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História Stripper - Scisaac - Um barman chamado Liam


Escrita por: MaxPosey

Notas do Autor


Olá meus queridos!
Parece que um simples contrato de um stripper rendeu mais do que deveria para Scott.
Mas o aparecimento de um barman pode causar distúrbios nessa relação.
Confira agora nesse capítulo.
Boa leitura...

Capítulo 3 - Um barman chamado Liam


Fanfic / Fanfiction Stripper - Scisaac - Um barman chamado Liam

Isaac experimentou um momento de desejo absoluto e inesperado quando o dono da casa abriu a porta da frente. Ele já tinha visto um monte de mulheres e homens bonitos, mas Scott tinha algo mais. Do alto de seu 1,83m, ele o encarou com aqueles olhos castanhos escuros emoldurados por cílios negros. Os lábios rosados se entreabriram quando ele inspirou. As maçãs do rosto proeminentes coraram e ele baixou o olhar.

Algo se remexeu dentro de Isaac a partir de então. Intensamente. Suas sinapses dispararam daí entraram em combustão espontânea. Ele não tinha muita certeza do que dissera só que conseguira o feito de entrar na sala de estar sem ceder ao impulso de beijar o moreno a sua frente.

De um jeito estranho, aquilo acabou facilitando o restante das decisões da noite. Ele dançaria só para ele. Não tinha mais a ver com dinheiro; eles eram apenas duas pessoas reagindo uma à outra. E fazia muito tempo que Bad Angel não sentia que seu corpo era algo além de uma mercadoria.

Quando ele colocou o cinto ao redor de Scott olhou para trás e ofereceu um sorriso lento e sexy, mordendo o lábio e arqueando as sobrancelhas.

A luxúria tomou a virilha dele.

Ele correu a mão pelas costas do moreno e enredou os dedos no cabelo escuro, puxando a cabeça dele para trás. Começou. O Jogo.

Os olhos castanhos escuros de Scott queimaram por um breve segundo.

Bad Angel o puxou para si. Deslizando a palma sobre o abdômen tenso dele, Isaac movimentava os quadris e se deleitava no hálito dele.

Um movimento chamou a atenção dele. Alisson estava olhando para trás, curiosa.

Caramba. Bad Angel ficara tão envolvido por Scott que tinha se esquecido da noiva. Ele abandonou o moreno alto e sensual e voltou à atenção para a morena.

A música foi de Pitbull para “Boom Boom Pow” do Black Eyed Peas.

Depois de dançar com Scott, seu membro estava ameaçando começar um verdadeiro show, mas a ideia em si foi suficiente para acalmar as coisas.

Rondando Alisson, ele desabotoou a calça e mexeu no zíper de um jeito provocador.

Bad Angel foi baixando a calça lentamente, muito embora aquilo não fosse para o benefício da mulher sentada diante de si. Centímetro após centímetro de pele foi sendo revelado até que a peça caiu completamente, e ele finalmente se livrou dela. Sondando Alisson novamente, ele lutava para manter seu olhar em cima dela, e não no homem algemada a ela. A mão livre de Alisson estava em punho, junto à cintura. Bad Angel a pegou e a usou para acariciar o próprio peito, imaginando como seria sentir os dedos de Scott em sua pele aquecida.

Alisson o encarou, os olhos brilhando.

– Faça aquela coisa com o abdômen.

Ele começou a requebrar o torso, dos ombros aos quadris.

Ela gritou e riu de novo.

As mulheres na sala foram à loucura.

Bad Angel acenou para a garota tímida que havia lhe cedido à cadeira.

– Vamos lá, gatinha. Deixe-me agradecer de maneira adequada.

Ela balançou a cabeça, negando.

– Vá buscá-la – murmurou Scott.

Surpreso, ele olhou para o moreno.

– Ela é minha assistente. O marido a abandonou recentemente. – Uma preocupação sincera tingiu os olhos de Scott. – Isso faria bem para ela.

Assentindo brevemente, Bad Angel seguiu dançando até a mulher quietinha. Ela se recusou a olhar para cima enquanto ele dançava. Justo. Mas não deu certo para ele. Então ele a puxou da cadeira e ela saiu aos tropeços até ele, pousando as mãos no peito forte para não colidir nele. Bad Angel pressionou as mãos dela ali e a incentivou a tocá-lo. Aquilo não fazia parte de seu número, mas, no momento, isso não importava.

