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História Sublime - Sobre descobertas


Escrita por: pyromanic

Notas do Autor


Oi meus amores, mais um sábado mais um capítulo. Fico feliz que vocês estejam gostando desenvolvimento de Chanbaek e principalmente como vocês reagiram ao capítulo anterior foi bem gostoso ler os comentários!! ♥

Capítulo 24 - Sobre descobertas


Sublime

Vigésimo quarto capítulo: Sobre descobertas.

por: pyromanic.

Ao acordarem no dia seguinte, a sensação de um dia repleto ainda os abatia, estavam sentindo-se muito bem, realizados com o caminho que estavam seguindo. Enquanto tomavam café, usavam a mesa de jantar que sempre era deixada de canto. Baekhyun encontrava-se ao lado do sobrinho mais novo, com as duas crianças mais velhas a sua frente e Chanyeol na ponta da mesa. O empresário, de alguma forma, montou uma mesa de café da manhã completa e muito rica, com coisas que todos gostavam muito de comer.

O calor que Baekhyun sentia em seu peito estava se agravando a cada vez que olhava para Chanyeol e ele estava interagindo com seus sobrinhos. Seu sorriso estava espontâneo e ele estava curtindo muito o momento, dava para notar que ele estava adorando finalmente ter um tempo livre para ficar com suas crianças. A felicidade era recíproca, porque as crianças encontravam-se compartilhando da mesma empolgação.

Ainda conseguia lembrar do momento em que Chanyeol o chamou para ser seu namorado. Mesmo sem formalização, Baekhyun já sabia que iam seguir uma vida com um relacionamento sério. Tinha dito aquilo apenas para provocá-lo, mas não esperava que ele realmente fosse fazer algo a respeito. Chanyeol estava tentando fazer de tudo para se provar digno de um homem que deveria estar ao seu lado e Baekhyun era grato a cada pequeno instante, porque estava finalmente sentindo que tinha alcançado sua felicidade.

Após o café da manhã, as crianças foram para sala para assistirem desenho animado, enquanto ambos ficaram responsáveis pela organização da cozinha. Chanyeol estava dispensando seus funcionários aos finais de semana, mesmo não sabendo fazer absolutamente nada doméstico, estava aprendendo a se virar, apenas para ter um pouco mais de privacidade com o babá. Limparam a cozinha, com direito ao empresário jogando bastante água em Baekhyun, gerando uma pequena guerra infantil. Até que finalmente pararam e tomando mais uma xícara de café amargo, Chanyeol relaxou seu corpo perto da bancada. Precisava conversar com o babá.

— Eu acho que a gente precisa conversar. — Disse firme e sério, como usual. Estavam há um tempo juntos já, mas Baekhyun sempre se assustaria com o jeito dele, talvez nunca fosse se acostumar.

— Tudo bem. O que foi? — Seu tom veio preocupado. Não sabia se tinha feito algo para desagradá-lo. — Eu fiz alguma coisa?

— Não, você não fez nada. — Não mudou a maneira de conversar, então aquilo não serviu para acalmar o coração do babá. — Eu vivi uma mentira por muitos anos, Baekhyun. E eu não quero mais viver assim.

— Eu entendo. É claro, viver uma vida de encenação não é bom para ninguém

— Justamente por isso. Por tudo que vivemos ontem. Eu não dormi direito essa noite, fiquei pensando. — Naquele momento, Baekhyun amaldiçoou-se por não ter notado ele inquieto na cama. Estava tão cansado que assim fechou os olhos, dormiu sem pensar duas vezes. — Eu não quero mais viver assim.

— Onde você quer chegar com isso? — Acostumou-se com o jeito direto do homem, vê-lo adiando tanto para concluir uma fala estava o matando.

— A gente precisa conversar com as crianças. Precisamos falar sobre a gente. — Disse por fim, tirando um peso de suas costas. Estava pronto para dar aquele passo. — Eu quero que você passe mais tempo aqui. Fique com meus amigos. Eu não acho justo esconder mais delas nosso envolvimento.

— Você tem certeza? — A felicidade que o atingiu não poderia ser exposta em palavras. Baekhyun estava sendo bem paciente e esperaria o tempo que fosse para contar a elas. Mas vê-lo tomar a iniciativa, ainda cedo, estava o deixando bem feliz. Mal podia ver a hora de finalmente poder agir como namorado, na frente de todo mundo.

— Absoluta. — Expressou, deixando um longo suspiro vir junto com a fala. — Eu tive muito tempo para pensar e você vai ser muito ativo na minha vida, consequentemente mais ativo do que já é na deles. Eles precisam saber da verdade, Baekhyun. Mas eu não sei como fazer isso.

— A gente vai fazer juntos. — Segurou sua mão, entrelaçando seus dedos. Queria passar toda a confiança possível para o platinado. — Eu vou te ajudar. Você vai se sair bem.

— Eu quero fazer isso agora que estou com coragem.

— Como sempre, sem rodeios. — Suspirou fundo. Mesmo desejando aquilo, era ainda algo delicado a se fazer. Não sabia como as crianças iriam reagir, agir na impulsão do momento poderia ter maus resultados. — Tem certeza? Não quer ensaiar um diálogo antes?

— Tem como fazer isso? Não vais ser mais fácil, Baekhyun.

— Tudo bem.

Ambos foram até a sala, caminhando em passos lentos até chegaram onde elas se divertiam com a animação que estava passando na televisão. Os dois adultos sentaram de frente para elas, no tapete felpudo, e permaneceram de mãos dadas, não seria fácil fazer aquilo. Mas estavam prontos para finalmente contar ao mundo que estavam juntos.

— A gente precisa conversar. — Chanyeol disse, novamente firme, e as crianças se assustaram. Não gostavam de levar bronca do tio, porque o empresário era bem severo no quesito disciplina. — Desligue a televisão.

Dahye fez o que foi pedido e logo segurou no braço de Yong, que estava tremendo de medo com o que estava reservado para os dois. Estavam pensando em diversas coisas que poderiam ter feito no dia anterior para ter zangado o tio.

— A gente fez alguma coisa? — A menina, mais corajosa, perguntou. Estava temendo por ela e pelos seus irmãos mais novos.

— Não, minha querida. Precisamos contar uma coisa. — Baekhyun tomou a frente, falando de um jeito mais carinho. Precisava ter calma, ainda mais com Chanyeol falando naquele tom. — Prestem muita atenção, ok?

