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História Stripped - Park Jimin - Olhos Abertos, Ouvidos Fechados.


Escrita por: SedentaPorJimin

Notas do Autor


Oiê! Desculpa pela demora, mais explicações nas notas finais. O capítulo está maior para compensar o atraso, sendo assim...

Tenham uma boa leitura :)

Capítulo 3 - Olhos Abertos, Ouvidos Fechados.


Fanfic / Fanfiction Stripped - Park Jimin - Olhos Abertos, Ouvidos Fechados.

Dominik Kim

— Ah, delícia!

A loira oxigenada joga a cabeça para trás, enquanto o rapaz entra e sai de dentro dela. Ela está nua completamente, os peitos siliconados pulando enquanto ela quica, e as pernas grossas circulam a cintura do cara. Um dos braços dele está enrolado na cintura fininha dela, e eu posso ver as veias saltadas, pelo esforço que ele está fazendo. Os gemidos são altos e ecoam por toda a sala e corredor, e permitem que eles estejam alheios à mim, parada diante da porta, assistindo tudo. Uma dor dilacerante anda por todo o meu peito e eu finalmente entendo o que era o pressentimento que esteve comigo durante o dia todo: eu não deveria ter saído de casa. A mulher geme mais alto.

Eu não deveria mesmo ter saído de casa.

Sinto uma pontada horrível na cabeça. Levo dois dedos até lá e massageio levemente. Tudo havia começado com o meu despertador: como era o costume nas terça-feiras que eu não tinha trabalho, coloquei o maldito para me acordar às seis e meia. Era o suficiente para me levantar, arrumar e sair de casa para pegar o metrô e chegar na faculdade às oito, que é quando se iniciam as aulas no período da manhã. Mas, é claro, o bastardo não cumpriu bem o seu papel. Então, lá estava eu, a boba Dominik, dormindo tranquilamente sem imaginar que o tempo estava passando e que chegaria atrasada na primeira aula. Acordei uma hora mais tarde do que o esperado, com Wendy me chamando toda desesperada aos berros, dizendo que eu iria perder a primeira e metade da segunda aula se não me levantasse naquele momento. Como qualquer ser humano normal, eu dei um pulo da cama e corri em direção ao banheiro, sem me preocupar com o que havia no caminho. Resultado? Uma unha do dedinho do pé quebrada por ter batido na porta, uma perna arranhada e uma bunda doendo pelo resto do dia, por causa do tombo desgramado que levei perto da banheira.

Estava claro que esse seria um daqueles dias.

Só eu, a tonta, que não notei.

Mesmo com a perna machucada e a bunda latejando, eu tomei um banho rapidinho sem a minha habitual cantoria no chuveiro. Depois, mais ligeirinha ainda, voltei ao quarto e vesti o que tinha na minha frente, e que se danasse se estava sujo ou não. Soquei os materiais de qualquer jeito dentro da mochila, apanhei o meu violão e joguei um perfume básico pra disfarçar qualquer mau cheiro que pudesse vir aparecer durante o dia. Eu corri para baixo, encontrando Wendy com o meu café-da-manhã já embalado para a viagem e um sorriso maternal no rosto. Desajeitadamente dei um beijo no rosto dela, agradeci aos gritos e sai correndo de casa, uma sensação esquisita apertando o meu peito, uma espécie de premonição ou qualquer porcaria do tipo, como se uma fantasminha estivesse do meu lado dizendo "não faz isso".

Mas eu não dei ouvidos.

Eu fiz.

E me dei muito mal.