Contornando a mulher, ele sussurrou uma palavra de incentivo. Quando a mão dela serpenteou para enfiar uma nota de cinco na sunga pequeníssima dele, Bad Angel a recompensou com um pouco mais de atenção e um segundo beijo na bochecha. Então ele foi até sua pasta e pegou um par de algemas e uma chave pequena. Daí ergueu ambas para as mulheres.

– Quem acha que devemos fazer Alisson se esforçar para ganhar a chave?

A noiva balançou a cabeça.

– É Scott quem precisa se esforçar. Foi ele quem perdeu a chave, para começo de conversa.

– Isso é justo? – perguntou ele para as mulheres em geral. Sem dúvida era assim que ele preferia.

A resposta foi unânime.

– Scott – murmurou ele. – Vou liberar Alisson. Você fica e faz por merecer para ganhar a chave para vocês dois.

Os olhos de Scott se iluminaram e a cor inundou suas bochechas, mas ele assentiu mesmo assim.

– Eis o que vamos fazer meninas. Vou trocar a música para algo um pouco mais… Adequado. Quando eu ficar de costas – gritos e comentários –, vocês vão esconder dinheiro nas roupas de Scott. Eu vou encontrar as notas. E só vou ficar com aquelas que eu encontrar. – Ele fez uma pausa e olhou para Scott. – Por favor, sejam criativas. Muito, muito criativas.

Ele foi até o aparelho de som, sorrindo diante do burburinho acontecendo atrás de si.

Escolhendo pela seleção personalizada de músicas, parou em sua favorita. Uma guitarra elétrica começou com um acorde. O baixo acompanhou e o vocalista se inseriu na mistura. Uma letra altamente sugestiva fez o sangue de Bad Angel esquentar. Mas nem chegou aos pés da temperatura do homem sentado no centro da sala. Ele era espetacular.

E também parecia um pouco desconfortável.

Contornando-o com lenta deliberação, Bad Angel roçou as pontinhas dos dedos sobre a pele nua dele.

Scott estremeceu.

Ele começou arrancando as notas dos locais de fácil acesso e as enfiou na sunga. E benditas mulheres…! Elas haviam tomado suas instruções ao pé da letra, enfiando notas por todos os cantinhos da roupa de Scott. Bad Angel tinha certeza de que agora poderia fazer uma boa avaliação do corpo de Scott. Ele estava se divertindo horrores.

Ele roçou as costas dos dedos pelo braço e sob o cabelo curto dele, envolvendo o pescoço delicado em seguida. Abaixando-se pertinho, Bad Angel sustentou o olhar dele.

– Será que elas esconderam alguma coisa aqui?

– Você espera que eu te ajude a trapacear no jogo?

O jeito que ele o olhou, com pura curiosidade e desejo escancarado, fez os dedos de Isaac se contrair mais em torno dos músculos do pescoço do moreno. Ele sentiu a pressão na virilha.

Alisson e toda a torcida feminina estavam gritando, incentivando-o a prosseguir.

Arrastando os dedos para baixo, ao longo da clavícula, e parando no vislumbre da abertura na camisa social, visão que a posição dele proporcionava, Bad Angel lançou um olhar penetrante.

Scott deu de ombros, o movimento espasmódico.

– Você precisa ganhar a vida de algum jeito.

A culpa o alfinetou, a vergonha em seu encalço. Ele não era aquela pessoa. Ele não era aquele sedutor para fins pessoais ou alguém que usufruía de pagamentos particulares.

Seus dedos pairaram sobre o peito dele.

– Tenha misericórdia de mim – disse ele, piscando para o loiro com olhos exageradamente arregalados. – Termine sua missão de busca e apreensão para que eu possa sair logo e enfiar minha cabeça no congelador.

– Está com calor?

Ele deu de ombros.

– Estou repetindo para mim que este é o seu trabalho, mas ainda há a questão dos seus dedos na minha pele, sabe?

Ele esmagou o desejo de acariciar o cabelo dele. Scott estava certa. Aquilo, tudo aquilo, tinha a ver com o sustento dele… Então por que parecia tão diferente?

– É verdade. – Caminhando com os dedinhos até a abertura da camisa dele, ele tirou uma nota de vinte. Bad Angel duvidava que Scott tivesse ajudado e escondido dinheiro ele mesmo, particularmente no peitoral definido. – A quem devo agradecer por esta generosidade?