O babá olhou para o empresário, o incentivando a continuar o que tinha começado. Estava lá para dar apoio e tomar as rédeas caso fosse necessário, mas o primeiro passo ainda tinha que ser por ele sozinho.

— O que vocês acham da tia Joohyun e da tia Seulgi? — Foi daquela maneira que escolheu começar. Baekhyun estava esperando que ele fosse direito ao ponto, mas entendia que ele precisava saber primeiro o que rondava a cabeça de seus sobrinhos.

— Elas são legais. Por que? — Dahye perguntou, confusa. Não estava entendendo absolutamente nada daquela conversa.

— Acham elas… estranhas? — Receoso perguntou. Odiava usar aquele vocabulário, mas não sabia outro jeito de fazer aquilo.

— Por que a gente acharia isso? — Mais perdida ainda, Dahye perguntou. Ela estava cansada da enrolação do seu tio. — Por que são duas mulheres?

— Titio, você é preconceituoso? — Yong perguntou, com um tom baixo. Estava muito confuso com as palavras de seu tio.

— Não! — Tomou a frente para responder, estava bagunçando a cabeça das crianças, tentando contar o que estava acontecendo. — Não é isso… é que…

— Você gosta de meninos. — Dahye completou, antes mesmo que Chanyeol conseguisse dizer qualquer coisa. A fala da menina o desestabilizou inteiro e todas as falas morreram em sua boca. Não sabia o que responder perante aquilo. — É isso que você quer dizer para a gente?

— Como você sabe disso? — Foi a única coisa que conseguiu responder. Estava perplexo demais com a delicadeza de uma criança.

— A mamãe conversou com a gente. — Yong respondeu, querendo entrar no assunto também. — Ela disse para a gente tratar bem e respeitar caso você aparecesse com um namorado. Mas ela disse para a gente manter segredo.

— Eu não acredito que a Yoora conversou sobre isso com vocês. — Disse, um pouco perdido. A sua irmã continuava o surpreendendo. — Você são tão novinhos.

— Mas a gente entende muito bem as coisas. — Yong expressou e Baekhyun acabou rindo. Mesmo sendo um assunto frágil, estava tendo seu leve teor cômico.

— Tudo bem, eu acho. Mas o que eu tinha para dizer não era isso. — Desviou do assunto, por fim. Estava sentindo-se um pouco tímido por duas crianças saberem conversar melhor sobre a sua sexualidade do que ele próprio. — Eu queria dizer para vocês que eu e o tio Baekhyun estamos namorando.

— E isso não vai mudar absolutamente nada. Vamos continuar dando todo amor e carinho para vocês. Aliás, eu vou meio que passar mais tempo aqui, até. — Baekhyun decidiu completar a frase do empresário e ficaram aguardando a resposta das crianças.

— A gente já sabia. — Dahye respondeu, não levando o assunto tão a sério quanto deveria. — E a gente tá bem feliz com isso.

— Como assim?! — Era surpresa demais para apenas uma manhã. Chanyeol estava surpreso com a perspicácia de seus sobrinhos.

— Vimos vocês se beijando. — Yong contou e deu de ombros. O empresário ficou branco igual papel naquele momento. — Percebemos que vocês estavam diferentes.

— E o que vocês acham disso? — O babá resolveu perguntar, já que o empresário estava com a cabeça fora de órbita por aquele momento.

— Vocês são as pessoas que a gente mais ama no mundo. Achamos incrível vocês ficarem juntos. — A garota expressou, muito animada, e aquela emoção fez o Baekhyun dar risada. Seu coração estava ficando quente novamente. — É como unir tudo que a gente mais gosta. Agora podemos ficar todos juntos!

— Vocês vão ser igual o papai e a mamãe? — Yong perguntou, com os olhos brilhando de esperança. Tudo que aquele garotinho queria era a união de sua nova família.

— Talvez, quem sabe em um futuro próximo. — Baekhyun respondeu com uma felicidade que estava quase o engolindo. — Seremos iguais o papai e mamãe de vocês.

Chanyeol olhou para o namorado, ainda com a expressão muito surpresa com tanta informação para ser dirigida de uma vez. Estava criando aquelas crianças para serem responsáveis, maduras e seguirem uma vida igual a sua. Mas vê-las agindo daquela forma, ainda era uma surpresa sem igual para o empresário, que estava adiando aquela conversa há semanas.

— E você com medo. — O babá disse, um pouco baixo, ao ver que as duas começaram a se distrair novamente com o desenho. — Está vendo, Chanyeol. Você criou essas crianças com tanta maturidade que elas estão agindo como tais.

— Eu achava que, com quase trinta anos, a vida não poderia me surpreender mais. Mas em semanas, acho que não teve um dia em que eu não fiquei surpreso.

— Agora, qual será o próximo passo?

— O próximo passo vai ser eu descansar sentado naquele sofá, porque eu mereço uma maratona de desenho animado também.

O babá concordou e ambos levantaram para se sentarem naquele sofá. Mesmo ele sendo bem espaçoso, tornou-se pequeno para quatro pessoas e Chanyeol, que valia por duas. Mas estava tudo bem. Porque naquele sofá apertado, em um domingo de manhã, com a televisão passando desenhos, enquanto Dahye dava risada e Yong tentava ficar abraçado com todos, com Sang caindo no sono novamente nos braços de Baekhyun, eles redefiniram o significado de família.

(...)

Naquela tarde, durante o horário do almoço, seus amigos acharam que seria interessante fazerem uma visita. Porém, daquela vez sem as meninas, que tinham compromisso com a confeitaria. Mas estariam disponíveis pelo próximo final de semana inteiro, elas prometeram.

Chanyeol estava sentado na bancada da cozinha, olhando vidrado para a tela de seu celular,  enquanto Baekhyun estava tentando preparar uma comida decente, porque nunca tinha cozinhado para tanta gente - ainda mais para pessoas com tanto dinheiro, que com certeza tinham um paladar muito mais requintado que o seu. Tinha acabo de pegar a forma, esquecendo-se de que ela estava quente e acabando por sentir uma dor em sua mão.

— Você é um folgado. — Comentou, vendo como seu namorado não estava nem um pouco preocupado em agradar os amigos. — Poderia me ajudar, né?

— Eu não sei cozinhar nada. — Respondeu, deixando o celular um pouco de lado para lhe dar atenção. — Eu iria destruir a sua comida.