Quando cheguei do lado de fora, Minah estava me esperando com o seu conversível caríssimo que seus pais haviam lhe dado de presente de Natal, buzinando como uma louca, o que ela é, definitivamente. Toda desengonçada, eu corri até o carro e entrei nele sem dar bom dia, nem nada: estava sem ar, com fome, e ainda precisava dar um jeito no meu cabelo. Minah também não se importou em dizer algo, pelo contrário. Ela pisou no acelerador e corremos até a Universidade. No caminho, enquanto eu fazia um rabo-de-cavalo e atacava o sanduíche que Wendy havia me preparado com tanto amor, Minah tagarelava sobre o sr. Park: o quanto ele era lindo, o quanto ele era charmoso, o quanto ele era sexy, o quanto ele era inteligente, o quanto blá, blá, blá. Eu honestamente não quis ouvir direito. Falar do sr. Park meio que me incomodava. Depois do acidente do suco, eu não consegui tirar a imagem daquele abdômen molhado de dentro da minha cabeça. Por alguma razão muito estranha, ok, nem tão estranha assim, meu cérebro invocava imagens dele totalmente indecentes e fazendo coisas de adultos em uma cama enorme. E não facilitou muito o fato do sr. Park parecer está sempre me olhando. Em um dado momento da noite, quando ficamos sozinhos em uma aula prática, eu realmente cogitei me virar para ele e dizer sou toda sua, querido, me come com força. Estávamos só os dois naquela sala, um piano enorme que me caberia todinha, por que eu não podia ser atrevida só uma vez na minha vida e pedir para rebolar em cima do pau do meu professor, enquanto ele gemia o meu nome no meu ouvido? Parecia uma ótima ideia. Mas o sinal bateu e o meu bom senso voltou no exato momento em que eu estava prontinha para pedir. Então, eu estava tentando ignorar tudo o que estivesse relacionado a ele, mesmo que não adiantasse muito.

Ele sempre arrumava um jeito de voltar para mim.

Assim que chegamos à faculdade, me despedi de Minah com um beijo no rosto, e corri apressadamente enquanto comia até o prédio onde eu teria a primeira aula do dia. Faltavam apenas alguns minutos antes que ela se iniciasse e eu estava disposta a não faltá-la, de modo algum. Como eu sou um poço de boa-sorte, a mostarda do meu sanduíche escorreu para fora e manchou minha blusa branquinha e novíssima, então, eu cheguei a conclusão de que era o meu carma que havia, por alguma obscura razão, decidido me perseguir justo hoje. Fula da vida, joguei o sanduíche no lixo e tentei consertar o estrago, enquanto me dirigia até a sala de aula. Limpei mesmo com dedo e saliva, e a mancha que ficou para trás, ali ficaria, porque eu não tinha mais tempo. Entrei na sala de aula faltando dois minutos para começar a aula, ignorei os outros estudantes, e me sentei o mais longe possível de todos. E assim fiquei, até o almoço. Tudo se seguiu malditamente bem enquanto isso, aquela sensação estranha havia sido esquecida por completo.

Meu pior erro, claro.

Na hora do almoço, no refeitório, todo mundo só sabia falar de uma única coisa: o sr. Park Jimin. Pareciam todos uns papagaios treinados, falando ao mesmo tempo, tão barulhentos, elogiando as habilidades do já citado professor. Eu não fazia nada além de rolar os meus olhos, enquanto esperava na fila para comprar o meu almoço. Quer dizer... o cara só estava ali há um dia. Na verdade, treze horas, dezessete minutos, vinte segundos e contando. Como alguém ali poderia saber o quão perfeito ele era, sem nem ao menos ter se passado um maldito mês para isso? Não fazia sentido. De repente, tudo aquilo começou a me irritar. Eu paguei pela comida, peguei a bandeja e caminhei até uma mesa vazia, longe do burburinho principal. Não queria ouvir as fofocas. Não queria ouvir como o Professor Park era tão gostoso. Não queria saber das fantasias das meninas assanhadas. Não queria saber de nada. Só queria comer em paz, e aplacar a raiva estranha que estava crescendo dentro de mim. Bloqueei o máximo que eu pude, triturando a comida em minha boca com violência, mas então, Kiki e Dakota, as duas miss bimbos da faculdade, se sentaram perto de mim e começaram a tagarelar. O assunto? O sr. Park, claro.

— Grande e grosso, amiga, estou falando! — estava dizendo Kiki, com sua voz anasalada e super irritante. Eu, pessoalmente, não tinha nada contra ela, mas, também não tinha nada a favor — Pode acreditar, sei do que estou dizendo.

Rolei meus olhos por tamanha futilidade.

— Como você pode ter tanta certeza que o pau dele é grande assim? — havia dito Dakota. Ela tinha aquela voz rouca de atriz pornô e, até que era bem simpática, quando não estava perto da entojada da Kiki. E, era claro, o pau do sujeito era nada mais, nada menos, do que o sr. Park.

Kiki abriu um sorriso malicioso e eu odiei ver aquilo. Coisa boa não sairia dali, eu tinha certeza.

— Simples. Eu vi.

