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História Stronger Feeling - Capítulo 55


Escrita por: IzaaBlack

Capítulo 55 - Capítulo 55


POV Daryl

Acordar parecia errado, mas a parte mais estranha foi dormir. Natasha faz tanta falta que dói. Tudo o que quero é que esteja bem, e que volte. Preciso que volte.

Como nas duas ultimas noites, sonho com ela. Fica variando entre lembranças e planos que não realizamos, ou entre morte e sangue. Acordo de ambos sempre muito mal.

Foi um alivio sem fim descobrir que Maggie e o bebê estão bem. Pelo menos uma notícia boa em meio a tanta merda. Tivemos uma longa conversa e decidimos não desistir. Não podemos. Talvez trabalhar para o Negan por um tempo seja aceitável, porém nada mais que isso.

Jesus quer nos apoiar, mas Gregory é um covarde de merda que acredita que já fez mais que o suficiente por permitir que Abraham fosse enterrado aqui.

Pisco atordoado algumas vezes e me obrigo a enfrentar a realidade. Lavo o rosto e vou até a enfermaria, onde encontro Maggie e Glenn, ela na cama e ele cochilando em uma cadeira ao seu lado.

-Oi- ela sussurra e aceno com a cabeça em cumprimento.

O resto do grupo eventualmente se reúne para resolver voltar pra casa, e Glenn acorda. Ele ainda tem aquela expressão culpada, mesmo que eu saiba tão bem que a culpa é minha e não dele.

-Acho que podemos ir ao amanhecer- diz Rick depois de um tempo de conversa. Todos concordamos.

-Acho que se vamos entrar nessa briga é importante termos mais gente- diz Jesus e todos nos viramos para ele.

-E o que sugere?-pergunto.

-Tem outra comunidade que também sofre com a opressão de Negan- diz- Se chama Kigdom.

-Um nome um tanto incomum- aponta Maggie e ele dá de ombros.

-O pessoal da comunidade no geral é incomum. Eles trabalham com algo parecido com uma monarquia.

-E temos alguma chance de termos apoio deles?-pergunta Rick.

-Acho que sim.

O resto da conversa ficou vago para mim, tudo o que captei foi que daqui uns dias Jesus e alguns de nós vamos até essa tal comunidade.

Estamos de saída quando por puro reflexo agarro Sasha antes que essa caia no chão inconsciente. Michonne se apressa e me ajuda, e logo colocamos-a em uma maca, ao mesmo tempo em que alguém corre para chamar o médico.

A preocupação atinge a todos nós, ninguém está preparado para mais um desastre, ou mais uma noticia ruim. O tempo que esperamos  do lado de fora de uma sala enquanto ele a examina e conversa parece uma eternidade.

-Ela está bem- diz assim que sai e um suspiro coletivo pode ser ouvido. –Só precisa descansar e se cuidar.

-Claro doutor, vamos fazer nosso melhor por ela- diz Rick apertando sua mão e agradecendo.

Beth e Rosita entram para falar com ela, seguidas pelo resto do grupo depois de um tempo. Fico parado no mesmo lugar por um longo momento, tentando controlar o vazio que sinto, mas só fico mais e mais consciente de um peso invisível que  está em minhas costas.

-Vamos salva-la, você sabe- comenta Rick e levanto os olhos para encara-lo.

-Ela pode estar sofrendo nesse exato momento e não posso fazer nada para ajuda-la. Não pude proteger minha mulher, Rick, e  por minha culpa ela está na mão do inimigo.

-Não foi sua culpa, Daryl- diz apertando meu ombro. Fico em silêncio- Sério, não foi. Se alguém foi culpado por algo aqui, seja pela morte de Abraham ou Natasha virar refém, essa pessoa sou eu.

-O que?-pergunto confuso.

-Natasha disse que esta me precipitando e que não sabíamos da verdadeira dimensão do problema e eu a ignorei. Se eu tivesse escutado...

-Não sabemos o que poderia ter acontecido- digo com sinceridade- Nunca vamos saber.

-De fato.

Finalmente entramos para ver como Sasha está.

-E então, o que o doutor disse?-pergunta Beth sentada ao lado de Maggie- Está desidratada, não está?

-Em parte sim, mas não é isso – diz com lagrimas nos olhos e um sorriso.

-O que? Está tudo bem Sasha?-pergunta Maggie preocupada ameaçando se levantar.

-Está, Maggie. Estou grávida.- diz entre lágrimas e é como um soco.

Um soco com um resultado nada ruim, que me arranca um sorrisinho. Mais uma ponta de esperança. Natasha ficaria simplesmente exultante com a notícia, e novamente sinto sua falta em uma dor praticamente palpável.

(...)