— Mas tem muita coisa para fazer. — Respondeu afobado, voltando a verificar a comida que tinha colocado dentro do forno.

— Era melhor ter pedido comida. — Chanyeol deu de ombros, anunciando que tinha dado uma segunda opção para o babá, mas ele não quis acatá-la.

— Chanyeol, as pessoas precisam comer algo mais caseiro, feito com amor e carinho. 

— A gente poderia ter contratado alguém. — Expressou sem problema nenhum, recebendo um olhar bem indignado por parte do homem mais novo. — O que foi, Baekhyun? Normalmente a gente faz isso quando temos visita.

— Você precisa de uma vida longe do dinheiro, ok? Cozinhar para os amigos é uma coisa tão simples e legal. Vocês mesmos disseram que isso vai se tornar algo recorrente. Então, precisamos aprender a fazer coisas sozinhos. — Respondeu a Chanyeol, que assentiu. Estava certo, alguns deveres domésticos ele estava precisando realmente aprender.

Também não era um astro da cozinha. Sabia cozinhar o necessário para a sobrevivência de qualquer ser humano, porque tinha crescido com uma cozinheira. Mas também não tinha aprendido a fazer pratos tão bons e queria surpreender os amigos de Chanyeol, para isso, pediu ajuda, desesperado, para sua mãe.

Ficaram um bom tempo em chamada de vídeo, com ela o auxiliando em diversos momentos. Porém, houve um momento onde Chanyeol surgiu repentinamente na cozinha, já que o trabalho dele era cuidar das crianças até tudo ficar pronto. Sua mãe se assustou de primeiro momento, por ver Baekhyun na casa de um homem daquele porte — ela já tinha comentado sobre a mobília.Baekhyun sabia que teria que dar várias explicações quando retornasse para casa.

— Você ficou nervoso depois que a sua mãe desligou a chamada.

— Eu não contei para ela ainda sobre a gente. — Explicou os motivos, finalmente conversando com Chanyeol sobre o que estava acontecendo. — Ela estava preocupada comigo, ela sabe que eu estou com alguém. Mas não sabe quem é, porque eu disse que não estava pronto para conversar ainda sobre.

— Olha, parece que não é só que estou mal resolvido com o assunto. — Brincou um pouco com Baekhyun e era verdade. O babá o julgava tanto, quando ele também tinha a própria cruz para enfrentar.

— Eu sei que ela não vai ter nenhum problema. Mas é o medo da reação quando eu dizer que estou dormindo com o meu chefe. — Expressou, sentindo-se um pouco mal. Precisava realmente conversar sobre. — Eu vou contar para ela quando eu for para casa.

— Ou seja, não vai contar tão cedo.

— Eu tenho uma família. — Indignado, respondeu. Mas era verdade, não estava em seus planos ir embora da casa de Chanyeol por aqueles dias.

— Sim. Eu, o Yong, a Dahye e o Sang. — Constatou, fazendo um sorriso enorme surgir nos lábios do babá. Ele estava certo. Agora tinha uma nova família e toda vez que lembrava disso, ficava emocionado.

— Eu tenho duas famílias.

— Tudo bem, essa resposta eu aceito.

Chanyeol ajeitou a mesa de jantar no exato momento em que seus amigos chegaram. Como sempre, muito alegres e felizes pelo dia no parque estar se estendendo para mais um dia no final de semana. Junmyeon trouxe um vinho bem caro e Baekhyun mal podia esperar para experimentar, esperava que tivesse o gosto tão bom quanto os que haviam na adega particular do Pak.

Logo foram para a sala de jantar, que ficava ao lado da cozinha. Pela primeira vez em anos, Chanyeol agradeceu por ter comprado uma mesa tão grande. Todos se acomodaram, pois já tinham colocado a comida a disposição em cima da mesa anteriormente. Estavam acostumados com um almoço diferente, com pessoas os servindo e a mesa vazia, apenas com o necessário, mas estava sendo uma experiência divertida para o empresário. Era algo mais íntimo, despojado, sem a presença de qualquer outra pessoa que não fosse os amigos.

— Hoje eu estou me sentindo bem elétrico. — Junmyeon comentou, esquecendo dos bons modos que tinha durante as refeições. Realmente era um dia diferente e uma experiência nova. — Acho que é porque eu não corria tanto tempo igual ontem.

— Você é muito atlético. Você e o Chanyeol, na verdade. — Jongin comentou, notando que ambos os homens tinham um físico bom. Com certeza, não aparentavam que estavam perto da casa dos trinta.

— A gente sempre gostou de esportes. Jogamos na época da faculdade. — Comentou, lembrando dos velhos tempos. Eram do time de futebol da escola e curtiam bastante aquele tempo livre para se dedicarem a algo que gostavam, longe da zona de trabalho.

— Aposto que eram populares. — Baekhyun comentou, com uma sensação incômoda no peito. Sobre aquela fase da vida de Chanyeol, não possuía conhecimento algum. Mas o empresário sempre reforçava que tinha sido a melhor fase de sua vida. Era estranho, não ter feito parte e nem saber sobre algo.

— Éramos mesmo. Pretendentes eram o que não faltava. Foi a única vez que eu vi o Chanyeol sair dessas amarras dele. A Joohyun, que o conhecia antes, nem o reconhecia quando ele voltava para casa.

— Foi uma experiência diferente. — O empresário disse, deixando um suspiro nostálgico sair entre seus lábios. — Eu mudei para o campus da faculdade. Eu não tinha os meus pais por perto, com gente nova. Eu demorei para me soltar. Mas depois eu me senti livre. Foi uma ótima experiência.

— É por isso que você diz para mim sempre que estou perdendo algo? — Baekhyun perguntou, ligando aos pontos. Ele sempre reforçava que aquele início da fase adulta era para ser aproveitada.

— Eu queria que você vivesse a melhor fase da vida, do melhor jeito possível.

— Eu estou fazendo isso. — Deu uma piscada para o empresário, fazendo todos na mesa darem risada com o gesto. — Não é como se eu estivesse perdendo nada. Além de que, não significa que eu não irei para mais nenhuma festa.

— Ah, você vai odiar as nossas festas. — Wendy disse, com os lábios marcados pelo vinho. — Adultos conversando sobre degustação de vinho, economia, e a alta do dólar. Uma música baixa tocando e todo mundo vestido formalmente. Baekhyun, você vai odiar envelhecer ao lado de pessoas ricas.