Como se tivesse lido a mente dele, Scott fez uma careta.

– É o troco da Alisson por eu ter perdido a chave.

Ele riu.

– Gostei da Alisson.

Scott fez uma careta para ele, mas que, obviamente, não era para ser levada a sério.

– Eu não deveria fazer parte do espetáculo.

– Deixa rolar, gato. É só diversão. – Ele segurou o queixo dele gentilmente antes de enfrentar o olhar de todas do cômodo, necessitando de um pouco de distância. – A menos que vocês, mocinhas, tenham uma mente mais suja do que a minha, e eu duvido seriamente disso, acho que encontrei todos os prêmios. Eu trocaria um beijo por uma garrafa de água.

Várias mulheres correram até o bar.

– Só uma – berrou ele para elas. Respirando fundo, ele encarou Scott e ergueu a chave.

– Vocês são ótimas competidoras.

O moreno deu de ombros.

– Não foi exatamente difícil.

O calor queimou as bochechas de Scott, e ele estava tanto constrangido quanto encantado com a reação dele. A tímida do grupo foi a primeira a trazer uma garrafa de água, a qual Bad Angel aceitou, desta vez dando-lhe um selinho nos lábios.

– Obrigado, linda.

Uma expressão estranha passou pelo rosto de Scott, uma que dizia que Bad Angel tinha acabado de fazer algo intenso. Seria muito chato saber que ele tinha noção de que aquilo estava além da gentileza. Então Scott desapareceu, dando pretextos sobre ir verificar o estoque de comida e bebida para garantir conforto às convidadas e qualquer outra coisa da qual ela pudesse lançar mão rapidamente.

Isaac o viu se embrenhando na multidão, esfregando distraidamente o pulso livre da algema. Alisson foi saltitando até ele e as duas trocaram algumas palavras e um abraço antes de a noiva se tornar o centro das atenções mais uma vez. Alisson lançava olhares reluzentes para Bad Angel quando achava que ele não estava prestando atenção, e aqueles olhares o estavam enervando. Claramente, Alisson estava tramando alguma coisa. Embora a mulher estivesse fingindo inocência, ele apostava sua grana da noite inteira de que ela possuía uma veia depravada.

Pegando uma calça de pijama com desenhos infantis na pasta, ele a vestiu e começou a caminhar pela sala, flertando, recolhendo copos vazios e enchendo outros.

– Você não precisa fazer isso.

Ele olhou para trás e flagrou Scott se aproximando.

– O quê? Recolher os copos?

– Isso, e servir.

– É o hábito. – Ele deu de ombros. – Ainda tenho mais meia hora antes de encerrar meu horário. Posso dançar, se você preferir. – E não é que aquela oferta saiu com toda facilidade? Bad Angel queria que ele o enxergasse como mais do que um stripper, queria dizer a ele que estava se esforçando para ser mais do que aquilo, mas as palavras não saíam.

Scott deu de ombros.

– Tudo bem. Acabei de perceber que não espero que você faça qualquer coisa assim.

– Você me contratou. – O desconforto no rosto dele o fez querer se desculpar. Na verdade, ele começou a fazê-lo, mas o moreno o interrompeu.

– Você está certo. Eu só me sinto um pouco estranha por tratar você como… – Ele olhou para os próprios pés enquanto mordiscava o lábio.

– Como um pedaço de carne deliciosa?

Scott deixou escapar um suspiro.

– Creio que sim.

A mentira branca familiar saiu antes que ele conseguisse se conter.

– Eu não tenho problemas com isso, Scott. Se tivesse, eu não conseguiria fazer o que faço.

Alisson apareceu com uma cerveja na mão.

– Eu quero ir para a boate Cinderblock para dançar. – Ela olhou de Scott para Bad Angel e sorriu. – Eles ficam abertos até às 2h, então ainda temos algumas horas para nos divertir.

– Claro – respondeu Scott distraidamente, voltando sua atenção para Alisson. – Podemos encerrar aqui e estar no clube em menos de meia hora.

A noiva trocou olhares inocentes com Isaac.

– Quer vir, Bad Angel?

Ele abriu a boca para recusar educadamente. Alisson interrompeu:

– Não rejeite. Por favor?

