez parecer um frouxo. 

- Deixe de ser mole. - Eu ri, fitando-o. - Coragem, homem. 

- Yuuto, isso não é pra mim. - Ele suspirou fundo, me encarando. - Eu não fui gostosamente gerado pela minha mãe para passar por uma dessa.

- Se não fosse tão desorganizado e insistisse em acumular tudo, já havíamos terminado rapidinho. 

- Mas qual é o problema de deixar tudo lindo, na caixa? - Ele indagou fazendo bico, o que me fez rir. 

- Me diga que quando nos casarmos você será menos desorganizado. 

- Não te garanto nada...

- Fudou. 

- Estou brincando. Faço tudo pelo meu amorzinho. Sou um bom namorado, não sou? - Ele roubou-me um beijo no pescoço, o que me fez rir. 

- Isso eu não posso negar. 

- Boa!

- Mas será um namorado melhor se me ajudar com essas caixas...

- Ah, Yuuto. Golpe baixo. 

- Não é. 

- Está me deixando iludibriado. 

- Cale a boca, você só fala merda. 

Eu sorri de canto, entregando-lhe alguns objetos. Yuuto me fitara com uma cara meio desconfiada, talvez temendo o meu próximo pedido. 

- Vá lá em cima, em seu quarto, e organize esses aqui. São poucos, sortudo.

- Amor, eu não sou bom nisso...

- Vai aprender a ser. Vai, vai logo. 

Eu o empurrei, rindo baixo ao ouví-lo resmungar sobre querer morar na rua porque organizar casa era complicado demais. Sentei-me no chão novamente, trazendo algumas caixas para perto enquanto passava a remexer em uma delas, analisando cada objeto e separando-os, por partes. Havia de tudo por ali; desde retratos - vocês não tem noção do quão Fudou era horrível quando mais novo. Misericórdia, nem satanás queria como oferenda. - até objetos completamente descartáveis. Senti o celular vibrar no bolso e logo o peguei, checando a mensagem que acabara de chegar. O número não estava salvo, mas só pelas palavras eu pude saber quem era rapidamente. 

"Logo logo, estarei longe de Tokyo. Por favor, seja feliz também".

Sorri, suspirando fundo, assentindo levemente com a cabeça enquanto guardava o celular novamente e voltava ao trabalho. Estava um tanto concentrado, uma vez que havia chegado na parte onde algumas coisas variadas misturavam-se e era um tanto mais trabalhoso separá-las. Parecia até que Akio havia jogado as coisas de qualquer maneira na caixa, e até imaginei a cena, com ele de óculos escuros e um cigarro na boca fitando a caixa de papelão e dizendo "foda-se essa merda". 

Haviam até mesmo colecionáveis por ali. Encontrei também algumas caixinhas menores, estas nos quais serviam para se guardar coisas como cordões, bijuterias, etc. Era algo bem prático, admito; perdi meus colares com certa facilidade por não dar-lhes um bom lugar para guardar. Eu agitei a caixinha de cor branca, percebendo que ali dentro havia algo. Decidi abrir para poder separá-los, caso fosse qualquer coisa menos uma bijuteria.

Para a minha surpresa, era um anel. Prateado, com uma pedra bonita que mais parecia um cristal brilhante; uma peça delicada e muito bonita, por sinal. Perguntei-me se aquilo havia custado os olhos da cara; afinal de contas, mesmo após tanto tempo esquecido no fundo da caixa, permanecia com a aparência explêndia. O anel não era largo, então, obviamente não pertencia à Akio Fudou. Deduzi ser de sua antiga namorada, e me perguntei se Fudou ainda sabia da existência daquele anel. Eu o observei por mais alguns segundos, admirando a sua beleza e o quão a pessoa que o recebesse ficaria contente em tê-lo em mãos. Eu estava prestes à guardá-lo de volta na caixinha, solto como estava. 

Mas de repente, me veio uma baque na cabeça. 

Por algum motivo, eu voltei à fitá-lo. Passei a achá-lo familiar, mesmo que eu o houvesse encontrado nos pertences bagunçados de Fudou. Aquilo estava a me intrigar; quanto mais eu o olhava, mais tinha a sensação de que já tinha o visto antes. Pensei ser algo de minha cabeça, além de supor ser impossível eu reconhecer o anel dado à ex namorada de Fudou; mas fora segundos depois que meu coração parara e eu finalmente consegui lembrar-me onde havia o visto. 

De repente, tudo clareou. A música Liar, de One ok Rock que tocava às alturas na casa, pareceu não tomar mais nenhum pouco de minha atenção. Todas as memórias me vieram à tona enquanto eu sentia minha respiração falhar e meu coração apertar, arregalando os olhos incrédulo. Eu lembrei-me de tudo. Lembrei-me de Goenji ao meu lado, ajudando-me a escolher um belo modelo e comprá-lo, guardando-a em uma caixinha vermelha de veludo, algo que combinava com o seu estilo. Lembrei-me de ter guardado a caixinha na última gaveta se meu guarda-roupa, contando os dias e as horas para que eu finalmente pudesse entregá-lo para ela. Lembrei-me de sua reação ao vê-lo, logo depois de responder-me com um "eu aceito". Lembrei-me de seu sorriso largo após colocá-lo no dedo, observando-o com os olhos brilhando de felicidade. 

E agora, eu lembrava de suas palavras. Uma viagem até a Coréia do Sul, França e, por último, Alemanha. Fora lá onde ela saira com os amigos. Fora lá onde acabou extrapolando na bebida e agindo de forma imprudente. Eu também lembrei, logo em seguida, das palavras de Aki Kino após vê-lo no escritório, rodeado pelos meus companheiros de trabalho. "Ele acabou de voltar da Alemanha, Kidou-kun. Ele irá trabalhar conosco".

O mesmo país. O mesmo período. O mesmo anel. Eu poseria estar errado. Parte de mim queria muito acreditar que tudo aquilo não passava de uma coincidência boba. Mas lá no fundo de minha consciência, uma voz sussurrava-me sobre o quão aquilo fazia sentido e que não era impossível de acontecer. Meu coração pesara, como se já houvesse a certeza de que tudo havia desmoronado de uma hora para a outra, mesmo depois de ter acertado as contas com ela. E em minha mente só havia uma conclusão, esta que passara a me atormentar desde o momento em que comecei a achar o delicado anel familiar:

Naomi Tanaka havia me traído com Akio Fudou.

 

 

 

 



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