— Que coisa horrível! — Jongin expressou, surpreso com a vida que os seus novos amigos levavam. — Cade a parte que o dinheiro traz as melhores festas.

— Isso a gente faz debaixo dos panos. — Junmyeon o respondeu, apresentando como era a vida deles. — Escondidos dos mais velhos e sempre comparecendo a esses eventos chatos para marcar presença. Sempre tem algo melhor nos esperando no final.

— Eu gosto muito do bar do lado da minha faculdade. Acho que já é o suficiente. — Baekhyun respondeu, engolindo seco. Estava sentindo agora o preço que teria que pagar ao estar namorando o Chanyeol.

— Você sabe que vai ter que ir para esses lugares conosco, né? — Wendy direcionou a perguntar ao babá. E até aquele momento ele havia esquecido totalmente do porte que o nome Park requeria. — Você vai ter que ir às reuniões com gente mais velha, de alto escalão. Vai ter que ir a alguns encontros de negócios, eventos chiques. Uma hora você se acostuma. Eu me acostumei.

— É realmente necessário que eu participe? — Temeroso, perguntou. Em sua cabeça, só conseguia pensar que nem roupa para aquele tipo de evento ele tinha. E, com certeza, as pessoas o olhariam torto, pela pouca idade e pela sua origem, igual quando tinham ido ao restaurante.

— Não, está tudo bem. — Era claro que não estava. Tinha passado por todos aqueles momentos sozinho, agora gostaria de ter alguém para acompanhá-lo. Também seria uma ótima maneira de introduzi-lo ao seu mundo. — Eu tenho ainda a Wendy.

— Tudo bem. Mas eu não posso despistar seus pretendentes sempre. — Disse como se não fosse nada, mas ela sabia que era. A mulher tinha acabado de plantar a semente da discórdia naquela nova relação.

— Como assim? — De maneira repentina, o babá pareceu mais interessado no assunto. — Pensei que fosse um evento chato.

— Isso não quer dizer que as pessoas não flertam. — Junmyeon explicou para o babá, deixando ele bastante intrigado. — Além de ter as festas depois. Alguns sócios do Chanyeol sempre dão em cima dele.

— Ah é? — Perguntou, olhando inconformado para o empresário, que não tinha culpa nenhuma. — Igual aquele?  Qual era o nome mesmo...Kim Seung Min?

— Ah esse é maravilhoso. Amo a história. — Wendy colocou lenha na fogueira, recebendo um olhar mortal vindo por parte de seu amigo de cabelo descoloridos.

— O Baekhyun é muito ciumento. Boa sorte, Chanyeol. — Jongin o alertou, lhe dando dois tapinhas nas costas para tentar animá-lo.

— Você acha que eu não sei?

— Espero que isso não seja uma reclamação. — O babá o alertou. Vendo novamente Chanyeol se encolher na cadeira.

— isso é sensacional! — Wendy comentou em um tom um pouco exagerado. Todo mundo na mesa acabou olhando para a mulher. — Desculpa. Ainda não me acostumei com o Chanyeol namorando. E ainda tendo um homem com metade do tamanho e da idade ele mandando nele, é uma experiência excelente.

— Eu queria que a galera da empresa visse isso, ia ser incrível. — O advogado acrescentou e os quatros deram risada, enquanto a expressão do Park, apenas ficou mais irritada.

— Eu vou expulsar vocês da minha casa. — Disse bravo, deixando Wendy soltar uma risada mais alta ainda.

— O Baekhyun não vai deixar você fazer isso. — Ela deu de ombros e Chanyeol estava por um fio de voar em sua amiga por ser tão inconveniente.

O restante daquele almoço seguiu daquela forma, com eles conversando, muitas vezes provocando o Chanyeol, altas risadas e o vinho fazendo o álcool correr pelo corpo, tornando a diversão ainda mais intensa. Foi ótimo estender a diversão entre eles por mais aquele tempo, sempre era bom passar um tempo com quem amavam. Foram embora com a promessa que em um final de semana próximo, novamente se encontrariam. E claro que eles iriam cobrar por isso.

Com o fim da tarde, era o momento de dar atenção às crianças. Colocaram Rei Leão na televisão da sala para todos assistirem, já que era o filme favorito do Yong e ele não recusaria, jamais, assistir à franquia. Chanyeol e Baekhyun ficaram sentados no sofá menor, enquanto suas crianças no maior, dividindo um enorme cobertor. O empresário odiava bagunça na sala, mas naquele momento a sua se encontrava cheia de brinquedos jogados, pipocas espalhadas no chão e aquele amontoado de cobertas que, com certeza, jamais estaria ali se Baekhyun não estivesse em sua vida. Estava valendo a pena, abrir mão de um pouco de sua organização, para deixar a bagunça do Byun entrar.

(...) 

No dia seguinte, a rotina se seguiu de sua maneira comum, com os dois acordando cedo, tomando banho, acordando as crianças, dando café para elas, e Chanyeol seguiu para seu trabalho, assim como Baekhyun continuou com o seu, às levando para a escola e voltando para cuidar de Sang.

A tarde tinha começado a chegar quando estava com o bebê, sentado no tapete da sala, porque Baekhyun amava demais aquele cômodo da casa. Era espaçoso, confortável, possuía uma televisão com uma tela grande, full hd, com uma alta variedade de portais de stream para ele poder maratonar suas novelas à vontade, enquanto estava acompanhando o bebê com suas brincadeiras.

— Estou com saudades dos seus irmãos. — Disse, chamando a atenção da criança, que lhe olhou confuso. — Do seu tio também. Aposto que você também, foi um final de semana bacana né?

A criança levantou os braços, como se estivesse concordando com o babá e Baekhyun apenas deu risada, seguindo com a sua fala.

— Acha que agora todos vão ser assim? O tio Chan e o tio Baek juntos? Vocês podendo agir igual crianças normais. Os amigos da gente frequentando nossa casa mais vezes. Acho que é uma boa vida, né?

Sua conversa foi interrompida por o seu celular tocando, Baekhyun atendeu a chamada de vídeo, encontrando Seulgi do outro lado da tela, com um sorriso radiante - típico de sua personalidade.