– Scott? – Perguntar a ele parecia certo, porque se topasse ir, ele iria além do horário pelo qual fora contratado e estaria por conta própria, e desta vez ele iria dançar com o moreno, não para ele. Ele iria tocar o corpo de Scott. E havia boas chances de ele parar totalmente de pensar e simplesmente deixar que as coisas fluíssem para onde deveriam. – Você ficaria confortável comigo fazendo marcação cerrada?

Scott olhou para ele, aqueles olhos castanhos quase infinitos.

– Eu adoraria ter você… – Ele prendeu a respiração e arregalou os olhos – Junto com a gente! Eu adoraria ter você junto com a gente.

A conexão estranha que ele sentira mais cedo criou um fio palpável de eletricidade entre eles. Bad Angel não tirou, não conseguiu tirar, os olhos de Scott quando respondeu:

– Dê-me meia hora para correr até em casa e pegar algumas roupas decentes. Aquela boate não exige gravata, mas tenho certeza de que estas calças não são adequadas.

Scott abriu e fechou a boca algumas vezes, mas não saiu nada.

Alisson passou o braço em volta da cintura de Scott e se voltou para Isaac:

– Vejo você lá.

E, tendo dito aquilo, foi isso.

Scott se movimentava no piloto automático enquanto circulava pela festa, fornecendo o endereço da boate e certificando-se de que todas as mulheres munidas de chaves de carros estariam sóbrias. Quando a última das mulheres deixou o apartamento, Scott correu até o armário, pegou sua jaqueta preta favorita e a vestiu. Daí passou mais um pouco de perfume.

Geralmente lhe convinha muito mais fazer parte do cenário em vez de ser o centro das atenções. Não que ele fosse invisível. Longe disso. Ele só havia ficado tão cansado dos homens que o julgavam com base em sua aparência e que descartavam totalmente seu cérebro.

– O que você está fazendo? – perguntou ao próprio reflexo. – Não pode acontecer nada entre vocês. Você sabe disso. A profissão dele poderia arruinar você.

– Você vem, Scott? – Alisson entrou na suíte principal. – Bem que meu sexto sentido me disse que você estava a fim do Bad Angel.

– Eu só… – Ele balançou a cabeça. – É tão estúpido.

– Por quê? – Alisson se pôs ao lado dele, deslizando um braço em volta da cintura do amigo. – Há quanto tempo você não se diverte? Se diverte de verdade… Diversão um pouco imprudente e totalmente irresponsável.

Scott estudou o reflexo da melhor amiga no espelho enquanto pensava, mesmo, naquela questão.

– Eu não me lembro. – A resposta o deprimia. Ele fechou os olhos e se recostou no lavabo.

– Foi o que imaginei – disse Alisson praticamente num sussurro. – Você se transformou na pessoa que a gente jurou que nunca iria se tornar, aquele que perde a vida para o trabalho, que se transforma no trabalho, que é só trabalho. – Viva um pouco. Dance com Bad Angel esta noite.

– Ele é um stripper.

– Você poderia ter sido um stripper.

Scott arregalou os olhos.

– O quê? – arfou ele.

– Você é lindo. Esta é uma das coisas atrás da qual você se esconde você usa sua aparência como um escudo para manter as pessoas afastadas. – Alisson esfregou o braço bruscamente. – É um dos motivos pelo qual você ganhou aquele apelido.

– Eu não sou o Príncipe do Gelo. – As palavras saíram duras, mas, que droga, ele odiava ser chamada de frígido.

– Prove. – Alisson apertou a mão de Scott, daí a soltou, olhando para o reflexo de ambos, lado a lado. – Traga camisinha ou não, mas já estamos indo.

– Ele não vai aparecer.

Alisson bufou e balançou a cabeça.

– Nós conversamos sobre isso, mocinho negativo.

– Deixe-me trocar de…

– Não.

A palavra foi dura e intransigente. Scott olhou para cima, surpresa, arqueando as sobrancelhas.

– Não?

– Você vestiu algo que te fez se sentir bonito, sedutor e desejável. A roupa fica. Vamos lá. – Alisson deu meia volta e começou a sair do banheiro.

Scott afastou a vaidade e passou correndo por Alisson.

– Vou ser rápida! – Ele pegou um jeans e uma camiseta branca aberta em v. Despindo-se rapidamente, vestiu a camiseta e ficou pulando numa perna só, e depois sobre a outra, enquanto se enfiava no jeans. Meteu os pés no primeiro par de tênis que conseguiu alcançar.