Voltar a Alexandria sem ela também foi outro choque de realidade. As vezes eu viro a cabeça procurando seus olhos verdes mas encontro o vazio. Odeio o vazio. Entrar na casa foi uma bela merda, e cada passo parecia errado.

Não é minha casa. É nossa. E estar ali sem ela parece terrivelmente errado.

Volto para casa de Rick. Ninguém questiona, e acho que mais do que qualquer coisa, ninguém tem coragem de tocar no assunto. Voltar a morar lá me faz descobrir que Carl também sente a falta dela. De repente me sinto estupido, pois não sou o único que sinto falta dela mas faço como se fosse.

A sensação de agora é parecida com a de quando soube que tinha morrido, mas com alguns pontos diferentes, como o horror de não saber o que está acontecendo, e o de realmente não poder fazer nada.

(...)

Saímos em busca de mantimentos para os salvadores, por precaução. Não queremos arriscar que ela sofra alguma coisa ou que saibam que não nos rendemos de verdade. Glenn fica com Maggie e Sasha, encarregado de cuidar das duas grávidas e garantir que não façam nenhum esforço exagerado.

As duas são um inferno de teimosas. Sasha quer ajudar nos portões, Maggie quer ajudar nos portões. O resto de nós se desdobra para mantê-las na linha.

É exaustivo e chego muito perto de me descontrolar, conforme o desespero de não encontrar nada me atinge. Beth – que por algum motivo inexplicável veio comigo, Rick, Aaron e Ian- é quem consegue me acalmar.

-Natasha é como um chiclete- diz quando estamos todos em mais uma caminhada sem fim – É a coisa grudenta que se estica e gruda. Grudou em todos nós e nos transformou em uma família. Claro que continuamos uma família sem ela, mas é diferente. Acho que é essa coisa grudenta que nos mantêm juntos, e estar sem ela é um choque.

Olho para ela e solto um resmungo. Ela sorri.

-Mas acho que o maior feito dela foi você-para por um momento para eliminar um walker e volta a conversar normalmente- Me lembro de como era na fazenda. O fato, Daryl, é que vamos conseguir passar por isso e ela vai estar de volta. Mas não é hora para você perder o controle. E se você perder, vou te dar um soco na cara para te trazer de volta.

Olho-a surpresa.

- O que?

-Não posso fazer nada se ser amiga e treinar com ela me passou algumas habilidades- diz dando de ombros- Geralmente é ela quem joga as verdades na cara, e na falta dela vou assumir o serviço.

E simplesmente continua a andar até alcançar o namorado. Sorrio, sabendo que de fato, onde quer que eu vá, um pedaço de Natasha Wayland vai estar comigo.

(...)

Voltamos com uma quantidade razoável, com uns três dias de antecedência. Não que isso queria dizer alguma coisa, já que descobrimos que o tempo de Negan passa do jeito que ele quiser.

Ele bate em nosso portão antes da hora e não temos opção além de abrir.

-Esse cara realmente não sabe quem eu sou?-pergunta apontando lucille para Spencer- Vou tentar não me ofender com isso.

-Negan- diz Rick, olhar baixo, postura submissa. Trinco os dentes.

-Uau- diz olhando ao redor- Esse lugar é mesmo... Como é que dizem? Ah é, chique no ultimo. Acho que podemos tirar grande proveito disso, Rick.

Ele roda Lucille no ar e depois apoia no ombro. Anda ao redor, olhando para cada um de nós, avaliando.

-Nós separamos a metade do que temos e acho que vocês podem...- Rick começa, tentando controlar o quando vamos perder.

-Não Rick, não. Você não diz o que nós levamos, eu digo- diz e então da um sorriso sarcástico.

Tenho que segurar os impulsos novamente. Exige muito de mim. Filho da puta desgraçado.

-Segura isso pra mim?- pergunta, como se existe uma possibilidade real de alguém responder não para ele.  Rick pega Lucille, e todos sabemos que se trata apenas de poder e humilhação.

-Tão gostosa, tão bonita- diz para Rosita- Acho que nos darimos muito bem.

Ela se mantém imóvel, nem o olha. Ela a deixa e olha ao redor, olhos passando por todos nós.

-Sabe, eu ia trazer minha nova hóspede para que vocês pudessem vê-la, mas acho que depois de tudo ela está meio cansada. Posso dizer que pelo menos a loira está viva- diz com ironia e provocação. Sinto todo o meu sangue correr mais rápido, tanto que posso ouvir a pressão em meus ouvidos.

Ele diz tudo olhando especificamente para mim, testando minha reação. Aperto os punhos, mas não me movo. Não posso ter nenhum deslize, não quando é a vida dela em jogo.