— Quando? — perguntou Dakota.

— Quando transamos no almoxarifado ontem.

Aquilo foi a gota da água para mim. Me levantei fula da vida, com o coração batendo acelerado, e marchei para fora do refeitório e depois do prédio da faculdade. Meu peito estava pesado e eu queria muito, desesperadamente, socar o rosto de alguém. Alguém loiro e peitudo, de preferência. Tipo, a estúpida Kiki. E ao sr. Park, também. Eu não sabia o porquê, mas estava extremamente decepcionada com ele. Era bizarro, claro, mas o pensamento dele mandando ver com uma de suas alunas me dilacerava por dentro. Era doloroso demais. Como uma fantasia quebrada, ou algo assim. No fim, eu tinha toda razão: ele era um mulherengo, safado e cretino, que não respeitava nem mesmo a ética profissional.

E as pessoas achando ele um máximo.

Que idiotice.

Do lado de fora, eu corri por todo o campus até alcançar o campo de futebol, e fui me esconder atrás das arquibancadas. Naquela hora do dia ninguém iria aparecer ali e, além do mais, era um ótimo lugar para pensar. E eu estava mesmo precisando colocar as minhas ideias em ordem. O que Kiki havia dito me deixou realmente chateada, e isso não era bom. Sendo verdade ou não. Quem era eu, para mandar na vida do sr. Park? E por que eu deveria me importar? Não fazia nem um dia que eu havia o conhecido e nem sequer trocamos muitas palavras, por que o que ele fazia ou deixava de fazer me afetou tanto? Não fazia sentido. Era ridículo o que eu estava sentindo. Eu não deveria me deixar envolver por um professor, ainda mais um tão mais velho do que eu. Estava interessada, isso era um fato, mas, seja lá o que fosse aquilo, uma atração boba e sem sentido ou qualquer porcaria parecida e coisa assim, deveria ir embora. Sim. Estava decidida. Eu não iria me importar ou deixar me afetar por um mulherengo sem ética que eu nem mesmo conhecia direito. Com aquilo na cabeça, uma recém-força descoberta e a decisão de uma garota poderosa que eu sou, eu me virei para ir embora, voltando ao prédio pronta para ignorar o dito cujo de peito aberto.

Mas então, esbarrei no próprio diabo.

Ele mesmo.

O sr. Park Jimin.

A razão de todo o meu tormento.

Bem. Atrás. De. Mim.

Ele abriu aquele sorriso molha-calcinha, que me deixou toda boba e derretida, como quando da primeira vez que eu o vi. Minhas mãos começaram a suar, meu coração a bater em uma velocidade diferente da usual e fora de ritmo, quase pulando pra fora do peito. Respirar era uma missão impossível. Aquele cara era mesmo um sujeito muito lindo. E mulherengo, Dominik, não se esqueça, eu havia dito a mim mesma enquanto o olhava hipnotizada. Ele abriu a boca para perguntar se eu estava bem, o que me fez sair do transe, rapidamente. Não, não. Aquilo estava errado. Ele não deveria estar ali. Eu empinei os meus seios e o nariz, bem arrogante, o que fez o sr. Park erguer as sobrancelhas e, talvez, só talvez, ter dado uma boa checada nos meus peitos. E então, o respondi com uma outra pergunta: que diabos ele estava fazendo ali.

— Fumar.

Foi a resposta dele, crua e simplista. O que arrancou um "oh" surpreendido de mim. Quer dizer, quem diria, o sr. Park fumava. E então eu me lembrei que eu não o conhecia, de jeito nenhum. Então, ele podia fumar à vontade. E transar com miss bimbos burras. Ignorando completamente a minha presença, ele levou o cigarro até aquela boca que definitivamente era obra de Satanás, e o acendeu, tornando aquela imagem a número um da minha coleção de coisas sexies que já vi na minha curta vidinha. Aliás, ele todinho era todo sexy. Do tipo que me fazia querer tirar a roupa, pular em cima dele e brincar de cavalinho. Uma grosseria, eu sei. Mas eu não podia evitar. Então, para piorar um pouquinho mais a minha situação já precária, o sr. Park começou a falar por nenhum motivo aparente sobre nuvens e coisas aleatórias, com aquela voz maravilhosa que só ele tinha. E fazia a minha imaginação voar longe, e fantasiar mil e uma maneiras de levá-lo até minha casa e mostrar todo o charme de uma brasileira. O que era uma coisa horrível de se pensar, principalmente com tantas imagens eróticas que ficavam passeando pela minha mente. Era pior ainda quando a minha fantasia estava paradinha do meu lado, me olhando como se quisesse ver a minha alma. Ou me ver pelada.