— Boa tarde! — Ela disse animada e Baekhyun alargou o sorriso em seu rosto. Talvez estivesse roubando uma das melhores amigas do Chanyeol para si, mas era impossível não se encantar com o jeito dela. — Adivinha que está de folga?

— Você! Por que, com certeza, eu não estou. — Respondeu, levando o celular para o lado, mostrando Sang brincando. — Olha aqui o meu trabalho.

— Você tem o trabalho mais gostoso do mundo!

— E você também. Mas não serviria para mim. Eu iria comer mais do que trabalhar.

— Hoje, como é meu dia livre, já que ontem trabalhei demais… eu quero lhe dar um descanso. — Iniciou seu diálogo, como uma forma de indução, já sabia que a garota iria aprontar alguma coisa. — Você pode deixar as crianças um pouco aqui quando elas chegarem da escola.

— Eu não vou fazer isso, Seulgi.

— Por que não? — Indignada, perguntou. Estava querendo deixá-lo livre, não havia motivos para recusar a proposta. — Só por algumas horas e você pode ir visitar o Chanyeol. Vocês estão em início de namoro, certeza que ele está morrendo de saudades dentro daquela empresa agora.

— Você não descansou a semana inteira. — Reportou para a menina, que revirou olhos. — Você acha que é fácil cuidar de três crianças ao mesmo tempo? Ainda mais com a Dahye elétrica correndo pelos cantos, o Yong tentando acompanhá-la e ficando mal porque a irmã não segue o ritmo dele e ainda tendo que dar atenção para um bebê.

— Eu quero esse tipo de caos na minha casa.

— Você acha que quer. Eu não duvido nada que vai me ligar chorando desesperada.

— Eu não vou, não. Até a Joohyun concordou comigo.

— É só por um curto período de tempo, ok? — Deu-se por vencido, vendo a menina comemorar do outro lado da tela. — Eu vou fazer uma mochila com as coisas da Dahye e do Yong e vou levá-los assim que eu buscar ele. Mas eu não vou demorar, também não posso atrapalhar o Chanyeol no trabalho.

— Está perfeito. — Ela encerrou a chamada de vídeo e Baekhyun jogou seu celular no canto.

— Você quer ficar um tempo com as suas tias hoje? — Perguntou para o bebê, que o olhou confuso. — Agora que somos amigos, ela vai querer roubar vocês o tempo todo de mim. Não estou gostando muito dessa história.

Baekhyun fez uma bolsa, dividindo as coisas de Yong e Dahye, e outra só para o Sang, certificando-se de que tinha colocado tudo que um bebê precisava. De alguma maneira estranha, mesmo querendo visitar Chanyeol, ainda estava com um aperto no coração por deixar suas crianças sozinhas, não tinha ficado nenhuma tarde sem elas, era mais do que sua rotina e, pela primeira vez, às deixar sozinhas despertava um sentimento estranho.

A mulher mandou o endereço de sua residência e, mesmo entrando em duas ruas erradas, não foi tão difícil de achar a casa delas. Pela visão de fora se encantou, tudo daquele casal parecia ser feito com os menores dos cuidados. A área externa lembrava muito uma casa típica norte americana, com gramado e flores altas, além de ser toda branca e possuía aquele visual vintage que parecia ser um gosto bem particular delas.

Deixou o carro em frente à casa e saiu com as crianças e com as mochilas que tinha feito, nem precisou bater na porta, Seulgi a abriu assim que se aproximaram; realmente estava esperando por eles. A mulher sorridente deu passagem para todos entraram na casa. Quando entrou, não evitou reparar na decoração, notando que elas realmente tinham um bom gosto. Assim como a confeitaria, a sala também era decorada em tons claros de rosa, vermelho e branco, dando uma graça de filme antigo.

— Gostou da minha casa? — Seulgi perguntou, surgindo ao seu lado. De alguma maneira, ela tinha trazido um pedaço de bolo de morango e uma xícara de chá para ele. Com certeza iria valorizar aquela amizade.

— Eu amei. É a cara de vocês.

— A Joohyun gosta de coisas antigas. Acho que tudo na nossa vida parece que saiu de outra época.

— Parece que eu estou em um musical dos anos sesenta. — Deixou Sang sentado no sofá para conseguir dar uma garfada generosa no bolo.

— Vou levar como elogio.

— É um baita elogio. — Continuou comendo, parecendo que estava colocando gotículas do céu para dentro de sua boca. — Você está bem?

— Eu estou. Ontem foi um dia cheio, mas eu dormi cedo. Estou bem descansada. — Ela sentou-se ao seu lado, o acompanhando naquela garfadas no pedaço de bolo. — E ontem, como foi?

— Divertido. A Wendy não tem limitesalgum, ela consegue deixar o Chanyeol louco. Bem pior que eu.

— Até hoje não entendo como a amizade dos dois funciona. Mas acho que ela o deixa mais relaxado no ambiente de trabalho, que é tão estressante.

— Olha só o que está pronto! — Joohyun repentinamente surgiu saindo da cozinha, chegando na sala. Ela estava com diversos recipientes fechados em sua mão. — Boa tarde, Baekhyun!

— Boa tarde. O que seria tudo isso? — Curioso, perguntou, a vendo cuidar das embalagebs com todo cuidado do mundo, às fechando em um rolo plástico antes de colocar tudo em uma sacola bem resistente.

— É o seu almoço e do Chanyeol. — Ela respondeu feliz, entregando tudo pronto para o babá. Ele estava um pouco surpreso com tudo que elas estavam fazendo. — A gente quer que vocês tenham o melhor relacionamento possível.

— Querem que eu conquiste ele pela barriga? — Agradecido, pegou de bom grado o que as amigas tinham feito. — Não sei se o Chanyeol gosta tanto assim de comida caseira.

— Da minha ele gosta. Eu garanto. E também vai ser bom para ele comer algo feito com amor e carinho. — Joohyun respondeu carinhosamente. O coração de Baekhyun se aqueceu, era extremamente fofo como ela cuidava dele, como se realmente o Park fosse seu irmão mais novo. Quando viva, Yoora deveria morrer de ciúmes da relação dos dois. — Ele vai gostar da surpresa.

— Ou vai me expulsar. — Disse rindo, estava meio receoso em fazer aquilo, conhecia o Park demais, para saber que ele odiava surpresas. — Chanyeol é muito focado no serviço, vai odiar qualquer pequena distração.

— Não se a distração for você. — Joohyun piscou para o garoto, o fazendo da risada.