– Pronto – berrou.

A boate não estava tão cheia como de costume, provavelmente devido ao clima. Isso era bom para Scott. Significava mais espaço para se movimentar. Alisson tinha razão. Dançar era exatamente do que Scott precisava.

Cinco ou seis músicas noite adentro e ele finalmente parou de olhar para a porta à espera de Bad Angel. A decepção por ele não ter aparecido se provou uma pílula amarga.

Alisson havia acertado um ponto doloroso ao apontar que Scott estava se tornando a pessoa que eles haviam jurado um à outra que nunca seriam. Transformar-se naquele tipo de adulto, aquele tão concentrado na carreira a ponto de se esquecer de viver, aterrorizava Scott. Isto o deixava muito mais parecido com seu pai, e este era um vínculo que ele queria cortar, independentemente do custo. Ele, reconhecidamente, balançara o pêndulo emocional em direção ao extremo oposto quando resolvera paquerar Bad Angel, mas teria sido divertido.

Enveredando-se pela multidão, ele chegou ao bar sem muitos tropeços.

O atendente do bar, um sujeito atraente com herança nórdica óbvia, inclinou-se para ele.

– O que vai querer, lindo?

– Cerveja Michelob Light, na garrafa mesmo.

– Um garoto simples que gosta de cerveja. Acho que você acabou de roubar meu coração.

– Simples? Nunca. Se roubei seu coração? – Scott deu de ombros com uma indiferença natural. – Como um ladrão na calada da noite, gato.

O barman deslizou a cerveja pelo balcão.

– Por conta da casa para o ladrão então.

De repente, várias notas pousaram ao lado da cerveja.

– Deixe que eu pago.

Scott revirou os olhos e se preparou para mandar o desconhecido fazer suas comprinhas em outro lugar, mas ele se inclinou e o hálito quente do sujeito soprou os cabelos dele.

– Desculpe-me pelo atraso.

O coração dele falhou antes de assumir um ritmo acelerado. Erguendo a cerveja e bebericando um gole demorado, ele achou meio engraçado, meio irritante, constatar que sua mão estava tremendo.

O atendente do bar se pôs a observá-los, claramente avaliando o sujeito atrás de Scott.

– Tenho a impressão de que o moço não precisa de ninguém para lhe comprar bebidas.

– Não é uma questão de necessidade, amigo. Esta noite só tem a ver com querer. Mas se ele não quiser que eu lhe compre uma bebida, creio que vai me dizer isso.

A presença física por trás de Scott recuou um passo.

– Agradeço a generosidade – exclamou ele, colando-se próxima àquele corpo forte e sensual e pressionando-se de encontro a ele.

O atendente do bar deu de ombros e foi atender ao pedido seguinte, ostentando um sorriso fácil.

Virando-se, Scott encarou olhos azuis tempestuosos.

– Obrigado.

– Você parece ter escolhido um vencedor. – O tom de Bad Angel era tranquilo. – Você o conhece?

– Não. Eu imagino que ele esteja apenas sendo cortês. – Scott tomou mais um gole de cerveja. – Você quer beber alguma coisa?

Bad Angel segurou a mão dele e levou a garrafa aos lábios, dando um gole caprichado e demorado.

O moreno não conseguiu evitar senão observar o modo como o pomo de adão dele se movimentava enquanto ele engolia. Aí veio uma visão da cabeça dele jogada para trás, lábios entreabertos, ombros aprumados e músculos e tendões do pescoço esticados, lampejando como fotos de Polaroid, todas sendo lançadas ao chão da mente dele para se deitar em uma pilha sugestiva. Uma vergonha alimentada pelo desejo queimou-lhe a nuca quando Scott o despiu mentalmente.

– Bad Angel! – Alisson foi serpenteando até ele e lhe envolveu a cintura com um braço.

Ele passou o braço por cima do ombro dela casualmente, soltando a cerveja de Scott.

– E como vai minha noiva favorita esta noite?

A dita noiva se envaideceu um pouco.

– Melhor, agora que você está aqui. Estamos sob pleno ataque frontal dos homens nesta boate.

– Huum. Eu prefiro a abordagem por trás.

Scott engasgou com a cerveja. Ignorando o menear de sobrancelhas de Alisson, ele tossiu, os olhos lacrimejando.