— Eu não conto, se você não contar. — ele havia murmurado depois de um tempo calado só me olhando, e eu comecei a pensar se o sr. Park era como a versão asiática e cem por cento melhorada do Edward Cullen ou algo assim. Eu pisquei totalmente perdida sem saber o que dizer, se ele estava falando de sexo selvagem no chão ou de outra coisa. Deus, como eu queria que fosse a primeira opção! Se Kiki podia, por que eu não? Uma vez na vida não vai matar ninguém e eu sei que não iria me envolver, nem nada. Deus, eu queria tanto! Ele me deu mais um dos seus sorrisos e se aproximou um pouquinho, o bastante para me fazer hiperventilar, e pôs uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. E então, sussurrou: — Se você não contar que me viu aqui, eu também não conto que te vi. Trato feito?

Ah.

Então, era isso.

Eu murchei como um balão. Nada de sexo selvagem para mim. Concordei com a cabeça, completamente decepcionada. Eu queria mesmo experimentar o negócio do "proibido é mais gostoso". Foi aí que eu decidi ir embora, não confiava em mim mesma sozinha com aquele homem, e, se eu ficasse, poderia arrumar problemas para nós dois. Um tantinho envergonhada, eu murmurei um "tchau" baixinho e super tímido e passei por ele, meio que esperando que me pedisse para ficar, daí teríamos o meu momento, super merecido, como Kiki também teve. Mas estávamos falando de mim, e o meu carma que havia decidido me perseguir hoje. Não sei como, tropecei no diacho do vento e quase fui beijar o chão, se não fosse o sr. Park me segurar. Muito rápido, graças ao papai do céu, ele passou aquelas mãos grandonas em torno da minha cintura e me puxou contra ele, as minhas costas batendo no seu peito. A partir daí, foi uma sequência de coisas em câmera lenta: o cigarro caindo lentamente até o chão; mãos grandes se embrenhando por todo o meu corpo; o cheiro de canela preenchendo o ar; e a respiração ofegante do sr. Park pertinho do meu ouvido, causando-me arrepios dos pés até a cabeça.

E eu não pude fazer muito além de imaginar.

Eu estava perdida.

Definitivamente perdida.

E eu sabia que tudo só iria piorar.

— Você está bem? — ele perguntou rente ao meu ouvido. Aquela voz rouca e indecente me fez fechar os olhos e gemer baixinho, tanto por ela, quanto pelo contato dos nossos corpos. Sei que ele ouviu, pois suas mãos me apertaram um pouco mais e ele me puxou um bocadinho assim contra o seu corpo, como se quisesse nos fundir — Senhorita Kim, você está bem?

Eu fiz que sim com a cabeça. Francamente, não estava em condições de falar. Meu cérebro estava em frangalhos, e, eu tinha plena certeza que todos os ossos do meu corpo haviam virado mingau. Não havia como eu, somente uma humana cheia de hormônios, formular uma frase decente com a leve insinuação do pênis do meu professor perto da minha bunda. Era demais para mim. Como se quisesse me torturar e me ver derreter diante dos seus olhos, o sr. Park me virou lentamente, cada partezinha de mim consciente de cada partezinha dele, e nos deixou cara-a-cara, seus olhos claramente enxergando a minha alma. Ele me segurou pelo os ombros, mantendo uma distância boa e saudável entre nós, e molhou os lábios:

— Tem certeza? Você parece vermelha. — ele parecia genuinamente preocupado.