— E você está bem com isso? Eu sei que sua esposa é meio louca. — Recebeu um tapa na cabeça vindo por parte de Seulgi e a outra mulher no ambiente deu risada.

— Sim. Está tudo bem. Deixa eles aqui, a gente vai curtir bastante.

— Eu vou sentir falta de vocês. — Direcionou a fala para os três irmãos, que estavam sentados, se acabando de comer todos os doces que jamais o tio deixaria. — Olha, dois minutos fora de casa e já estão estragando vocês.

— É só uma tarde. — Seulgi disse, sendo que ela tinha sido a causadora daquele crime.

— Eles deveriam estar almoçando.

— Eles almoçaram rápido para comer os doces. — Ela disse, como forma de desculpa. Mas Baekhyun não saberia dizer se era verdadeira ou não aquela afirmação.

— O Baekhyun tá indo embora. — Levantou-se do sofá, tentando chamar a atenção delas. Mas a única coisa que recebeu foi um tchauzinho com a mão vindo deles. — Eu fico com essas crianças o tempo todo, para eles me trocaram assim!

— Seja bem vindo à paternidade, Baekhyun. — Joohyun foi que fez a saudação, em um tom de brincadeira. E o babá revirou os olhos, odiando a maneira como as crianças não estavam fazendo nenhum pouco de questão da sua presença.

Deu um beijo da testa de todas as crianças, com um aperto estranho em seu coração, e despediu-se de suas novas amigas. Não estava sendo relevante mais dentro daquela casa, esperava que pelo menos Chanyeol lhe desse a atenção merecida. Se não, sobraria apenas para seus doramas lhe darem atenção suficiente.

Dirigiu até a empresa, tendo um pouco de dificuldade, porque as garotas moravam bem afastado do centro, em uma área calma e tranquila e que parecia bem gostosa de se conviver, longe daquela agitação urbana. Em longos minutos, enquanto ouvia sua playlist de música pop, chegou a empresa. Tece que se apresentar na recepção, antes mesmo de deixar o carro na garagem, mas já tornou-se um conhecido devido a, em sua primeira vez ali, ter estado acompanhado do próprio Park. Deixou o carro na garagem e, engolindo seco, foi até o elevador para ir ao penúltimo andar, onde ficava a sala de Chanyeol.

Estava nervoso, porque não tinha combinado nada com ele, realmente estava surgindo de surpresa e não saberia como seria sua reação. Além de que todo aquele ambiente com pessoas de roupas sociais, expressões fechadas e extremamente inteligentes e cultas o deixava totalmente sem jeito. Era fora de seus costumes, do que lidava todos os dias. Mesmo convivendo com Chanyeol, seria difícil se acostumar com o estilo que as pessoas ao seu redor levavam de vida, sendo que Baekhyun estava acostumado com tudo do mais simples.

Assim que saiu do elevador, andou pelo andar, até chegar aos sofás e cadeira em frente à Wendy. Era lá que as pessoas esperavam um tempo livre para conversar com Chanyeol. Sentando em um dos lugares vagos, deparou-se com um homem de vestes escuras e feições sérias, provavelmente ele era chefe de algum departamento dentro daquela empresa. Era o mesmo que tinha encontrado da última vez que passou por ali e só de lembrar a maneira com que falou com Wendy, um arrepio surgiu pela sua espinha; não saberia lidar, caso ele falasse com ele daquele tom. Deveria ter boas maneiras na empresa que seu namorado liderava, mas seu pavio era bem curto.

— Você novamente. — Direcionou a fala para o cacheado. Estava esperando que ele nem notasse sua presença. Mas era querer demais que o universo fosse bom daquela maneira. —  Está perdido, meu rapaz?

— Não. Eu sei bem onde estou. — Curto e grosso, respondeu. Não gostaria de dar corda aquele homem, se não uma briga sairia dali.

— É o entregador? — Perguntou, vendo o que ele estava levando em suas mãos. E Baekhyun suspirou fundo, não gostaria de responder, porque não queria que Chanyeol sentisse vergonha de si, caso arrumasse alguma briga. Mas não estava sabendo lidar com a mesquinharia daquele sujeito.

— Não te interessa o que eu sou.

— Tudo nessa empresa me interessa. Eu preciso estar informado. — Respondeu, de uma maneira convencida, e Baekhyun estava perdendo o fio de paciência que o impedia de cometer uma loucura. — Sabe quem eu sou?

— Sabe quem ele é? — Uma terceira voz surgiu em meio aquela conversa. Chanyeol estava parado em frente à sua porta, com a mão na sua cintura e uma expressão tão nervosa, que assustou Baekhyun por um momento. O homem negou com a cabeça, claramente com medo de levar um sermão do chefe. — Então não deveria tratá-lo dessa forma. Porque ele é meu namorado e eu exijo que você o respeite.

— Namorado? — Perguntou, bem surpreso, e Chanyeol assentiu com toda segurança do mundo. — Me desculpe, eu não sabia.

— Serve de lição para você tratar pessoas desconhecidas. — Novamente, sua voz saiu em um tom sério, fazendo todos engolirem seco. Menos Wendy, que estava acostumada a vê-lo agir daquela forma, ela na verdade achava graça da situação. — Estou no meu horário de almoço. Qualquer pendência, resolvemos depois.

O homem fez uma reverência e saiu do ambiente, totalmente assustado. A pose de Chanyeol não mudou até vê-lo sumir pelo corredor, provavelmente entrando no elevador morrendo de vergonha pela cena que prestou. Vendo que não tinha mais ninguém por aquele lugar, a não ser eles, Chanyeol caminhou até Baekhyun, ficando de sua altura para poder beijar seus lábios. Baekhyun estava com muitas saudades dos toques do empresário, e não aguentou, o puxando pelos fios para intensificar o beijo entre os dois.

— Olha, por favor, essa história de transar no escritório não combina com vocês. — Wendy fez questão de dizer, os alertando que ainda não eram os únicos presentes. — Sério, são caretas demais para isso. E eu sou sua secretária. Não estou a fim de ouvir gemido, enquanto trabalho.

— O Junmyeon não está esperando você para almoçar? — Chanyeol questionou, virando para a mulher um tanto nervoso. Ela conseguia irritá-lo fácil. — Acho que está atrasada.

— Está me expulsando?

— Estou. Por favor, me dê um minuto de paz.