Alisson acenou para o amigo distraidamente.

– Não dê atenção a ele. Ele gosta de sexo, mas precisa se aquecer antes de fazer insinuações diretas.

Scott abriu a boca.

– Aquecer… Eu não…

Alisson empinou o queixo para encarar Bad Angel.

– Quer dançar?

Tocando a pontinha do nariz dele, ele assentiu.

– Foi para isso que eu vim.

Uma irritação intensa cortou Scott quando os dois seguiram para a pista de dança sem dizer uma palavra. O que diabos havia de errado com ele? Scott normalmente era tão delicado e controlado em situações que envolviam homens, em situações como esta. Ele brincou e flertou com o atendente do bar sem nem pensar. Mas com Bad Angel? Ele estava a um passinho de necessitar de um ansiolítico. Constrangido, ele se agitou um pouco e ficou observando sua melhor amiga e… O que quer que ele fosse, se divertirem dançando.

Eles se movimentavam com tanta facilidade. Bad Angel complementando cada rodopio e voltinha de Alisson. As mãos dele deslizavam de maneira casualmente sugestiva pelo corpo dela. Ela estava seguindo os passos dele. Eles estavam bem juntos, e Scott se flagrou fazendo uma careta. Uma sensação desconfortável, e que ele estava totalmente disposta a rejeitar, queimava seu estômago. Abraçando o próprio corpo, ele agarrou a bainha da camiseta e continuou a saborear sua bebida enquanto lutava para ignorar o que ele temia ser ciúme. Ele não estava com ciúmes.

– Você está parecendo um pouco bravo, gato.

Scott olhou para o dono da voz. O atendente do bar estava atrás dele, uma toalha jogada sobre o ombro.

A atenção de Scott se voltou para a pista de dança e ele fez um gesto de negação com a cabeça.

– A noite não está sendo do jeito que planejei.

– Isto vai contra todas as fibras do meu ser, mas, se você quiser fazê-lo passar a noite inteira acordando e pensando em você, eu vou ajudar.

Desta vez, ele o encarou.

– Cada fibra do seu ser, né?

– Basicamente sim. – Com as mãos na cintura, ele encostou o queixo no peito e fechou os olhos. Em seguida, respirou fundo e focou o olhar azul claro em cima dele. – Vamos lá. – Ele jogou a toalha no balcão, agarrou a mão de Scott e a puxou para a pista de dança.

Acenando para a cabine do DJ, fez um sinal e recebeu um meneio de cabeça em troca. – Meu nome é Liam e você me deve uma bebida.

– Sou Scott. E, se dançar comigo é esse fardo todo, por que fazer isso?

– Depois de ver como você estava dançando antes? Dançar com você não é fardo nenhum. Eu só tenho a sensação de que não te levar para casa vai ser uma das maiores tristezas da minha vida.

Scott arqueou uma sobrancelha.

– Você parece seguro de que eu iria para casa com você. Eu não sei se devo admirar sua autoconfiança ou mandar você se danar.

A boca dele roçou o cantinho dos lábios do moreno.

– Eu me contentaria com a sua admiração.

Scott riu.

– Acho que gosto de você, Liam.

A música baixou e a voz do DJ, grave e sugestiva, invadiu as caixas de som.

– Esta é para ajudar a vocês, meninas e meninos, a enlouquecerem os rapazes e as moças.

A música jorrou dos alto-falantes, a guitarra num ritmo rápido. Cada nota do baixo solitário latejava no âmago de Scott e se estabelecia entre suas coxas.

Liam posicionou os braços de Scott acima da cabeça. A camisa se ergueu um pouco e ele trilhou as pontas dos dedos nas laterais nuas da cintura do moreno. Com as mãos nas curvas delicadas, ele o incitou a se afastar dele.

– Ouça a letra e faça o que lhe parecer adequado.

Scott fechou os olhos e começou a se movimentar, seguindo as sugestões das mãos de Liam, deixando-o moldar o corpo ao dele. Uma batida entrou na canção. Ao mesmo tempo, Scott absorveu a letra, que prometia um sexo descomplicado, sem compromisso, sem vínculos. A irritação de Scott se transformou numa avidez sensual quando tudo nele entrou em sintonia com a sedução da música.


Notas Finais


Espero que tenham gostado e muito obrigado pelos favoritos e comentários.
Abraços e até o próximo...


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