Mais uma vez, eu assenti com a cabeça. Sem se importar em disfarçar, os olhos dele foram até a minha boca e ficaram ali. Já suas mãos foram descendo aos poucos: do meus ombros para os braços, dos meus braços para a cintura. Eu tinha absoluta certeza que o sr. Park não se dava conta do que estava fazendo. E também tinha absoluta certeza que, se eu ficasse ali, iria realizar todas as minhas fantasias mais sacanas e recentes. Por isso eu não me movi nem um dedinho. Novamente, ele me puxou para perto e eu senti o seu hálito de fumo que cheirava a canela bater no meu rosto, me deixando nas nuvens. Eu fechei os meus olhos, aguardando que ele desse o primeiro passo, e levei minhas mãos até os seus braços, os apertando de levinho. Podia sentir ele se aproximando, devagar demais para o meu gosto, fazendo aquilo uma tortura desnecessária. E então, tudo desmoronou. Literalmente. Em um segundo, estávamos prestes a nos beijar e no outro, eu estava sendo arrastada por ele, diretamente para o chão. Sem ter onde me apoiar, eu me segurei nele e caímos, ele amortecendo a minha queda. Quando me dei por mim, de alguma forma, eu estava sentada em cima dele, com uma perna jogada de cada lado da sua cintura, e minhas mãos espalmadas no peito dele, completamente montada.

Em cima dele.

Em cima do pênis dele.

Em cima do pênis duro dele.

Ficamos nos olhando em silêncio por minutos que pareceram horas, até que ouvimos um grito estrondoso de Minah chamando o meu nome, do outro lado da arquibancada. Eu ruborizei. Foi assim que todo aquele clima foda-me-até-que-eu-não-consiga-andar foi embora e eu fiquei vermelha como um pimentão. De vergonha, claro. Não era bem assim que eu estava planejando as coisas. Sem saber onde enfiar a minha cara, eu me levantei rapidamente, horrorizada, implorando por perdão. Balbuciei um "adeus" meio rápido e sai correndo de lá, encontrando Minah na entrada do prédio C. Ela não me perguntou sobre meu estado e eu fiquei grata, apenas seguindo ela até a nossa próxima aula. Eu não fazia ideia de como diria a ela que havia sentado em cima do pau duro do nosso professor, caso ela houvesse. Caladas, entramos na sala de aula e a professora veio logo em seguida, a iniciando sem demora. Minah, vez ou outra, ficava tagarelando comigo a respeito de como Teddy Birckle, o menino estrangeiro da turma dela de Percussão, havia olhado para ela sem parar hoje mais cedo, mas eu não conseguia me concentrar totalmente no que ela dizia. Um fogo estranho se alastrava dentro de mim, e me consumia, fazendo eu me sentir quente e com um incômodo mais para baixo da barriga. Foi aí que eu me levantei, pedi licença e sai da sala de aula, a fim de ir beber um pouco de água e lavar o rosto. Mas, quando me aproximei do banheiro, eu ouvi alguns barulhos estranhos e fui conferir.

O que nos traz aqui.

E a certeza de que eu nunca veria o sr. Park transando com a bibliotecária se estivesse ficado em casa, como meus instintos me disseram. Ele estoca com uma força descomunal dentro dela, suas veias saltadas à mostra pela manga da camisa levantada. A bunda dele se contrai toda vez que ele entra e, eu imagino ele fazendo o mesmo, porém, comigo no lugar daquela mulher. Suspiro. Lentamente, me afasto da porta e refaço o caminho de volta por onde eu vim, o gemido de oh-meu-deus-porra-eu-gozei-caralho do sr. Park me fazendo arrepiar dos pés a cabeça. Eu sinto meu corpo tremer incontrolavelmente e eu sei que nunca mais vou conseguir tirar essas imagens e ruídos da minha cabeça. Também sei que, se antes meu coração estava dolorido, agora ele está aos pedaços.

Completamente.

.....

Entro na cozinha sem fazer barulho.

Meio sonolenta, cambaleio até a pia do outro lado da ilha, e pego um copo na lava-louças, enchendo-o de água em seguida. Minha cabeça está explodindo. Lá da sala, ouço grunhidos e gritos raivosos que vem de Wendy, e foram estes mesmos gritos que me acordaram cinco minutos atrás.

— Estúpido! Estúpido! Estúpido!

Deus, como ela é barulhenta. Faz mais ou menos três horas em que cheguei em casa: assim que voltei para a sala de aula, liguei completamente o piloto automático, não estando mais tão presente na Universidade. Vez ou outra, minha mente continuava voltando para aquela cena que eu vi na sala com o sr. Park e meu coração se dilacerava, toda santa vez que meu cérebro a reproduzia. Na hora da aula prática, onde eu ficaria sozinha com ele novamente, inventei uma desculpa qualquer e peguei um passe na enfermaria, vindo para casa logo em seguida. Eu não estava pronta para encarar o sr. Park, e, francamente, nem queria. Assim que cheguei, tomei um banho e me deitei, caindo no sono e esquecendo tudo o que eu vi de vez. Agora, minha cabeça dói e Wendy grita da sala, desesperada.