— Diz isso, mas não vive sem mim. — Brincou, arrumando a sua mesa que sempre era bem organizada. Wendy não gostava de bagunça alguma. — Eu vou, mas não demoro. O máximo de tempo que vocês têm é para uma rapidinha.

Gostaria muito de respondê-la, mas Baekhyun o puxou para iniciar outra beijo, como forma de expulsá-la de uma vez dali. E funcionou, visto que a secretária correu para dar um pouco de liberdade para os dois, ela falava daquele modo, mas estava bem feliz pelo rumo que o babá estava dando à vida de seu amigo.

— O que está fazendo aqui? — Perguntou por fim, quando se separaram. Ainda estava bem surpreso por encontrá-lo.

— Você tem duas melhores amigas que são loucas. — Respondeu e Chanyeol entendeu tudo sem precisar de mais nenhuma explicação. — E elas roubaram as crianças de mim.

— Está com ciúmes? — Questionou, visto que já tinha estranhado a maneira como Baekhyun se portou no parque, quando Seulgi tomou a atenção todinha de Sang para ela. — Eu não acredito nisso.

— Em minha defesa, eles ficam o tempo todo comigo.

— E é justamente por isso que merece um descanso. — Alertou Baekhyun, tentando confortá-lo. Aquilo era apenas o começo, eles passariam a dormir na casa dos amigos algumas noites, além de que não tem como prender adolescente em casa. — O que é isso?

— Bom, a sua melhor amiga achou que você gostaria de um almoço caseiro.

— Foi a Joohyun quem fez? — Baekhyun assentiu e os olhos do Park brilharam. Não imaginou que ele gostasse tanto de comida caseira daquela forma. — Vamos entrar, eu preciso comer.

Levantaram-se do sofá e entraram para dentro da sala. Mesmo sendo a segunda vez ali, não conseguia evitar reparar nos detalhes, toda a mobília em tom de madeira escuro, parecia que tinha feito sob medida para o empresário. Mas o mais bonito daquela sala, com certeza era a enorme vidraça que tinha ao fundo. Dava para acompanhar todo o movimento de Seul por ela. Paisagens urbanas, muitas vezes fugiam dos olhos dos seres humanos, poucas pessoas sabiam apreciá-las. Mas Baekhyun nasceu e cresceu na cidade grande, mesmo morando da periferia, aprendeu a achar bonito, os edifícios altos, os faróis ligados, a arquitetura moderna, até os carros de lá de cima deixavam a capital com uma beleza única. Mesmo com um trabalho estressante como o de Chanyeol, aquela vista poderia ajudar bastante a relaxar um pouco.

O empresário ajeitou sua mesa, abrindo espaço para ele e Baekhyun se servirem. Foi a primeira vez que notou ele fazendo algum tipo de bagunça por vontade própria, o que foi bem estranho, visto que ele tentou manter tudo organizado, porém ele parecia ansioso para comer logo e passar mais um tempo com o Baekhyun.

Eles sentou na cadeira ao lado de Baekhyun e de frente para aquela vidraça enorme que dava para observar os cantos de Seul. Conversaram sobre coisas triviais, mesmo passando os últimos dias juntos, assunto não era um problema para eles, falavam sobre os amigos, as crianças, momentos do passado, planos para o futuro, sobre o que gostavam de assistir ou apenas o silêncio, onde ficavam se admirando, o  que com certeza não era incomodo algum.

— Eu gostei muito da maneira como me defendeu. — Comentou, porque ainda não tinham tocado no assunto. Foi uma baita surpresa a forma como ele agiu, porque Chanyeol não queria revelar o relacionamento deles para tantas pessoas e agora tinha jogado a informação para um membro importante da empresa que, com certeza, não pararia por ali.

— É o mínimo que eu poderia fazer. — Suspirou fundo. Não foi fácil dizer as palavras em alto bom som. Mas saiu de maneira natural, quando viu o jeito superior com o qual o seu subordinado falava com Baekhyun. — Ele estava sendo extremamente babaca com você, só porque você é diferente de todos daqui. Eu não vou deixar ninguém te tratar dessa forma.

— Eu estava com medo disso. — Revelou para o namorado, conseguindo sua total atenção. — Quando conversamos ontem com a Wendy foi que eu me toquei que terei que fazer parte ativamente desse mundo, e no seu mundo as pessoas não importam em seres cruéis.

— Você tem razão. Eu não vou te pedir nada disso.

— Mas aí está o ponto. Eu quero, sim, fazer parte dele por sua causa, eu quero me envolver em tudo que você se envolve e se você continuar me defendendo assim, vai me deixar no paraíso. — Segurou na mão do empresário, ficando com o corpo um pouco mais próximo. — Você ainda está indo mais rápido do que eu pensava e eu estou feliz demais com seu avanço. Mas pode levar o tempo necessário, ok? Não precisa atropelar tudo por minha causa.

— Mas você me faz querer isso. Eu quero mostrar você para o mundo, Baekhyun.

— O mundo vai esperar por nós Chanyeol, tenha certeza disso. Ele não vai a lugar algum. — Cruzou seus dedos ao dele. Sorrindo ao notar como a sua mão sumia dentro da mão grande de Chanyeol. — A gente não precisa ter pressa para nada.

— Eu espero que não mesmo. Está tudo bom demais para ser verdade.

Chanyeol se aproximou de Baekhyun, levando a mão livre até a curva de seu pescoço para puxá-lo. O babá não resistiu e deixou-se levar, inclinando-se para iniciar um beijo com ele. Lento e calmo as bocas seguiram um ritmo que ainda não era tão conhecido por aqueles homens que sempre estavam com o fogo percorrendo cada milímetro de suas veias. Quando o ar faltou, se separaram, com o babá lambendo o lábio inferior, sentindo falta do contato de antes.

— Acho que essa ideia das garotas foi ótima no final das contas. Eu quero que você apareça mais vezes por aqui.

— Eu não acho essa ideia nada boa. — Respondeu rente aos seus lábios, passeando com eles perto dos deles, apenas querendo provocar um pouquinho do seu namorado. — Eu sou uma distração.

— Com certeza a melhor. — Puxou o lábio inferior dele com os lábios. Tentando puxá-lo novamente para outro beijo. — O que melhor do que você para relaxar em um dia estressante?

— Olha só, eu vou ficar muito mal acostumado e te deixar muito mal acostumado, o que é pior ainda.