-Vou ter que admitir uma coisa sabe- diz chegando muito perto de mim. Cara a cara- Aquela mulher é uma loucura. Entendo essa expressão amargurada em seu rosto, saber que ela não é mais sua deve ser péssimo.

Um rosnado fica preso em minha garganta e aperto os punhos contra meu corpo com toda a minha força. Imagino-me socando-o tanto que ele nunca mais seria reconhecivel. Nariz, ossos do rosto, tudo se estilhaçando embaixo de  meus punhos. Enfiar uma flecha nos olhos, quebrar aqueles dentes para que nunca mais sorria debochadamente para ninguém. Quebrar lucille nele. Tudo passa em minha mente em questão de segundos.

Ele solta uma risada e se vira para seus homens.

-Andem por ai, quero uma varredura total- diz.

-Vocês ouviram o homem. Mexam-se - grita a vadia que bateu em Natasha.

-Você vai pegar sua moto para mim- diz Dwight com um sorrisinho que eu adoraria quebrar.

-Não está aqui- digo com os dentes trincados.

-Então vá buscar- diz como se eu fosse seu empregado. Engulo alguns xingamentos.

-Ah, e passe as armas para cá- diz estendendo a mão. Sem opção, entrego minha pistola. Minha besta já está com esse desgraçado mesmo.

Saio pisando duro. Deixo um aviso com Rosita e volto até onde escondi a moto. A verdade é que sair me parece uma boa, ficar seria estar em perigo constante de explodir e fazer alguma merda.

Passar por aqueles trilhos novamente me trás a morte de Denise a cabeça. Antes o filho da puta tinha minhas flechas, agora tem minhas flechas e minha besta, e logo vai ter minha moto. E ainda assim nada disso chega perto de ser importante, não quando tudo o que quero não é um pertence.

Vão pegar todas as nossas armas, me dou conta no caminho de volta. Foi por essa razão que pediram as minhas, e assiti pegarem as de Rosita e Spencer. Xingo baixo.

Entro em Alexandria e encontro os salvadores andando de um lado pro outro como formigas, carregando diversas coisas.

Eles vasculham todas as casas, e pegam o que diabos quiseram, desde colchões a remédios. Nenhuma arma ficou para trás, e Olivia esteve por um fio, graças a Spencer e seu egoísmo e covardia.

-O que está faltando aqui, Rick? Acho que fomos bem generosos-diz Negan quando todos seus homens já estão nos carros e caminhões novamente.

-Obrigado.- diz Rick com os dentes trincados, ainda segurando Lucille. Conheço aquele olhar, é o olhar de quem está a beira da insanidade e tenho a leve impressão de que é o mesmo olhar estampado em meu rosto agora.

-Só para você saber, eu enfiei meu pau na sua garganta e você agradeceu por isso- diz rindo e pega Lucille de volta, subindo em uma caminhone e mandando um tchauzinho debochado.

Soco a primeira coisa que encontro assim que estamos sozinhos novamente.

-Não temos mais nenhuma merda de chance- grito irado- ele garantiu que não tivéssemos. Filho da puta desgraçado.

-Vamos contornar a situação- diz Beth otimista como sempre- É o que nós fazemos.

-Não temos mais armas, vamos lutar como?- devolve Rosita.- Com facas? Não temos a menor chance.

-Nos fodemos, isso sim- diz Ian passando as mãos pelo rosto, claramente nervoso e frustrado.

-Com ou sem armas eu não vou destir de Natasha-aviso.

-Nem precisa- diz Maggie, que acabou de chegar, acompanhada de Sasha e Glenn.- Não estamos sem armas, Daryl.

Tanto eu quanto Rick olhamos para ela surpresos e confusos.

-Eu, Sasha, Glenn e Olivia estamos modificando o caderno de controle desde que voltamos- conta com um sorriso enorme- Temos uma quantidade boa de armas, mas a munição não tivemos tempo de fazer nada.

-Onde estão?-pergunto.

-Em uma casa que Enid me mostrou. Está em um porão trancado.- diz e então dá de ombros- Natasha estaria orgulhosa dessa rebeldia, hein?

Sorrio. Estaria mesmo. Vai estar quando souber.

-E o problema da munição, eu posso resolver- diz Eugene e eu aceno com a cabeça.

-Vamos acabar com esses desgraçados, e vamos fazer isso no momento certo dessa vez- diz Rick – E Negan vai entender qual a merda que fez e aprender uma coisa essencial.

-Que seria?-pergunta Ian interessado.

Rick aperta olhos e então olha para cada um de nós.

-Ninguém tenta ferrar com esse grupo.- diz com convicção, aquela típica voz de líder, e sei que qualquer um que ouça vai acreditar.



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