— Baekhyun, ela está te enganando, cara! — ela gritou mais uma vez — A Mel é a pessoa certa pra você, a Marlie está te enganando, como da última vez.

Coloco o copo em cima da pia e caminho até a sala. Wendy está sentada na mesa de jantar, olhando alguma coisa em seu laptop. Os cabelos rosas dela estão todos arrepiados no ar, e ela tem um vinco no meio da testa, que diz que ela está claramente irritada. A razão, eu não imagino o por quê. De repente, ela grita e joga suas mãos para o ar:

— AHH! Desisto!

— Do quê? — pergunto, por fim.

Ela dá um pulo na cadeira e levanta a cabeça em uma velocidade absurda, levando as duas mãos ao peito, bem em cima do coração. Então, ela inspira e expira uma, duas, três, quatro, cinco vezes, para depois relaxar e sorrir meio preguiçosa.

— Você me assustou! — acusa, risonha.

Dou de ombros, indiferente. Em seguida, caminho até ela e puxo uma cadeira, me sentando ao seu lado.

— E você me acordou.

Ela rola os olhos, divertida.

— Desculpe. — diz ela.

— Me desculpe também. — eu digo. Então, aponto para o seu laptop cor-de-rosa e cheio de strass — Do que você desiste?

A expressão dela cai e, depois, fica vermelha. Ela apruma os ombros e se ajeita novamente em cima da cadeira.

— Ah, é uma fanfic com Baekhyun.

Eu franzo as sobrancelhas.

— Uma o quê?

— Fan-fic. — diz Wendy, pausadamente. Ela gira o laptop na minha direção me mostrando uma página cheia de palavras e o nome "WATTPAD" no topo — São estórias criadas por fãs, e feita para fãs. Por exemplo, essa daqui é com o Baekhyun.

O nome não me é estranho e eu forço o meu cérebro a me lembrar de onde eu já tinha ouvido antes. Então, um estalo vem a minha mente: Baekhyun. Claro, o menino do EXO.

— Por acaso Baekhyun não é aquele cara bonitinho daquele grupo EXO? — pergunto apenas para confirmar e estico uma mão para apanhar uma maçã da fruteira — Que tem, tipo, um zilhão de fãs loucas?

— É, é ele sim. — murmura Wendy, distraidamente — E as fãs dele não são loucas, só... apaixonadas.

Sorrio debochadamente.

— Ou seja... loucas. — abocanho um bom pedaço da maçã e o mastigo devagar, o engolindo depois — Então, deixa eu ver se entendi: você escreve histórias sobre pessoas famosas e elas se chamam fanfics?

Wendy da de ombros.

— Basicamente isso. Também escrevemos sobre animes, filmes, séries e outras cositas más. — murmura ela, imitando um sotaque espanhol vagabundo — Tudo que se possui um fandom, tem uma fanfic. Pode apostar.

Eu sacudo minha cabeça em negação.

— Nerd. — provoco.

Ela se levanta abruptamente.

— Ei, ei! — ela põe as duas mãos na cintura, e dá uma reboladinha, ondulando o corpo em torno dela mesma — Pode ir parando por aí. Respeita a comunidade, irmã. Nós, nerds, temos muito orgulho de sermos nerds. Temos orgulho de ler fanfics. Temos orgulho de escrever fanfics. Fanfic é uma obra prima. Fanfic é a melhor coisa do mundo.

Ergo minhas mãos em rendição.

— Tudo bem, tudo bem. Não está mais aqui quem falou. — me desculpo, e ela empina o nariz, murmurando um "eu acho bom mesmo". Wendy ficava muito em modo de batalha, quando tocávamos nos assuntos nerds dela — Mas, então, por que você estava brigando com a fanfic do Baekhyun?

Ela se senta novamente e faz bico.