— Tudo bem. Então por hoje me deixe aproveitar um pouco desse mal que faz você aqui.

Não respondeu nada, apenas fez o que o empresário tanto queria e deixou para iniciarem outro beijo. Como o anterior, seguiram calmamente, querendo aproveitar cada segundo daquele pequeno momento de paz que estava pairando sobre eles no meio de uma semana corrida. As mãos de Baekhyun estavam no rosto do platinado, fazendo um carinho singelo, enquanto a de Chanyeol encontrava-se na mesma posição sobre o seu rosto.

Porém, Chanyeol se acostumou com o jeito afobado de Baekhyun e, quando menos percebeu, intensificou as coisas entre os dois. Sua mão livre, de modo automático, foi parar na coxa de Baekhyun, porque gostava bastante daquela área de seu corpo. E com as coisas esquentando, Chanyeol passou a apertar bastante aquela região, fazendo afagos afobados escaparem da boca do babá.

— Chanyeol… A gente tá no seu trabalho. — Disse quando finalizaram o beijo e, como se não se importasse, o empresário passou distribuir beijos pela região de seu pescoço amolecendo ainda mais o corpo do babá. — Hum… Vamos parar com isso.

— É só um pouco. — Ele disse, sussurrando em seu ouvido. — Ninguém vai vir para cá agora. A gente comeu rápido demais.

Existia uma uma resposta formulada em sua cabeça, mas ela não saiu, porque encontrava-se mais interessado em dar aquela liberdade para Chanyeol, afinal também sentia saudades dos toques mais sensuais que eles evitavam trocar quando estavam em casa.

Enquanto a mão livre de Chanyeol caminhava pela sua coxa, indo para o meio de suas pernas, a sua estava em seu fios, incentivando ele a continuar com aquele toque, porque gostava demais quando ele dava uma atenção privilegiada para aquela região. Baekhyun gemeu alto quando ele mordeu uma parte de sua pele por onde estava dando beijinhos, e ele quis matar o empresário por estar o fazendo sofrer tanto quando não podiam aproveitar da maneira como queria.

O empresário arqueou as sobrancelhas quando ouviu o que saiu de entre seus lábios, gostando muito do som. Mas ainda tinham que ser bem cuidados com o que pretendiam fazer naquela sala, porque ainda era um lugar com muito movimento.

Resolvendo deixar o Baekhyun com a boca fechada, iniciou outro beijo, dessa vez sem a delicadeza que os anteriores tiveram. Os corpos deles estavam em chamas e não havia mais tempo ou momento para carinhos e sutilezas, agora eles precisavam descontar toda aquela carga de energia que o corpo estava implorando para ser emitido. Eles precisavam se aliviar de alguma maneira. Não pensou que um dia fosse transar na sua empresa, mas Chanyeol estava a um passo de cometer aquela loucura que parecia tão interessante nos livros.

— Park Chanyeol! — Uma terceira voz se fez presente na sala. Uma voz alta e grossa e com um tom de nervoso eminente. O choque do susto fez os dois homens se separaram e, quando olharam em direção da onde vinha aquele som assustador, não poderiam ficar mais assustados. — Eu não estou acreditando nisso!

Era outro homem, mais alto que Chanyeol, possuindo quase dois metros de altura. Seu rosto entregava que havia familiaridade com seu namorado, afinal os traços deles eram quase iguais, sendo a cópia perfeita do Chanyeol, se não fosse as rugas devido e a idade e o cabelo grisalho que o deixava muito atraente. A pose severa, mas correta, o jeito como ele andava na sala em estresse e o olhar decepcionado e amargurado, o lembrava demais de quando conheceu o empresário. Agora entendia da onde vinha aquele jeito arrogante e rude, descobriu onde ele tinha aprendido a ser tão azedo e mesquinho com as pessoas.

— O que é isso na minha empresa?! — Perguntou gritando, fazendo Baekhyun se encolher. Nunca teve medo do empresário, por mais ignorante que fosse, mas aquele homem a sua frente lhe dava calafrios. — Onde você estava com a cabeça quando pensou em fazer essa coisa nojenta na minha empresa. — Olhou para o cacheado alguns poucos minutos, até um sorriso sarcástico surgir em seus lábios. — Não é o homem que cuida dos meus netos? Oh, agora entendi porque você contratou um homem para essa função.

Ele estava paralisado ao lado de Baekhyun, parecia que estava ainda com mais medo que o babá. Sabia que lidar com o pai era díficil, mas nunca o viu vulnerável daquela forma, era triste como ele perdia toda a essência que tinha. Sempre o encontrou enfrentando qualquer pessoa que ousasse dizer mínimas coisa para si, mas ele não tinha forças para rebater as malditas palavras que seu próprio pai dizia.

— Baekhyun, saia daqui. — Foi a única coisa que disse, depois de longos minutos em silêncio. O babá ficou surpreso quando ele nem olhou em seu rosto para dizer.

— Eu não vou te deixar sozinho, eu…

— Saia daqui. — Reforçou firme. Não queria que o babá presenciasse o que estava por vir entre aqueles dois, as brigas não eram tranquilas e provavelmente aquela seria a pior de todas.

Com os olhos marejados, não encontrou alternativa a não ser sair daquela sala correndo para o lado de fora, em busca do colo de Wendy.

Agora que estava sozinho com seu patriarca, precisava resolver algumas coisas. Levantou-se da cadeira para ficarem quase do mesmo tamanho, não queria que ele pensasse que tinha superioridade, não naquela altura da vida, não quando tinha avançando diversos passos. Caminhou até ele ficando, frente a frente com o seu rosto, olhando em seus olhos que estavam transpassando uma fúria que ainda não tinha encontrado. Quando ele lascou um tapa em rosto, digno dele virar com a força da batida. Não tinha sido tão forte, mas o local latejava a marca de como a sua família era destrutiva.

Voltou à sua posição anterior com tanta raiva quanto ele. Precisava enfrentar uma das maiores batalhas de toda a sua vida, naquele momento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Enfim é isso, não tinha como finalizar essa fanfic sem concluir o principal problema dela: os pais do Chanyeol. Agora que tudo estava indo tão bem... Algo tinha que dá errado :/ infelizmente vamos ter que esperar uma semana para ver como o proprio ira reagir com tudo isso.

Não esqueçam de deixar suas opiniões, obrigada por tanto carinho. Até sábado.


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