— Eu, na verdade, não sei nem o porquê estou lendo, sério. Só me deixa mais irritada. — ela tira o cabelo do rosto e suspira — Acredita que o estúpido acha que o filho da Marlie é dele, mesmo que a vagabunda já tenha transado e traído ele com o Drake, que é o ex-namorado da Melissa? Sério. Eu tô, tipo, muito puta com a estupidez do Baek. Tipo, muito mesmo.

Suspiro, levemente interessada.

— E Melissa, Marlie e Drake são...?

Wendy faz um rabo-de-cavalo desajeitado.

— Os personagens da fanfic. — explica ela, movimentando o pescoço de um lado para o outro, aliviando a tensão. Daí, aponta para o laptop — Mel e Baek são namorados... quer dizer, eram. Não são mais.

“Eles se conheceram quando o namorado da Mel, Drake, e a namorada do Baek, Marlie, foram pegos no flagra transando no casamento da irmã da Mel. Daí, Mel e Baekhyun, se afogando na cornice, acabam se aproximando e se apaixonando, e começam a namorar. Agora, a Marlie aparece dizendo para o Baek que está grávida e que o filho é dele, se aproveitando do fato de que ele acha, veja bem, acha, que transou com ela, mas tenho certeza que ele não fez. Ele nunca trairia a Mel. Mas a vagabunda da Marlie sabe que ele não sabe que eles não transaram, e está usando isso para destruir o relacionamento do Baek e da Mel, porque ela é um ser humano horrível e não pode ver ninguém feliz!”

— E o idiota do Baekhyun acreditou! — ela conclui, sem fôlego, com o rosto bem vermelho, igual a um tomate — Sério, por que eu ainda leio? Só me deixa com raiva. E, sabe o que é pior? Faz três meses que a autora não atualiza. Três meses, Dominik. Três. Longos. Meses.

Eu a escuto com atenção, lendo alguns trechos do capítulo só por cima. Parece uma boa coisa, na verdade. Mas com tantas reviravoltas assim, parece mais uma novela mexicana. Distraída, eu pergunto:

— Se te deixa brava, por que você lê?

Wendy é tão confusa. Não faz nenhum sentido, se ela não gosta, por que lê? Se eu não dou risadas com algo, eu não leio. Essa é a razão pela qual eu nunca li nada do Nicholas Sparks. Sei que não vou ter meu final feliz. Mas Wendy... minha nossa. Ela é estranha. Minah e ela são. Do outro cômodo, o telefone toca e Wendy se levanta, se espreguiçando. Então, olha pra mim e diz:

— Porque eu gosto de me iludir.

E sai correndo para atender. Eu permaneço no meu mesmo lugar, lendo alguns trechos irrelevantes da historinha de Wendy, e percebo que na verdade é realmente muito boa. Demais. O drama, as emoções, eu consigo sentir tudo. Seja lá quem havia escrito assim, tem talento. Pra valer.

— É pra você, Dominik. — fala Wendy, sentando-se novamente em seu lugar. Eu franzo a sobrancelha: quem poderia ser há essa hora? — E é um cara.

Um cara? Olho inquisitiva para Wendy. Ela apenas dá de ombros. Sem dizer nada, me levanto e caminho até o cômodo do lado, onde o telefone me aguarda fora do gancho. Vou até ele rapidamente e o agarro, levando até ao meu ouvido em seguida. Parece não haver nada do outro lado da linha.

— Alô?

Sem resposta. Um chiado baixo, ritmado, como o som de uma respiração é ouvido, confirmando que a ligação não havia caído. Mas seja lá quem seja a pessoa, ela não diz nada.

— Alôôôô? — me reencosto na parede — Quem é?

Nada.

Nadinha de nada.

Isso começa a me irritar.

— Olha, se for uma pegadinha, eu juro por deus...

Um ruído estranho é ouvido e, de repente, o tu, tu, tu, tu, tu começa a cantar como um passarinho dentro do telefone, indicando que quem quer que fosse, havia desligado.


Notas Finais


E chegamos ao fim do capítulo!

O que acharam? Ficou bom?

Bom, eu devo algumas explicações. Atrasei porque estava reformulando o roteiro (se você não sabe, esta é uma reescrita da minha fanfic anterior), e enfrentei um tremendo bloqueio. Mas agora está tudo bem. Espero que me compreendam.

Mas e aí, o que vocês acham que irá acontecer agora? Deixem suas opiniões, vamos interagir.

Me sigam: @SedentaPorJimin

Até o próximo capítulo.


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